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O Irã lançou uma nova onda de mísseis contra as cidades de Jerusalém e Tel Aviv neste sábado (14), em uma grande escalada do conflito no Oriente Médio. O cientista político André Lajst analisa a ofensiva e explica qual a estratégia e as vantagens táticas que o Irã busca ao realizar os ataques durante a noite.

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00:00Você está acompanhando aí imagens ao vivo, neste momento direto de Israel, há uma grande atenção porque os alarmes soaram, alerta máximo em Israel para os bombardeios, essas imagens são de agora, de Tel Aviv, imagens ao vivo, então a qualquer momento você pode ver imagens de mísseis sendo enviados ou interceptados no céu de Tel Aviv,
00:25torcendo, claro, todos nós aqui para que não haja mais feridos, não haja mais mortos, até este momento seis foram as pessoas assassinadas, mortas pelos ataques do Irã contra Israel, ataques de ontem e de hoje, três pessoas morreram ontem, três pessoas morreram hoje.
00:42Pergunta agora do Cristiano Vilela ao André Last, enquanto você segue acompanhando imagens ao vivo de Tel Aviv em Israel.
00:49André, boa noite, sempre bom falar com você aqui na Jovem Pan, sempre esclarecedor, pelo menos num contexto como esse, um contexto muito triste, mas é importante obtermos notícias, informações dos diversos pontos de vista.
01:06Ouvindo, acompanhando bastante a sua fala, suas considerações, eu fico com a impressão que estamos chegando realmente num momento onde um conflito como esse do Israel e Irã,
01:20acaba não tendo um plano B, não tendo realmente talvez uma saída pacífica que não seja realmente Israel conseguindo aniquilar as estruturas nucleares do Irã,
01:32e eventualmente conseguir fazer com que possa desestruturar, do ponto de vista marmentista, do ponto de vista até político, o Irã hoje como país.
01:44Vilela, para você te interromper nesse momento, a gente viu ali no céu de Israel uma imagem de mísseis, Jerusalém é esta cidade, as imagens que estão agora na tela,
01:53a gente vê mais mísseis sendo enviados, não sei se exatamente são os mísseis ou se ali é justamente o sistema de defesa de Israel.
01:59André, talvez você possa nos ajudar aí, mas são imagens ao vivo deste momento, momento em que há uma grande tensão e alerta máximo em Israel,
02:08céu de Jerusalém, nesse momento, as imagens ali sendo cortadas no céu, o céu de Israel nesse momento sendo cortadas por essas imagens,
02:16que não sei precisar se são de mísseis ou se são do sistema de defesa israelense.
02:22Aí, imagens ao vivo, duas horas e 42 minutos, duas horas da manhã e 42 minutos em Israel, essas são imagens ao vivo.
02:33André, você sabe me dizer se a gente consegue identificar se essas são imagens de mísseis ou do sistema de defesa?
02:40Pelo meu conhecimento, parece ser imagens do sistema antiaéreo israelense trabalhando.
02:49Que é o domo de ferro, não é isso?
02:51Que é justamente...
02:52Não necessariamente o domo de ferro, existem três níveis de sistema antiaéreo, o domo de ferro são para mísseis pequenos ou para destroços de mísseis maiores,
03:04mas existe aqui o tapete vermelho, o David Till, do escudo de Davi, que é o sistema intermediário para mísseis de cruzeiro e mísseis maiores,
03:13e o Arrow, que seria a tradução direta para flecha, que seria o sistema antimíssel para mísseis balísticos e mísseis de grande porte.
03:23Aí, agora, a imagem está muito longe, não dá para identificar, mas pela trajetória da imagem que a gente está vendo agora na Jovem Pan News,
03:32me parece que essas imagens são do sistema antiaéreo israelense funcionando.
03:38Está aí, imagens ao vivo agora de Israel, a gente segue acompanhando, naturalmente torcendo para que não haja mais feridos, não haja mais mortos,
03:45já havia uma grande expectativa, a população de Israel foi alertada há poucos minutos, tão quanto há poucas horas também,
03:52para que se dirigissem a locais seguros, que são os bunkers subterrâneos, onde há uma maior proteção.
03:59Então, essas imagens também são imagens ao vivo do céu de Israel neste momento, onde são 2 horas e 43 minutos da manhã,
04:07aí já na cidade de Tel Aviv. Essas são imagens do céu de Tel Aviv neste momento.
04:13A gente lembra que há o ataque massivo do Irã contra Israel.
04:18Eles apostam, inclusive, na sobrecarga do sistema de defesa, então, em muita quantidade, não só na potência,
04:24mas em muita quantidade, justamente para sobrecarregar o sistema de defesa.
04:28E a gente vê ali os mísseis sendo interceptados pelo sistema de defesa neste momento em Israel,
04:35onde, neste momento, 2 horas e 44 minutos da madrugada, a população foi alertada há poucos minutos
04:42para que se dirigissem aos abrigos, aos bunkers, aos locais subterrâneos de segurança,
04:50para que, justamente, não fossem atingidas por nenhum míssil que possa passar pelo sistema de defesa
04:56ou por destroços, como a gente tem visto.
04:59Imagens impressionantes, hein, André?
05:02Sim. Isso realmente é o sistema antiaéreo israelense funcionando.
05:07Eu estou recebendo aqui, realmente, mensagens atualizadas dos principais canais de notícias de Israel,
05:16que parece que informam 50 mísseis balísticos foram disparados contra Israel agora,
05:25à noite, na madrugada, nessa última leva.
05:30E existem alarmes tocando em Jerusalém e no sul de Israel.
05:37Está aí, imagens ao vivo de Israel.
05:41Cristiano Villela, quero também a sua análise sobre essas imagens,
05:44que são imagens impressionantes, a gente imagina a atenção, a preocupação,
05:48apesar de toda a segurança que é oferecida ao povo de Israel,
05:52as novas construções têm ali, nas suas próprias edificações, esse sistema de defesa,
05:57um bunker dentro da própria casa, alguns apartamentos também, os mais antigos não têm,
06:01mas há diversos outros bunkers coletivos, inclusive, às vezes do mesmo prédio,
06:07às vezes de um bairro da cidade, locais públicos onde os israelenses podem se abrigar
06:13e se colocarem, de alguma maneira, em local onde haja água,
06:19um mínimo de alimentação e um mínimo de segurança para que não sejam atingidos.
06:24Mas, independente de toda a segurança, não deixa de ser uma imagem realmente impressionante.
06:29Cristiano Villela.
06:30Pois é, Kobo, as imagens são impactantes à medida que nós temos ao fundo
06:35imagens da cidade de Jerusalém, você percebe prédios, edifícios, edifícios residenciais
06:43e vê o céu sendo cortado por um bombardeio, evidentemente interceptados pela estrutura fabulosa
06:51que Israel tem no sentido de se proteger desse tipo de ataque aéreo,
06:56mas é algo realmente bastante impactante, algo que chama a atenção
06:59e que pode, eventualmente, fazer com que exista a preocupação
07:04de que mais e mais vítimas possam, eventualmente, ser atingidas nesse bombardeio.
07:09Isso nos dá essa impressão, nos faz ter essa reflexão, especialmente num contexto como esse,
07:18onde nós temos ali uma guerra efetivamente se encaminhando para a sua existência
07:24no contexto de uma disputa entre dois estados, entre Israel, entre o Irã.
07:30Então, esse tipo de imagem, de fato, são imagens muito fortes
07:34e que fazem com que realmente a gente comece a visualizar
07:38de uma forma mais efetiva os contornos que isso tudo pode ter
07:42no dia a dia da sociedade, no atingimento de civis de uma forma geral.
07:48Infelizmente, são imagens que fazem com que a gente tenha um contato muito presente,
07:52muito marcante com essa guerra e com todas as consequências
07:56que essa guerra tenha e que possa ter cada vez mais para as populações dos dois países
08:02e, por consequência, de toda a região e de outras partes do globo.
08:06André, já havia uma grande expectativa sobre essa madrugada em Israel,
08:12que os ataques se intensificam durante a madrugada.
08:16Há algum motivo específico para isso?
08:18É para atingir a vulnerabilidade do povo israelense,
08:22que poderia estar no horário noturno e despreparado, dormindo, enfim.
08:27Tem alguma outra questão que possa estar envolvida também
08:29nessa predileção pela madrugada, pelo horário noturno para os ataques
08:33que são enviados contra Israel?
08:38Bom, existe um motivo técnico, existe um motivo político estratégico.
08:44O motivo político estratégico está na cabeça dos iranianos
08:47e a gente não tem como saber o que eles concluíram.
08:51O motivo técnico é que esses mísseis que eles estão lançando,
08:56esses mísseis balísticos, eles possuem um sistema de combustível,
09:02de alimentação de combustível, né?
09:05De combustível líquido.
09:07E você precisa misturar combustível líquido com oxigênio.
09:11E isso é altamente inflamável.
09:14E a gente está em junho, é muito quente no Irã,
09:16é muito quente em Israel.
09:17Então, é mais seguro a preparação desses mísseis
09:25em um ambiente noturno do que em um ambiente diurno
09:29quando ele é lançado, se eles são lançados da superfície.
09:33Como o Irã não tem uma imensa, vasta rede de silos e subterrâneos
09:38para lançar esses mísseis,
09:40e eles são lançados na superfície,
09:42a preparação e o lançamento é feito em horas noturnas,
09:49porque esfria o ambiente e é mais seguro para quem prepara isso
09:55para que o mísseis não exploda enquanto ele está preparando.
09:58E uma informação importante que eu recebi agora também
10:01é que o exército israelense divulga que concluiu uma ampla onda de ataques
10:07em Terran, agora faz três minutos que eu recebi essa mensagem,
10:11contra infraestruturas do projeto de armamento nuclear iraniano
10:15e depósitos de combustível,
10:18que caças da Força Aérea, guiados pela inteligência,
10:21concluíram há pouco uma extensa série de ataques em Terran
10:25contra diversos alvos ligados ao projeto de armamento nuclear do Irã,
10:30incluindo a sede do Ministério da Defesa iraniano,
10:34o quartel-general e outros objetivos.
10:38Ô André, antes do Villela concluir a pergunta que ele estava te fazendo,
10:43você fala aí sobre um ataque em relação a pontos de combustível
10:48que teria acontecido há pouco.
10:51Essa também é uma estratégia que parece cada vez mais comum,
10:55de atacar pontos de geração de energia, pontos de infraestrutura desses países.
11:03Há um risco também de que isso seja um objetivo do Irã contra Israel?
11:10Estou falando em relação às usinas termoelétricas,
11:14às usinas de dessalinização da água que Israel utiliza para abastecer as suas cidades.
11:21Vocês têm uma preocupação em relação a isso também por parte de Israel?
11:27Com certeza absoluta.
11:28O Irã vai tentar atingir todos os pontos estratégicos de Israel.
11:35Mas eles vão primeiro tentar atingir os pontos estratégicos militares,
11:39que é de onde saem as decisões de atacar pontos estratégicos do Irã.
11:45Então, obviamente que centros de energia, centros de produção de energia,
11:52obviamente que infraestrutura civil de transporte, linhas de trem, bases importantes,
12:00onde milhares de soldados servem, mas ao mesmo tempo atingir os civis israelenses,
12:07que foi o que aconteceu ontem e que foi o que aconteceu hoje.
12:09Eles estão atirando nas cidades israelenses sem mirar um alvo específico
12:16e estão atingindo casas e edifícios onde moram os civis.
12:20Que é bem diferente do que Israel fez no primeiro dia.
12:23Perfeito. Agora sim, Cristiano Vilela, a sua pergunta.
12:26André, então retomando o questionamento que estava fazendo,
12:30acompanhando as suas considerações,
12:32passa a impressão de que não se visualize talvez algum outro tipo de saída
12:39para esse conflito, especialmente sob o olhar de Israel,
12:43que não seja a efetiva destruição do potencial bélico do Irã,
12:49especialmente no que se relaciona ao potencial nuclear,
12:53como um aspecto que aí sim pode dar pelo menos o mínimo de preservação de Israel,
12:59no sentido de que, pelo menos, os ataques em destruição em massa
13:04acabariam sendo cessados com esse tipo de prática.
13:08É esse o caminho?
13:09Realmente não existe talvez um meio termo?
13:12Não existe talvez uma possibilidade de composição
13:16que não seja realmente o fim das estruturas nucleares do Irã?
13:20O único meio que... a única opção, a única constelação
13:29aonde existiria um caminho do meio depende não de Israel, mas sim do Irã.
13:35É o governo do Irã, é o regime iraniano que precisa decidir,
13:42ponderar e aceitar as exigências do mundo ocidental e das potências
13:47que há mais de 10, 12 anos insistem para que o Irã abdique
13:52do seu programa nuclear militarizado.
13:56Enquanto que o Irã não abdicar do programa nuclear militarizado,
14:02vai existir uma tensão imensa entre as partes
14:06e o principal ator vulnerável nessa história
14:11é o Estado de Israel, que está no Oriente Médio,
14:14que é um país pequeno, de 10 milhões de habitantes,
14:17que tem sido ameaçado pelo Irã,
14:21que é um país que tem uma dimensão territorial
14:24de metade da Europa,
14:28que está ameaçando a existência de Israel desde então.
14:32Então, a composição, ela precisa partir do Irã.
14:38E aí o Ocidente e o mundo livre vai negociar com este país
14:44que está disposto a negociar, que estaria disposto a negociar
14:48um acordo para que ele produza ou que ele receba energia nuclear sustentável,
14:54que isso ele diz querer obter,
14:57e abdique do seu programa nuclear.
14:59Quem quer energia nuclear, que nem outros países tiveram a possibilidade de obter,
15:07não enriquece urânio a 60%, 70%, enriquece urânio a 5%.
15:13Então, ao fim do dia, o que nós temos aqui é um país que é ditatorial,
15:22que é religioso, que o regime é um regime que tomou o poder à força
15:28há 46 anos atrás, que oprime a população interna,
15:33que oprime as minorias, que oprime as mulheres,
15:37que ameaça destruir outro país vizinho na região,
15:42e que está indo atrás de armas de destruição em massa.
15:45Então, eu acho que se a gente for voltar para a história,
15:49há 80, 85 anos atrás, 87 anos atrás,
15:54muitas pessoas vão concordar comigo agora
15:57que o mundo precisaria ter feito muito mais,
16:00e muito mais esforço para tentar evitar
16:04que a Segunda Guerra Mundial começasse com a invasão nazista à Polônia.
16:10E se isso tivesse sido levado a cabo,
16:13a gente teria 60 milhões de pessoas vivas hoje em dia.
16:17Perfeito.
16:19Professor Furriella, quero perguntar para você
16:21sobre essa questão justamente,
16:24essa peculiaridade, esse detalhe,
16:26que é justamente não se preocupar com o civil,
16:29não se preocupar com a população não militar.
16:32Um cidadão, às vezes um idoso, às vezes uma criança,
16:35aparentemente os ataques do Irã contra Israel
16:37não têm um alvo específico,
16:40tanto que das três mortes de ontem, pelo menos,
16:43em locais totalmente diferentes,
16:45pelo menos um deles muito distante
16:49de onde morreram os outros dois.
16:52Qual é a repercussão jurídica que isso tem?
16:56Isso pode gerar condenações na Corte Internacional de Justiça,
16:59ou no Tribunal Penal Internacional,
17:01ou algum tipo de resolução do Conselho de Segurança da ONU?
17:05E isso teria alguma efetividade para um Estado como o Irã?
17:08Bom, primeiro, que os motivos pelos quais o Irã
17:14utiliza desse tipo de expediente.
17:17Bom, primeiro, que ele não tem um serviço de inteligência
17:20tão preciso quanto o Israel, por óbvio,
17:23para identificar os alvos militares que sejam mais estratégicos.
17:27Sabe daqueles evidentes, aqueles que fazem parte dos mapas,
17:31mas não especificamente esses.
17:33Um outro motivo que leva o Irã a fazer esse tipo de ataque mais aleatório
17:38é que fica mais difícil ser identificado.
17:41Porque, além dos equipamentos nos três níveis,
17:43que o André mencionou que Israel tem que ser altamente tecnológicos,
17:48também são utilizados aqueles convencionais,
17:51através de outros tipos de equipamentos,
17:54para repelir, para proteger de ataques de mísseis.
17:57Então, se você faz muito aleatório,
17:59fica mais difícil de identificar.
18:01E, por último, porque o impacto de você atingir populares,
18:07o caos que se cria, a apreensão, a população israelense toda em bunkers,
18:13esse efeito todo, ele é gerado justamente quando você ataca alvos civis.
18:21Mas, enfim, em relação à parte jurídica,
18:24ataques a civis, eles são condenados internacionalmente
18:29e tem previsão legal para isso nas convenções,
18:32principalmente nos tratados de Genebra, do direito da guerra.
18:36A guerra a gente acha que não tem regras,
18:39mas ela tem.
18:40Ela não é um caos,
18:41ela não é o quanto pior melhor,
18:45ela não significa que qualquer tipo de ataque é válido
18:48quando você está defendendo os seus interesses.
18:50Não, não é assim.
18:51Ela tem regras.
18:52E esses ataques a civis,
18:55a forma como o Irã organiza,
18:58as suas represálias,
19:00as respostas que ele dá aos ataques israelenses,
19:05ferem diretamente isso,
19:06porque tem um objetivo claro
19:08de atingir civis.
19:10Não é algo colateral
19:12que atinge, às vezes, infelizmente, os civis.
19:15Não, aqui não.
19:16Aqui é diretamente nesse sentido.
19:18Bom, e aí, se você for pegar em relação a tribunais internacionais,
19:23você tem duas modalidades
19:25que poderiam ser aplicadas.
19:27Aqueles de condenar o próprio Irã,
19:29então seria a Corte Internacional de Justiça,
19:31como você disse,
19:32ou tribunais desse gênero,
19:34ou até mesmo decisões da ONU
19:37que não são propriamente decisões judiciais.
19:41Então você tem como responsabilizar
19:43o Estado iraniano.
19:45Mas o principal tipo de responsabilização
19:47que se usa internacionalmente
19:50para crimes de guerra
19:51é nas pessoas das autoridades.
19:54Então é o presidente da República,
19:56os altos comandantes militares,
19:58os generais,
19:59ou até mesmo patentes mais baixas
20:01que você consiga identificar
20:02que as ordens partiram desses.
20:05Então, sim,
20:06você pode levar a tribunais internacionais
20:09as autoridades que tomaram as decisões.
20:13Existem dois tipos.
20:14Você tem o Tribunal Penal Internacional,
20:16que pode o Irã entender
20:18que seus cidadãos não estão sujeitos,
20:21ou pode a ONU criar ainda
20:23tribunais especiais
20:24nos modos como fez para a Isugoslávia,
20:27para o Tribunal de Nuremberg
20:29para os nazistas, etc.
20:31Agora, por fim,
20:32o que acaba acontecendo no frigir dos ovos?
20:34O Irã não vai entregar
20:36suas autoridades a julgamento.
20:38Eles estão protegidos
20:39pelo regime iraniano atual.
20:40Se ele for derrubado,
20:42a gente pode chegar nisso.
20:45André, esse é um ponto muito interessante
20:46que eu quero tratar com você.
20:47Porque quando a gente teve
20:48o 7 de outubro de 1923,
20:50e o conflito que se intensificou a partir dali,
20:54claro que era um conflito
20:55já pré-existente há muito tempo,
20:57mais a intensificação do conflito
21:00a partir daquele ataque terrorista do Hamas,
21:04surgiu essa discussão, né?
21:06Que o Estado de Israel
21:07é um Estado que deve observar as regras
21:09e o Hamas era um grupo terrorista
21:10que não observava regras nenhuma,
21:13nenhuma regra,
21:14matando civis,
21:15matando mulheres, crianças, idosos,
21:18enfim, pessoas indefesas, etc.
21:21Só que agora a gente está falando
21:22de ataques a civis
21:24vindos do Irã,
21:26que é um Estado reconhecido,
21:28que tem assento
21:29na Organização das Nações Unidas.
21:30Não só assento, mas tem voz.
21:32Aliás, é fundador, inclusive,
21:33da ONU também.
21:35Como você vê
21:36essa distinção do tratamento,
21:38essa facilidade
21:40para descumprir, inclusive,
21:41as regras de guerra
21:42do Tratado de Genebra?
21:45Agora não falando mais
21:46de um grupo terrorista informal,
21:49enfim,
21:50mas de um Estado constituído.
21:51André Lasti.
21:52Bom,
21:54a ONU já há muito tempo
21:57se transformou
21:58em uma organização
22:00ineficaz,
22:01ineficiente.
22:03É uma grande assembleia,
22:06a Assembleia Geral da ONU
22:08ou as suas agências
22:09são grandes assembleias
22:13onde cada país tem um voto,
22:15independentemente do tamanho
22:17e da relevância desse país.
22:18votam em blocos
22:20por interesses
22:22de troca.
22:25Então, a maior parte
22:26desses 193 votos
22:28que existem
22:29são de países
22:30não livres,
22:31são de países
22:32parcialmente livres
22:33ou ditaduras,
22:35onde as democracias liberais
22:37se transformam
22:38em países minoritários
22:39na soma dos países.
22:41Então, aí a gente tem
22:42absurdos,
22:43como, por exemplo,
22:45a Comissão de Direitos Humanos
22:47já foi presidida
22:49pelo Irã,
22:49já foi presidida
22:50pela Arábia Saudita,
22:52Comissão de Direitos
22:53da Mulher
22:54foi presidida
22:54por esses dois países
22:55também.
22:57A Síria,
22:57há um tempo atrás,
22:58tentou,
22:59quase ganhou
22:59uma comissão
23:01de desarmamento
23:02durante a Guerra Civil,
23:03baixo governo
23:04de Bachar el-Assad.
23:06Então, a gente está falando
23:08hoje, ainda hoje,
23:10em 2025,
23:11Venezuela, Cuba,
23:13Coreia do Norte
23:13e outros países
23:14estão em comissões
23:16de direitos humanos.
23:17Então, é muito difícil
23:19para nós
23:20que enxergamos
23:21de forma analítica
23:23e objetiva
23:24a Organização das Nações Unidas
23:26enxergar qualquer coisa
23:29que eles falem
23:29com uma certa seriedade
23:31se não fizer um certo
23:32sentido lógico,
23:33entendeu?
23:34Então,
23:34o Irã
23:37é um país soberano,
23:40o Irã
23:40está atacando civis,
23:43o Irã
23:44está mirando
23:46em cidades israelenses
23:47sem precisão,
23:49só que acho
23:50que o mundo
23:51está dividido
23:52em dois.
23:54Ele está dividido
23:54em aqueles países
23:55que apoiam o Irã
23:56e não se importam
23:57com a violação
23:58do direito internacional
24:00e aqueles países
24:01que não têm
24:02nenhuma expectativa
24:03que o Irã
24:04cumpra
24:04a lei internacional.
24:06Ao mesmo tempo,
24:08eles esperam
24:09que Israel
24:10cumpra a lei internacional
24:11porque a expectativa
24:13e a régua
24:15que eles julgam
24:16em Israel
24:16é muito maior
24:17e às vezes
24:18acima do necessário.
24:20e ao mesmo tempo
24:22os países
24:23que apoiam o Irã
24:24são contra Israel
24:25e vão utilizar
24:26todas as medidas
24:29e os formatos
24:31possíveis
24:31para dizer
24:33que Israel
24:33que está violando
24:34o direito internacional.
24:36Aqui é muito claro
24:38e é muito fácil
24:39juridicamente
24:40provar
24:42por A mais B
24:42que Israel
24:43está atingindo
24:44alvos militares
24:45e o Irã
24:46está atingindo
24:47alvos civis.
24:49e o Irã
24:51é muito importante

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