- 15/06/2025
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NotíciasTranscrição
00:00Olá, muito boa tarde. Hoje é domingo, dia 15 de junho de 2025. Eu sou Nelson Kobayashi e nós vamos juntos nessa edição do Fast News com as principais notícias do dia no Brasil e no mundo, seguindo com a nossa cobertura especial sobre o conflito entre Israel e o Irã.
00:22As sirenes voltaram a soar há pouco depois do Irã lançar uma nova onda de mísseis contra Israel. O alerta foi emitido em Tel Aviv, Jerusalém e em outras regiões que são os principais alvos do regime.
00:35O Irã afirmou que se Israel continuar atacando suas instalações militares e outros alvos-chave, os bombardeios contra o país judeu serão ainda mais decisivos e severos.
00:48Já Israel prometeu que o regime iraniano pagará um preço muito alto pela morte de civis israelenses.
00:56Eu já quero receber aqui no nosso estúdio o Fabrício Naitzky. Fabrício, seja muito bem-vindo. Traz para a gente todas as atualizações, você que está acompanhando de perto tudo o que acontece neste conflito.
01:07O que a gente vê nesse momento, Kobayashi, boa tarde para você, todos que acompanham a programação da Jovem Pan.
01:11São os primeiros disparos de mísseis do Irã contra Israel à luz do dia. Geralmente os ataques acontecem à noite, isso a gente tem visto desde quinta-feira e agora pela primeira vez à luz do dia.
01:23Ainda assim, o número de mortos em Israel tem sido na margem dos 13 mortos até o momento.
01:29Essa é a última atualização que nós temos.
01:32Depois da última disparada, da penúltima disparada, aliás, de mísseis iranianos contra Israel, que atingiram principalmente a região central do país.
01:40A última disparada, que foi agora cerca de uma hora aproximadamente, não teve mortos registrados, pelo menos até o momento.
01:51Mas as trocas de tiros continuam, as trocas de mísseis continuam na região, tanto de um lado quanto do outro.
01:59Segundo o exército de Israel, pelo menos 250 alvos foram atingidos no território iraniano.
02:06E ao longo do dia nós vimos que o exército israelense tem tido como alvo agora a capital Teheran.
02:13Inclusive, o governo iraniano autorizou a população, orientou a população a buscar abrigo nas estações de metrô subterrâneas e também dentro de mesquitas espalhadas pelo país, pela capital Teheran.
02:26A situação é muito intensa e a gente tem principalmente também as manifestações internacionais.
02:33O presidente Donald Trump afirmando que Irã e Israel devem e irão anunciar um acordo de paz, eventualmente, nas próximas horas, nos próximos dias.
02:44Uma repercussão importante para a gente trazer aqui ao longo dessa edição do Fast News.
02:49Os ataques do Irã tinham deixado até ontem 10 pessoas mortas, principalmente em Batyam, cidade que foi visitada hoje por Benjamin Netanyahu,
02:59que garantiu que Israel vai sim intensificar os ataques, vai fazer o Irã pagar o preço pela ofensiva, pela contra-ofensiva, melhor dizendo,
03:09das últimas horas que teve como alvo algumas áreas muito populadas do país, áreas civis.
03:17O Irã garante que ataca apenas alvos militares e nós sabemos que algumas instalações militares israelenses ficam em meio às cidades,
03:27ficam em meio à população civil, o que acaba principalmente levando a esse tipo de situação, a essas vítimas.
03:35Mas a troca de mísseis continua, muito possivelmente, se intensificando nas próximas horas,
03:41cada vez mais desenfreada, cada vez mais fatal para os dois lados.
03:47A gente fala de 13 mortos nesse momento do lado israelense e do lado iraniano.
03:52A Irna, que é a agência estatal de notícias do país, já confirma 128 vítimas e cerca de 900 feridos até o momento.
04:03Kobayashi.
04:03Perfeito. Fabrício Nath, que vai seguir com a gente nesta edição do Fast News,
04:06trazendo a qualquer momento novas informações.
04:09Eu já quero convidar aqui a receber a Maria De Carli, comentarista que estará conosco nesta edição do Fast News.
04:15Maria, desde o fim dessa semana que se encerrou, a gente viu este conflito se instaurando,
04:22uma reação iraniana, mortos e feridos de lado a lado.
04:26Como é que você tem analisado este conflito e os riscos de uma escalada ainda maior?
04:33Maria De Carli, bem-vinda ao Fast News.
04:35Oi, Koba, tudo bem? Boa tarde.
04:38Bom dia, boa tarde para quem já almoçou neste domingo aqui em São Paulo, bastante frio
04:42e com notícias não tanto encorajadoras para quem se preocupa com a saúde do mundo como um todo.
04:51Desde os últimos três anos a gente vem assistindo uma escalada bélica,
04:56um mundo mais violento, com guerras em paralelo surgindo.
05:00Temos aí o conflito da Ucrânia com a Rússia, o maior conflito desde a Segunda Guerra Mundial em solo europeu,
05:07o Oriente Médio totalmente desestabilizado e essa cereja do bolo que, como você bem notificou,
05:13para fechar essa nossa última semana.
05:16Eu assisto tudo isso com muito desagrado, é preocupante assistir essa escalada.
05:21Como eu disse, bélica, o mundo hoje atualmente uma a cada seis crianças vivem em zonas de conflito
05:27e isso provavelmente vai aumentar.
05:29Os países aumentam o seu investimento em exército, em defesa, em orçamento de defesa.
05:36Em 2024 para 2025 um aumento de 10% no geral como um país como um todo.
05:41Eu assisto esse, especificamente assistindo esse conflito entre Irã e Israel,
05:47eu acredito que o Kobaqui vai ficar mais concentrado ali na região do Oriente Médio.
05:52Israel foi bastante cirúrgica em secar os aliados potentes e fortes que o Irã tinha,
05:59como o Hamas, o Hezbollah, os próprios Hutis.
06:03Nós assistimos Israel na missão ali no sul do Líbano, que secou o Hezbollah,
06:08com a questão do Hamas em Gaza.
06:10Então o Irã está meio que isolado ali na região.
06:13Ele é um país que não possui muitos aliados, é o único país persa, de maioria árabe.
06:19Então ele não tem muitos aliados, apesar de serem muçulmanos, os seus vizinhos,
06:24mas ele é um dos únicos países de maioria xiita.
06:27Então ele está isolado ali na região.
06:29E em termos geopolíticos mais amplos em outras regiões,
06:33eu não vejo o Irã também como um aliado muito forte, estrategicamente falando.
06:38Assim, a Rússia é um parceiro do Irã, mas eu não sei até que ponto ela conseguiria ir adiante
06:44para uma ofensiva maior, a não ser que seja bastante provocada.
06:49Então a princípio eu acredito que o conflito vai ficar regional, vai ser feia coisa,
06:54certamente, porque ambos vão continuar se degladiando, lançando mísseis e vamos perder mais vidas.
06:59Mas a princípio, uma escalada global, acho que está mantida pelas próximas, pelo menos, uma semana e meia.
07:04Daqui a pouco a gente vai conversar, inclusive, com uma moradora de Israel que vai nos contar
07:09como foi essa madrugada por lá, essa manhã de ataques,
07:12atenção, o clima entre os civis, em especial, que residem em Israel.
07:18E a escalada dos conflitos entre Israel e Irã levanta uma preocupação também
07:22a respeito das relações entre os países envolvidos, as relações globais
07:26entre todos os países, em especial do Oriente Médio.
07:29Para entender os impactos dos diversos ataques neste terceiro dia de conflitos,
07:34nós vamos conversar com o coordenador de Relações Internacionais da Stand Vivas Brasil,
07:40Augusto Lerner.
07:41Augusto, bem-vindo ao Fast News, a Jovem Pão, prazer te receber.
07:45Eu já quero te perguntar a respeito da possibilidade de um diálogo para que este conflito cesse.
07:51Qual a perspectiva, a chance de uma pacificação?
07:56Quem estaria protagonizando essa intermediação?
07:58Augusto, bem-vindo à Jovem Pão.
08:01Bom dia a todos, boa tarde, bom dia e boa tarde.
08:06Essa chance agora de acontecer um diálogo não de paz entre Israel e Irã,
08:12que isso é impensável no momento, mas sim uma possibilidade de um cessar-fogo
08:17entre israelenses e iranianos, sendo mediado, quem sabe, pelos Estados Unidos,
08:24que já estavam em negociações sobre o programa nuclear iraniano,
08:28é uma possibilidade, sim, que pode vir a acontecer, principalmente através do governo iraniano,
08:36já demonstrou através do seu ministro de Relações Exteriores, já deu declarações que se Israel
08:42cessar os ataques aos militares no Irã, o Irã também vai cessar os ataques contra Israel.
08:50E isso já seria uma possibilidade para chegar a um cessar-fogo.
08:54Mas acho que nesse momento a gente vê, a partir do início dos ataques israelenses
09:00aos alvos militares, cientistas nucleares, e também alvos de instalações nucleares iranianas,
09:10a partir da noite de quinta-feira aqui no Brasil, na sexta-feira de madrugada no Oriente Médio,
09:18eu não vejo como a possibilidade de Israel, sim, aceitar uma possível cessar-fogo nesse momento,
09:25por uma série de fatores.
09:26Primeiro porque Israel deu um golpe muito forte militarmente no Irã,
09:32que o Irã esperava um ataque já israelense, é importante a gente trazer essa informação,
09:39mas mesmo esperando um ataque, ele não conseguiu se precaver da potência do ataque israelense
09:45que aconteceu, por uma série de motivos.
09:50Israel atacou muito forte, tanto a capital iraniana quanto outros locais pelo país,
09:56eliminando dezenas de comandantes do alto escalão, não somente do exército iraniano,
10:02mas também das guardas revolucionárias do Irã e também a sua força Quds,
10:06que é onde é responsável por levar os braços do regime iraniano pelo Oriente Médio,
10:13principalmente pelo Iraque, Síria, Líbano e também Iêmen e faixa de Gaza,
10:19mas com esse ataque muito forte israelense, Israel ganhou vantagem no campo militar,
10:24a gente viu nos outros dias também ataques iranianos contra Israel de uma forma muito significativa,
10:31também nesse ponto, eu estava estudando, acompanhando hoje de manhã o noticiário,
10:35e uma informação que eu acompanhei é bastante lúcida, que diz que nem o Hamas nem o Hezbollah
10:43em mais de quase dois anos de guerra contra Israel, principalmente após o 7 de outubro,
10:48conseguiram danificar e atingir alvos civis israelenses como o Irã fez nesses dois dias,
10:55então foi uma resposta iraniana muito forte, mas a gente vê sim o Irã com uma possibilidade
11:00de chegar a um cessar-fogo, Israel hoje em dia não, por dois motivos.
11:04Primeiro, porque ainda tem muitos alvos a serem atacados na questão,
11:09não somente na questão militar iraniana, mas também principalmente,
11:13que é o objetivo que Israel deu início a essa guerra contra o Irã,
11:17que é alvos para eliminação por completo de alvos que seriam ligados
11:25a enriquecimento de urânio, que tem como Irã um discurso de uma construção
11:30de uma arma nuclear, Israel tem como seu principal objetivo nesse conflito
11:34a não deixar que o Irã atinja esse objetivo.
11:39Augusto, a grande expectativa por uma solução desse conflito envolve alguns outros países também,
11:45como, por exemplo, Estados Unidos, que seria ali o interlocutor de prestígio de Israel,
11:50por outro lado, a Rússia, que seria a interlocutora de prestígio do Estado iraniano,
11:57houve inclusive notícia de uma ligação entre o presidente Donald Trump
12:00e o Vladimir Putin da Rússia ontem, uma ligação de mais de 50 minutos.
12:05Você acredita nessa interlocução entre esses países para alcançar uma solução,
12:11um consenso do conflito?
12:12São os dois interlocutores hoje possíveis que eu acredito que possa chegar a um denomador comum
12:22para um cessar-fogo.
12:23Se a gente vê a União Europeia hoje como um todo, não tem esse potencial de diálogo,
12:29tanto entre israelenses e iranianos, para a questão de chegar a um acordo,
12:34não tem essa força diplomática possível.
12:37E também a China nunca teve e provavelmente nunca vai ter esse potencial de chegar a um cessar-fogo em conflitos no Oriente Médio.
12:46A gente já viu a China uma vez fazendo um acordo, uma retomada das relações diplomáticas
12:53entre Arábia Saudita e Irã.
12:56Foi a primeira jogada chinesa de Pequim no Oriente Médio.
13:00Então a gente já viu uma influência chinesa na região, mas no que diz respeito entre israelenses e iranianos,
13:07a única possibilidade que eu vejo à mesa, não agora, mas num futuro próximo,
13:14seria sim entre norte-americanos, devido à influência dos Estados Unidos de Washington com Jerusalém,
13:23com o governo israelense, o governo do Trump dos Estados Unidos,
13:27e também a influência que tem o regime russo de Vladimir Putin com o regime iraniano de Masuka Pesekian,
13:38que é o atual presidente iraniano, e também ao Yatollah Ali Khamenei, que seria uma possibilidade.
13:46Mas a gente vê a Rússia também, por outro lado, muito enfraquecida no campo da diplomacia
13:52por causa da guerra, da invasão do exército russo contra a Ucrânia.
13:59Então com essa questão a gente vê uma Rússia muito enfraquecida,
14:03criticando também Israel por ter atacado o Irã,
14:06mas ao mesmo tempo a Rússia fez e faz um ataque também contra a Ucrânia.
14:12Então a gente vê a Rússia sem um discurso muito propositivo à paz no mundo
14:18diante dos seus atuais ideias de conflito, principalmente no campo europeu.
14:27Estados Unidos, sim, através do Donald Trump, ele tem essa ideia de fazer acordos comerciais,
14:31acordos de cessar fogo e acordos de paz, porque a ideia principal do Trump
14:36é que não aconteça guerras e sim acordos e que a máquina econômica internacional funcione.
14:43E uma guerra entre Irã e Israel é totalmente ao contrário da lógica pretendida por Donald Trump.
14:52Tá, e conversamos aqui com Augusto Lerner, que é coordenador de relações internacionais
14:56da U-Standivus Brasil, nos ajudando a entender melhor as relações entre os países todos
15:01que possam contribuir de alguma maneira para a construção de um consenso entre Israel e o Irã.
15:07Muito obrigado, viu Augusto, sempre um prazer te receber aqui na Jovem Pan.
15:10Obrigado, prazer e um bom domingo a todos.
15:13Muito obrigado. Daqui a pouco a gente tem mais entrevistas, inclusive.
15:15Estamos recebendo especialistas, pessoas especializadas em relações internacionais,
15:21em direito internacional, também moradores, pessoas que vivem em Israel,
15:26lembrando sempre da situação tensa que envolve a todos envolvidos,
15:30principalmente aqueles que residem lá no Estado de Israel,
15:32que tem sido bombardeado, ao povo do Irã também que sofre com as angústias
15:38de um conflito que se estende já pelo terceiro dia seguido.
15:43E lembrando, naturalmente, que a opinião, as afirmações de cada um dos nossos entrevistados
15:49não correspondem necessariamente à opinião do Grupo Jovem Pan de Comunicação.
15:54Quero voltar agora com a Maria Descarli, nossa comentarista.
15:57Maria, eu queria te fazer uma pergunta, não agora sobre Estados Unidos e Rússia,
16:01daqui a pouco a gente vai falar mais sobre isso, inclusive,
16:03sobre algumas declarações de Donald Trump,
16:05mas eu queria falar sobre a participação da França,
16:07que poderia ser também uma interlocutora.
16:10Por ter muito povo judeu residindo no território francês,
16:13mas também por abrigar muitos muçulmanos,
16:16é um país importante porque figura como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU,
16:22tem poder de veto nas principais decisões que possam sair daquele colegiado,
16:26apesar de que o histórico recente não tem mostrado nenhuma eficiência
16:30a partir das organizações das Nações Unidas,
16:33mas o presidente Macron teria se colocado à disposição ali para intermediar também.
16:38Há alguma possibilidade de um país mais neutro,
16:42não tão aliado a um ou outro ator deste conflito,
16:46que possa solucionar, de alguma maneira,
16:50este conflito que se estende já pelo terceiro dia?
16:54Oi.
16:55Bom, muito bem colocado o que você disse,
16:57com relação à França e à sua posição como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU,
17:01essa organização que vem caído cada vez mais em descrédito com toda a comunidade internacional,
17:07justamente pelo seu principal órgão, que é o Conselho de Segurança,
17:11não conseguir determinar nenhuma ação efetiva para a manutenção da paz no mundo como um todo,
17:17afinal são cinco países com interesses bastante divergentes entre si,
17:21dentre eles China, Rússia e Estados Unidos,
17:23então imaginem bem o caos.
17:25Acredito, Cuba, que a União Europeia já tem se mobilizado
17:29para fazer uma frente de diálogo com relação a uma resolução desse conflito
17:36entre Israel, Irã e Oriente Médio como um todo,
17:40só que não vejo uma efetividade muito ampla.
17:43A União Europeia está tentando aí, entre trancos e barrancos, se manter de pé.
17:47A própria Alemanha já anunciou um aumento de investimentos também em defesa,
17:53cortando alguns gastos sociais para justamente focar nisso,
17:57demonstrando como um todo que apesar das pessoas, dos governantes se colocarem à disposição
18:02de mediar essas situações, eles estão cientes da crescente tensão no mundo como um todo
18:10e enxergam que é preciso investir mais em defesa.
18:13Eu acho bacana o presidente Macron se colocar à disposição,
18:17acredito que outros países o farão ou já o fizeram, mas não vejo muita efetividade.
18:21Para a resolução disso vai ter que ter na mesa certamente os Estados Unidos,
18:26que é de fato o interlocutor mais próximo ali do Netanyahu,
18:30e a Rússia, que como o próprio Lerner mencionou, é o interlocutor mais próximo do Irã.
18:37Mas gostaria aqui de reiterar uma coisa, o Netanyahu já demonstrou que ele está agindo sozinho por conta própria,
18:42porque essas atitudes foram tomadas sem o aval, muitos dizem, do próprio Estados Unidos.
18:49Porque, pasmem, o Trump, apesar do seu discurso mais inflamado, ele é um pacifista,
18:55ele não consegue lidar com a questão de ver civis sendo mortos,
18:59então a ele deve incomodar bastante essa situação atual mundial e ele se coloca aí,
19:05se colocou na própria campanha como um mediador possível entre Rússia e Ucrânia,
19:10mas não conseguiu efetivamente um diálogo de paz.
19:14Então vamos ver aí os atores se colocando à disposição,
19:17mas de fato quem vai conseguir colocar a ordem na casa vai ser ou Estados Unidos ou Rússia,
19:22junto com as demais partes envolvidas diretamente.
19:25Muito bem. Fabrício Nays, que continua conosco aqui nessa edição do Fast News,
19:28nosso editor de Internacional, acompanhando a repercussão no mundo todo.
19:32Fabrício, o fato desse conflito envolver enriquecimento de urânio,
19:36questões nucleares importantes, às vezes até desconhecidas em relação à dimensão
19:42dessa questão lá no Irã, isso tem gerado um alerta no mundo todo de uma maneira diferente.
19:48Não é apenas um conflito entre briga por região,
19:52isso envolve a própria existência da humanidade de alguma forma
19:56e o mundo todo está olhando para esse conflito.
19:58Fabrício Nays, como é que você tem visto essa repercussão global?
20:01Vamos voltar no tempo um pouquinho, Koba, para o mês passado,
20:05quando os governos ao redor do mundo, a comunidade internacional,
20:09se movimentou para tentar desarmar o conflito entre Índia e Paquistão
20:13lá na região da Caximira, dois países com armas nucleares.
20:17Isso coloca tudo em perspectiva e tudo aqui deve ser muito bem analisado
20:22friamente para a gente entender o perigo disso tudo.
20:26Israel é um país que possui armas nucleares,
20:29mas ele sabe que a partir do momento em que ele disparar a primeira arma nuclear contra o Irã,
20:34não vai ter apoio do Ocidente, não vai ter Estados Unidos que vai defender,
20:38não vai ter União Europeia que vai defender, falar que é direito de defesa, não tem.
20:43Esse é o limite, essa é a linha vermelha.
20:46O mesmo vale para o Irã, claro, que mantém aquela versão de que não está produzindo armas nucleares,
20:51que está buscando enriquecer urânio para utilizar energia nuclear
20:56e distribuir essa energia nuclear para a população civil.
20:59É a versão iraniana.
21:01A comunidade internacional ainda não tomou uma decisão em relação a isso,
21:05não tem uma informação concreta nem para confirmar um lado, nem para confirmar o outro.
21:12A princípio dizem que o Irã até teria uma capacidade para construir armas nucleares,
21:17porém que isso não está acontecendo de fato.
21:20Mas essa possibilidade levanta muita preocupação ao redor do mundo.
21:25Então, tudo isso é visto com muita atenção, mesmo pelos Estados Unidos,
21:29que certamente não aceitariam um disparo de armas nucleares vindas, por exemplo, de Israel contra o Irã.
21:36Além de ser uma arma de altíssimo potencial, de fatalidades,
21:42ela também pode causar um grande desastre até ambiental.
21:45É uma questão muito grande aqui envolvendo não um país e outro, mas o planeta como um todo.
21:51A gente lembra que em 1945 os Estados Unidos dispararam duas bombas atômicas contra o Japão
21:57e isso trouxe em Hiroshima e Nagasaki, e isso trouxe consequências gravíssimas para a região.
22:02Sempre que nós temos também ataques envolvendo instalações nucleares, há essa preocupação.
22:08Como já aconteceu no conflito entre Rússia e Ucrânia,
22:11a usina de Zaporizhia, que é a maior usina nuclear da Europa, foi atingida por disparos russos.
22:17Isso causou uma preocupação da Agência Internacional de Energia Atômica
22:20de que poderia haver um vazamento de algum tipo de componente nuclear ali na usina.
22:26Felizmente, isso não aconteceu até o momento.
22:29Mas também, agora que Israel tem como alvo as instalações nucleares iranianas,
22:34também há essa preocupação.
22:35Por enquanto, nada disso aconteceu.
22:38A gente espera, Cuba, que permaneça assim e que a situação possa ser desescalada de alguma maneira.
22:43Quem seria o mediador dessa questão é uma grande dúvida nesse momento,
22:48porque o Irã não vai querer, certamente, negociar com os Estados Unidos
22:52nos mesmos termos que ele negociava até quinta-feira.
22:55Quinta-feira a situação mudou.
22:57A Israel também vai ter muitas dificuldades em aceitar negociadores, por exemplo, vindos da Europa.
23:02Assim como o Irã também vai ter essa dificuldade.
23:04Por exemplo, Israel reclamava da pressão que vinha sofrendo de países europeus.
23:10A Espanha, por exemplo, que ano passado anunciou que iria reconhecer o Estado palestino.
23:15A França, que estava caminhando nessa direção.
23:18O Reino Unido, que suspendeu a venda de armas para Israel
23:21e essa semana sancionou ministros israelenses da ala mais ideológica.
23:26Dois ministros israelenses.
23:27Então, é um cenário muito conturbado quando você tem, por exemplo,
23:30uma Rússia fragilizada, que também está desmoralizada no cenário diplomático internacional.
23:36E a China, que não se intromete muito nessa questão.
23:39Pode acabar sobrando para um outro país, para uma outra região.
23:43Se eu pudesse apostar nesse momento,
23:45talvez o Catar, que tem tido esse papel de mediar conversas,
23:49mediou conversas de cessar fogo entre Israel e Hamas,
23:53tem esse histórico de interlocução na região e poderia acabar sendo aceito pelos dois países.
24:00Lembrando que, Koba, Donald Trump foi ao Oriente Médio faz pouco tempo.
24:04E foi através da intervenção do Catar e da Arábia Saudita
24:08que os Estados Unidos normalizaram as relações com a Síria.
24:11Isso poderia ser um diferencial.
24:12Eu ia te perguntar justamente isso, Fabrício.
24:14Se a Arábia Saudita se somaria ao Catar nisso,
24:16já que a gente teve esse histórico de mediação no conflito Israel e Hamas recentemente,
24:23inclusive com a Arábia Saudita sendo um dos atores regionais importantes para essa negociação.
24:29Há também essa possibilidade?
24:30É menor. Os israelenses e os sauditas não se dão tão bem quanto os israelenses e os catari.
24:35Essa é a história ultimamente.
24:37E mesmo internacionalmente também não há um reconhecimento tão grande da Arábia Saudita
24:42como esse ator diplomático, como há, por exemplo, em relação ao Catar.
24:45Até pelo péssimo histórico saudita, a gente lembra, por exemplo, da morte de jornalistas
24:50que criticavam o governo saudita e que desapareceram misteriosamente.
24:55Isso tudo foi muito questionado pela comunidade internacional.
24:58Quando o Joe Biden era presidente do Fora Saudita, ele falou ao príncipe Bin Salman
25:02que acreditava que ele era o responsável direto pela morte do Jamal Khashoggi lá na Turquia.
25:08Isso em 2018.
25:10Então é uma relação um pouco mais complicada.
25:12O Catar poderia surgir como esse parceiro, mas não é uma certeza absoluta.
25:16Certo é que a gente está num mundo hoje com as relações internacionais muito mais dificultadas.
25:22A ONU não tem mais uma força que ela tinha de décadas atrás
25:26e aí faltam, de fato, países que possam ancorar a discussão.
25:31Não estamos mais nos tempos da Guerra Fria,
25:33onde você tinha dois países que ditavam as cartas e ditavam o jogo,
25:38que era os Estados Unidos e a União Soviética.
25:39Hoje os Estados Unidos têm uma relevância importantíssima.
25:43A questão aqui não é essa, mas eles estão muito ao lado de Israel
25:48para serem um ator mais decisivo nesse momento nas conversas.
25:52É a questão da parcialidade envolvida, não é isso?
25:55Perfeitamente.
25:55Maria De Carli, a gente falava sobre essa questão envolvendo a questão nuclear,
26:00esse detalhe que faz toda a diferença envolvendo esse conflito.
26:05E isso tem se tornado uma espécie de salvo conduto de países autoritários
26:12para fazer exatamente o que quiserem, justamente porque se impõe pelo medo,
26:16pelo temor, pelo terror até, em relação ao restante do mundo.
26:21A Coreia do Norte é intocável praticamente, justamente porque lá qualquer conflito
26:26pode gerar justamente a destruição da humanidade.
26:29A gente vê agora o Irã também com esta questão.
26:34À medida em que esses países vão se tornando cada vez mais intocáveis,
26:37isso não vira um estímulo para estes autoritários,
26:42para estes estados absolutistas se imporem cada vez mais com esta exploração,
26:50com base no terror?
26:52Como é que você vê esta questão envolvendo a produção de material nuclear?
26:56O que eu posso te afirmar diante da sua pergunta, Koba,
27:01é que a dinâmica e a lógica da Guerra Fria permanece firme e forte
27:06na atual dinâmica contemporânea das relações internacionais.
27:10Quem aqui estudou um pouco de história mundial
27:12lembra que a Guerra Fria era composta por uma corrida armamentista.
27:17Ambas as duas potências lutando entre si,
27:19elas garantiam ali os seus aliados e colocando forças militares
27:27e fazendo com que seus aliados fizessem justamente juiz a essa corrida,
27:33se munindo de armas e, dentre elas, armas nucleares.
27:37Então, essa dinâmica da Guerra Fria permanece com o eixo ocidental versus oriental.
27:42O oriental justamente sendo predominantemente esses governos autoritários
27:48e, diante da lógica das relações internacionais de força e de poder e de barganha,
27:54faz sentido, tendo um olhar bastante pragmático,
27:58eles buscarem se munir de armamentos que são potentes
28:02que te geram um poder de barganha
28:03para justamente negociar a sua posição como um ator global de poder.
28:09Tem uma teoria nas relações internacionais pelo Carr
28:13que fala que uma potência é reconhecida por três frentes.
28:17A principal delas é o poder militar.
28:19Então, a lógica desses países está de acordo com o que é a lógica das relações internacionais
28:25de maximização de poder e interesse dos países.
28:28É preocupante, por isso que, de fato,
28:31essa ação para conter o aumento do enriquecimento de urânio do Irã
28:38pode também ser vista como,
28:39olha, vocês estão aí vendo, vocês países autoritários e potenciais inimigos globais,
28:46vocês estão vendo que não vai ser fácil vocês conseguirem a arma de vocês.
28:50Como você tocou no assunto, a Coreia do Norte atualmente tem armas nucleares
28:54que a gente tem conhecimento e não foi impedida de maneira nenhuma.
28:57E é um ator que gera medo, porque tem um líder que é um tanto inconsistente
29:02e pode a qualquer momento, se o que der na telha, fazer algo maluco aí pelo mundo.
29:07Então, é importante a gente ver os pesos e os contrapesos
29:11e as contrações que Israel está tomando em relação ao Irã
29:15para os outros países observarem isso também.
29:18Fabrício Nays, eu quero te perguntar sobre a situação política de Benjamin Netanyahu,
29:22que já era ali contestada a sua gestão antes do 7 de outubro de 2023.
29:27Ele teve decisões importantes, muitas apoiadas, muitas questionadas pela população de Israel
29:33durante esse conflito com o Hamas, principalmente.
29:37E agora, em relação a este conflito com o Irã, ele tem apoio do povo israelense?
29:42Ele tem apoio do povo e tem apoio político para agir como tem agido em relação ao conflito no Irã?
29:49Como fica a situação política do primeiro-ministro israelense?
29:53Nesse momento, ele está mais fortalecido. A guerra fortalece o governo Benjamin Netanyahu
29:58por ser um sinônimo de estabilidade no território israelense,
30:02por ser um político muito experiente.
30:05Mas o fato é que, se nós observarmos as últimas ações do exército de Israel,
30:11todas elas costumam seguir uma pressão muito forte
30:14vinda tanto da comunidade internacional, quanto também da própria população israelense.
30:20Por exemplo, quando a gente volta lá para o 7 de outubro de 2023,
30:24a gente não pode esquecer que durante o ano de 2023 inteiro,
30:27a população de Israel saía todas as semanas às ruas
30:31para protestar contra a reforma judicial promovida pelo governo Netanyahu.
30:36O que aconteceu na reforma judicial?
30:38A oposição alega que Netanyahu estava dando um jeito ali de calar a boca
30:42do que seria o Supremo Tribunal Federal do país.
30:44trocar juízes, fazer com que o legislativo pudesse contestar os pareceres da Suprema Corte
30:52e no legislativo Netanyahu tinha força, ou tem força até hoje.
30:56Então a população foi às ruas.
30:58E aí vem o 7 de outubro de 2023.
31:01E Israel se une em torno da causa da existência do país
31:04e apoia, claro, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu,
31:07que volta a ser criticado depois pela demora para a retirada dos reféns lá da faixa de Gaza.
31:13Até hoje tem mais de 50 reféns em Gaza que não conseguiram voltar para casa vivos ou mortos.
31:19E o governo é muito criticado por isso.
31:21Quando a pressão aumenta, Israel anuncia uma nova operação,
31:24uma nova fase do conflito com o Hamas,
31:27ou então com o Hezbollah, como aconteceu no final do ano passado lá no Líbano.
31:31E agora, nessa semana, a pressão era internacional
31:35por conta da catástrofe que acontece na faixa de Gaza,
31:38a dificuldade de entrada de ajuda humanitária.
31:42E aí, para Netanyahu, cai do céu essa oportunidade
31:45dele atacar o território iraniano.
31:48Onde ele sabe que não vai haver uma grande contestação da comunidade internacional,
31:53porque a Europa e os Estados Unidos jamais iriam rejeitar um ataque contra o Irã
31:57ou jamais defenderiam o Irã nessa situação.
31:59E isso novamente fortalece Netanyahu.
32:02As declarações, inclusive, dos partidos de oposição lá em Israel,
32:06que são partidos de esquerda, o YAPID, por exemplo,
32:08são no sentido de união nesse momento.
32:11Entenderem que o Irã é um inimigo comum israelense,
32:15que é importante para Israel neutralizar as ameaças iranianas.
32:19Mas aí vem uma questão.
32:20Essa ameaça iraniana que o governo israelense alega,
32:24de que o Irã estaria construindo armamentos nucleares
32:26através do enriquecimento de urânio,
32:28não é uma narrativa, digamos assim,
32:31eu não gosto muito de usar esse termo,
32:32mas não é uma fala do governo de Israel que vem de hoje.
32:36É uma fala que vem desde 1999.
32:38E desde então não houve uma comprovação, de fato, dessa atividade iraniana.
32:43Por isso essa retaliação do Irã tão forte como tem sido,
32:48por isso esse aumento tão repentino das tensões na região.
32:54Então há uma unidade nesse momento dentro de Israel,
32:58até a gente pode observar isso através das entrevistas que a gente tem feito aqui na Jovem Pan
33:03com moradores israelenses,
33:04todos eles garantindo que o povo está muito unido
33:07e entende que o Irã é sim uma ameaça para o país.
33:12E aí Netanyahu pode se deleitar com essas operações.
33:17Isso garante a estabilidade dele no governo nesse momento.
33:21Essa semana houve uma votação muito importante no parlamento de Israel,
33:25podendo inclusive dissolver o parlamento,
33:27e o governo conseguiu vencer essa votação,
33:30manteve então a sua governabilidade,
33:33mas ele pode agora gozar de um pouco mais de estabilidade,
33:38de um pouco mais de confiança da população por ser esse líder experiente.
33:42A questão é quanto tempo que isso dura,
33:44porque eventualmente vai chegar a um acordo de paz,
33:48a gente imagina, a gente espera que chegue a um acordo de paz entre Israel e Irã.
33:51E aí quando a situação acalmar, quando a poeira baixar,
33:56vem o dia seguinte.
33:56Nesse dia seguinte que Netanyahu certamente vai ter algum tipo de problema político.
34:01Eu quero receber agora no Fast News deste domingo o André Last,
34:05que é presidente executivo da Stand Vivas Brasil.
34:09Esteve conosco ontem aqui na edição do Jornal Jovem Pan,
34:11inclusive no momento em que a gente via ali em tempo real os mísseis sendo enviados
34:15e o sistema de defesa de Israel reagindo ao ataque iraniano.
34:20André que estava a caminho de Israel e que quando recebeu inclusive essas informações está na Europa.
34:27Não é isso, André?
34:28Seja bem-vindo aqui mais uma vez a Jovem Pan.
34:31Uma boa tarde para você aí, né?
34:33Boa tarde, meu boa tarde, boa tarde a todos.
34:35Obrigado pelo convite, mais uma vez.
34:37André, a gente está falando justamente da possibilidade de apoio de outros países,
34:43de intervenção até para solucionar este conflito.
34:47Como é que você vê esta possibilidade?
34:48Olha, eu acho que, por enquanto, a possibilidade de intervenção dos outros países
34:57é convencer os iranianos, o regime iraniano.
35:01A gente tem que fazer a distinção aqui do regime e da população.
35:05Apesar de que o regime deve gozar de algum tipo de apoio de parte da população iraniana,
35:11é um país de 100 milhões de pessoas que tem uma ditadura religiosa há 46 anos
35:15e, provavelmente, a maior parte desse país gostaria de se ver livre dessa ditadura.
35:21Então, é convencer eles de cederem.
35:26O modelo da negociação com os Estados Unidos, que estava acontecendo nos últimos dois meses,
35:32colocava o Irã numa posição de ele aceitar que, para ter um acordo,
35:39ele precisa abdicar do direito de enriquecer urânio em seu solo.
35:42Ponto. Porque todos os indicativos, inclusive da Agência de Energia Atômica da ONU,
35:49é de que ele está enriquecendo urânio a 70%, 60% e ninguém enriquece urânio.
35:54Nenhum país enriquece urânio a 60%, 70% para fins pacíficos ou para fins energéticos.
36:01Você enriquece urânio nessa quantidade só para fins militares.
36:03E eles têm urânio enriquecido nessa quantidade, que para 90% é muito rápido,
36:09para nove bombas atômicas.
36:12Isso é um perigo existencial para Israel e não só para Israel,
36:14mas eles falam na retórica deles há décadas de que Israel tem que ser destruído,
36:19de que Israel é um câncer, de que eles precisam destruir Israel,
36:21de que Israel em 2030 não vai mais existir, etc.
36:24Então, países com essa natureza que tem esse tipo de retórica precisam ser levados a sério.
36:34Não adianta achar que isso foi só retórica e ficar esperando.
36:37Porque quando acharam que era retórica com Hitler, aconteceu a Segunda Guerra Mundial.
36:41Então, a retórica é também importante, tem que ser levadas em consideração.
36:45Então, os países podem ajudar onde?
36:47Fazer com que o Irã entenda que existe uma ameaça real e imediata ao regime
36:57se eles não aceitarem um acordo aos moldes que está sendo oferecido
37:02enquanto eles estão sendo atacados pela Força Aérea de Israel.
37:05Com certeza, se esse acordo fosse firmado, os ataques cessariam.
37:10Eu não acho que eles vão aceitar isso.
37:12Eu acho que eles vão ficar dobrando a aposta
37:14até entrar num confronto direto, não só com Israel.
37:18E aí eu acho que a solução vai ser, eventualmente,
37:21daqui a alguns dias o Irã vai acabar ou cedendo
37:24ou vai acabar tendo o seu programa nuclear totalmente destruído,
37:28eventualmente com a intervenção dos Estados Unidos,
37:31para atacar especificamente a base nuclear de Fordu,
37:35que é onde está a maior parte das centrífugas
37:38densamente dentro da Terra.
37:40precisa de uma série de bombas muito específicas
37:44que somente os Estados Unidos têm
37:46para poder destruir completamente essa base
37:49e mesmo assim fazer com que o regime se enfraqueça.
37:53Isso pode também trazer mudança política para o Irã,
37:55pode ter um golpe, pode ter uma queda do regime,
37:58pode ter pessoas de dentro do regime que não concordem
38:01com a linha que o regime está indo
38:02e façam algum tipo de intervenção interna
38:06para mudar essa estratégia que o Irã está indo nesse momento.
38:10Mas o perigo agora era, se o Irã não fosse atacado agora,
38:15ele ia perder essa janela de oportunidade.
38:17Esse ataque não vem do nada, ele não vem em um vácuo total.
38:21Tem um histórico atrás de uma agressividade,
38:25de um financiamento de grupos terroristas.
38:27A gente está totalmente ligado com o 7 de outubro,
38:30totalmente ligado com a crise no Líbano,
38:32com o Hezbollah no Líbano, que desestabilizou o país
38:35nos últimos 40 anos e por aí vai.
38:38Então, se Israel conseguir cumprir os seus objetivos militares,
38:43o mundo inteiro vai se beneficiar, não apenas Israel.
38:47Os iranianos vão se beneficiar, o mundo inteiro vai se beneficiar.
38:50Perfeito. André, a gente tem a Maria De Carli aqui,
38:53nossa comentarista, ela vai te fazer a próxima pergunta.
38:57Oi, André, tudo bem? Boa tarde.
38:59Vocês me ouvem?
39:00Ah, tudo bom?
39:02Oi, Maria. Tudo ótimo.
39:04Bom, eu queria fazer justamente,
39:06por uma pergunta que o próprio Kobayashi me fez há pouco,
39:12e eu acho que me interessa,
39:13em relação a esses países europeus.
39:16Como você vê a União Europeia nesse contexto atual,
39:19desse jogo de xadrez?
39:21Diante de todos esses conflitos que a gente vê,
39:23não apenas, acredito principalmente Israel e Irã,
39:26mas a União Europeia como um todo, como um mediador.
39:29Ele mencionou o caso da França,
39:31que o presidente Macron se colocou ali à disposição.
39:34Então, diante desse novo xadrez global,
39:36qual você acha que é o poder de barganha da União Europeia
39:38dentro desse conflito e dos demais conflitos,
39:40se você quiser abordar um pouco também?
39:43Olha, os europeus, eles podem ser vistos como mais,
39:47um pouco mais neutros que os Estados Unidos,
39:49na questão diplomática,
39:51mas os europeus não estão neutros nessa questão.
39:54Os europeus, obviamente, em portas fechadas,
39:57jamais tirariam o direito,
39:59a gente viu isso nas declarações da França,
40:01da Alemanha, da Inglaterra,
40:03eles não tiram o direito de se defender,
40:05eles entendem que é um perigo existencial.
40:07Não é um perigo existencial para eles,
40:09mas eles não gostariam de conviver no mundo com o Irã nuclear.
40:13Seria complicado para eles também,
40:14apesar de não existir um perigo para eles imediato.
40:17Mas, politicamente falando e geopoliticamente falando,
40:22é ruim para o mundo inteiro mais um país, um nuclear,
40:25e esse país ser uma ditadura religiosa
40:27que oprime a sua população há 46 anos.
40:30Então, eu acho que para os europeus,
40:33por um lado, eles podem ser vistos pelos iranianos
40:37como mais neutros,
40:38mas eles não são 100% neutros.
40:41Por outro, porque não tem como ter uma 100% neutralidade aqui.
40:44Se a gente for pegar a Suíça, a Suíça vai ser mediadora,
40:47ela não tem histórico de mediar conflitos desse porte,
40:50mas como um país neutro.
40:51Mas a Suíça é uma democracia,
40:53Israel é uma democracia, o Irã é uma ditadura,
40:55as pessoas são livres no Irã, as pessoas não são livres.
40:58Então, só por uma questão de valores e costumes,
41:01a Suíça é mais alinhada com Israel do que com o Irã.
41:04Então, nesse caso daqui,
41:07os europeus poderiam ser vistos pelos iranianos como mais neutros,
41:11mas eles não têm o poder de barganha
41:14de uma ameaça real e imediata militar
41:17que nem os Estados Unidos têm.
41:19E neste caso daqui,
41:20os Estados Unidos cumprem um papel
41:21de ter esses dois chapéus.
41:25O chapéu da diplomacia
41:27e da resolução do conflito através de diplomacia
41:30como possível acordo,
41:32porque precisa dos Estados Unidos.
41:34E por outro,
41:35uma real ameaça
41:37crível e imediata
41:40caso eles não cumpram.
41:42O que está acontecendo agora é
41:44os Estados Unidos estão avaliando ou não de entrar.
41:48De entrar no conflito
41:49no sentido de participar de parte dos ataques
41:51a parte dos alvos que Israel já pré-determinou.
41:54Os iranianos agora têm um relógio
41:56correndo para trás.
41:58Esse cronômetro está ligado.
42:00Se nos próximos dias
42:03os iranianos não entenderem
42:06que existe aqui um perigo real,
42:08eventualmente os Estados Unidos
42:09podem entrar no conflito
42:10e aí realmente a destruição
42:12vai ser total
42:13no sentido do programa nuclear
42:15e do programa de mísseis
42:16que pode desestabilizar o regime
42:18e o regime pode cair.
42:20Então agora o regime vai ter que tomar
42:21uma decisão de
42:22eu quero perder uma parte
42:25ou perder tudo.
42:27E muitas vezes esses regimes pensam
42:29de uma forma menos racional
42:32do que nós achamos que eles pensariam.
42:34E pode ser que eles vão para tudo ou nada.
42:37Perfeito.
42:37Quero agradecer muito
42:38a sua participação com a gente aqui.
42:40André, você que tem contribuído
42:41tanto para a gente entender melhor
42:42tudo que está em volta desse conflito.
42:45Muito obrigado.
42:46A gente se vê aqui na programação
42:47e espero que você fique bem aí
42:51no seu destino, na sua viagem a Israel.
42:54Obrigado.
42:54Bom domingo a todos.
42:56Muito obrigado.
42:56Maria De Carli,
42:57importante isso que a gente estava discutindo
43:00a possibilidade de tantos atores
43:01que poderiam de alguma maneira solucionar
43:03porque é o que a gente pensa
43:04quem pode ajudar a acabar com esse conflito.
43:07Já pensamos nos Estados Unidos
43:08na Rússia
43:09nos países europeus
43:11como você também comentou
43:14e perguntou.
43:14Eu quero saber
43:15tem alguma chance
43:16do Brasil, por exemplo
43:17se colocar à disposição
43:18para ajudar na solução
43:20desse conflito.
43:21A gente já viu algumas manifestações
43:22do Itamaraty a respeito
43:24um pouco mais criticando
43:27a ação de Israel contra o Irã.
43:30Qual é o papel que se espera
43:32da diplomacia brasileira
43:33em relação a isso?
43:35Oi.
43:36Olha, eu acredito...
43:37A diplomacia brasileira
43:38ela sempre se coloca
43:39como mediadora de conflitos
43:41no geral
43:42como um todo.
43:43Repudia bastante
43:44guerras, conflitos
43:46sempre se colocou
43:47aí como uma pacifista
43:49a favor do diálogo
43:50esse é o histórico
43:51do Itamaraty
43:52um órgão bastante respeitado
43:54historicamente falando
43:55e é importante mencionar
43:57que apesar de suas condutas
43:59um pouco heterodoxas
44:01por exemplo
44:03quem aqui não se lembra
44:04quando o Lula
44:05fez um assento
44:06com a Armadine Had
44:07que na época
44:08era o presidente do Irã
44:09com relação justamente
44:11à questão
44:11de um acordo ali
44:13nuclear
44:14foi o estopim
44:15para que nações
44:17ocidentais
44:18pudessem
44:19fazer um acordo
44:19com o Irã
44:20com relação
44:21ao seu reenriquecimento
44:22de urânio
44:22se esse acordo
44:24foi eficiente ou não
44:25aparentemente
44:26não foi
44:26porque o Irã
44:27continuou
44:28enriquecendo urânio
44:29contra os olhos
44:31da comunidade internacional
44:32então eu acredito
44:34que Itamaraty
44:34vai se colocar
44:35como um pacifista
44:36como um mediador
44:37um pouco ali
44:38o que alguns
44:39considerariam
44:40em cima do muro
44:41e não vai
44:42eficientemente
44:43ter um destaque
44:45nessa atuação
44:47porque não tem
44:48um poder de barganha
44:49como os Estados Unidos
44:50ou um grande
44:51player
44:51enfim
44:52ainda não somos
44:53um grande
44:53player global
44:54muito obrigado
44:55Maria Decai
44:56esteve conosco
44:56nessa edição
44:57do Fast News
44:58de domingo
44:58quero agradecer
44:59também a você
44:59que esteve conosco
45:01nessa edição
45:01acompanhando
45:02toda a repercussão
45:03mundial
45:04a respeito do
45:04conflito
45:05entre Israel
45:06e o Irã
45:07terceiro dia
45:08de conflito
45:09mais de 10 pessoas
45:10mortas
45:10muitas outras feridas
45:11de lado a lado
45:13a gente segue
45:14acompanhando
45:14e voltamos
45:15a qualquer momento
45:16na programação
45:17da Jovem Pan
45:18com mais informações
45:19até mais
45:20a opinião
45:27dos nossos
45:27comentaristas
45:28não reflete
45:29necessariamente
45:30a opinião
45:31do grupo
45:31Jovem Pan
45:32de comunicação
45:33realização
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