Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • anteontem
Após os ataques aéreos israelenses, o Irã afirmou que suas principais instalações nucleares não foram atingidas e os danos foram limitados. O governo iraniano também impôs restrições ao acesso à internet em todo o país. Além disso, os preços do petróleo subiram mais de 8%, alcançando os maiores níveis em meses. Veja os desdobramentos da crise no Oriente Médio.
Apresentadores: Roberto Nonato e Soraya Lauand
Reportagem: Eliseu Caetano, Fabrizio Neitzke e Luca Bassani
Comentaristas: Alan Ghani e Cristiano Vilela

Assista ao Jornal da Manhã completo: https://youtube.com/live/kl0LJ56PBUc

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews

Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews

Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews

#JovemPan
#JornalDaManhã

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00A gente vai agora voltar à Europa e conversar com o nosso correspondente Luca Bassani, que tem novas atualizações.
00:08Luca, por favor, suas informações.
00:13Um pouco mais cedo, na minha última participação aqui, mais ataques ainda acontecem dentro do Irã, principalmente na região de Tabriz.
00:22Essa que é uma das grandes cidades iranianas que fica na porção mais ocidental.
00:26Também outros ataques na região montanhosa de Shiraz, essa que fica mais ao sul do Irã, não muito distante do próprio Golfo Pérsico,
00:36onde nós temos também muita produção de petróleo, então nós saberemos como isso impactará o mercado durante as próximas horas,
00:43quando o mercado, tanto nos Estados Unidos quanto em outros lugares do mundo, começarem a abrir.
00:49A gente vê que o acesso à internet continua restrito por todo o Irã, uma preocupação também é da própria população que tem no Irã utilizado fontes internacionais para se informar.
01:02A gente não pode esquecer que este bloqueio do acesso à internet é algo antigo dentro do Irã, com restrição a muitos sites, as redes sociais.
01:09Muitos dos iranianos têm que recorrer aos VPNs para ter acesso ao YouTube, às redes sociais e a também plataformas jornalísticas de outros países
01:18para tentar saber aquilo que acontece de fato, porque o Estado iraniano sempre prega uma censura bastante forte das informações,
01:27sobretudo em relação a temas de segurança nacional.
01:30O governo iraniano sempre quer projetar o seu poder como um grande Estado protetor, um Estado que sabe como responder a essas ameaças
01:38e agora muitas pessoas estão preocupadas com o que pode acontecer, já que Israel anunciou que serão ataques variados em muitos dias.
01:48Da mesma forma, nós vemos que alguns manifestantes se reúnem em Teherã para apoiar o governo,
01:56pedindo uma retaliação imediata aos ataques israelenses, mas como nós noticiamos mais cedo,
02:02até agora foram 100 drones ou mísseis lançados em direção a Israel, todos eles interceptados, sem casualidades até o momento,
02:10mas as autoridades israelenses ressaltam que essa operação tende a ser longa e as pessoas precisam estar preparadas,
02:16escutando sempre todas as diretrizes da defesa civil, das autoridades israelenses,
02:22para poder se salvaguardar de ataques de maiores proporções.
02:26Israel tem um grande sistema de defesa antiaéreo, conseguiu se proteger em outros ataques,
02:30principalmente do ano passado, onde tivemos o maior ataque de drones contra o seu território,
02:35mais de 300 em poucas horas, lá para abril de 2024, mas é uma preocupação constante.
02:41Vamos ver como as manifestações políticas e as negociações em relação ao acordo nuclear do Irã
02:48podem, então, ser afetadas em relação a isso, já que havia uma data marcada neste final de semana,
02:54mas até agora não foi confirmado se este encontro acontecerá de fato ou não.
02:59É isso, os reflexos que a gente vai acompanhando desse conflito no momento.
03:039h33. Repita.
03:079h33min.
03:09Bom, Fabrício Naitz, que segue aqui com a gente, nosso editor de Internacional,
03:13atualizando essas informações a respeito do ataque de Israel ao Irã, que era iminente.
03:19Estados Unidos deu mostras disso, tirando o pessoal de embaixadas ali dos países do entorno.
03:23O Fabrício, a figura do Netanyahu, até que ponto é uma peça-chave nesse conflito que a gente acompanha,
03:32nesse arrastar de conflitos que Israel está fazendo ali na região do Oriente Médio?
03:37Ainda que tem a alegação de se defender, como no caso do grupo Hamas,
03:40mas boa parte das pessoas entendem que passa um pouco do ponto,
03:44principalmente pela situação de miséria em que se encontra Gaza e os civis de Gaza,
03:48e agora esse ataque ao Irã.
03:51É uma figura que, talvez se a gente tivesse um outro personagem, um pouco mais moderado,
03:56a gente não tivesse esse cenário no momento, Fabrício?
04:00Certamente, Nonato.
04:01Não há a menor dúvida de que o exército de Israel tem total capacidade para, por exemplo,
04:06acabar, erradicar com o Hamas.
04:08É claro que a gente poderia entrar naquela discussão antropológica,
04:12até parafraseando aqui a Deise,
04:14falando que quando você extingue um grupo terrorista através da força,
04:20geralmente um outro grupo terrorista acaba surgindo, né?
04:23Porque a semente fica ali, ela vai passando de um lado para o outro,
04:27principalmente pela forma que Israel tem feito isso.
04:30Nessa semana a gente recebeu, por exemplo, a confirmação,
04:33a imprensa israelense já tem tratado disso abertamente,
04:36de que Israel, para combater o Hamas na faixa de Gaza,
04:40fez acordos com milícias ligadas ao Estado Islâmico.
04:43Ou seja, fortaleceu um grupo terrorista para acabar com outro grupo terrorista.
04:48É algo que infelizmente acontece desde que o mundo é mundo, né?
04:51Veja, é assim que surgiu...
04:52Inclusive no Oriente Médio também.
04:54É assim que surgiu a Al-Qaeda na década de 80.
04:56A Al-Qaeda, que depois fez o 11 de setembro, com o Osama Bin Laden na sua liderança,
05:02foi patrocinada diretamente pelos Estados Unidos na década de 80
05:05para conter a entrada da União Soviética no Afeganistão.
05:09Só para ilustrar, Nath, que o próprio Hamas também,
05:12o próprio Hamas servia de contraponta ao LP do Yasser Arafat,
05:16que era mais radical na época.
05:17Perfeitamente, Nath, muito bem colocado.
05:19Ou seja, o terrorismo vai se renovando.
05:22E o Netanyahu tem um problema jurídico.
05:25Ele é investigado por corrupção lá em Israel.
05:30Ele pode ser condenado por isso, ir à prisão por isso.
05:33E há um outro ponto.
05:34Ele já recebeu mandados de prisão do Tribunal Penal Internacional.
05:38Mesmo tribunal que determinou o mandado de prisão para o presidente russo, Vladimir Putin.
05:44Ou seja, ele tem problemas legais.
05:46E uma forma dele se sustentar no poder,
05:49sabendo que ele não é hoje a figura mais popular dentro de Israel,
05:52é justamente mantendo a guerra.
05:54Então, fica essa questão.
05:56Israel tem a capacidade militar para acabar com o Hamas.
06:00Mas é do interesse da cúpula do governo israelense que isso aconteça?
06:04É algo para a gente questionar.
06:06Claro que não é uma batalha simples, não é algo fácil de se fazer.
06:10Mas que a figura de Benjamin Netanyahu é central para esse conflito,
06:15isso não há a menor dúvida.
06:17Principalmente por ser um braço de apoio muito importante.
06:19O principal braço de apoio norte-americano, no Oriente Médio,
06:23até mesmo para conduzir um ataque como esse,
06:25que aí a gente tem aquela disputa de versões.
06:28O governo iraniano afirma, está batendo de pé junto,
06:32que os Estados Unidos sabiam que Israel ia atacar,
06:35que os Estados Unidos participaram do ataque.
06:38O governo israelense já fala que não, que atacou,
06:40e aí os Estados Unidos estão tentando até se distanciar,
06:43dizendo que não foram avisados.
06:45É uma guerra de versão, de narrativas, como costuma se dizer hoje em dia.
06:49Agora, há uma informação importante,
06:51que chegou agora há pouco, da agência de notícias Fars,
06:55que é uma agência iraniana de notícias,
06:58afirmando que o governo do Irã disse não ser responsável
07:02pelo disparo de drones contra Israel na noite,
07:06na madrugada de hoje, na manhã de hoje,
07:08em retaliação aos ataques israelenses no território iraniano.
07:13O governo iraniano, Teheran, está afirmando que
07:16a retaliação, a vingança contra Israel, ainda está por vir.
07:20A gente lembra, Nonato, que no ano passado,
07:23quando houve a troca de ataques aéreos entre Irã e Israel,
07:27começando com Israel atacando o território iraniano,
07:30depois a volta, depois a tréplica, pipipi, pó, pó, pó,
07:32o que aconteceu?
07:34Quando o Irã foi atacar o território israelense,
07:37foram sempre com mísseis muito abaixo da capacidade aérea
07:41de ofensiva iraniana.
07:43Agora demora para chegar.
07:45Exatamente.
07:46Os drones que eram disparados chegavam seis horas depois
07:48no território israelense, e todos eles interceptados
07:52pelos sistemas de defesa de Israel,
07:54sempre muito bem colocados, muito bem preparados.
07:57Ou seja, o governo iraniano está querendo indicar
08:01que pode, dessa vez, atacar com uma força maior Israel.
08:05Fabrício vai permanecer aqui, também conosco,
08:08nosso correspondente internacional nos Estados Unidos,
08:11Eliseu Caetano, que chega novamente com mais informações.
08:15Né, Eliseu?
08:15Exatamente, Soraya.
08:17A gente está aqui acompanhando tudo, minuto a minuto,
08:20as repercussões, não apenas aqui nos Estados Unidos,
08:22mas em toda a América do Norte, desse ataque israelense ao Irã.
08:26Vale a gente lembrar que ontem, aqui ainda no Jornal da Manhã,
08:29a gente trazia a informação de que o governo americano
08:32tinha emitido, naquela ocasião, na manhã da quinta-feira, ontem,
08:36um alerta de grau máximo às embaixadas e consulados do país,
08:42lá no Oriente Médio, chamando a atenção não apenas dos funcionários
08:47de alto escalão, mas também de seus familiares e para cidadãos americanos
08:51que vivem no Oriente Médio, que eles deixassem imediatamente os seus postos,
08:57se abrigassem em locais seguros ou até mesmo retornassem aos Estados Unidos.
09:03Esse alerta de grau máximo continua valendo na manhã desta sexta-feira.
09:08E foi um indicativo, de acordo com os analistas políticos por aqui,
09:12de que os Estados Unidos, sim, de alguma maneira ou de outra,
09:15estavam sabendo deste ataque que aconteceria na madrugada desta sexta-feira
09:20e também de que o Irã previamente havia sido alertado por Israel,
09:26algo que o governo israelense afirma que fez,
09:29que deu tempo para os civis saíssem desses lugares que seriam atacados
09:34e se posicionassem, se abrigassem em locais seguros.
09:38Ou seja, a guerra de narrativas, como o Fabrício Neitz, que bem colocou,
09:41continua acontecendo, porque neste momento os Estados Unidos se negam
09:45a dizer que participaram desta empreitada,
09:50mas, ao mesmo tempo, ontem eles deram indicativos de que sabiam
09:54de que isso poderia acontecer ou de que algo muito grave como isso
09:57poderia acontecer nas próximas horas, o que de fato aconteceu
10:00na madrugada desta quinta para sexta-feira lá no Irã.
10:04Aqui nos Estados Unidos a gente também já consegue acompanhar,
10:07através das agências internacionais de notícias e das redes de TV,
10:11funcionários do alto escalão do governo israelense,
10:14confirmando esse ataque com pelo menos 100 drones em território israelense
10:20e a informação de que Irã teria negado a autoria desses ataques conjuntos
10:25de 100 drones agora, na manhã desta sexta-feira,
10:29o que poderia ser um contra-ataque.
10:31Então, pode não ter sido.
10:33Agora resta saber quem teria, portanto, atacado o Israel na manhã desta sexta-feira.
10:40O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio,
10:43que é o equivalente a um chanceler aí no Brasil,
10:45também tem utilizado as redes sociais para se colocar a respeito
10:49e posicionou os Estados Unidos ainda há pouco,
10:52confirmando, reafirmando mais uma vez,
10:55de que o país não tem nenhuma correlação com esse ataque israelense ao Irã.
11:01Agora vamos às informações do mercado financeiro,
11:04os movimentos de hoje, porque o petróleo, o Brent,
11:06teve uma valorização que está variando neste momento
11:09entre 8% até 12%, alcançando aí máxima de vários meses, viu?
11:14Com a possibilidade de chegar a até 80 dólares o preço do barril,
11:19de acordo com os analistas políticos.
11:22Algo que, como Deise Siocari trouxe há pouco aqui,
11:25como comentário na Jovem Pan,
11:27pode sim, se confirmado, impactar e muito o Brasil.
11:31Com relação ao ouro e ao dólar,
11:34o ouro subiu na manhã desta sexta-feira cerca de 1%.
11:37Ele está cotado aí a pouco mais de 3.400 dólares.
11:42E o dólar, o ienes e o franco suíço funcionaram como ativos refúgio.
11:49Com relação às ações globais, uma queda significativa, viu?
11:53Os futuros do S&P 500 recuaram ali algo em torno de 1 a 1,5%.
11:58E mercados na Europa e também na Ásia caíram, viu?
12:03Entre 0,9% e 1,7%.
12:07Lá na Índia, a bolsa Sensex caiu 573 pontos.
12:13O Nifty voltou a operar abaixo dos 24.750,
12:18pressionado pela alta do petróleo e a versão global ao risco.
12:23A gente também está acompanhando a questão das rendas fixas, né?
12:25Dos títulos, porque o incremento na procura por segurança
12:28nessa sexta-feira já elevou os preços
12:30e as taxas dos treasjores de 10 anos
12:33que recuaram para cerca de 4,35%.
12:38Ou seja, é o mercado financeiro,
12:41é o mercado mundial já repercutindo
12:44e sentindo esse ataque israelense.
12:47Vale lembrar que Irã pode fechar um canal muito importante
12:52por onde escoa o petróleo ali no Oriente Médio
12:55e o temor, o receio global está justamente ali.
13:01Porque caso esse canal seja fechado,
13:04aí sim o preço do petróleo pode disparar no mundo inteiro.
13:08Eu volto com vocês no estúdio.
13:10Obrigada, Eliseu, pelas suas informações.
13:12Vamos seguir nesse assunto.
13:13Quero conversar agora com o Cristiano Villela.
13:15Falamos há pouco que existia, né?
13:18Ou parecia existir aí um cenário ideal
13:22para que Israel, então, atacasse
13:25e mostrasse a sua superioridade,
13:28a sua força frente ao Irã.
13:31E agora, Villela, como eles eu trouxe, né?
13:33Um certo distanciamento e uma postura dos Estados Unidos
13:37tentando se afastar,
13:39mas pedindo que eles consigam realizar esse acordo.
13:43Bom, se antes estava difícil, agora.
13:46Quais as expectativas, Villela?
13:48Olha, Sora, eu vejo que agora a tendência
13:52é que haja realmente um recrudescimento
13:54no conflito existente naquela região,
13:58especialmente nesse momento
14:00onde nós temos dois Estados
14:02diretamente se atacando,
14:04participando de um conflito direto,
14:07talvez diferentemente de outros momentos
14:09durante esses conflitos recentes do Oriente Médio,
14:13onde você tinha os Estados,
14:15até o próprio Irã, inclusive,
14:16atuando, mas atuando de uma forma terceirizada,
14:20participando da guerra por procuração,
14:22como se diz,
14:23de alguma forma,
14:24se utilizando de estruturas não estatais
14:27para a realização,
14:28para a participação do conflito.
14:30Hoje, nesse momento,
14:31nós temos claramente
14:32uma disputa envolvendo dois Estados nacionais.
14:36E aí, quando se trata desses dois Estados nacionais,
14:39é evidente que eles trazem consigo
14:42para esse conflito o histórico de relações
14:45e o lado geopolítico
14:47no qual eles estão inseridos.
14:49Nesse contexto,
14:50quando se tem um ataque promovido por Israel,
14:53é compreensível a leitura que se faz
14:56ou é uma leitura de que os Estados Unidos
14:57estão juntos nessa empreitada.
15:00E aí, nesse sentido,
15:01até evitando qualquer posicionamento mais firme
15:05ou qualquer retaliação
15:07que eventualmente possa acontecer
15:08de uma forma mais direta,
15:09qualquer declaração de guerra mais direta,
15:12o presidente americano,
15:14o governo americano,
15:15de alguma forma,
15:16vai se posicionando
15:17no sentido de que
15:19não fique na linha de frente dessa batalha,
15:21mas não deixe,
15:22não pode deixar em momento algum
15:24de se posicionar
15:26no sentido favorável a Israel,
15:28que é o seu grande aliado,
15:29que é um país com quem realmente
15:31mantém uma linha de atuação
15:34muito forte,
15:35muito alinhada
15:37e que não vai deixar de ter
15:38de forma nenhuma.
15:39E do mesmo sentido,
15:41por outro lado,
15:41quando se trata do Irã,
15:43vem todo o arco de relações
15:45envolvendo a cadeia internacional,
15:49então, quando se fala,
15:50nós já tivemos aí manifestação
15:51da Rússia condenando os ataques,
15:53por exemplo,
15:54seguramente outras nações
15:56também farão esse tipo de condenação,
15:59então, o tabuleiro da geopolítica nacional,
16:01ele começa a se movimentar
16:03e a tendência
16:05é que tenhamos uma escalada
16:07seja nos conflitos,
16:08mas também nas consequências
16:10em relação
16:11à geopolítica mundial.
16:13E é esse tabuleiro
16:14que a gente tem que ficar atento
16:15aí nos próximos movimentos.
16:17Agora, Alan Gani,
16:18nosso analista de economia
16:20aqui também,
16:20o Gani,
16:21esse momento de tensão
16:23numa região tão importante,
16:25quando a gente fala de petróleo
16:26e outros cenários
16:27para a economia,
16:28o Eliseu chamava atenção
16:29para o Estreito de Orbus também,
16:31que a gente já citou aqui,
16:33passa um quinto do petróleo mundial
16:34por ali,
16:35se for fechado
16:35é um problema muito sério.
16:37É o momento em que também
16:38investidores
16:39e todo mundo procura
16:40mercados mais seguros
16:42e aí é que vem
16:43essa elevação do dólar
16:45que a gente verifica hoje, Gani?
16:46Exatamente.
16:47Aliás, o Eliseu
16:48trouxe algumas cotações
16:50que sinalizam
16:51essa aversão ao risco.
16:53Então, uma alta do ouro,
16:55geralmente,
16:56em momentos de incerteza,
16:58incerteza geopolítica
16:59que traz impactos inflacionários,
17:02o mundo acaba correndo
17:04para o ouro.
17:05Também corre para posições
17:07em caixa e em dólar.
17:08Por isso que a valorização
17:10do dólar,
17:11não só a valorização do dólar,
17:13mas a gente observa também
17:14uma valorização
17:16dos títulos
17:17da dívida norte-americana,
17:19principalmente aqueles títulos
17:20de curto prazo.
17:22Então, à medida
17:22que os investidores
17:24compram mais esses títulos,
17:26aumenta a demanda pelo título,
17:27o preço do título sobe,
17:29existe uma relação inversa
17:30entre taxa de juros e preço
17:32e as taxas de juros
17:33vão para baixo.
17:35Em sentido contrário,
17:36as bolsas despencam,
17:38porque o investidor,
17:40num cenário
17:41de risco sistêmico,
17:43de incerteza geopolítica,
17:45ele entende
17:46que as empresas
17:47vão se tornar
17:48menos lucrativas.
17:50E aí ele se antecipa
17:51e começa a vender
17:52as suas posições.
17:53É isso que explica
17:54o banho de sangue
17:56nas bolsas
17:57no mundo inteiro,
17:58caindo já
17:59os futuros nos Estados Unidos,
18:01bolsa na Europa,
18:02bolsa na Ásia.
18:03E à medida
18:04que esta guerra
18:06ela vai escalando,
18:08essa piora também
18:09no mercado financeiro.
18:11Ela deve se concretizar
18:13e apontando,
18:15sinalizando,
18:16antecipando
18:18uma piora
18:19da economia mundial,
18:20que basicamente
18:21significa
18:22aumento da inflação
18:24e desaceleração
18:25da atividade econômica.
18:27Vamos conversar
18:28com o Luca Bassani
18:29direto da Europa,
18:31trazendo também
18:31novas atualizações,
18:33porque há uma
18:34grande expectativa
18:35de possíveis
18:36novos também
18:37atores,
18:39né, Luca?
18:39De quem poderá
18:40de repente
18:41colocar aí
18:41um freio de mão
18:42em todo esse cenário?
18:45É exatamente
18:46uma questão
18:47que tem sido levantada
18:48por alguns europeus,
18:50mas analisando
18:50o atual cenário,
18:52Soraya,
18:52é importante dizer
18:53que o Irã
18:53está extremamente
18:54isolado
18:55em toda a região.
18:57Antes,
18:57quando Bachar Al-Assad
18:58era o presidente
18:59da Síria,
19:00havia um contato direto
19:02entre dois governos
19:03constituídos,
19:04porque nós sabemos
19:05que desde a Revolução
19:06Islâmica,
19:06o Irã,
19:07ele depende muito mais
19:08das suas próxes,
19:09né,
19:09desses grupos terroristas,
19:10alguns fundamentalistas
19:11que atuam em nome
19:13da República Islâmica
19:14em diversos locais,
19:15o Hamas,
19:16o Hezbollah,
19:17os Hutis,
19:17as milícias no Iraque,
19:18etc.
19:19Então,
19:19não há nenhum governo
19:20constituído na região
19:21que poderia vir em defesa
19:23do Irã
19:24ou até mesmo ajudar
19:25em uma operação
19:26retaliatória contra Israel.
19:28Vale a gente dizer
19:29que muitas nações
19:30do mundo árabe,
19:31do mundo islâmico,
19:32têm condenado
19:33essas ações israelenses,
19:34pedindo por uma desescalada,
19:37pedindo para que haja calma
19:38nesse momento,
19:39mas nos bastidores
19:40muitas delas
19:42comemoram
19:42esses ataques
19:44porque são também
19:45inimigos históricos
19:46e ideológicos do Irã.
19:47Arábia Saudita
19:49é um grande exemplo.
19:50A nação
19:50onde temos
19:51o berço do Islã
19:52na nação sunita
19:54e que tem
19:54uma projeção
19:55de poder regional
19:56que rivaliza
19:57diretamente
19:57com o poder
19:58dos ayatollahs
19:59em Teherã.
20:00Então,
20:01exatamente por isso,
20:02muitos sabem
20:02que o Irã
20:03é um fator
20:03de desestabilização
20:05em toda a região
20:06e que caso eles
20:07alcançassem
20:08uma arma nuclear
20:09poderia significar
20:11um caminho
20:12sem volta.
20:12Então,
20:13exatamente nesse sentido,
20:14Jordânia,
20:15Egito,
20:15Arábia Saudita,
20:16Emirados Árabes Unidos,
20:17o Kuwait,
20:19entre outras nações
20:20ali do Golfo,
20:21indiretamente
20:22se sentem
20:23aliviadas
20:24pela possibilidade
20:25do Irã
20:26não poder
20:26continuar desenvolvendo
20:27armas atômicas.
20:28Ainda não sabemos
20:29o grau de destruição
20:30feito por Israel
20:31nestas bases nucleares,
20:33mas com certeza
20:34isso vai retardar
20:35todo o processo
20:35de enriquecimento
20:36de urânio
20:36porque a perda
20:37financeira
20:38é bastante grande
20:39e nós sabemos
20:40que não é fácil
20:41você construir
20:42estas centrífugas nucleares,
20:44todo esse processo
20:45que o Irã
20:45faz de forma
20:46subterrânea,
20:47mas que foi
20:47também danificada
20:49durante as ações
20:50que aconteceram
20:51nesta madrugada
20:51e que,
20:52segundo Netanyahu,
20:53deverão acontecer
20:54também nos próximos dias.
20:56O Fabrício Naites,
20:57que é nosso editor
20:58internacional,
20:58também com a gente
20:59nessa cobertura.
21:00Fabrício,
21:00o que dá para esperar
21:02desse conselho
21:03da ONU
21:03quando o Irã
21:04pede uma reunião
21:05de emergência,
21:06aqui a gente já está
21:06olhando um pouco
21:07mais para frente,
21:08tem também
21:08essa outra reunião
21:09que foi proposta
21:10pelo Macron
21:10para se discutir
21:11dois estados,
21:12um palestino
21:12e outro israelense,
21:14o que,
21:15claro,
21:15não agrada Israel
21:16e também não
21:16aos Estados Unidos.
21:17Os Estados Unidos
21:18também tem um poder
21:19enorme no conselho
21:20da ONU também.
21:22Dá para a gente
21:23imaginar que
21:24esse isolamento
21:25que você se referiu,
21:26o Luca também
21:26se referiu agora,
21:27que o Irã
21:27está entrando
21:28a partir da ação
21:29de Israel.
21:31Pode ser que seja
21:32um pouco atenuado
21:33a partir dessas reuniões
21:34na ONU
21:35ou não dá para esperar
21:36tanto assim
21:37dessa organização?
21:38E até se me permite
21:39antes, Fabrício,
21:39desculpa,
21:40como de fato
21:41a ONU
21:41e outros organismos
21:43internacionais
21:43devem se posicionar
21:45nesse momento?
21:46Olha,
21:47a ONU
21:47e organismos
21:48internacionais
21:49em geral
21:49devem seguir
21:50uma linha
21:51muito similar
21:51à publicação
21:52feita há pouco
21:53pelo presidente
21:54Emmanuel Macron
21:55pedindo uma
21:56desescalada da guerra
21:57e falando,
21:58claro,
21:58do direito
21:59israelense
22:00de se defender.
22:01No caso da ONU
22:02vai pedir,
22:03vai ser uma coisa
22:04ainda mais neutra
22:05muito certamente,
22:06mas esse isolamento
22:07deve se manter
22:08do Irã
22:09ao redor do mundo.
22:11Dificilmente
22:12nós veremos
22:13um posicionamento
22:14de algum país
22:14europeu,
22:15de algum país
22:16membro da OTAN
22:17indo radicalmente
22:19contra a postura
22:20dos Estados Unidos,
22:21por exemplo,
22:22ou defendendo,
22:23partindo em defesa
22:24do Irã,
22:25porque são
22:26rivais históricos
22:28nessas últimas décadas.
22:29Se colocaram
22:30em posições
22:31antagonistas
22:32na última década
22:33e isso dificulta
22:35muito qualquer
22:35tipo de
22:36avaliação,
22:38de medida
22:39que possa ser
22:40considerada
22:41mais favorável
22:43ao Irã,
22:43vamos dizer assim,
22:44que condene
22:45o ataque de Israel
22:46ou algo
22:48nesse sentido.
22:49Esse isolamento
22:49do Irã
22:50é muito difícil
22:51para o país
22:52lidar nesse momento
22:53porque ele não vai ter
22:54uma força internacional
22:56muito grande
22:56para se sustentar
22:57diante dessa situação.
22:59Israel conseguiu
23:00criar uma verdadeira
23:01sinuca de bico
23:02nesse momento,
23:04tanto para o Irã,
23:05que tem essa falta
23:06de apoio internacional
23:07no momento,
23:08quanto também
23:09para os países europeus,
23:10que como a gente
23:10já havia destacado aqui,
23:12Nonato, Soraya,
23:13todos que nos acompanham,
23:15vinham pressionando Israel
23:16nas últimas semanas
23:17por conta da crise humanitária
23:18na faixa de Gaza.
23:20E aí existe aquele termo
23:21cortina de fumaça,
23:22pode ser aplicado
23:23perfeitamente
23:23nesse momento.
23:24Não há uma mudança
23:26de pauta maior
23:27no momento
23:28envolvendo a situação
23:29no Oriente Médio
23:30do que essa.
23:31Até o começo da semana,
23:32até ontem,
23:33nós falávamos sobre
23:34a gravíssima crise humanitária
23:35na faixa de Gaza.
23:36Hoje a gente está falando
23:37sobre os gravíssimos ataques
23:39entre Israel e Irã
23:41e a discussão sobre Gaza
23:43vai acabar ficando
23:44para escanteio.
23:45A possibilidade hoje
23:47de um acordo
23:47de cessar fogo
23:48entre Israel e Hamas
23:50cai por terra.
23:51A possibilidade
23:52de uma negociação
23:53de solução
23:53de dois estados
23:54vai embora.
23:55A possibilidade também
23:56do acordo nuclear
23:58entre Estados Unidos
23:59e Irã
23:59também fica muito
24:01mais dificultada,
24:02pelo menos nos termos
24:03que se podia imaginar.
24:04Talvez agora
24:04a questão vai ser mais
24:05no termo norte-americano
24:06mesmo.
24:07E nesse cenário,
24:08Benjamin Netanyahu
24:09vai se perpetuando
24:10no poder em Israel
24:11enquanto se alimenta
24:12conflitos.
24:13Vai se perpetuando
24:14no poder,
24:14dá um golpe muito duro
24:15na Arábia Saudita
24:17que contava com esse acordo
24:18nuclear entre Estados Unidos
24:20e Irã porque os sauditas
24:21querem diversificar
24:22a sua economia,
24:23não querem depender
24:24apenas do petróleo,
24:25já pensando no futuro,
24:26pensando lá na frente
24:27e para isso eles precisavam
24:29desse acordo.
24:30Agora a situação é outra.
24:31Então,
24:32toda aquela possibilidade
24:34que a gente tinha visto
24:35há cerca de um mês
24:36com a visita do Trump
24:37no Oriente Médio,
24:38de um Oriente Médio
24:40mais estável,
24:41mais calmo,
24:42nesse momento
24:43evaporou.
24:43E Fabrício,
24:44de que forma
24:45Benjamin Netanyahu
24:47está pensando
24:48em conseguir
24:48mudar o mapa
24:50do Oriente Médio
24:51usando a força?
24:53Mudar o mapa
24:54talvez seja difícil,
24:55mas mudar as lideranças,
24:57quem conduz o mapa,
24:58isso talvez possa ser algo
25:00um pouco mais realizável.
25:02É difícil imaginar
25:03uma queda do regime iraniano.
25:04Há uma força muito grande lá,
25:06muito forte,
25:07muito bem estabelecida
25:08há muitas décadas.
25:10Mas a gente pode imaginar
25:11o enfraquecimento do Irã
25:13a ponto do país
25:14se apequenar
25:14e se tornar
25:15um anão diplomático,
25:17não é exatamente
25:17o termo que a gente
25:18poderia utilizar aqui.
25:19O Irã,
25:20diplomaticamente,
25:21não tem nenhuma moral
25:23com o Ocidente,
25:24mas um país
25:26cada vez menor
25:27nas disputas internacionais,
25:29mais acuado.
25:30Aí sim,
25:31talvez seja a questão.
25:32É,
25:33lembrando que essa teocracia
25:34está lá desde 1979
25:35com a volta
25:36do Ayatollah Khomeini,
25:38que estava asilado
25:39inclusive na França
25:40e voltou
25:41para assumir o poço
25:42lá no lugar do Chárez Apaleve.
25:44O Eliseu Caetano
25:45tem informações
25:45dos Estados Unidos
25:46que tem brasileiros também
25:47que estavam,
25:48autoridades inclusive,
25:49em Israel
25:50e tiveram que se esconder
25:51em bunkers também,
25:52né Eliseu?
25:55A gente volta a falar
25:56ao Rio direto
25:56dos Estados Unidos,
25:578 horas da manhã
25:58com 56 minutos,
25:59aqui na Costa Leste do país,
26:019 horas da manhã
26:01com 56 minutos
26:02pelo horário de Brasília.
26:03Estamos acompanhando também
26:04as movimentações
26:05lá em Israel,
26:06porque são momentos
26:07de terror
26:08vividos mais uma vez
26:10neste momento,
26:11não apenas pelos moradores,
26:12mas também pelos turistas,
26:13por quem está visitando
26:14o território israelense.
26:16E agora há pouco,
26:18a gente recebeu a notícia
26:19aqui nos Estados Unidos
26:20de que o prefeito
26:21de Belo Horizonte,
26:23Álvaro Damião,
26:24do União,
26:25se refugiou
26:26em um bunker
26:27após as sirenes
26:28alertarem
26:29para possíveis
26:30ataques aéreos
26:31em meio
26:32a escalada
26:33da tensão
26:33entre Israel
26:34e Irã.
26:35Damião está
26:36no país
26:37a convite
26:37do governo israelense
26:38e acompanhado
26:39de cerca
26:40de 25 brasileiros,
26:42incluindo
26:42outros prefeitos
26:44para conhecer
26:45tecnologias
26:46de defesa.
26:47Há uma rádio brasileira,
26:49ele deu uma entrevista
26:50agora há pouco
26:50e confirmou
26:52essa situação
26:53e afirmou
26:54que ainda
26:55não sabe como
26:56e nem quando
26:56retornará
26:57ao Brasil,
26:58pois o espaço
26:59aéreo israelense
27:00está fechado.
27:02Ele também
27:02foi orientado
27:03pela Embaixada
27:04Brasileira
27:05a aguardar
27:06por novas orientações
27:08e enquanto
27:09esses brasileiros,
27:11cerca de 25 brasileiros
27:12lá,
27:12aguardam novas orientações,
27:14a Base Aérea Militar
27:15do Irã
27:16postou agora há pouco
27:17no X,
27:18sangue
27:19por sangue,
27:20mostrando que
27:21uma retaliação
27:21está a caminho.

Recomendado