Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • 21/06/2025
A Amazônia é rica em recursos naturais que oferecem inúmeros benefícios e alternativas sustentáveis à comunidade, embora muitos sejam desperdiçados. Nesse contexto, surge, em 2023, o Laboratório de Biossoluções e Bioplásticos da Amazônia (Laba) da Universidade Federal do Pará (UFPA), que atua na pesquisa de tecnologias inovadoras e sustentáveis, a fim de desenvolver biossoluções que levem ao desenvolvimento econômico e social de uma maneira ecologicamente responsável. O laboratório atua em projetos como embalagens biodegradáveis à base do açaí, cosméticos naturais e óleos amazônicos.

REPORTAGEM: BRUNO RPOBERTO (ESPECIAL)
IMAGENS: CARMEM HELENA

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00O árvore é um laboratório multidisciplinar que foi inaugurado há uns dois anos atrás
00:04aqui na Universidade Federal do Pará.
00:07Recebe auxílio tanto do governo do estado através da FAPESP como do governo federal
00:11através do CNBQ e da CAPES.
00:14Desenvolve projetos de inovação, desenvolvimento tecnológico a partir da biodiversidade da Amazônia.
00:20Então a gente tende a trabalhar tanto com os produtos naturais, vegetais e animais da Amazônia
00:25assim como os resíduos que são gerados nos processos produtivos que nós temos aqui.
00:30Todos os produtos que são desenvolvidos aqui no nosso laboratório dispensam justamente na questão ambiental.
00:36Então estão atrelados aos objetivos do desenvolvimento sustentável, as ODS.
00:43E consequentemente nós temos produtos que podem ser apresentados para a sociedade
00:49que vão suprir as necessidades da COP30.
00:53Como eu falei, nós estamos de portas abertas para receber as pessoas para verem o que a gente está fazendo
00:58e também para receber incentivo financeiro para que a gente consiga manter esses alunos aqui no laboratório,
01:05desenvolver inovação, fazer a diferença na região amazônica.
01:09Temos um projeto atualmente que ele é voltado ao aproveitamento das oleaginosas da Amazônia
01:15em que a gente brilha pela obtenção de óleos vegetais dessas oleaginosas da Amazônia
01:20para a obtenção de novos produtos.
01:22Entre eles nós temos batões, sabonetes, cremes, hidratantes, etc.
01:27Uma linha de cosméticos que está sendo desenvolvida.
01:30Além disso tem um projeto também de desenvolvimento de embalagens biodegradáveis e algumas comestíveis.
01:36Esse aí coordenado pelo professor José Reino, que está aqui conosco, daqui a pouquinho vai falar com vocês.
01:41Ele tem um importante trabalho no desenvolvimento desses produtos para fins de substituição do plástico de petróleo,
01:49que hoje também é um problema a nível mundial.
01:52Nós coordenamos o projeto de bioembalagens usando duas matérias-primas abundantes na região amazônica.
02:00Amido de mandioca e as sementes de ficadores de açaí que seriam rejeitos.
02:05Então esse projeto ele visa usar integralmente, seja o amido de mandioca, seja todos os compostos ou produtos
02:15adivindos da semente do caroço de açaí.
02:18Então o caroço de açaí é uma semente complexa.
02:20Então nós temos hoje dentro do projeto, que nós chamamos de projeto de bioembalagens,
02:26nós usamos determinadas fações.
02:29Então basicamente se eu for pegar o caroço de açaí, que é uma semente já conhecida,
02:33e formos fracionar, nós tiramos muitas frações com muitas propriedades.
02:38Poderíamos pensar que esse caroço de açaí é rico em carboidratos.
02:42Então ele pode ser a base de uma complementação alimentar para, de repente, a indústria de engorda de animais.
02:49Mas nós temos também outras situações que o caroço tem.
02:52Então ele é rico em uma substância que nós chamamos de tanino.
02:55E esse tanino ele dá uma coloração amarronzada ao material.
02:59Então quando nós incorporamos estas substâncias à base polimérica do amido de mandiofa,
03:07nós podemos ter bioplásticos que poderiam ser alternativas ao plástico de petróleo.
03:15Então a gente está falando de um plástico que dura na natureza várias décadas,
03:20até centenas de anos na natureza,
03:23e poderíamos estar substituindo, de repente, por um material que na natureza, em 180 dias, já estaria degradado.
03:29É um trabalho bem tranquilo de se fazer.
03:32A gente senta, faz um planejamento estatístico antes.
03:35Por exemplo, no meu trabalho eu estava utilizando o planejamento de Oxpec,
03:38que é um planejamento estatístico em que a gente faz a deputação dessa variável de processo.
03:45E vê, acaba identificando quais são os melhores resultados da variável.
03:50sendo que, antes de chegar no direito, existem vários outros estudos,
03:59desde a moagem, classificação, matéria-prima,
04:03porque, dependendo também da granulometria, do tamanho da partícula,
04:09a gente pode ter resultado diferente nesses compostos do artículo.
04:14Pode ser que ele seque mais rápido, mas tenha degradação maior.
04:20Então, tudo isso é feito antes de dar secado.
04:24Inicialmente, eu entrei num projeto sem nenhuma perspectiva,
04:30mas, ao longo do tempo, eu fui me apaixonando pelo mundo dos cosméticos
04:35e descobrindo mais ainda a beleza da nossa Amazônia.
04:38Então, a partir desse ponto, eu passei a produzir os cosméticos com os óleos, manteigas, resíduos
04:45que a gente estava gerando dentro do laboratório e também na Amazônia
04:49e foi que nós conseguimos alcançar esse universo dos cosméticos
04:53que aqui dentro do Lab, do Laboratório da Engenharia e Química, estamos alcançando.
04:57Nós utilizamos óleos vegetais, certo?
05:00Que nós distribuímos aqui dentro do laboratório mesmo,
05:02como, por exemplo, castanha, açaí, andiroba, buriti e as manteigas,
05:07por exemplo, manteigas de murumuru, cupuaçu, ucuba,
05:11que são manteigas que não são conhecidas pela população em si.
05:16Quando eu comento que eu fiz um condicionador sólido de manteiga de murumuru,
05:21o que é manteiga de murumuru? As pessoas não conhecem.
05:23Então, e pessoas da nossa região.
05:26Então, é esse o diferencial que eu quero alcançar,
05:28levar essa matéria-prima que a nossa população não conhece
05:32e mostrar a riqueza da nossa Amazônia.
05:37Amazônia

Recomendado