Com uma trajetória marcada pelo compromisso com a inclusão social, a Fundação Pestalozzi do Pará celebra, neste mês, 70 anos de dedicação ao acolhimento, à educação e ao desenvolvimento de pessoas com deficiência. Ao longo dessas sete décadas, a instituição se consolidou como referência e, atualmente, atende cerca de 200 pessoas, oferecendo uma ampla gama de atividades — que vão de práticas esportivas a oficinas artísticas. Com sede em Belém, a fundação presta atendimento a crianças, jovens e adultos, fortalecendo a construção de uma sociedade mais inclusiva.
REPORTAGEM: GABRIEL PIRES
IMAGENS: CARMEM HELENA
REPORTAGEM: GABRIEL PIRES
IMAGENS: CARMEM HELENA
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NotíciasTranscrição
00:00Música
00:00Bom, aqui nós somos a Escola Lourenço Filho da Fundação Pastolosa do Pará
00:26e nós atendemos, fazemos um atendimento de segunda matrícula.
00:31Então, nós temos vários atendimentos na instituição.
00:35Entre eles, nós temos as atividades rítmicas, que é na qual eu estou atuando.
00:40E na atividade rítmica, nós temos alguns projetos.
00:43E entre eles estão o grupo de dança Lourenço Filho e o grupo folclórico da Fundação do Estado do Pará,
00:50da Fundação Pastolosa.
00:51E nós atendemos 15 alunos no grupo de dança e 20 alunos no grupo folclórico,
00:58além dos nossos atendimentos regulares.
01:01Esses grupos, eles representam a instituição, não só nos eventos do calendário escolar,
01:06como também nos eventos que eles têm tido convite, né, pelo nosso Estado,
01:12outras escolas e também fora do nosso Estado.
01:15O grupo folclórico, por exemplo, ele já esteve com outras professoras,
01:18como a professora Rocío, a professora Mauro, e agora está comigo.
01:22E nós já viajamos para vários estados do Brasil com esse grupo,
01:25São Paulo, Rio de Janeiro, entre outros.
01:28Eles fazem um trabalho muito interessante e muito reconhecido,
01:31porque eles já têm aproximadamente 50 anos de trajetória.
01:35Eles são pessoas com deficiência intelectual, que é o nosso público-alvo.
01:39Entre eles, nós temos pessoas com síndrome de Down,
01:41pessoas autistas, pessoas com deficiência intelectual, algumas síndromes, né,
01:48mas todos eles gostam muito de dançar.
01:50Alguns deles, que são autistas, eu posso dizer que eles têm até um hiperfoco nessa dança,
01:55como é o caso do Miguel.
01:57Então, eles gostam muito da atividade,
02:00porque a dança, ela além de socializar e trazer esse momento de felicidade para eles,
02:05ela também estimula muitas capacidades.
02:08Eles se tornam autônomos, se tornam independentes e muito mais ativos na sociedade
02:13através desse processo do dançar,
02:16de todas essas capacidades e qualidades físicas que são estimuladas através dessa modalidade.
02:22Nós atendemos de segunda a sexta na escola, pela manhã e pela tarde.
02:27Agora, o grupo folclórico e o grupo de dança, ele tem os horários específicos.
02:32E para se matricular, o aluno precisa ser aluno do Estado,
02:36ser um aluno com deficiência intelectual,
02:38e aí ele vai ter que ter a primeira matrícula numa escola do Estado,
02:42na matrícula regular, e aí ele vem conosco para fazer uma avaliação
02:46e poder estar se matriculando na segunda matrícula no nosso atendimento.
02:50Nós temos vários atendimentos na instituição.
02:53Cada professor, ele vai trabalhar dentro do seu atendimento.
02:56Eu, por exemplo, trabalho com atividades rítmicas.
03:00Nas atividades rítmicas, o aluno, ele vai ser estimulado através da sua necessidade.
03:05Nós vamos fazer uma avaliação do que ele necessita
03:08e eu vou trabalhar com ele através dos elementos da dança,
03:13dos elementos da ginástica, da reeducação motora, reeducação postural,
03:17das capacidades físicas que ele precisa trabalhar, por exemplo, coordenação, força, flexibilidade.
03:23Então, nem sempre o aluno vai precisar dançar.
03:26Ele vai ser trabalhado, ele vai ser identificado,
03:30e aí, através disso, eu vou traçar um plano de trabalho
03:33para aquele aluno no atendimento regular.
03:35Ela iniciou há três anos e seis meses.
03:39Aí, ela nem andava ainda direito.
03:41Ela começou a andar, falou, se desenvolveu bastante,
03:47se interagiu com todas as crianças.
03:50Muito ficou... Ela gostava demais.
03:53Aí, aprendeu dança.
03:55Tudo aqui.
03:55Tudo aqui.
03:57Eu estou com 29 anos aqui.
03:59Ela já viajou para diversos estados.
04:02As primeiras professoras já foram para São Paulo, Rio, Brasília, Goiás,
04:10da dança, junto com outros professores.
04:13E a atual, agora, é a Thaís Reis.
04:17Mas ela se desenvolveu bastante.
04:19Os professores são legais.
04:22Eles são interessados.
04:25Eles gostam muito das crianças.
04:27Eles incentivam, tem natação, tem várias atividades.
04:35Eu gosto demais daqui.
04:37Eles são muito interessados.
04:39Eu estou aqui, estudei aqui há 29 anos.
04:42Eu estou feliz daqui.
04:46Estou feliz daqui.
04:47Eu gosto muito.
04:48Na verdade, ano passado, nós participamos do Forrozão aqui.
04:53E eu gostei muito da festa, da organização.
04:56Conheci alguns professores.
04:58Já conheci a professora Thaís também há muitos anos.
05:01Então, eu queria algo assim que completasse mais ela nesse contraturno do ensino regular.
05:07Então, aqui, como tem arte, tem dança, tem música, informática, coisas que ela gosta,
05:14que vai ajudar também na parte da educação dela, eu resolvi fazer a matrícula dela aqui também.
05:20Ela faz ela regular de manhã.
05:22Ela está no segundo ano do ensino médio.
05:24Ela está no Lauro Sodré.
05:26E aí, quando é a tarde, dia de quarta e sexta, nós vamos para cá.
05:30E aqui ela faz a dança, faz informática, ela faz aulas de reforço de matemática também e também a educação física.
05:42Ela participa de campeonatos e isso ajuda até a reforçar mais um pouco os treinos.
05:51E a gente tem um tempinho a mais porque a professora Thaís também tem a capacitação na área de trabalhar com pessoas com deficiência
05:59em cadeiras de rodas.
06:00Já participamos três vezes de campeonato, né, de paradança.
06:05E ano passado, ela trouxe o bronze com a Cunha Poranga, o freestyle dela.
06:10Ela gosta de vir para cá, até porque também aqui a gente é muito bem recebido.
06:16Nós somos bem, são bem, né, os funcionários, os professores são bem acolhedores.
06:22E assim, sempre vai ter alguma atividade, né, eles não ficam sem as atividades.
06:27No Brasil estamos há 70 anos, tá?
06:31Nós somos hoje, atualmente, a única fundação, a Pestalozzi no Brasil.
06:36As outras são associações, tá?
06:39Mas o método Pestalozzi já foi no século XVIII, que foi essa pessoa que criou esse método
06:46e vem, que hoje já está em quase todo, no mundo todo.
06:50E aqui nós tivemos, nós temos aqui, atendemos pessoas, síndrome de Down, autismo e múltiplas deficiências.
06:59Então, diariamente, segunda a sexta, tanto pela manhã como pela tarde, com professores preparados,
07:07professores com pós-graduados, que fazem, tem uma metodologia muito importante,
07:14que eu digo que o maior de todas é justamente inserir eles de novo na sociedade.
07:23E temos conseguido, graças a Deus.
07:24É o que a gente sempre fala, aqui você não tem custo nenhum, sabe?
07:30Então, pessoas que ficavam totalmente paradas, totalmente acordavam,
07:36dormiam, viviam, viviam numa cama, viviam sentados e hoje já não, já tem uma certa dependência
07:42e chegando até alguns casos, alguns casos que temos aqui, que estão inseridos no mercado de trabalho também.
07:49Isso, pra gente, é algo, assim, muito bom, é que nos dá alegria, nos dá um incentivo de estar aqui
07:55como voluntários para tratar, vamos dizer, com carinho essas pessoas.
08:00Elas chegam aqui, fazem uma avaliação por uma pessoa especializada, uma das professoras,
08:05e lá ela determina, olha, você vai para o letramento digital, você vai fazer mais um trabalho na piscina,
08:12você, olha, você vai ter um trabalho direcionado na área do esporte, sabe?
08:17De você começar a se mexer, você começar a ter exercícios.
08:20Assim como vocês viram agora, também na dança, na dança, que eles realmente trabalham isso
08:28de uma forma que eles são focados, são centrados e fazem algo sensacional.
08:33Então são várias atividades, o que é mais legal de tudo, a pessoa chega, vão fazer uma avaliação
08:38e vão determinar pra ela qual são o tipo de atividade que ela vai ser desenvolvida sobre ela.
08:44Olha, eu, inclusive, quando teve agora a sessão solene na Alepa, agora é dia 22 passado,
08:52eu não estive presente que eu tinha que estar em Brasília, mas eu deixei uma gravação de um filme
08:57mostrando que uma das coisas que eu cito nesse filme é que passaram por aqui pessoas abnegadas
09:06e que deram condições de nós estarmos hoje aqui na atividade.
09:12Teve um período aqui, há uns 15 anos atrás, que estava feia a situação, estava ruim.
09:17E conseguimos, nesse período, com a ajuda do governo do estado, governo municipal, com o Ministério Público,
09:24conseguimos regular a situação e hoje, depois de 13 anos, 14 anos, já estamos com essa parte toda organizada.
09:35Então, os 70 anos foi graças a essa turma que passou por aqui e nós estamos prontos pra fazer outros 70 anos, é isso.
09:41Um dos passos importantes, nós vamos começar agora, no segundo semestre,
09:46que é um projeto que se chama Inclusão Reversa, que é justamente o contrário da inclusão,
09:52que é uma parceria que vai ser desenvolvida com as escolas públicas, inicialmente com escolas públicas,
09:58e pra trazer esses jovens de 15, 16, 18 anos, pra vir aqui num ônibus e ser recepcionado por nossos alunos.
10:06Nossos alunos vão mostrar como funciona a casa, depois eles vão participar, vão até lá atrás pra assistir um jogo de futebol,
10:14que nós temos as quadras lá atrás, que dá frente pra João Paulo, e nessa hora, na volta, eles já fazem um lanche
10:21e voltam no ônibus pras escolas de origem.
10:24Esse é um dos projetos que nós estamos focados pra começar na segunda semestre.
10:29Fora isso, é sempre manter e melhorar a qualidade de vida dos nossos alunos,
10:35pra que nossos professores também tenham melhor qualidade, melhor espaço, melhor cobertura, melhor parte física,
10:42com os melhores equipamentos pra poder desenvolver esse trabalho.
10:45Porque muitas vezes a gente fala, como eu comentei ainda agora, extra, extra câmera.
10:52Nós comentamos ainda agora que as pessoas imaginam sempre que é uma sala de aula com um professor e 10, 20 alunos.
10:59E não é, vocês testemunharam que é um professor, um aluno, um professor, três alunos,
11:05porque é específico, é um tratamento muito delicado, com muito cuidado.
11:10Nós temos aqui o professor Vitor, que ele complementou um trabalho que chama Letramento Digital.
11:17E as pessoas com 30 anos de idade, 40 anos de idade, que nunca leram, em poucos meses começam a ler.
11:23E isso mesmo tendo algum tipo de deficiência.
11:29Porque no computador foi criado um sistema em que não só a cor, qual é o objeto, como é o som,
11:36vai associando esses detalhes todinhos e fica muito mais fácil de entender e interpretar a mensagem.
11:43Então são vários projetos que tem aí pra frente, todos voltados pra inclusão social. Todos.
11:53Legenda Adriana Zanotto