Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • ontem
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira que vai pausar por 90 dias o programa de tarifas recíprocas e reduzirá para 10% as tarifas de importação contra os países, com exceção da China.
-
Em O Antagonista, você encontra um jornalismo de investigação, com análises precisas e opiniões sem concessões.

Acompanhamos de perto os bastidores da política, da economia e as principais notícias do Brasil
e do Mundo.

Aqui, você confere na íntegra nossos programas: Papo Antagonista, com Felipe Moura Brasil; Meio Dia em Brasília, com José Inácio Pilar e Wilson Lima; Narrativas, com Madeleine Lacsko; e o Podcast OA!, com convidados influentes em diversas áreas.

Se você busca informação com credibilidade, inscreva-se agora e ative o 🔔 para não perder nenhuma atualização!

Siga O Antagonista no X, nos ajude a chegar nos 2 milhões de seguidores!

https://x.com/o_antagonista

Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais.

https://whatsapp.com/channel/0029Va2SurQHLHQbI5yJN344

Ouça O Antagonista | Crusoé quando quiser nos principais aplicativos de podcast.

Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00O presidente americano decidiu pausar por 90 dias o programa de tarifas recíprocas
00:06e reduzirá para 10% as tarifas de importação contra os países,
00:13com exceção da China, que teve as tarifas ampliadas para 125%.
00:20Como houve a suspensão do programa para os outros países,
00:24a União Europeia anunciou, nesta quinta-feira, a suspensão por 90 dias
00:31também das tarifas retalhatórias impostas a importações dos Estados Unidos.
00:37A União Europeia ficou bastante aliviada, ainda que por 90 dias.
00:42A Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal Brasileiro
00:46vem acompanhando esses desdobramentos e novidades sobre o tarifaço no cenário internacional.
00:52O presidente do colegiado, Nelsinho Trad, falou sobre o tema
00:57em entrevista ao repórter Guilherme Hesk. Vamos acompanhar.
01:03Estamos aqui com o senador Nelsinho Trad, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado.
01:08Senador, muito obrigado por ter aceitado participar da entrevista.
01:11Começo perguntando para o senhor como a comissão vem acompanhando essa repercussão,
01:15essas reações em relação às tarifas recíprocas que foram anunciadas
01:19pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação a produtos importados.
01:23Por exemplo, hoje nós vimos bolsas tendo quedas,
01:26a União Europeia anunciando também novas tarifas em retaliação,
01:30a China também anunciando novas tarifas.
01:32Como a comissão vem vendo essas reações?
01:34Meus cumprimentos, Guilherme.
01:36Meus cumprimentos a todos aqueles que estão acompanhando essa nossa entrevista.
01:41A comissão está recebendo com preocupação.
01:44Não podia ser diferente.
01:45A gente observa que esse conflito comercial global está numa crescente.
01:55A cada ação vem uma reação, principalmente dos países fortes.
02:00E isso acaba afetando a questão global.
02:05O mercado global repercute indiretamente nos locais que nem sempre foram a meta de ser atingido
02:15a partir do momento que se aumenta essa tarifa.
02:18A gente está na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional acompanhando para e passo essa questão.
02:25Vamos promover uma manhã de trabalho, a oitiva de especialistas na área de comércio global,
02:35justamente para a gente poder se organizar de forma planejada e estratégica para fazer frente a ações como essa.
02:46Senador, e o senhor avalia que o posicionamento do Brasil, do governo brasileiro em relação a essa imposição de tarifas,
02:55tanto em relação ao Brasil como em relação a outros países, vem sendo correto?
02:58O governo tem agido com cautela de uma forma correta?
03:01Eu penso que o caminho adotado, principalmente na fala do vice-presidente Alckmin,
03:09no sentido de buscar o diálogo, o entendimento e não querer usar a lei de reciprocidade
03:17e a partir do momento que for taxado lá, taxar cá, eu acho que esse é o melhor caminho.
03:24Por quê?
03:25Porque da outra vez que isso aconteceu, na taxação do aço e do alumínio,
03:30em 2019, a então ministra da Agricultura, atual senadora, Tereza Cristina,
03:40ela organizou uma comitiva, foi até os Estados Unidos,
03:45abriu um canal de diálogo e conseguiu apartar o Brasil dessa taxação.
03:51Ou seja, um caminho já conhecido que, na minha avaliação, deve ser perseguido pelo governo brasileiro.
04:00E a aprovação, senador, então, desse PL da reciprocidade, recentemente pelo Senado,
04:05depois pela Câmara também, foi para a sanção presidencial,
04:08o senhor avalia que foi uma medida importante, a aprovação desse projeto de lei,
04:12e o Brasil poderia ir além, o Congresso poderia ir além desse projeto de lei também?
04:15Sim, a lei da reciprocidade é um instrumento legal, vamos dizer para as pessoas poderem entender,
04:24é um escudo que o Brasil tem legal, legítimo, para poder reagir.
04:30Ocorre que uma reação, conforme as reações que nós estamos vendo de outros países,
04:39está gerando um contra-ataque do governo americano,
04:44que está obstinado em fazer valer essas taxações e voltar o comércio dele apenas para dentro dos Estados Unidos,
04:55desprezando o restante do comércio global, do mundo afora.
05:00Porém, se você for analisar quanto tempo leva uma tramitação de um questionamento
05:08junto à Organização Mundial do Comércio, de um conflito de comércio global,
05:16você vai observar que essa tramitação dura anos e mais anos,
05:21podendo até vencer o mandato do atual presidente dos Estados Unidos e isso não ser exaurido,
05:28e essa situação não ser resolvida.
05:32Ora, se isso foi constatado aqui por nós,
05:35qual seria o melhor caminho, de uma forma prática, objetiva,
05:40para a gente poder tentar resolver isso?
05:42Temos a lei de reciprocidade? Temos, está aqui ela.
05:46Mas nós não vamos mexer com ela.
05:48Nós vamos organizar uma comissão, vamos até os Estados Unidos,
05:54abrir um canal de diálogo com o governo e com o Congresso americano,
06:00para que o Brasil possa ser apartado dessa situação.
06:04Por que eu falo assim?
06:05Porque o Brasil, a hora que você for ver a balança comercial com os Estados Unidos,
06:13para os Estados Unidos, o Brasil é amplamente positivo, favorável.
06:20A gente compra muito mais deles do que eles da gente.
06:25Então, para que eles vão querer estragar uma relação de mercado que está dando já lucro para eles?
06:32Além do que, nós temos 200 anos de relação diplomática com os Estados Unidos.
06:38Isso tem que ser colocado na mesa.
06:40Não são 200 dias, nem 200 meses, são 200 anos.
06:45Eu penso que esse deveria ser o caminho a se trilhar,
06:48pelo governo brasileiro e também pelo Congresso Nacional,
06:54para fazer frente ao Congresso americano.
06:56Esse diálogo entre a diplomacia brasileira e a dos Estados Unidos, a americana,
07:01já vem acontecendo, já vem tendo essas negociações para que se retire,
07:05talvez, essa tarifa extra, que foi anunciada de 10%,
07:08ou ainda está previsto um encontro entre as diplomacias?
07:12Eu penso que eles já estão conversando, isso não foi publicizado ainda,
07:17mas a gente observa as finais de que essa conversa já existe.
07:21E eu recebi no nosso gabinete o encarregado de negócios da Embaixada Americana,
07:28onde, de uma forma clara, foi dito que esse é o melhor caminho a ser trilhado.
07:37Inclusive, nós propusemos fazer a volta dessa visita na Embaixada Americana
07:44e já levar lá o nome de três deputados e três senadores
07:49para a gente poder ir numa missão nos Estados Unidos,
07:53a fim de estreitar laços diplomáticos para a gente poder tirar o Brasil dessa questão.
08:00E, senador, como uma última pergunta, o senhor avalia que, de alguma forma,
08:04essa imposição de tarifas que afeta, inclusive, países da Europa
08:07poderia facilitar as negociações pelo Acordo União Europeia-Mercosul?
08:10Porque a gente imagina que os países europeus vão buscar outros mercados também,
08:14já que tem essa dificuldade agora maior de exportar para os Estados Unidos.
08:18A partir do momento que isso ocorre, inclusive dentro do Brasil,
08:23você não quer o seu produto sobretaxado sendo comercializado com esse país que sobretaxou,
08:32você vai procurar outras frentes de mercado.
08:35Essa é a lei que rege a negociação.
08:38Então, quem não quer, deixa para lá.
08:42Vai ter gente que quer.
08:44Por quê?
08:45Os produtos brasileiros são atestados com sanidade e qualidade.
08:52Então, eles estão dando a oportunidade
08:56para que a gente abra novas frentes de mercado.
08:59dentre elas, a questão da Acordo de Livre Comércio-Mercosul com a União Europeia.
09:09O senhor acredita que esse acordo vai ser concretizado num futuro breve ou ainda deve demorar?
09:14Olha, eu digo a você que com essa situação atual,
09:20ambos os blocos serão forçados a apressar a concretização e a colocação deste acordo em prática.
09:32porque a partir do momento que ele passa a ser praticado,
09:37você vai aliviar eventuais prejuízos que a sobretaxação está causando.
09:43Não só na América Latina, que é a questão do Mercosul, como também na Europa.
10:02Ainda não, não só na América Latina, que é a questão do Mercosul.

Recomendado