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O anúncio do governo dos Estados Unidos sobre a taxação de 50% sobre produtos brasileiros acendeu um alerta no setor do agro, principalmente entre os produtores de soja. O Tempo Real recebe o vice-presidente da Aprosoja, Luiz Bier, para detalhar o assunto. Acompanhe a análise de Bruno Pinheiro, Priscila Silveira, Luiz Augusto D’Urso e Márcia Dantas em Tempo Real.

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Transcrição
00:00E olha, esse anúncio do governo dos Estados Unidos sobre a taxação de 50%, é claro que acendeu um alerta aqui sobre os nossos produtos brasileiros,
00:09acendeu um alerta no setor agrícola, principalmente também aos produtores de soja.
00:15Por isso, nós chamamos aqui para conversar em tempo real o vice-presidente da AproSoja, o Luiz Guier.
00:22Boa tarde, Luiz. Muito obrigada pela sua participação aqui em tempo real na Jovem Pan.
00:27Como que vocês estão enfrentando esse clima de instabilidade e com essa situação da taxação dos Estados Unidos que pode acontecer?
00:35Vocês têm se preparado de alguma forma?
00:40Boa tarde, Márcia. Boa tarde, Bruno.
00:43Na economia, qualquer alteração, e principalmente uma alteração brusca, como essa que ocorreu da taxação do Donald Trump ao Brasil,
00:54é lógico que afeta todas as cadeias do país.
00:57A soja tem um impacto mais brando do que em outras cadeias, mas sim, a gente terá impacto, sim, na cadeia da soja.
01:07Primeiro porque pode existir uma pressão baixíssima de preços para o grão,
01:13por questão de... o sebo do Brasil é 80% exportado para os Estados Unidos para fazer biodiesel.
01:21E tendo essa tarifa, inviabilizaria essa exportação e o sebo ficaria no Brasil, concorreria com o óleo de soja, tendo uma pressão baixista.
01:30Mas hoje nós olhamos principalmente para o aumento de custos, né?
01:35Nós temos uma alta no dólar, os custos da agricultura brasileira, da soja e do milho,
01:41são compostos principalmente em dólar e também nós estamos olhando com atenção em relação aos combustíveis,
01:50porque é provável que o óleo diesel venha a subir e toda a maquinária agrícola é dependente de óleo diesel,
01:58assim como o transporte e os fretes em todo o território nacional.
02:01Eu vou aproveitar, Luiz, com essa linha de insumos realmente, porque o setor já vinha reclamando
02:10que nos últimos anos estava com uma certa dificuldade de acesso a uma linha de financiamento,
02:16de incentivos, que já estava difícil adquirir insumos e isso automaticamente é repassado para o consumidor,
02:23elevando para 50%.
02:25Como fica esse repasse e essa aquisição de insumos?
02:29Isso acaba reduzindo o resultado em um Estado que é exportador,
02:34um Estado que muito mais exporta do que tem um consumo interno,
02:38como o Estado de Mato Grosso, que é considerado o celeiro do mundo?
02:43Bruno, a nossa maior preocupação em relação a custos agora é a resposta do governo brasileiro.
02:49O setor é totalmente contrário a uma taxação recíproca ao governo, ao Estados Unidos.
02:57Nós enxergamos que essa taxação faria mais mal ao Brasil do que bem.
03:04Nossas principais importações estão relacionadas à tecnologia do setor produtivo,
03:12então impactaria diretamente aos nossos custos de produção,
03:16custos que já não estão fechando a conta.
03:19Já temos pelo menos o segundo ano seguido de aperto no setor da soja e do milho
03:26e esses custos podem vir a dificultar muito mais a vida do agricultor brasileiro.
03:31Temos uma crise de crédito, tivemos um plano safra realmente muito ruim,
03:36um plano safra que em termos reais diminuiu em relação ao ano passado
03:43e o setor já vem numa possível crise e aumentar as dificuldades
03:50para a aquisição de tecnologia, para a aquisição de peças e ter custos mais elevados
03:56e isso pode impactar diretamente nos resultados do produtor brasileiro.
04:01Luiz, como é que estão as negociações?
04:03Você tem alguma conversa marcada com algum representante do governo?
04:08Vocês estão buscando isso?
04:10Qual a estratégia que vocês vão fazer a partir de agora?
04:13Olha, a nossa estratégia é negociar via FPA.
04:19Então nós tivemos a lei da reciprocidade que foi uma demanda do setor,
04:23mas ela mirava principalmente a União Europeia com a lei anti-desmatamento.
04:29A lei da reciprocidade é uma bela lei.
04:32Ela dá possibilidade do Poder Executivo negociar com mais afim, com mais veemência
04:39e dar uma empada legal para realmente punir países que apresentam taxas de forma unilateral contra o Brasil,
04:48mas nós esperamos que, e também é nosso conselho, a FPA, que agora não é a hora de acirrar os ânimos.
04:59Nós precisamos de tranquilidade, calma.
05:02O Itamaraty tem ótimos negociadores, nós precisamos dos mais afiados para negociar isso
05:10e sair numa situação onde a agricultura brasileira e o Brasil possam não ter maiores prejuízos.
05:18Em relação a essas negociações, Luiz, existe alguma expectativa de uma comitiva acabar se formando
05:26entre essas entidades, entre os setores e ir até os Estados Unidos conversar com essas autoridades,
05:33com esses representantes, antes do mês de agosto?
05:37Olha, Bruno, nós esperamos que isso seja feito pelo governo brasileiro.
05:42O setor não tem a força política que é necessário para negociar com outro governo.
05:51Então, nós esperamos que o governo brasileiro, que está sendo pautado pela CNA,
05:57pelos deputados da FPA, possa achar uma solução razoável para esse impasse.
06:07Então, Luiz Bier, muito obrigada pela sua participação aqui em Tempo Real na Jovem Pan.
06:13Volte sempre, sempre muito bem-vindo aqui com a gente, tá bom?
06:17Agora são 2 horas e 44 minutos.
06:20A gente vai acionar, inclusive, os nossos comentaristas, a Priscila Silveira e o Luiz Augusto Durso
06:25sobre esse tema.
06:27Priscila, realmente o impacto na soja em várias outras áreas do agro brasileiro
06:32pode ser grande, né, caso essa taxação venha a acontecer.
06:37Você acredita que essas medidas aí que eles estão tomando de negociação
06:42ainda podem ser uma saída para o respiro, para realmente dar uma acalmada nos ânimos do setor?
06:49Sim, Márcia.
06:50Inclusive, não só a soja, mas também o café, a laranja, o aço,
06:54são produtos que são exportados com a sua maioria para os Estados Unidos.
06:58Inevitavelmente, nós teremos aqui prejuízos.
07:00Num primeiro momento, nós poderíamos falar, eventualmente, que sobrariam produtos,
07:06isso faria cair, de alguma forma, o preço, mas, a longo prazo,
07:10traria, evidentemente, inúmeros prejuízos também, porque se eu não tenho,
07:15se eu tenho ali a oferta e a procura, os empresários teriam que demitir,
07:18então teria desemprego, aumento da inflação.
07:21Então, eu acho que aqui a gente precisa prudência e usar, sim, da diplomacia,
07:26como o presidente Lula fez ali no seu governo 1, no Lula 2.
07:29se espera que, não estou dizendo que ele se dobre, mas que ele tenha aí a prudência diplomática
07:34de fazer cessar ou trazer um meio termo para que outros setores, e não só o agro,
07:39não tenha aí esses perdimentos que a gente está visualizando a longo prazo.
07:43Durso, em relação agora à política, você acredita que tanto a esquerda,
07:48tanto o governo quanto os bolsonaristas querem, de alguma forma,
07:54se aproveitar dessa narrativa, nessa discussão, para se aproximar, é claro, também,
07:59do agro e de grandes empresários, que era um público que ficava muito só,
08:03sempre, com a direita, que agora o governo pode ter essa negociação
08:07de criar um plano safra, como o Luiz falou agora, mais atrativo,
08:10tenta aproximar, é uma oportunidade do governo Lula se aproximar também do agro?
08:17São alguns fatores que a política vai tentar se aproveitar dessa situação.
08:23O primeiro fator foi com relação a quando o Trump anuncia a taxação,
08:27e aí nós tivemos as guerras de narrativa para encontrar o culpado dessa taxação.
08:32Muitos falaram que era Lula por causa da reunião do BRICS, etc.
08:35Muitos falaram que era culpa do Eduardo Bolsonaro,
08:39que estava diretamente nos Estados Unidos pedindo esse tipo de medida.
08:43Depois, agora, nós temos quem será o grande responsável
08:48por melhorar essa situação ou resolver essa situação.
08:51E aí tem, sem dúvida nenhuma, uma corrida para que nós tenhamos o nome do Salvador,
08:57que seria um indivíduo que possa dizer,
08:58olha, eu que consegui ali resolver a situação,
09:01e Trump voltou atrás graças à minha negociação.
09:04Além disso, paralelamente, internamente no Brasil,
09:08nós temos a esquerda, que tem certa dificuldade com o setor do agro, etc.,
09:12tentando se aproximar, e aí Lula fez bem em nomear um nome,
09:17ou eleger um nome que faz essa articulação muito bem,
09:19que é o seu vice-presidente, o Geraldo Alckmin,
09:21que inclusive pode ser o nome principal do governo Lula atualmente
09:25para ser o grande gestor dessas negociações, dessas reuniões,
09:29e até o pleito junto aos Estados Unidos.
09:32E nós temos também, aqui no Estado de São Paulo, por exemplo,
09:36o Tarcísio, o governador Tarcísio, também realizando essas reuniões.
09:40Inclusive, hoje teve até uma polêmica,
09:43que foi que as reuniões de Alckmin e Tarcísio
09:45estavam marcadas para o mesmo horário,
09:48mostrando que ainda falta certa comunicação
09:52para que governo e governos, junto com o governo federal,
09:57tenham, de alguma forma, uma comunicação mais estratégica
09:59para levar isso para os Estados Unidos.

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