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  • 08/07/2025
No Direto ao Ponto, Leonardo Sica, presidente da OAB-SP, analisa as transmissões ao vivo dos julgamentos no STF. Ele debate a conveniência e os limites da publicidade total. Sica aborda como essa prática afeta a imagem da Corte e a percepção da Justiça, levantando questões sobre o equilíbrio entre transparência e a necessidade de um ambiente mais reservado.

Assista na íntegra: https://youtube.com/live/nxoU41oCFb0

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Transcrição
00:00Perfeito. Flávio Ferreira.
00:02Boa noite. Obrigado pelo convite.
00:05Boa noite aos colegas de bancada, ao público da Jovem Pan.
00:09Doutor Sica, eu gostaria de trazer o tema da transmissão ao vivo dos julgamentos do STF
00:17que está sob análise da comissão.
00:21Aí me parece que são dois valores.
00:23Um é o valor da transparência das atividades do judiciário
00:28e outro seria, vamos dizer assim, uma possibilidade de julgar com calma,
00:35sem pressões e sem fatores externos
00:39que acabam sendo incluídos no julgamento
00:46quando você tem uma transmissão ao vivo em rede nacional
00:49e para um público muito mais amplo do que aquele que está no plenário ali do tribunal.
00:55como conjugar esses dois valores e como fazer com que não se perca a transparência necessária
01:06que os atos do judiciário devem ter?
01:09Existem. A comissão começou a trabalhar há pouco tempo, mas em pouco tempo já surgiram alguns consensos
01:13e é um consenso que a transmissão de todos os atos, todos os julgamentos do tribunal de justiça faz mal ao tribunal.
01:18Como faz mal a qualquer cidadão, se eu tivesse uma câmera me filmando no meu escritório todo dia,
01:24ou seja, todo o meu trabalho fosse transmitido ao vivo pela TV,
01:27é claro que isso ia condicionar meu trabalho de alguma maneira a ser diferente.
01:30Tem estudos que o tempo de votos mais que quadruplicou
01:33depois que a TV Justiça começou a transmitir todos os julgamentos.
01:37Existem problemas de dignidade da pessoa humana.
01:40Eu estou sendo julgado criminalmente.
01:42Eu não quero que o Brasil inteiro assista meu julgamento.
01:45E existe questão de transparência, existem algumas questões que eu acho interessante
01:49que a população conheça o trabalho do Supremo Tribunal Federal.
01:52Então, a ideia que começa a se desenhar é limitar, depende do Supremo Tribunal Federal isso,
01:58elevar ao Supremo a proposta de limitar a transmissão por TV.
02:03Não limitar a publicidade.
02:04A publicidade é julgamento de porta aberta.
02:07Jornalistas podem entrar, assistir, gravar, degravar, reportar o que está acontecendo.
02:12É isso que garante a transparência e a publicidade.
02:14Qualquer cidadão pode entrar e assistir.
02:16Então, isso, os julgamentos continuam sendo de porta aberta,
02:18não sei em caso de segredo de justiça.
02:20Mas limitar algumas causas, que sejam assim, de controle abstrato.
02:24Por exemplo, a gente teve, algum tempo atrás, o julgamento do uso de células-tronco.
02:28Isso é um julgamento que pode ser transmitido, bem transmitido.
02:30Uma discussão interessante, uma discussão de controle abstrato,
02:33de constitucionalidade de uma lei.
02:34Não tem uma pessoa ali sendo julgada.
02:36Não tem interesses conflitantes entre partes.
02:39Não é porque isso pode prejudicar uma parte.
02:40Então, alguns julgamentos desses, em que existe uma grande questão constitucional,
02:45abstrata, esse de redes sociais, aí estão fazendo o contrário.
02:50O julgamento da regulamentação de redes sociais foi um julgamento virtual,
02:53e a gente fica vendo aqui testemunha,
02:55sendo ouvido em juízo, na TV.
02:58Isso condiciona até o testemunho.
03:00Testemunho é uma pessoa.
03:02Imagina se você vai testemunhar contra alguém,
03:03você sabe que vai ser transmitido na TV.
03:04Qual a confiança daquele testemunho?
03:08É menor.
03:09Não sei.
03:10Por pressão.
03:10Por pressão.
03:11Aquela pessoa sabe que ela está testemunhando em rede nacional.
03:14Ela está ali desempenhando um papel.
03:16Então, isso não pode ser transmitido.
03:17Então, a gente tem que...
03:18A ideia é manter a transparência, publicidade,
03:21e transmitir aqueles julgamentos.
03:22Dei um exemplo aqui.
03:24Professor Clever.
03:25Nelson, obrigado pelo convite.
03:27Prazer estar aqui com vocês.
03:28Presidente, uma honra.
03:29Uma questão que é muito recorrente no Supremo Tribunal Federal
03:32é a questão da legitimidade ativa para as ações diretas.
03:36Me parece que é um consenso,
03:38eu não sei se legislativo ou também no próprio Supremo,
03:42de restringir o número de autores dessas ações.
03:46E aí são dois colegitimados que entram nessa lista aí,
03:50que são os partidos políticos com representação do Congresso Nacional
03:53e as associações e as confederações de caráter nacional.
03:58Como que a OAB enxerga essa ideia de uma possível proposta de emenda constitucional
04:04de alterar os autores das ações diretas,
04:08restringindo partidos políticos e as ações e confederações de caráter nacional?
04:15Olha, isso não foi discutido na comissão,
04:17mas, assim, nisso eu concordo com o ministro Barroso.
04:20A Constituição brasileira largou muito o número de legitimados.
04:23E aí, quando a gente fala o Supremo julga tudo,
04:25julga tudo porque também se permite que tudo seja levado ao Supremo.
04:29Então, aí, o Supremo está fazendo o papel dele.
04:31Se as ações chegam, ele é obrigado a julgar.
04:33Então, eu acho que, pessoalmente,
04:35eu, esse assunto não chegou, a comissão começou a trabalhar há pouco tempo,
04:39eu acho bastante interessante a gente estudar uma limitação dos legitimados
04:42a propor essas ações.
04:44A gente vê, especialmente na esfera política,
04:47o Supremo Tribunal Federal virou quase uma instância revisora do Congresso.
04:51Está aí o IOF.
04:51Sou criminalista, não tenho nenhuma opinião
04:55sobre matéria tributária,
04:58mas o fato é que o Congresso Nacional julgou,
05:01julgou não, votou uma lei, legitimamente,
05:04Câmara, Senado,
05:06e quem perdeu recorreu ao Supremo,
05:09como o outro lado, que se tivesse perdido,
05:10teria recorrido ao Supremo também.
05:12Vamos ficar bem claros.
05:13Se faz isso.
05:14Agora, quem perde uma votação no Congresso recorre ao Supremo.
05:17Me permita, só uma questão.
05:18É porque os partidos políticos, muitas vezes,
05:21eles são derrotados no plenário
05:23e buscam uma segunda instância
05:26de uma derrota que eles receberam no plenário
05:29para ir ao Supremo Tribunal Federal
05:31questionar aquela norma
05:32que não foi aprovada conforme a vontade do partido.
05:36É o que eu enxergo também aí.
05:38Não sei como pensa o presidente.
05:39É isso, o Congresso perdeu a capacidade
05:41de estabelecer consensos,
05:43isso é um problema do Congresso,
05:44mas, assim, não é o Supremo,
05:46a gente, salvo engano,
05:49você tem lá um processo legislativo.
05:51500 deputados eleitos,
05:5380 senadores eleitos, eleitos votam.
05:56Hoje em dia,
05:57essa lei votada por centenas de parlamentares
06:00eleitos pelo povo no Brasil inteiro,
06:02ela pode ser suspensa pela liminária de uma pessoa.
06:05Um ministro dá uma liminária e suspende a lei.
06:07Isso pode acontecer,
06:08isso pode ter acontecido várias vezes.
06:10que não foi eleito para isso.
06:11Então, uma pessoa,
06:13um cidadão qualquer,
06:14investido da magistratura,
06:16pode suspender a eficácia de uma lei
06:18votada por todos os representantes
06:20eleitos pelo Brasil inteiro.
06:22Esse exemplo do IOF é perfeito
06:23porque os decretos do Poder Executivo
06:25foram judicializados pelo PL,
06:27Partido Liberal,
06:28que é partido de oposição.
06:29Já o decreto legislativo do Congresso Nacional
06:31foi judicializado pelo PSOL,
06:33que é partido da base governista.
06:35Ou seja, isso mostra que qualquer partido
06:37está se valendo o tempo todo
06:39da oportunidade de ser um legitimado
06:41para judicializar as questões da política.
06:45Então,
06:45vamos lá.
06:45Obrigado.

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