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  • 22/05/2025
La Promesa Capitulo 603

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Transcrição
00:00Boa tarde, sargento. Sou Manuel de Luján, chamo do Palácio da Promessa.
00:04Boa tarde, Sr. Luján. Estava esperando a sua chamada.
00:09Como?
00:10Era verdade isso, que lhe soltaram uns maleantes.
00:14E foram eles que roubaram o automóvel e o dinheiro.
00:16Nossas joias, além de serem únicas e absolutamente exclusivas, são de diferentes tipos.
00:22Dependendo das necessidades de nossos clientes.
00:27Histórias de amor?
00:29Sim.
00:30Não, não pode ser. Estou certa que essa joia esconde algo mais.
00:33Com certeza foi falado em uma espécie de código.
00:35Se é assim, nós não conseguimos descifrá-lo.
00:38De novo tenho que repetir que não confio nela. Não confio.
00:42E ela ganha impulso durante anos de maltrato.
00:44Maria Fernandes, tem que saber perdoar.
00:46Bem, isso eu deixo para você, que é um homem de Deus.
00:48Preciso que me ajudes a visitar a minha irmã na prisão de Córdoba.
00:52Sinto, mãe, mas não posso complacer-lhe nisso.
00:55Gostaria que viesses, mas não posso forçar-te.
01:03Espere, espere, vou procurar um banheiro.
01:11O único que está claro é que seu lugar é muito perigoso.
01:14E vamos descobrir isso.
01:16Enquanto levarmos esse dinheiro.
01:18Mas que dinheiro, curro?
01:20Lembre-se que não temos quartos.
01:22Pense em roubá-los ao capitão.
01:24Viram a dona Eugenia?
01:26Não, não comi com nós.
01:28Por que perguntas?
01:30Porque não a vi desde esta manhã.
01:32E passo horas procurando por palácio e não consigo encontrar ela.
01:34Foi você.
01:36O que fez com sua mulher?
01:38Diga-me agora mesmo.
01:40Alguém a quem aprecio de coração me fez entender que tinha que falar contigo.
01:44E que tinha que pedir-te perdão.
01:46Por tudo aquilo que não te disse há anos.
01:49Seria uma verdadeira pena que depois de todos os esforços que fizemos para esconder o Adriano e os filhos de Catalina.
01:55Se deram a perder por um descuido.
01:57Não seria uma pena.
01:59Seria uma catástrofe.
02:01O que fazem esses meninos aqui?
02:05E você quem é?
02:11Eu te perguntei quem é.
02:19Eu sou Adriano García Pardo, senhor.
02:21O marido de Catalina de Lujan.
02:23Estes são nossos filhos André e Rafaela.
02:25E antes que você o pergunte, não.
02:27Eu não sou um nobre.
02:29Só sou um trabalhador do campo, senhor.
02:33Em outras palavras.
02:37Todo o mundo neste palácio se enganou para me enganar.
02:39Tomando-me por estúpido.
02:43Eu não sou estúpido.
02:45Todo o mundo se enganou para me enganar.
02:47Tomando-me por estúpido.
02:49Parece-me que aqui ninguém o julgou assim, senhor.
02:51Se me ocultou algo de enorme importância.
02:55Lógico.
02:57A família acreditou que você se desgostaria.
02:59Então, quis evitar essa situação.
03:01Que me desgostaria?
03:03Claro, como não me desgostaria?
03:05Desde quando o casamento entre a filha de um Marquês de Espanha e um simples labrego é motivo de regocijo?
03:09Não pode ser em nenhum caso.
03:11Pelo menos quando chove muito.
03:13E os Lujans vão de escândalo em escândalo.
03:17O herdeiro se casou com uma criada.
03:19E a senhora Marquesa está na prisão
03:21porque decidiu tomar a justiça pela sua conta.
03:23Vamos, uma defesa em toda regra.
03:27Mas que mal aquece essa família.
03:29Desde quando os Lujans têm essa lamentável aficião
03:31a casar com inferiores?
03:35É como uma sorte de vocação, parece-me.
03:37Já antes do herdeiro, o Marquês, teve uma história com uma criada.
03:39E como prova, esse bastardo que agora vai por aí, por os passos, fazendo reverências.
03:43Mas é que agora já, a modo de estrambote,
03:45resulta que a filha maior também se suma à aficião familiar.
03:48Mas por quê?
03:51Me parece a mim que isso você não entenderia, senhor.
03:53Como dizes?
03:56Olhe, meu casamento com a senhora Catalina,
04:01isso sim foi motivo de regocijo, por usar sua mesma palavra.
04:03E essa família sim sabe olhar o coração das pessoas,
04:05e mais além da sua cunha.
04:07O que coloca em evidência outros membros da nobreza como você, senhor.
04:10Olhe, eu não te concedo...
04:11Eu lhe peço que não leve a boca, meus filhos estão dormindo.
04:14Por favor.
04:33As coisas que aconteceram desde que te vi
04:37As luzes que dançaram pelo nosso jardim
05:04Você não poderia ter ficado quieto, não.
05:07Isso vai explodir em nosso rosto.
05:09O que vai explodir? O que vai explodir, Leocádia?
05:12Ninguém vai se dar conta de nada.
05:14E Eugénia também não está aqui para contar.
05:17Falando do fato de que se tivesse se dado conta de algo, e já te digo que não é o caso.
05:21E mesmo se tivesse percebido,
05:25já te digo que levei tantas palavras que não vai se lembrar de nada.
05:28Vamos ver se você se deu conta.
05:30Depende de onde colocar a linha.
05:32Não, depende de onde você coloque a linha.
05:34Quantos aplausos você não deu à sua mulher?
05:37Eu não lhe dei.
05:38Lorenzo?
05:39Eu não sei, eu não sei, eu não sei.
05:40Eu lhe dei um...
05:42Um chorrito.
05:43Um chorrito? Mas você está mal de cabeça.
05:45Sabia que isso ia acontecer?
05:48Alguém tinha que tomar a iniciativa.
05:50Tínhamos que ser pacientes.
05:52Isso é o que eu te disse.
05:53Nada.
05:54Espere com paciência o desenlace.
05:56Ou você não está consciente do tanto que estamos jogando neste momento,
05:59ou é que você é absolutamente idiota.
06:04Eu tinha esquecido o quão bom são os insultos na sua boca, querida.
06:07Por favor, deixe seu cinismo repugnante de lado
06:09e tome as coisas de forma séria por uma vez na sua vida.
06:12Eu tomei de forma séria, eu já acredito que tomei de forma séria.
06:16Eu tomei de forma séria
06:18que o Eugenio se enlouqueça de novo.
06:21Você deu-lhe umas gotas de sangue.
06:23Eu não podia permitir que ele se recuperasse tão rápido.
06:27Quanto mais você diz isso, mais escuro eu o vejo.
06:31Deixe de pensar tanto no futuro.
06:33Aproveite o presente, Leoncadillo.
06:35No presente, o Eugenio não está.
06:39Mesmo que seja estranho.
06:40O que é estranho?
06:42Quando a garrafa está vazia,
06:44toda precaução é pouca.
06:48Eu não sei.
06:50Toda precaução é pouca.
06:53Me deu a sensação de que o Eugenio havia vivido
06:55pouco ou nada.
06:59Embora a vista esteja que algo viveu, certo?
07:02O suficiente para fazê-la desvariar, sair do palácio
07:05e perder-se pelos caminhos.
07:07Pode que nem se volte.
07:08Não sei o que te preocupa tanto.
07:10Mas eu tenho que repetir para você, Lorenzo.
07:13Você se precipitou.
07:15Com o duque de Carvajal e de Fuentes no palácio,
07:17você não pôde escolher o pior momento para dar esse passo.
07:21Isso já veremos.
07:30Não, não, não é resignação.
07:32De verdade, não.
07:34É que quase tudo o bom que me aconteceu na vida
07:37me deu graças ao meu trabalho.
07:39Graças a ele, por exemplo, eu conheci a duquesa da vitória.
07:42Ela te abria os olhos quando dá nomes.
07:44Sim, essa mulher é a prova de que a amizade não entende de cunhas.
07:50Está claro que é fácil ser boa quando a vida está resolvida,
07:54não há discussão.
07:56Mas você não vai rejeitar a amizade
07:59só porque a família de alguém tenha dinheiro, certo?
08:02Claro que não.
08:04Além disso, a duquesa, o dinheiro,
08:06lhe permite dar renda solta aos seus desejos, às suas ilusões,
08:10que, por sorte, para mim, são refinados, originais.
08:13Ela adora viajar.
08:15E pode permitir-se ir para onde quiser.
08:17E sempre te levou comigo.
08:19Sim, me levava comigo e não estava obrigada a fazê-lo.
08:22Claro que não.
08:24Não só isso, mas eu acho que ela tentava que eu saísse do viagem como uma igual.
08:31Realmente, eu acho que ela me considerava sua igual.
08:34Quando você consegue esse grau de cumplicidade com os senhores,
08:38é uma satisfação inexplicável, certo?
08:41Sim, é verdade.
08:43E graças a isso, tive a oportunidade de apresentá-los a poucas pessoas.
08:47Praticamente nenhuma, diria eu.
08:51Graças a ela, entendi que os seres humanos
08:54somos inabarcáveis e insignificantes ao mesmo tempo.
08:59E que minha condição de mulher não deveria ser um limite.
09:05Embora, acho que aí falava mais a vontade do que a razão,
09:09porque as coisas são como são e mudam muito pouco a pouco.
09:13Ou seja, você considera que se tivesse nascido homem,
09:16sua vida teria sido muito diferente.
09:20E eu não tinha me enamorado tão fortemente de você.
09:25E você teria se conformado simplesmente com a enfermaria?
09:30Não.
09:31Acho que teria tentado me licenciar na medicina.
09:35Ainda estás a tempo.
09:37Sim, o mundo muda a velocidade de vértigo.
09:41Há mulheres nas universidades.
09:44Olha, a senhora Ângela vai acabar sendo abogada.
09:47Sim, mas a senhora Ângela é pouco mais do que uma menina.
09:51Você imagina eu roubando horas para o sonho
09:55para estudar noite após noite, ano após ano,
09:58a estas alturas da minha vida?
10:00Você tem razão.
10:02Com todo o seu trabalho e também atendendo a sua família,
10:05não seria possível.
10:07Bem, você percebe que esta conversa
10:10era para que você me disse uma explicação?
10:13E eu sou a única que falei?
10:15Bem, mas essa é uma das minhas habilidades,
10:17ou você já esqueceu?
10:21Vamos, Rômulo.
10:23Conte-me sobre a sua vida.
10:25Não há muito o que contar.
10:27Bem, algo haverá.
10:30Bem, cuidado.
10:32Você foi o último importante que eu conheci.
10:36Deixe a lição, Hassan.
10:38Não, é verdade.
10:40Estive há alguns anos trabalhando para o Barão de Linaja,
10:43e quando sua filha mais velha casou com o Marquês,
10:46então eu já vim à promessa
10:48e acabei sendo o maior homem de Los Lujan.
10:53E você nunca se casou?
10:55Não.
10:57Você não tem filhos.
11:00Você não tem filhos.
11:05Mas havia outra mulher.
11:10Não havia, então.
11:13E não houve depois.
11:17Então, por que, Rômulo?
11:22Bem, pensei que era melhor.
11:27Nossos trabalhos nos levaram por caminhos muito diferentes.
11:31E não era justo que você fizesse o que supostamente
11:34você teria tido que fazer,
11:36se tivéssemos seguido juntos, se tivéssemos formado uma família.
11:40Renunciar ao seu caminho.
11:43Então,
11:46você nunca deixou de me amar?
11:50Não.
11:56Não.
12:06Desculpe, mas eu ainda tenho algo a fazer.
12:11Mas por que não me podem colocar a cortar pimenta,
12:14canaúra ou tomate em vez de cebola?
12:16Direta, porque a maldita cebola sempre me toca a mim
12:19e hoje pode me apetecer que eu lhe traga outra.
12:21Não é justo, Dona Candela.
12:23Não, não é.
12:24Pelo menos você reconhece.
12:29Você quer que eu faça o que eu faço?
12:31Não, não, não, não.
12:33Não, não, não, não.
12:35Não, não, não, não.
12:37Não, não, não.
12:39Você quer cortar a cebola e não chorar?
12:42Claro.
12:44Isso é fácil de resolver.
12:46Enquanto você corta metade da cebola,
12:49a outra metade você coloca na cabeça.
12:51Na cabeça.
12:53Na cabeça?
12:54E isso tem sentido?
12:56Eu também não achava sentido, mas olha o que são as coisas.
12:58A base de fazê-lo, eu digo que alivia.
13:03Eu vou um momento para a despensa, pegar batatas.
13:06Espere que eu acompanhe você.
13:08Estes sacos pesam como um ovinho por 100 mortos.
13:36O que?
13:38O que foi?
13:40O que aconteceu com você, Jantina?
13:42Onde vai parar?
13:50E essa cara?
13:52Aconteceu algo, garota?
13:54Não me digas que encontraram a Dona Eugénia, você sabe.
13:56Não, graças a Deus.
13:58Pelo menos que eu saiba a quem é que está falando.
14:02É Adriano com os bebês no dormitório.
14:05Como?
14:06Mas quem encontrou?
14:07Quem menos convenia.
14:10O duque de Carvajal e Difuentes.
14:12Ai, mãe.
14:13Como isso pôde acontecer?
14:15Não sei, Dona Candela.
14:16O caso é que eu estava dormindo com os meninos e
14:18quando saí, me cruzei com ele.
14:20Eu estava direto para o dormitório.
14:22Não sei, suponho que ele ouviu algum grito.
14:25E o que aconteceu?
14:27O que aconteceu?
14:29O que aconteceu?
14:31Não sei.
14:32E você disse algo a ele?
14:33O que eu ia dizer?
14:35Ele ia o que ia.
14:36E ele não me viu.
14:37E depois?
14:39Depois eu queria saber o que estava acontecendo e fiquei...
14:41Fiquei na porta, tentando escutar.
14:44Mas não ouvi absolutamente nada.
14:47Já é maluco.
14:49Não sei.
14:50O estranho seria que não se tivesse sabido.
14:52É muito complicado esconder dois bebês,
14:54por tão grande que seja o palácio.
14:56E como isso vai acabar?
14:58Porque parece mal.
15:00Negroza e não pinta.
15:02Não sabemos como a gente vai reagir.
15:05E as reações da gente poderosa são ainda mais imprevisíveis.
15:09Eu espero que não se cumpram os piores auguros.
15:12Porque se esse homem contar...
15:15Já podemos ir procurando trabalho em outro lugar.
15:18Vá.
15:20O que está claro é que...
15:23isso não é nada bom para a promessa.
15:31Sua tia Eugênia aparecerá em qualquer momento.
15:33Você já verá.
15:35Não sei.
15:37Pode ser que simplesmente tenha saído para dar um passeio
15:40e quando menos o esperamos,
15:41estará de volta sem nem um resumo.
15:43Espero que seja assim, mas...
15:45leva muito tempo para que se trate somente de um passeio.
15:49Bem, pode ter se desorientado.
15:52Em qualquer caso, lembre-se que seu pai
15:54tomou cartas sobre o assunto.
15:56E se ela não voltar por seu próprio pé,
15:58ele o trará de volta.
16:00Espero que seja assim.
16:01Porque eu vi o Curro muito preocupado.
16:03E já tem bastante com o que tem.
16:05Sim.
16:06Talvez seja melhor que fale com ele
16:08e faça-lhe entender que...
16:09não deveria mostrar tanta proximidade com a família.
16:12Digo isso para não despertar as suspensas
16:15do duque de Carvajal e de Fuentes.
16:17Mas, por Deus, que é sua mãe.
16:19É tão estranho que esteja preocupado por ela?
16:21Não, absolutamente não.
16:23Mas lembre-se que jogamos muito com esta inesperada visita do duque.
16:26Sendo uma pessoa tão próxima à Casa Real,
16:28qualquer coisa que diga Curro poderia colocar a família inteira
16:31em uma situação complicada.
16:35O que está fazendo aqui?
16:36Não quer que o duque te veja?
16:39Já está de paraíso.
16:41O duque já me viu.
16:42Como?
16:43Sim.
16:44E não precisamente porque estive dando um passeio pelo palácio.
16:48O duque me encontrou na alcova de Catalina, junto com os filhos.
16:51Mas como é possível?
16:53Não sei.
16:54Não sei se ele ouviu chorar os filhos ou se apresentou de casualidade.
16:58Em qualquer caso, não importa.
17:00As cartas já estão sobre a mesa.
17:03O que quer dizer?
17:06A situação era a que era.
17:08Aquele homem me perguntou e eu lhe contei a verdade.
17:11Como a verdade?
17:12Toda a verdade?
17:13Sim.
17:15Não achei possível justificar minha presença
17:19na alcova de Catalina junto com os filhos.
17:21De nenhuma forma.
17:22Então você lhe disse que você e a Catalina estão casados,
17:25que esses filhos são seus filhos e que você é quem você é?
17:28Sim.
17:31Eu lhe contei toda a verdade, senhora Leocádia.
17:33Não deixei nada na alcova.
17:35E como é que o duque não desceu depois de saber disso e nos chamou a atenção?
17:39Talvez seja uma prova de que aquele homem não está aqui por acaso.
17:41Nem haveria de automóvel, nem nada.
17:44Talvez o conde tenha vindo procurando carne
17:46para machucar a família Luján antes da Casa Real.
17:49O pior de tudo é que estamos servindo ele na alcova.
18:05Com sua permissão, senhor,
18:06eu avisei sobre o que aconteceu com a Guarda Civil para que comece a procura.
18:10Também lhe disse que não se informe se minha esposa recebe alguma visita à prisão.
18:14Com sua permissão,
18:17mesmo que minha mãe tivesse muitas ganhas de visitá-la,
18:19eu não acho que ela tenha saído sozinha para Cordoba.
18:23De fato, ela tentou me convencer para que me acompanhasse.
18:29Suponho que era consciente de que não poderia realizar esse viagem por sua conta.
18:33Mas talvez tenha tentado no caminho.
18:35Em qualquer caso, senhor, o sargento coordenava.
18:38Me prometeu que daria prioridade a este assunto sobre qualquer outro.
18:41É melhor assim, porque comecei a me preocupar.
18:44Com sua permissão, senhor,
18:45também estamos coordenando batidas de busca,
18:47juntando membros do serviço com voluntários do povo.
18:51A ideia é viajar pela farmácia com torches e cachorros.
18:54Certo.
18:55Boa ideia.
18:58Não estaria de mais olhar também na caverna onde estava Maria Fernandes
19:01e depois a senhora Adarre.
19:04Não acho que minha irmã esteja lá, mas...
19:06Mandaremos alguém lá, contem com isso.
19:09Perfeito.
19:12Curro, não deve tomar tudo assim.
19:15E como quer que eu tome?
19:17O que será dela se passar toda a noite à temperatura?
19:19É o que estamos tentando evitar, Curro.
19:21Tranquilo.
19:22Todo este desfile, e digo isso como militar,
19:25mas também como marido da desaparecida,
19:28é absurdo.
19:29Não tem sentido e é uma perda de tempo.
19:32E isso por quê, Lorenzo?
19:33Porque Eugenia conhece estas terras.
19:35Não acho que tenha se surpreendido.
19:37É pior que me digas.
19:38Não me refiro a isso.
19:39Simplesmente estou dizendo que estou certo de que vai voltar tarde ou cedo,
19:42e sana e salva.
19:46Procedam como lhes disse.
20:07A CIDADE NO BRASIL
20:27Senhora.
20:33E o Sr. Velarde?
20:34Desculpe-me, senhora Esmeralda,
20:36mas tenho que abordar um assunto inexplicável.
20:38Suponho que este assunto tenha a ver com o Duque de Carvajal e Cifuentes, não é?
20:44A senhora Amadeu, na última visita,
20:46disse que tinha tratamento com a família do Duque.
20:49É mesmo?
20:51O que são as coisas.
20:53Conheço que, por acaso, o Duque está passando pela promessa.
20:57Você está muito bem informada.
20:58Também, Trini me contou que vocês visitaram Lujan
21:03e que têm tratamento com os Marqueses.
21:06Você está se dando conta, senhora Esmeralda?
21:08Você está respondendo tudo.
21:10Amadeu tinha que atender uma comida com o Duque,
21:12o Marquês e sua família em representação dos Velarde.
21:15Essas são palavras maiores.
21:17Com certeza.
21:34Contas claras.
21:36Amizades largas.
21:38Perfeito, já estaria.
21:40Um prazer, senhor Pedralba.
21:43O prazer foi meu, senhora Segura.
21:50Você também vai passar pela promessa?
21:53Sim, eu vou passar pela promessa.
21:56Eu também vou passar pela promessa.
21:59Eu também vou passar pela promessa.
22:01Você também vai passar pela promessa?
22:04Possivelmente, sim.
22:06E seria tão amável de saludar o Sr. Jacobo do meu lado?
22:10O Sr. Jacobo Monteclaro?
22:11Sim.
22:12De que você o conhece?
22:14Ele estava por aqui.
22:16Um jovem tão bonito é difícil de esquecer.
22:19Melhorando o presente.
22:21Entendi.
22:22Eu farei seus saludos.
22:24Conte com isso.
22:26Imagino que ele veio à joia para comprar as alianças para seu casamento.
22:29Ah, sim, é verdade.
22:31Ele também as comprou aqui?
22:34Também.
22:36O que mais comprou?
22:52Se não é um bom momento, posso voltar mais tarde.
22:55Teresa, não, não.
22:56Passe.
22:58Finalmente, acabou.
23:00Não estou fazendo nada, não consigo me concentrar.
23:03Não me surpreende.
23:04Suponho que está preocupado com a desaparecimento da Dona Eugênia.
23:07Sim, claro.
23:09Ontem, até as tantas, estávamos procurando por toda a favela.
23:13E não peguei o olho.
23:15Mas...
23:17O dono também não aparece.
23:18Ele foi ver o dono das ferramentas e equipamento que íamos comprar e...
23:23Enfim, espero que siga a venda.
23:25Por nosso bem.
23:27E por que é tão importante?
23:30Porque não poderíamos permitir-nos comprar uma nova máquina.
23:32É muito caro.
23:34E o negócio não poderia começar.
23:37Entendi.
23:40Bem, como diz Maria Fernandes,
23:42quando traz a mesma conta, pensar bem do que pensar mal,
23:45sempre é melhor pensar bem.
23:49É uma boa frase.
23:51Procurarei lembrá-la.
23:54Então, vou me limpar.
23:55Sim, claro.
24:04Ouça-me bem.
24:05Fique atento durante todo o caminho.
24:07A senhora pode ter se desviado em qualquer lugar. Entendido?
24:11Vamos. Não há tempo para perder.
24:15Romulo.
24:17Não há novidade?
24:18Não, ainda não sabemos nada.
24:20Acabei de enviar o Sr. Gutiérrez Avillalquino
24:23para que eu descubra se alguém sabe alguma coisa.
24:26Bom trabalho, Romulo.
24:28Mas, por outro lado...
24:30O que, senhora?
24:32É difícil para mim acreditar que minha tia Eugenia esteja tão longe.
24:35Bem, sim, sim. Está a pé, com certeza.
24:37Mas eu estava procurando a possibilidade de que algum automóvel ou carreta
24:40a tenha recolhido durante o caminho.
24:42Sim, você tem razão.
24:43Como quase sempre.
24:45Realmente é o de quase.
24:48E como está você com o seu negócio?
24:50Se posso perguntar.
24:51Bem, segui seu conselho e fiz as pazes com a senhora Darre.
24:56Me alegro.
24:58Também pedi perdão ao serviço,
25:01porque meu comportamento nesses últimos dias não era de recebo.
25:06E se desculpou com alguém mais, além do serviço?
25:11Sim, também me desculpei com a Emília.
25:15Parece ser que, a força de insistir em todos,
25:17lhe fizemos recapacitar.
25:18Bem, não sei se você me fez recapacitar
25:21ou eu fiz simplesmente para que me deixassem em paz de uma vez.
25:26Então, você falou com a Emília?
25:29E como foi?
25:31Bem, a conversa foi bastante agradável.
25:34E longa, eu imagino.
25:35Sim.
25:37Tivemos muito tempo sem saber um do outro,
25:40tínhamos muitas coisas para nos contar.
25:43Me alegro muito de que tenha dado esse passo.
25:45O que não entendo é se tudo foi bem,
25:48porque não me sinto mais feliz.
25:51Eu também não estou para tirar as campanas ao voo.
25:54Por que não?
25:56A verdade é que a Emília fez algo que me desconcertou.
26:02Como é isso? O que fez a Emília?
26:05Quando estávamos no melhor da conversa
26:08e quando eu sentia que estávamos mais perto,
26:10de repente, ela se levantou e foi.
26:12E por que faria algo assim? Não entendo.
26:14Eu estive pensando e acho que entendo.
26:18Não posso pretender que quando estou disposto a falar do passado,
26:21ela também não esteja.
26:22No entanto, quando estou sombrio,
26:24ela tenha que aguentar meu mau humor e meus sexos abruptos.
26:28Todos temos um coração.
26:30E o seu sofreu muito por mim.
26:43Olha, a vigilada nunca irme.
26:47Sim.
26:49Você tem razão.
26:50Se eu me dedico a esperar, é como se o tempo não passasse.
26:55O que tenho que fazer é me distrair.
26:57Sim, é melhor você ir.
27:01Sabe, eu vou te ajudar a limpar o andar.
27:04Claro, eu não tinha outra coisa na cabeça.
27:06Mas que coisas você tem, senhor?
27:08Teresa, ninguém tem que se informar.
27:10Além disso, se eu te ajudar, você terminará antes e eu me distrairei um pouco.
27:14Desculpe, mas não posso permitir.
27:16É meu trabalho e tenho que fazer.
27:21Sabe, Teresa, acho que já entendo.
27:23Você acha que não me dá bem limpar, não é?
27:27Como?
27:28Você está errando.
27:29Eu faço bastante bem, sobretudo para limpar o pó.
27:31Olhe.
27:33Bom dia.
27:35Me devolva, por favor.
27:37Sim.
27:39Antônio...
27:42Tudo foi bem?
27:44Bem, podemos dizer que não foi tão mal.
27:48Do que você está falando?
27:50Resulta que grande parte da máquina já havia sido vendida.
27:53O que você quer dizer?
27:55O que você quer dizer?
27:57O que você quer dizer?
27:59O que você quer dizer?
28:01Grande parte da máquina já havia sido vendida.
28:03Lembre-se que você estava com pressa para desligar tudo.
28:05Mas, bem, eu acho que com o que consegui comprar, temos o suficiente para começar.
28:09É verdade?
28:10Sim.
28:11Só precisaremos de mais fornecedores para suplir a falta de materiais.
28:15Mas, bem, é verdade que podemos lidar com esse gasto com o dinheiro que sobrou.
28:19Então, no final, uma empresa deve se adaptar aos mudanças, assim como vem, não é, Dom Manuel?
28:25O que espero é que possamos suportar este.
28:27Com certeza.
28:28Não duvide.
28:30Certo.
28:32Bem, como se diz, é melhor sermos positivos.
28:36Assim que, pelo menos, podemos começar a trabalhar de uma vez, sério.
28:39Exato, essa é a atitude.
28:41Agora só falta que apareça minha tia Eugênia e tudo seria perfeito.
28:44Sobre isso, Dom Manuel, se há algo que eu possa fazer para ajudar, diga-me.
28:49Te agradeço, Tonho, mas não serviria de nada.
29:00Emília.
29:04O que está lendo?
29:10Rimas de Eker.
29:14Este livro também me move muito.
29:20Que poema leia?
29:21Este.
29:29Olhava aos olhos uma lágrima e ao meu lábio uma frase de perdão.
29:35Falou o orgulho e se enjugou seu choro.
29:39E a frase expirou nos meus lábios.
29:44Eu vou por um caminho, ela por outro.
29:47Mas ao pensar em nosso amor mútuo, eu ainda digo por que caí naquele dia.
29:53E ela dirá por que não chorei eu.
29:59E eu diria por que eu não chorei ela.
30:19O que tem por aqui?
30:20Sabemos de alguma coisa da sua mãe?
30:22Não, maldade porém não.
30:24Ela não sabe de nada.
30:26Você tem que ter os nervos desfeitos.
30:30Sim, mas é curioso.
30:32Tenho mais esperança agora do que ontem.
30:35E deveria ser o contrário, não?
30:38Suponho.
30:40E isso por quê?
30:42Bem, começo a pensar que,
30:44por muito que me exaspere em dar razão ao capitão,
30:47não se equivocava.
30:49E que à minha mãe não lhe aconteceu nada ruim,
30:52nem foi perdido,
30:54mas apareceu, de um momento a outro,
30:57como se nada tivesse acontecido.
31:00Claro que sim.
31:02Esperemos que seja o caso.
31:04Sim, é uma coraçãoada,
31:06mas confio que seja assim.
31:11E você? Como foi na joiaria?
31:14Paguei,
31:16e me deram isto.
31:20Você não abriu?
31:22Não.
31:23Eu queria esperar que estivéssemos juntos.
31:26Eu não sei se teria podido aguentar.
31:41Uau.
31:43Uma pulseira.
31:45Mas...
31:47Nós não pedimos uma pulseira, não?
31:50Que eu lembre, não?
31:53Significará algo?
31:55Não.
31:57Acho que é exatamente o contrário.
32:00Acho que não significa nada.
32:02O que quer dizer com isso?
32:04Quero dizer que o ornamento
32:06no qual está envolvida a pedra
32:08é tão irrelevante que nem se perguntou.
32:10Porque isto não é importante.
32:13Isto...
32:15Isto é estranho.
32:17É igual de estranho que as histórias
32:19que nos contou Esmeralda.
32:21Corro, não encontrei o sentido.
32:23Se isto é um código, está muito bem encriptado.
32:26Lope,
32:28acho que a chave está na primeira das histórias.
32:31A de Sisi.
32:46O que você quer dizer com isso?
32:48A história da Esmeralda pura.
32:51A Sisi, seu marido,
32:53lhe deu uma Esmeralda deste tipo.
32:55E isso foi o que, supostamente, causou a morte.
32:59Não entendo.
33:01Que a Sisi foi assassinada.
33:04Lope,
33:06e se naquela joia se encarrega de assassinatos?
33:10Vamos ver, Corro.
33:13Suponhamos que quem entra naquela joia
33:16e pede que lhe mostre as joias especiais
33:18na verdade o que está pedindo é
33:20encargar uma morte.
33:22Que isso é justo o que parece que fazem.
33:24Levas o dinheiro e te dão uma Esmeralda.
33:26Não, não.
33:28Lope, não estás encargando uma Esmeralda.
33:31A pedra é uma fachada.
33:34Estás pagando para que assassinem alguém.
33:37Corro, não, não, ainda não entendo.
33:39Se tu pagas por uma morte,
33:42seria lógico que a Esmeralda
33:44perguntasse a quem queremos matar.
33:50Não?
33:51Uma pergunta.
33:54Se dizes isso é porque não tens a resposta.
34:00Não, não a tenho.
34:05Somos donos de uma joia que não precisamos
34:08e por ela pagamos o dobro, Corro.
34:10E com dinheiro roubado.
34:12Não te esqueças disso.
34:14Eu me sinto um idiota.
34:16Eu também.
34:18De que maneira perder o tempo e o dinheiro, Lope?
34:20Não, não, não.
34:22Por quê?
34:24Antes de ir,
34:26Trini me deu uma informação muito valiosa
34:28sem ela saber.
34:30Lope, o que ela te disse?
34:32Me disse que Jacobo Monte Claro também
34:34estava na joia.
34:36Jacobo?
34:38Bom, isso pode ser porque
34:40poderia ter ido comprar as alianças
34:42da joia com Martina.
34:43Eu pensei o mesmo.
34:45Mas ela mesma me explicou
34:47que além de comprar suas alianças
34:49comprou outra coisa.
34:51E não me disse o quê.
34:54Não.
34:55Não, não pode ser, Lope.
34:57Estou igual de surpreso que tu, Corro.
34:59Se Jacobo nem está aqui, não entendo
35:01por que quer matar você ou qualquer pessoa de Lujan.
35:06Lope, isso não tem nenhum sentido.
35:19Eu sei que você falou com o Romulo.
35:21É por isso que está assim, não é?
35:24Sim.
35:26O Romulo me contou
35:28suas razões de então
35:30para se quebrar comigo.
35:33E agora,
35:34ao ler o poema de Becker,
35:38percebi que se ambos
35:40nos tivéssemos conduzido de outra maneira,
35:44talvez tudo teria sido tão diferente.
35:48Mas o que vocês falaram
35:51é muito bom, não é?
35:53Não.
35:54Não é.
35:57Porque o que ele me disse
35:59é tão desconcertante.
36:02E tão triste ao mesmo tempo.
36:07Eu sempre pensei
36:10que ele me tinha deixado porque havia outra mulher.
36:14Mas estava errada.
36:17Não havia ninguém.
36:20Nunca houve ninguém.
36:24E para mim,
36:25teria sido infinitamente mais fácil aceitar isso
36:29do que o que realmente aconteceu.
36:32E o que aconteceu?
36:34Uma questão prática.
36:38De repente,
36:39seu trabalho e o meu
36:41pareciam totalmente incompatíveis.
36:43De verdade?
36:45De verdade.
36:49Sinto
36:50uma mistura de
36:52raiva,
36:53incompreensão,
36:55insegurança,
36:58frustração
37:00por não poder recobrar todo esse tempo perdido.
37:03Não me surpreende, Emília.
37:06Mas não é contra ele.
37:08Não.
37:11Talvez a sua decisão fosse estúpida.
37:15Talvez
37:16não tivesse feito o certo
37:18em não contar-me
37:20a razão para se quebrar comigo.
37:24Mas nós nos amávamos.
37:28E, no entanto,
37:30por orgulho,
37:31não conseguimos fazer valer nosso amor.
37:33Nem ele, nem eu.
37:35Como no poema de Becker.
37:37É assim.
37:39E agora penso que poderíamos ter sido tão felizes juntos.
37:45Ainda está a tempo. Nunca é tarde.
37:48Não, não é verdade.
37:51Às vezes é tarde.
37:54Para mim, já é tarde.
37:57Mas não para você.
38:03Não faça erros
38:05para aprender deles a tempo errado.
38:07Que é o que eu fiz.
38:09Aprenda deles agora.
38:11Aprenda-os.
38:12E como se faz isso?
38:17Aproveitando a vida, tudo o que puder.
38:20Não permita que o orgulho nem nada
38:23estropeie a felicidade
38:25que agora tem com seu marido
38:27e seus preciosos filhos.
38:30Que não chegue um dia
38:32em que ele se pergunte por que caiu
38:36e você se pergunte por que não chorou.
38:39Prometa-me.
38:42Te prometo.
38:53Simona, quer que lhe ajude?
38:55Não.
38:58Mas como não?
39:00Mas não percebe que não pode subir?
39:02Não.
39:05Não.
39:07Espere.
39:09Não.
39:10Olha.
39:11O que eu quero dizer é que espere até recuperar.
39:14Não.
39:15Não.
39:16Não.
39:17Não.
39:19Não.
39:20Não.
39:21Não.
39:22Espero até lhe dar suas coisas,
39:24que se não, nem com aida nem sem ela.
39:27Um segundo.
39:29Claro.
39:32Sabe que estou mulando?
39:37Me parece que sim.
39:39Digo que é sério, senhora Martínez,
39:41porque…
39:42por que me deixa quando não tenho
39:49Mas em margem.
39:52Muito bem.
39:55Isso é tudo o que ele tem a dizer?
39:59Não sei, menina. Se quiser, eu faço uma festa.
40:01Não me referia tanto.
40:04Mas acho que, dado a boa disposição de seu filho,
40:06talvez possa aproveitar para falar com ele e arreglar as coisas.
40:10Já. Já falei com ele.
40:13Quando?
40:15Quando o sr. Manuel e ele vieram me contar
40:20sobre o sargento da Guarda Civil que estava levando seu caso.
40:24E eu aproveitei para me desculpar com o meu filho por ter desconfiado dele.
40:28Já estava atento a isso.
40:30Mas me referia a uma conversa mais tranquila e mais íntima.
40:37Melhor não.
40:41Melhor não?
40:42Sim, isso é o que eu disse.
40:45Estou bem se meu filho está bem.
40:48E não preciso mais dele para estar tranquila.
40:52E está claro que ele não precisa de mim.
40:54Então é melhor deixar as coisas como estão.
40:59E agora, venha.
41:01Me ajude a colocar isso na cozinha.
41:15Deveriam ter encontrado algum indício a estas alturas.
41:18Não sei, Curro, mas as coisas estão como estão.
41:21A Guarda Civil, por muito que a busque, não deu com ela.
41:25Ninguém a viu no povo, nem nos povos próximos.
41:28E as batidas pela finca também não deram nenhum resultado.
41:30Talvez tenha tido um rapto de lucidez e tenha voltado por voluntade própria ao sanatório,
41:33do qual nunca deveria sair.
41:35Por isso, podes ahorrar-te esse tipo de maldades?
41:40Agora começo a temer que lhe tenha passado algo de verdade.
41:44Algo como o quê?
41:45Como o que vai ser, Curro?
41:46Cale-se.
41:47Que lhe tenha acontecido o pior.
41:50Nada mais aleijado da realidade.
41:55Olá, filho meu.
41:56Mãe.
41:58Sabia que não havia acontecido nada.
42:00Que não poderia ter passado nada mal.
42:04Como estão?
42:05Deixem-se de saludo, estúpidos.
42:07Podemos saber onde estavam?
42:09Não me diga que estavam preocupados por mim.
42:11Todos estávamos.
42:12Até o ponto de avisar a Guarda Civil e organizar batidas nocturnas.
42:17Tudo isso por mim?
42:19De certa forma, é alagante, embora não seja necessário.
42:23Se tivesse intenção de ir, pelo menos deverias ter avisado.
42:27Não fiz isso para evitar malas caras e discussões.
42:32Venho ver a minha irmã Cruz.
42:42Você foi visitar a Cruz?
42:45Sim.
42:46Já lhe disse que tinha intenção de fazer isso.
42:50Você é incrível.
42:53Não seja pesada, Alonso.
42:55Te disse que iria.
42:57E fui no momento que me pareceu mais conveniente.
43:01Ou quer também que te avise quando for passear?
43:03Você não tem tido nenhuma consideração.
43:05Te disse que isso só faria mal à família.
43:07E te deu o mesmo.
43:08Mal à família?
43:12Isso é algo muito difícil de julgar.
43:16A mim, sem ir mais longe,
43:18e pelo bem da família,
43:21você me manteve em um lugar horrível por anos.
43:31E como foi na cadeia, mãe?
43:34Você não usou nenhum veículo dos que temos aqui?
43:37O conde de Ayala conseguiu mandar-me um carro.
43:39Quem, senão você?
43:43Você sabe que eu gosto muito dele.
43:45E como vocês não querem me ajudar,
43:48eu pedi o favor dele.
43:50Por que me faz isso?
43:52Você não tinha nenhum direito.
43:54Nenhum direito a visitar a minha própria irmã.
43:57Você não entende.
44:00Vocês não entendem o que é tão fácil de entender.
44:04Eu não sou mais uma marionete a manipular.
44:07Agora eu faço o que quiser.
44:11Eu trabalho, querido.
44:13Vem comigo para a minha sala.
44:15Estou cansada.
44:38Vou trazer uma xícara.
44:42Eu tenho muita tarefa.
44:45Tanto quanto para não poder tomar uma xícara.
44:52Sim.
44:54Só uma xícara.
45:07Estava muito quente.
45:09Não tanto.
45:11Bom, já que eu bebi a xícara,
45:13você quer mais alguma coisa?
45:15Sim.
45:17Eu gostaria que continuássemos falando sobre a Petra.
45:21Eu já te disse que tenho muita tarefa.
45:23Eu também tenho muita tarefa.
45:25Eu também tenho muita tarefa.
45:27Eu também tenho muita tarefa.
45:29Eu também tenho muita tarefa.
45:31Eu também tenho muita tarefa.
45:33Eu também tenho muita tarefa.
45:36Eu já te disse que tenho muita tarefa.
45:38Com tarefa ou sem ela,
45:40o que você está fazendo com o Ama e a Aves
45:42não tem justificação nenhuma, Maria.
45:44De novo você quer fazer o mesmo que o burro com a Nória?
45:47Como se não tivéssemos coisas mais importantes
45:49que fazer, como para pensar na Petra.
45:51Vamos, nem falar.
45:54Eu acho que você não está sendo muito justa com ela.
45:56Não é que você não percebe.
45:58Mas que vou ser injusta, por Deus?
46:00Se o que eu penso é de uma marionete,
46:02a ela nem vai nem vem.
46:04Se o que eu penso é de uma marionete,
46:06a ela nem vai nem vem.
46:10Boa tarde.
46:12Acabou de chegar o correio.
46:14Tem uma carta para você.
46:16Obrigado.
46:34Malas notícias?
46:38É uma coisa, sem mais.
46:43A Igreja também tem sua burocracia.
46:47Mas nada importante.
47:04Sim, sim.
47:06Claro, fique tranquilo.
47:09Conte com isso.
47:13O que você chama de minha condição de aristócrata
47:15não é mais do que um azar da genealogia.
47:17Sim.
47:21Eu estarei aí.
47:25Obrigado.
47:29Obrigado.
47:34Sim.
47:36Sim, não se preocupe com isso.
47:38Adeus, presidente.
47:40Adeus.
47:43Quem era?
47:45O presidente do Círculo Mercantil de Cordoba.
47:49Parece que estava sofrendo uma tortura.
47:51É que eu estava sofrendo.
47:53Sabes que não gosto de falar mal da gente,
47:55mas poderia fazer uma exceção
47:57com o presidente do Círculo Mercantil.
47:59Aqui está.
48:02Não, não vale a pena.
48:11E como poderia estar?
48:13Agora eu sei onde ele foi.
48:18É verdade.
48:19É que sua querida tia não foi a dar um passeio,
48:21nem se perdeu.
48:22Nem mesmo sofreu um desvario.
48:24Estava visitando a sua irmã Cruz na prisão.
48:31Prefiro que você não brinque com isso.
48:33Desculpe-me.
48:35Mas como pôde?
48:37Martina lhe avisou que eu havia proibido,
48:39e eu mesmo lhe pedi como um favor pessoal,
48:41pelo bem da família.
48:43Bem, não se altere e me diga como foi Eugenio até aí.
48:46Com a maravilhosa contribuição de Ayala,
48:48sempre disposto a acusar-se das debilidades da família.
48:52Então está contrariado por isso.
48:55Não pela chamada do presidente do Círculo Mercantil.
48:58Aquele idiota também não ajuda.
49:02Pai...
49:06Eu não quero dar outro motivo para preocupá-lo, mas...
49:10O que aconteceu, Catalina?
49:13Bem, Adriano e eu estávamos pensando,
49:16e decidimos partir da promessa.
49:20Mas isso é uma loucura.
49:22É uma ideia absurda.
49:23Acreditamos que é o melhor para todos.
49:26Mas onde você vai morar?
49:28Ainda não sabemos.
49:30Maravilhoso.
49:32Mas isso não é o mais importante.
49:34Ah, não? Então o que é o mais importante?
49:37Queremos que os quatro formemos uma família
49:39sem estar sujeitos a assuntos alheios a nós.
49:44E, pai, acho que para você será um alívio.
49:46Você não terá que se esconder nem...
49:48fazer-se cargo de nós.
49:51Eu não quero perdê-lo.
49:55Também não quero perder meus netos.
49:57E não nos vai perder.
49:59Olha, se decidimos isso, é porque...
50:01o duque de Carvajal e Cifuentes
50:03descobriu Adriano e os filhos.
50:06Eu não sei se você sabe disso.
50:08Sim, claro que eu sei.
50:11Na verdade, agora mesmo Leocádia está dando-lhe
50:13explicações ao duque sobre isso.
50:15Leocádia? E por que deve ser ela?
50:18Assim pediu o duque.
50:19Insistiu em falar com ela e só com ela.
50:22Espero que pelo menos esteja sendo convincente
50:24e que esse homem não vá com o conto à Sua Majestade.
50:27Seria um golpe definitivo para todos.
50:37Mas então ele estava sozinho ali com os filhos.
50:40Exatamente.
50:41E o que ele disse quando lhe pediu explicações?
50:44Isso é o indignante do assunto.
50:47Ele me olhou e, sem nenhum tipo de respeito,
50:49me disse a verdade.
50:51Como a verdade? Assim, sem mais?
50:53Assim, sem mais.
50:55É difícil acreditar nisso.
50:56Ele nem se molestou em inventar uma mentira
50:58razoavelmente verosímil.
51:00Não, não, que vai.
51:01Eu sou Adriano, como se chame,
51:03e me acordei com a filha de um marquês
51:06e estes são nossos filhos.
51:07Não, eu não diria tal coisa.
51:09Com outras palavras, mas mais ou menos sim.
51:11Ou seja, substancialmente afirmou os fatos.
51:14Eu sou um simples labriego,
51:16e me casei com a filha de um marquês
51:18e lhe fiz dois filhos.
51:19Não necessariamente nesse ordem,
51:21mas com uma desfachadez,
51:23com um cuajo,
51:24com uma insolência imprópria de alguém da sua classe.
51:26D. Lisandro, lamento muito
51:27que tenha tido que passar por tudo isso.
51:30Esse tipo não tem nem ideia do respeito
51:32que deve ter em um marquês.
51:33Pois que já se lhe subiu a cabeça o título
51:35que sua mulher não tem.
51:37Muito me temo que você não tenha tratado
51:39com muitos labriegos na sua vida.
51:41Por que diz isso?
51:43Porque, contra a imagem que temos deles,
51:45não todos são humildes e submisos.
51:48Claro que esse Adriano não é,
51:50isso ficou muito claro.
51:51Por dizer algo bom dele,
51:53sem embargo, devo adicionar que,
51:55apesar da sua condição de patrão,
51:57é uma boa pessoa.
51:59E, além disso, é um homem com arrestos,
52:01como pode corroborar.
52:18Como você se arregula para dizer sempre o certo?
52:24Bem, dizer sempre é muito dizer,
52:27apesar de ser um dono que vem de família.
52:30Tão excepcional como a sua tendência
52:32a sempre ter razão.
52:34Uau.
52:37Claro que você teve quando me assurou
52:39que aqui não me envergonharia.
52:41Me jacto de cumprir o que prometo.
52:45E por isso eu vim.
52:47Não suporto os Lujans.
52:49E nunca teria aguentado tanto tempo aqui
52:52sem ter pedido isso de você.
53:04Mas você realmente acha que Don Jacobo
53:06pôde ordenar seu acidente a cavalo?
53:08E por que iria fazer isso?
53:10Não sei, Dona Pia, é que me escapou o motivo.
53:12Porque talvez o que você investiga seja mais.
53:14Sobre a morte de Hanna.
53:16Aconselho-lhe a não tensar muito a corda
53:18e que não testemunhe minha paciência.
53:20Entre o que aconteceu no passado,
53:22a casamento de sua filha com esse labirinto
53:24e sua irmã desaparecendo por esses mundos de Deus,
53:27não garantizo-lhe que possa manter a discreção.
53:30Aproveitando que estamos os dois sozinhos,
53:33por que não retomamos a conversa
53:35onde o deixamos no outro dia?
53:37Agora?
53:39Por que você se foi assim tão de repente?
53:42Vamos, amor, que está muito feio
53:44mentir e mais sendo cura.
53:46Tudo está bem, de verdade, Maria.
53:48Pois eu acho que sei o que está acontecendo.
53:50E aposto que tem a ver com a carta
53:52que lhe cheguei esta tarde.
53:54Eu também acredito na sua inocência.
53:56Corce é minha amiga.
53:58Meu irmão opina tudo o contrário de você.
54:00Como?
54:02Ela mesma me avisou
54:04que não confiava em você.
54:06Já encontrou a caixa que procurava,
54:08D. Manuel?
54:10Não sou o D. Manuel.
54:12Sou o Sargento, Burdina.
54:16O que você quer, Locadio?
54:18O que é que você quer?
54:20Tudo.
54:22Quero absolutamente tudo.
54:24Lissandro,
54:26passei muitos anos na sombra,
54:28esperando meu momento,
54:30e agora que chegou,
54:32não vou desaproveitar.
54:36Legendas pela comunidade Amara.org

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