Governo não tem urgência nas negociações com EUA? Beraldo critica atitude do Planto

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Cristiano Beraldo criticou a falta de ação do governo Lula (PT) diante das tarifas impostas pelos EUA. Para o comentarista, a ausência de urgência nas negociações prejudica o setor produtivo e revela o descaso do Planalto com a economia brasileira.

Assista na íntegra: https://youtube.com/live/c8_UwCg45gE

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00:00Pois é, inclusive tem uma informação que a produção acabou de compartilhar,

00:03que o vice-presidente Geraldo Alckmin divulgou a informação que conversou com o secretário de Comércio norte-americano

00:11para tratar das questões que envolvem essa tarifa de 50%.

00:16Agora, o que surpreende, viu, Beralda, é que essa conversa aconteceu no sábado.

00:21De sábado até hoje, quinta-feira, nenhum tipo de desdobramento dessa conversa.

00:26E aí, claro, o vice-presidente foi demandado por um veículo de comunicação

00:30e o Geraldo Alckmin, vice-presidente, disse

00:33tivemos uma conversa importante com o secretário de Comércio,

00:36uma conversa longa, importante, destacando o interesse do Brasil na negociação.

00:40Ou seja, ele disse que o Brasil tem interesse em negociar.

00:44E aí finalizou a informação para o jornalista dizendo que a conversa durou 50 minutos.

00:52O secretário de Comércio, que seria como se fosse o ministro lá,

00:56Howard Lutnick, justamente tratando das questões que envolvem o tarifaço.

01:01É um tempo diferente, né, das autoridades.

01:05Fico imaginando se esse tempo fosse empregado em uma empresa altamente competitiva do setor privado.

01:13Há diferenças substanciais, né, quando a gente fala de comércio exterior,

01:17olhando para uma empresa e olhando para um governo.

01:20Até aqui, o que a gente precisa considerar sobre as ações e a estratégia adotada pelo governo brasileiro, Peraldo?

01:28Renato, Geraldo Alckmin é médico.

01:31E o médico, ele sabe, ele é formado para isso, ele aprende que um segundo salva uma vida.

01:37Mas nesse caso, não é só a demora de ter uma conversa com um representante comercial dos Estados Unidos no sábado

01:47e tornar isso público depois e não demonstrar consequências disso, do que aconteceu,

01:57o que virou essa conversa, qual foi a consequência que ela trouxe, no que avançamos.

02:02É falar isso dentro de um cenário em que o presidente, desde então, já atacou, mas inúmeras vezes, o chefe do interlocutor.

02:15Então, como é que você quer avançar?

02:18Como é que você quer demonstrar que, efetivamente, há um avanço na negociação

02:24se o número um do país segue atacando diretamente o número um do outro?

02:32É, obviamente, um clima que não permitirá ter um entendimento.

02:38E as pessoas ficam, então, só contando histórias,

02:41só querendo criar um enredo, cada uma para atender a sua necessidade, o seu interesse.

02:49Geraldo Alckmin não pode ficar mal com o empresariado de São Paulo.

02:52Ele precisa demonstrar que ele está fazendo o que pode,

02:56que ele está usando o seu prestígio,

02:58que quando ele tem a oportunidade, ele mostra como ele é competente,

03:02como ele lidera o país no momento de crise.

03:08Só que o resultado não entrega,

03:10porque o chefe dele não permite que ele entregue esse resultado.

03:14Não é interessante, politicamente, eleitoralmente, entregar resultado nenhum.

03:18O que interessa agora é o estresse.

03:20Quanto mais estresse, melhor.

03:22Essa é a mediocridade de pensamento que temos prevalecendo hoje no Brasil.

03:27E aí, a gente tem que analisar isso que o Dávila nos trouxe,

03:32que é o esforço das empresas de buscarem alternativas,

03:36transferirem suas sedes ou abrirem filiais

03:40em países que não estejam sendo afetados

03:43por esta condução vergonhosa da política externa brasileira.

03:47E isso, Dávila, é muito característico de um país que,

03:54em tantas outras circunstâncias, já desistiu do poder público

03:59para encontrar as suas próprias soluções.

04:03Não é à toa que o Brasil é o país no mundo com o maior número de carros blindados.

04:08As pessoas não se dão conta, porque isso virou meio cotidiano no Brasil,

04:12mas carro blindado é coisa de país em guerra.

04:17Ao invés de pressionar a elite, né?

04:19Quem tem carro blindado é elite.

04:21Ao invés da elite pressionar para o Estado se mexer,

04:26levantar da cadeira e enfrentar a guerra,

04:28matar quem precisar matar,

04:30prender quem precisar prender

04:32e dar um bom exemplo para que ninguém mais ouse cometer crime, não!

04:36O Estado segue omisso,

04:39os criminosos argumentam cada vez mais pessoas

04:43para o seu exército do crime

04:44e as pessoas se protegem como podem.

04:48Aí vem esse negócio bilionário de segurança.

04:52Educação, a mesmíssima coisa.

04:56O Brasil não cuida das escolas,

05:00não dá ao professor condições de se desenvolver

05:03e ter uma carreira que ele se orgulhe de ser professor,

05:08porque como professor ele consegue organizar a sua vida,

05:10é salário de fome,

05:12é abandonado pelo Estado,

05:14sempre que o Estado tem oportunidade de abandoná-lo.

05:17E as crianças?

05:19Quem pode vai procurar ensino privado,

05:21para não ter que se submeter

05:23às fragilidades do sistema público de educação

05:27regido por Paulo Freire.

05:29Então, o Brasil é assim.

05:32O brasileiro, ele já não espera nada do Estado.

05:36Por isso a gente se submete,

05:38aceita com tanta facilidade,

05:41os absurdos que cotidianamente

05:43são impostos à população.

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