Alan Ghani e Felippe Monteiro analisam as estratégias do governo para tentar reduzir os gastos públicos em meio às reações causadas pelo aumento do IOF. A medida anunciada por Fernando Haddad (PT) gerou críticas na Câmara e acirrou o debate sobre a condução da política fiscal do governo.
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00:00Bom, depois dessa confusão a sessão foi encerrada, acabou que as explicações ou o restante delas acabou nem sendo dada e logo depois que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chamou de molecagem a atitude de parte da bancada da oposição que fez um questionamento e no momento da resposta deixou ali o local, Carlos Jordi voltou à bancada e mencionou que o ministro da Fazenda é que era moleque ao tomar as atitudes que está tomando à frente da economia do país e disse que ali ele é apenas um ministro e que ele tem que respeitar o parlamento.
00:28Como é que você avalia essa confusão que mais atrapalha, digamos, a conclusão ou a compreensão daquilo que é necessário do que de fato entender o que o governo está pensando?
00:42Porque a crítica da oposição tem um motivo, o fato de o governo propor apenas arrecadação e não trazer nenhum tipo de proposta que leve ao corte de gastos para além do contingenciamento que já foi anunciado, Alangani.
00:52Olha só, Evandro, de alguma maneira demonstra uma insatisfação da população com o aumento de impostos, né? E essa insatisfação está na boca aí dos parlamentares, muitas vezes de uma maneira mais agressiva.
01:08Mas eu concordo ali com a análise que o PP trouxe aqui, porque a gente já tem uma inflação bastante elevada e que é um imposto, inclusive em termos econômicos, um imposto inflacionário, à medida que os preços estão subindo e a população acaba pagando mais e transferindo parte da renda para o governo.
01:29Por isso que chama imposto inflacionário. E aí vem mais aumento de impostos, mais aumento de impostos para compensar uma eventual queda da alíquota do IOF.
01:42Então não faz muito sentido, porque o IOF desagradou bastante a população, o aumento da alíquota desagradou os empresários, investidores, a classe média.
01:52E de repente você fala, papai, eu vou voltar atrás. Só que o voltar atrás, todo mundo esperava que seria medidas de contenção de gastos.
02:00Mas não, eu vou voltar atrás tributando mais, né? Nem que sejam aí títulos de renda fixa.
02:07Por isso que vai gerando esse tipo de insatisfação, porque não há novamente, Evandro, nenhuma medida focada no corte de gastos.
02:16Fica muito claro que é só na arrecadação.
02:18O PP já olhou meio atravessado ali para você, mas...
02:36Ou seja, tem pouca margem para o governo cortar gastos de despesas.
02:42É, não, de fato, eu falei aqui cortar gastos, mas vários programas eu já pontuei quais gastos deveriam ser cortados.
02:50Então eu falo para você um deles aqui, né?
02:52Impopular, inclusive.
02:54Vamos desvincular os gastos com saúde e educação das receitas da União.
03:01Como foi feito no Temer, reforma aprovada no governo Temer, que continuou durante o governo Bolsonaro.
03:06Sabe por quê, PP? Porque ao vincular, não necessariamente, porque o gasto é com saúde e com educação, que é um gasto bem-vindo.
03:16Você tem escola que não tem mais para onde gastar e fica fazendo quadra e lanchonete.
03:21Então vai se tornar explosivo, porque o dinheiro não nasce em árvore.
03:25Porque a conta não fecha.
03:26Vamos cortar gasto previdenciário também.
03:28Porque a reforma previdenciária, PP, ela precisa ser rediscutida novamente, até porque a economia de 800 bilhões de reais, ela foi comida pela pandemia.
03:39Vamos fazer uma reforma administrativa cortando todos os privilégios da máquina pública.
03:45Então, não é que eu estou repetindo aqui a corte de gastos como se fosse um mantra.
03:49Eu estou, PP, discriminando quais são os gastos a serem cortados.
03:55Tá bom para você?
03:56Não, tá péssimo. Nada vem uma coisa com a outra.
03:58Não, tá aqui, eu te dou uns argumentos, mas tá péssimo, pô.
04:01Tá bom, assim, se o Brasil quiser ter educação da França, tem que gastar na educação como a França gasta.
04:07O Brasil já gasta em educação na média dos países que eu cedei.
04:11Desculpa, não é verdade.
04:14Proporcionalmente ao PIB?
04:14Ah, aí sim, proporcionalmente ao PIB.
04:16Mas quando você pega, por exemplo, quanto que ele gasta per capita por aluno, é três vezes menor.
04:21É três vezes menor.
04:22A França gasta 9 mil dólares por aluno.
04:25O Brasil gasta 3 mil dólares por aluno.
04:26Ou seja, e olha a solução simplista, desculpa, simplista não, simplória, que o Gany coloca aqui.
04:33Corta gasto da educação.
04:36Pelo amor de Deus, Gany.
04:36Não, desvincula gastos da educação com receitas da União.
04:41Porque vai se tornando explosivo.
04:42Porque no seu mundo, PP, o orçamento é ilimitado.
04:46Esse é o grande problema.
04:47Eu parto de uma premissa que o orçamento é limitado.
04:50Não tem dinheiro para todo mundo.
04:51Então a gente tem que fazer escolhas.
04:53Temos que definir prioridades.
04:55Mas no seu mundo, o dinheiro é infinito.
04:57Dá para ter dinheiro a rodo na saúde.
04:59Dá para ter dinheiro a rodo na educação.
05:01Dá para ter para o Bolsa Família.
05:02Aí é fácil.
05:04Nesse mundo de ilusão é fácil.
05:06Você vê alguma forma do Brasil crescer, se desenvolver sem ser para a educação?
05:10O problema é que você quer que o Brasil vire poderinho dos Estados Unidos e outros países.
05:12Eu não, eu quero que o Brasil se desenvolva.
05:15Não, pelo amor de Deus.
05:16E não tem outra forma que não seja por meio da educação.
05:21Eu sou absolutamente fã de gastos com educação, com gestão de educação.
05:26Mas você precisa cortar em outras áreas.
05:28Eu falo em corte de gastos, você esperneia, pô.
05:31Então corta a educação que você colocou como corte de gastos.
05:33Qual outra área você corta?
05:35Desvinculação dos gastos com educação com receitas da União.
05:38Senão se torna explosivo.
05:39Então sobe a receita, sobe automaticamente o gasto com educação.
05:43Isso não faz sentido.
05:44Isso ingesta o orçamento.
05:46Então dá para sim ter...
05:48Primeiro, sabe o que falta, Pepe?
05:50Um plano real fiscal.
05:51Sabe o que seria isso?
05:52Um diagnóstico.
05:54Vamos chamar os melhores especialistas em contas públicas aqui do Brasil.
05:57Então tem lá o Marcos Mendes do Insper, tem o Mansueto, tem o Felipe Salto que o Piperno vive citando.
06:03Chama esse pessoal e vamos fazer aqui um estudo dos gargalos.
06:08Como foi feito a pedido do ministro Joaquim Levy ainda no governo de uma a dois.
06:14Ele pediu para o Banco Mundial fazer um diagnóstico.
06:17Evandro, na época foi levantado o que dava para cortar.
06:22Sabe quanto, na época, em 2015, sabe quanto que dava para cortar?
06:27300 bilhões de reais.
06:29Do orçamento que é discricionário.
06:33300 bilhões de reais é pouco, cara.
06:34300 bilhões de reais?
06:35Não, não.
06:36E tirar o subsídio.
06:36Já fizeram esse valor corrigido.
06:38Já fizeram esse valor corrigido.
06:40A valores de hoje, o PP, seria algo de 800 bilhões de reais.
06:45É uma reforma da Previdência.
06:47Então tem sim uma série de ineficiências e dá para cortar.
06:51Agora eu falo em corte de gasto, você tem um ataque cardíaco.
06:54Os subsídios que tem, que são colocados indevidamente, que distorcem o mercado, chegam a 800 bilhões de reais.
07:01Ou seja, por aí talvez resolveria o problema do tal déficit fiscal que vocês tentaram nessa palavra.