- anteontem
Categoria
📺
TVTranscrição
00:00Tragédia de ano novo.
00:04Um avião com seis passageiros perdeu o controle.
00:07Viu isso?
00:09Um milionário e sua família perdem suas vidas.
00:13E os relatórios iniciais são confusos.
00:16Não era pra estar lá.
00:18A polícia coleta testemunhos.
00:21Decolou como qualquer outro avião.
00:25E analisa o histórico do piloto.
00:28Era um bom piloto.
00:30Sem muitas pistas, a equipe se volta para os destroços.
00:35O avião estava funcionando normalmente durante o impacto.
00:41Mas algo dentro do avião fornece à polícia sua maior pista.
00:46Estava na cabine.
00:47Eu achei que tínhamos a resposta.
00:49Especial de Mayday, desastres aéreos.
01:08Esta é uma história real.
01:10Se baseia em relatórios oficiais e relatos de testemunhas.
01:14O sonho acabou.
01:16Cinco turistas britânicos estavam comemorando o Ano Novo em um restaurante em Cottage Point, Austrália.
01:25E o almoço?
01:27Ótimo.
01:27Garrett Morgan é o piloto de voo até o porto de Sydney.
01:32Gostando da viagem?
01:37Muito.
01:38Vem na frente, vai conseguir boas fotos.
01:40Um atleta nato de Vancouver, Canadá.
01:48Garrett Morgan foi à Austrália para pilotar aviões.
01:52Um amigo do meu pai tinha um avião, e eu adorava pilotar.
01:57Então eu pensei, parece ser uma ótima carreira.
01:59O Garrett não gostava de ficar entediado.
02:07Ele gostava de desafios e de variedade em sua vida.
02:12E a vida de piloto, especialmente um piloto de hidroaviões, era cheia disso.
02:18Richard Cousins era o presidente de uma das maiores empresas de alimentos do Reino Unido.
02:33Ele estava de férias com a esposa, a filha e os dois filhos.
02:38Prontos?
02:38A viagem até Cottage Point atrai pessoas muito ricas, celebridades, empresários e até parentes da família real.
02:55Sete meses antes, Pippa Mendelton, a irmã da duquisa de Cambridge e seu marido James Matthews fizeram a mesma viagem durante sua lua de mel.
03:05Sejam bem-vindos. É um prazer tê-los novamente.
03:08O voo era de Sidney Seaplanes, que possuía uma pequena frota de hidroaviões.
03:23E Garrett pilotava onde?
03:25Hevaland Beaver.
03:28Ele é um avião bem tranquilo de pilotar, eu chamo de sofá com asas.
03:32Você pode carregar coisas pesadas, pode entrar em lugares pequenos.
03:41É um avião bem versátil.
03:44O Beaver é movido por um único motor radial de 450 cavalos de potência.
03:49Essa aeronave está por todo o mundo.
03:51Já estamos quase decolando.
03:56Eu revi as normas de segurança vindo pra cá.
03:58Alguém quer o lembrete?
04:01Não.
04:03Tudo bem.
04:06Estaremos em Sidney rapidinho.
04:07Morgan leva o avião até a área de decolagem em Cowan Creek.
04:15E você pensa, quais são os perigos?
04:18Quais são os obstáculos?
04:21De que direção o vento está vindo?
04:23Você considera todas as variáveis.
04:26Cowan Creek, aqui é a aeronave Beaver, novembro Oscar Oscar.
04:29Estamos indo até o ponto de decolagem para partir até Rose Bay.
04:34A maioria dos lugares onde hidroaviões operam são espaços aéreos não controlados.
04:41Então você não fala com um controlador.
04:43Você faz ligações às cegas no rádio para informar suas intenções a outra aeronave da área.
04:49Em caso de conflitos, nos avisa.
04:51Novembro Oscar Oscar.
04:55O tráfego está livre e podem partir.
04:58Uma decolagem na água é feita em duas etapas.
05:06Você plana sobre a água até que ela passe sobre a onda de proa que você cria com os flutuadores.
05:18Uma vez nessa etapa, você passa a observar a altitude mantendo o controle com o leme e os aelerons.
05:23Há 96 quilômetros por hora, eles levam apenas 15 segundos para decolar.
05:49Ali fica a Cowan Point.
05:50Após decolar, o avião precisa ganhar altitude rapidamente.
05:59As colinas da Bahia têm mais de 120 metros de altura.
06:06O que torna os voos desse tipo diferente para os pilotos é a constante mudança nas variáveis.
06:14Elas estão sempre mudando.
06:15Garret Morgan tem que decidir a melhor maneira de ganhar altitude para passar as colinas.
06:27Ele pode continuar em frente, subindo ao longo do canal.
06:32Ele também pode dar a volta para subir de onde ele acabara de decolar.
06:35Um piloto decide a rota de partida, baseado em sua experiência e em seu conhecimento da região e da aeronave.
06:47Normalmente, se escolhe a área mais aberta possível.
06:52Para o piloto, esse já era o oitavo voo em um dia corrido.
06:56Ali fica a Cowan, como Oxcreek.
07:06Como?
07:08Como Oxcreek.
07:17Há quase 40 metros da água, o avião para de subir.
07:20Tenho que...
07:26Morgan precisa ganhar altitude, pois está ficando sem espaço.
07:36Você tem que tomar uma decisão.
07:41Vou conseguir ou não?
07:50E se não for, você tem espaço para sair dessa situação?
08:12Menos de dois minutos após decolar de Cottage Point...
08:15O avião cai em Jerusalém Bay e afunda.
08:30Tragédia de Ano Novo.
08:31Seis pessoas podem ter morrido em um acidente de avião no rio Huxbury.
08:35Quando os socorristas chegaram, o avião já havia desaparecido na água.
08:39Viu isso?
08:40Os investigadores da Agência Australiana de Segurança dos Transportes começam o primeiro trabalho do ano.
08:47Eu falo com a imprensa.
08:49Tente encontrar testemunhas.
08:50Alguém deve ter visto isso.
08:52Testemunhas disseram que o avião estava voando muito baixo e depois de uma curva...
08:56A cobertura da mídia foi enorme.
08:58Estava em todos os canais de televisão que eu ligava.
09:01A busca por resposta se intensifica com a polícia no local do acidente, acompanhada por investigadores da Agência de Segurança dos Transportes.
09:15Os cinco passageiros, incluindo o diretor Richard Cousins, morreram, assim como o piloto Garrett Morgan.
09:21Foi um dia que mudou drasticamente nossas vidas.
09:30Foi um momento devastador com o qual ainda temos que conviver.
09:34A primeira coisa na qual pensei foi nas pessoas que perderam seus entes queridos no acidente.
09:47E depois disso eu voltei a minha atenção para o trabalho em si, o que sabíamos e como iríamos prosseguir com a investigação.
09:59Certo.
10:01Qual a profundidade?
10:02A ATSB começa a investigar o acidente que levou a vida de seis pessoas.
10:09A polícia disse que é em torno de 14 metros, aqui em Jerusalém Bay.
10:15Recuperar os destroços é crucial.
10:18Não houve contato por rádio com o piloto.
10:21O voo não foi rastreado no radar e o avião não levava dispositivos de gravação de informação.
10:26Infelizmente, em acidentes com aeronaves menores, é muito raro recuperarem qualquer tipo de aparelho de gravação a bordo.
10:35Até que os destroços sejam recuperados, tudo o que eles têm são testemunhas.
10:45Fale onde você estava e o que viu.
10:50Consideramos testemunhos como provas perecíveis, porque temos que coletá-los o quanto antes.
10:54Decolou como qualquer outro avião.
10:58Parecia um voo normal.
11:02Usamos modelos de aviões para que eles pudessem mostrar o que tinham visto em vez de nos contar.
11:10E onde você estava?
11:12Perto do riacho.
11:14Também usamos mapas para entender onde estavam quando viram o acidente.
11:23Eles descobrem que apesar de várias pessoas terem visto partes do voo, ninguém o tinha visto por completo.
11:31Obrigada.
11:34Sem fumaça e ninguém ouviu nada estranho.
11:38A testemunha A disse que ele decolou normalmente e foi até Cowan Creek.
11:44A testemunha B viu ele subindo sem problemas.
11:50As primeiras testemunhas descreveram o voo como estável, sem movimentos erráticos na margem sul de Jerusalém Bay.
12:00Elas então descreveram o avião fazendo uma curva fechada antes de mergulhar e cair no rio.
12:09Temos um buraco no trajeto.
12:10Ele decola daqui e de algum modo acaba caindo aqui.
12:17Os investigadores não conseguem confirmar o trajeto todo.
12:21Ao falar com as testemunhas, tínhamos mais perguntas.
12:26Tem um mapa?
12:27Quando olham o mapa de voo, eles fazem uma descoberta importante.
12:37Não era para estar lá.
12:41O avião caiu em Jerusalém Bay, uma parte estreita e sem saída do rio ao oeste de onde decolaram.
12:46Estabelecemos que não havia motivo para o avião estar operando em Jerusalém Bay.
12:54Com poucas pistas, a maior prova estava no fundo da Bahia e os investigadores teriam que recuperá-la.
13:05A recuperação dos destroços foi angustiante.
13:11Impedimos a passagem de embarcações, exceto para serviços de emergência.
13:17E os mergulhadores resgataram a fuselagem principal.
13:21Com cuidado, a aeronave é recuperada.
13:30Tivemos muito cuidado com a fuselagem que estava cheia de água.
13:34Tivemos que ter paciência para drená-la toda antes de colocá-la na balsa.
13:41A recuperação dos destroços da esperança aos investigadores.
13:51A investigadora Leanne Campbell fica encarregada de dissecar o avião
14:03e de procurar por sinais de falhas mecânicas.
14:08O nariz dobrou.
14:10Vamos ver o controle.
14:14A aeronave foi deixada de ponta cabeça no hangar.
14:18E a gente decidiu manter daquele jeito por segurança.
14:21Porque ela estava bem estável.
14:24E também porque era mais fácil de acessar os controles de voo.
14:31Ele teria caído por uma falha no motor?
14:35A lâmina quebrou.
14:38A gente estava procurando sinais de que estivesse fornecendo energia
14:41na hora do impacto com a água.
14:45Uma pequena dobra aqui.
14:47E outra aqui.
14:49Dobra dupla.
14:51Eles reconhecem um padrão.
14:55A hélice estava normal, então o motor também estava.
14:59A análise dos destroços determinou que a aeronave estava totalmente funcional durante o voo.
15:06E que tudo parecia normal no momento do impacto.
15:09Ainda sem respostas, os investigadores vasculham cada centímetro do avião procurando por provas.
15:22A gente percebeu que a área do teto da cabine frontal estava cheia de lama.
15:26E para a gente não perder nenhuma prova importante, eu tive a nobre tarefa de vasculhar toda aquela lama.
15:35Duncan.
15:38Estava na cabine.
15:39Nossa!
15:41Muito bem.
15:44Eles encontram algo inesperado.
15:49Aquela câmera poderia mudar o rumo da investigação.
15:53A câmera foi uma prova crucial que poderia, com sorte, nos dar mais detalhes do que tinha ocorrido durante o voo.
16:02Talvez tenha alguma coisa a salvo aqui.
16:04Mas a câmera ficou na água por quatro dias.
16:14O cartão de memória estava danificado.
16:17Então tratamos esse cartão como lidamos com qualquer outro gravador de voo danificado.
16:26O dano no nariz e na fuselagem é significativo.
16:32Concordo.
16:33Enquanto o trabalho no cartão começa, os investigadores focam na fuselagem.
16:40A deformação da fuselagem podia nos dar um indicativo de velocidade, orientação e ângulo de entrada na água.
16:50Os investigadores medem a força do impacto no nariz do avião.
16:57O ângulo de deformação é de 25 graus.
17:03E o normal seria 12 graus.
17:07Então, o impacto entortou o nariz 13 graus para cima.
17:14Correto.
17:15Talvez tenha sido um stall.
17:16É possível.
17:18É possível.
17:20Com um motor operante e testemunhas relatando que o avião fez uma curva fechada,
17:26eles passam a indagar se o piloto perdeu o controle sobre as asas, perdeu sustentação e caiu.
17:31Um stall a baixa altitude é perigoso, pois não há tempo para se recuperar.
17:38Aqui diz que o ângulo do stall é de 12 graus ou mais se os flaps estiverem em modo de subida.
17:50O atuador de flap estava estendido, então estava em modo de subida.
18:01Eles concluem que o avião entrou em stall antes de atingir a água.
18:05Tínhamos um piloto em Jerusalém Bay, a uma altitude baixa, conduzindo uma curva fechada.
18:13Isso levantou questões na equipe do que poderia ter acontecido naquele cockpit.
18:17Por que um piloto profissional iria a um lugar sem saída e depois entraria em stall?
18:32Boa pergunta.
18:34Os investigadores querem saber mais sobre o piloto do avião que caiu em Jerusalém Bay, na Austrália.
18:41Ele passou mais tempo com hidroaviões.
18:47Mais de 9 mil horas.
18:51Ele era experiente.
18:54Aqui é a Beaver Novembro Oscar Oscar.
18:59Ele começou na Sydney Sea Plains em maio de 2017.
19:06Ele também tinha trabalhado com eles entre dezembro de 2011 e abril de 2014.
19:14535 horas no avião que caiu.
19:16Ele conheceu o avião.
19:21Olha isso.
19:24Ele teve um incidente.
19:26Alguns dias antes da queda.
19:30O piloto tinha se envolvido no incidente enquanto pilotava o Cessna 208.
19:36Culpa dele?
19:38Acho que não.
19:40Só um pouso difícil em Rose Bay.
19:42Tráfego intenso em ondas altas.
19:44O evento tinha sido basicamente um azar, fora do controle do piloto.
19:51Era um bom piloto.
19:57Esquecemos alguma coisa?
20:02Véspera de Ano Novo.
20:03Não era um dia comum.
20:05Como assim?
20:07Será que já estava celebrando?
20:11É possível que ele estivesse alterado?
20:15Vou verificar a toxicologia.
20:19Tudo bem.
20:20Uma das coisas que verificamos foi se houve a utilização de substâncias como álcool ou algum tipo de medicação por parte do piloto.
20:32Não se lembra?
20:35O que ele tomava enquanto os outros almoçavam?
20:42Ele almoçou num café em Cottage Point.
20:47Feliz Ano Novo, meu amigo.
20:48Nós sabíamos que o piloto teve que mover o seu hidroavião enquanto outra aeronave entrava na área para recolher outros passageiros.
21:01Eu tenho que ir.
21:02Preciso mover o avião.
21:06Tá bom.
21:07Será que Garrett Morgan havia bebido?
21:09A toxicologia confirma.
21:21Sabíamos da sua integridade, que ele teria o bem-estar de seus passageiros em mente em primeiro lugar o tempo todo.
21:28Com o mês de investigação, a ATSB não consegue encontrar problemas nem com o piloto, nem com o avião que caiu em Jerusalém Bay.
21:43Ninguém sabia de nada.
21:46Alguma coisa terrível havia acontecido dentro daquele cockpit e não sabíamos o quê.
21:53Os investigadores depositam sua esperança nos dados da câmera encontrada nos destroços.
21:58Foi um trabalho meticuloso.
22:04O chip controlador continha 144 pontos de solda que precisaram ser reconectados sob um microscópio.
22:15Obrigado.
22:17Parece que conseguimos alguma coisa. Já estão enviando.
22:19Conseguimos recuperar mais de 350 imagens do cartão de memória.
22:32Os investigadores analisam as imagens esperando ver algo que os ajude a solucionar o caso.
22:38Taxiamento.
22:38Essa foi tirada do lado do piloto.
22:58As 22 imagens seguintes foram tiradas desde o taxeamento até a subida.
23:03Nove foram tiradas com o avião no ar.
23:11Tiradas em 39 segundos.
23:24É a última.
23:24Pena que é só isso.
23:35Acho que dá para usar.
23:40Quando recebemos as fotos do acidente, decidimos tentar reconstruir o trajeto do avião usando aquelas imagens.
23:49Horário 11h45.
23:55Direção para frente.
23:58Altitude estimada 29 metros.
24:02Eles compilam os dados das fotos sobre a posição do avião, o ângulo da câmera e o horário.
24:08São todas. Vamos processá-las.
24:12E o que temos?
24:13Juntas, as imagens fornecem uma parte-chave do trajeto do avião.
24:23Usando programas de rastreamento de câmera, conseguimos uma melhor noção do trajeto da aeronave.
24:29E também um entendimento mais preciso da altitude do avião.
24:32O avião estava a 29 metros virando para a direita.
24:40E para de subir por algum motivo.
24:44Estranho.
24:45Pudemos ver que a aeronave estava fazendo uma curva, mas apesar dos flaps estarem configurados para subir, o avião perdeu a altitude.
24:58A análise das fotos diz a eles que o avião estava descendo, mas o trajeto completo permanece uma suposição.
25:06Pelo menos bate com o que as testemunhas disseram.
25:11Mas apenas isso.
25:15Verdade.
25:21Precisamos de outra perspectiva.
25:26Àquela altura, como não sabíamos por que o acidente tinha acontecido,
25:31exploramos todas as outras possíveis hipóteses.
25:36Pode ter sido uma convulsão.
25:39Ou um infarto.
25:42É possível.
25:45O registro médico
25:53não indica histórico de dor de cabeça, desmaio, tontura, nada.
26:00Eles voltam seu foco para o piloto Garrett Morgan.
26:05E o coração?
26:07Não é normal.
26:09Alguns exames apresentavam sinais de bradicardia sinusal, que é um ritmo cardíaco mais lento.
26:17O coração dele em repouso ficava em 50 batimentos.
26:22Como de um atleta.
26:25Uma normalidade, mas não um problema.
26:27Ele era uma pessoa que estava em boa forma e não havia nada em seu registro médico que pudesse levá-lo a ficar incapacitado.
26:38Achei que teríamos mais respostas.
26:51Com quase dois anos de investigação,
26:54a ATSB prepara um relatório final sem uma conclusão concreta sobre o que causar o acidente.
26:59A equipe ficou desapontada e frustrada por não conseguir dar uma resposta às famílias.
27:10Duncan Bosworth.
27:14Incapacitação sempre foi uma possibilidade.
27:17Investigamos isso, mas não chegamos em nada.
27:19Antes do relatório ficar pronto, revisamos tudo com a nossa especialista em medicina aeroespacial.
27:28Acho que fizemos esse teste.
27:30Eu te ligo de volta.
27:34A especialista levantou o ponto de que o monóxido de carbono poderia ter sido um problema.
27:42Quando o combustível de aviação é queimado,
27:44um monóxido de carbono altamente venenoso sai dos motores,
27:48podendo rapidamente causar alguns sintomas.
27:52A prolongada exposição pode ter um impacto severo na saúde e pode ser fatal.
27:58Testamos para monóxido de carbono?
28:04Esse é o relatório.
28:08Eu disse que achava que sim,
28:09porque tínhamos o resultado da toxicologia
28:12e nada tinha sido dito sobre monóxido de carbono.
28:16Kerry.
28:19Não está aqui.
28:23Não encontrei nada referente ao monóxido de carbono na autópsia.
28:28Tenho algumas perguntas.
28:30Eles então falam com o patologista.
28:33Por que não testaram para monóxido de carbono?
28:36Eles descobrem que o teste para monóxido de carbono
28:41era feito apenas em casos de incêndio.
28:44Você ainda tem as amostras?
28:48Entendi.
28:49Ainda tem?
28:52Ótimo.
28:55Foi quando fizeram o teste para verificar
28:57se o monóxido de carbono havia sido um problema ou não.
29:0026 meses após o acidente,
29:04a amostra de Garrett Morgan é testada para monóxido de carbono.
29:09Olha isso.
29:11E o resultado rende a maior pista até então.
29:16Senti que a resposta estava próxima.
29:20Os níveis de monóxido de carbono do Morgan
29:22estavam em 11%.
29:23E alguns passageiros também testaram positivo para isso.
29:28O resultado da toxicologia
29:38confirma que o piloto e dois passageiros
29:40estavam com níveis elevados
29:42de monóxido de carbono no sangue.
29:50Ficamos revigorados
29:52porque podia ser a prova que faltava.
29:53De acordo com o estudo,
30:00o piloto estaria com sintomas
30:02neurocomportamentais e cognitivos.
30:10Nós pesquisamos bastante
30:12para descobrir como
30:1311% poderia ter afetado
30:15o desempenho do piloto.
30:18Ali fica Cowan,
30:20digo,
30:21Comox Creek.
30:22Comox Creek.
30:23Estaria o nível de monóxido de carbono
30:27de Garrett alto o bastante
30:29para incapacitá-lo
30:30e fazer com que derrubasse o avião?
30:33Com 11%,
30:34ele teria sentido náusea,
30:36tontura,
30:37dor de cabeça?
30:39Com esses sintomas,
30:41é difícil saber
30:41se foi mesmo monóxido de carbono.
30:43Os efeitos desse nível
30:47de monóxido de carbono
30:49são tão sutis
30:49que teria sido difícil
30:51para Garrett Morgan
30:52estar ciente
30:53do que estava acontecendo.
30:58Os efeitos cognitivos
31:00podem ser bem sutis
31:01e, portanto,
31:02podem ter sido ignorados
31:03pelo piloto.
31:06Quanto desse gás
31:07ele teria que respirar
31:08para atingir 11%?
31:09Aqui está dizendo
31:16que teria que ser
31:17uma concentração
31:18de 80 partes
31:19por milhão
31:20por um longo período.
31:22É muita quantidade
31:23na aeronave.
31:30Qual seria a fonte?
31:32E como chegou na cabine?
31:34Sabíamos que a fonte
31:39de monóxido de carbono
31:41numa aeronave
31:42é ou o exaustor
31:43ou o aquecedor.
31:46E como não havia
31:47um aquecedor,
31:48focamos no sistema
31:49de escapamento do motor.
31:51Nenhum problema.
31:54Quando um motor
31:55queima combustível,
31:56os gases quentes
31:57são direcionados
31:58pelo coletor
31:58e tubos de escape,
32:00evitando que entre
32:00na cabine do avião.
32:04Olha isso.
32:09Rachaduras.
32:12Os investigadores
32:13olham as peças
32:14do coletor rachado
32:15para determinar
32:16se o dano aconteceu
32:17antes ou depois
32:18do acidente.
32:23Está oxidado aqui.
32:26Ferrugem nas fraturas
32:28do coletor
32:28indicam que a rachadura
32:30surgira bem antes
32:31do acidente.
32:34Encontramos.
32:36Depois que descobrimos
32:38que houve vazamento
32:39no exaustor,
32:40tivemos que determinar
32:41como o monóxido
32:42de carbono
32:42chegou até a cabine.
32:50Por onde é mais provável?
32:53Por aqui,
32:54no corta-fogo.
32:57Eles tentam então
32:58determinar como
32:59o monóxido de carbono
33:01entrou no cockpit
33:02incapacitando o piloto.
33:05O corta-fogo
33:07de um avião
33:07fica entre o motor
33:08e a cabine
33:09para evitar
33:10que os gases
33:10penetrem na cabine.
33:13Aproxime.
33:16A equipe examina
33:17o corta-fogo do avião.
33:18Bem gasto.
33:20Eles focam
33:21em dois painéis
33:22que dão acesso
33:23ao motor.
33:23foi isso
33:27o que achamos.
33:29Eles descobrem
33:30que o painel
33:31da esquerda
33:31está sem um
33:32dos parafusos
33:33necessários
33:33e o da direita
33:35sem dois.
33:37Então,
33:37havia três buracos
33:39no corta-fogo
33:39aquele dia.
33:40É um caminho
33:43direto
33:44do motor
33:44até a cabine
33:45do hidroavial.
33:50Várias rachaduras
33:52pré-existentes
33:52no sistema
33:53de escapamento
33:54liberaram o gás
33:55no compartimento
33:56do motor.
33:57E os buracos
33:58de parafuso
33:59permitiram
33:59que o gás
34:00entrasse
34:00na cabine
34:00pelo corta-fogo.
34:04Temos
34:04a fonte
34:06e o ponto
34:07de entrada.
34:10A descoberta
34:11deixa uma pergunta
34:12que não quer calar.
34:14Há quanto tempo
34:15esse problema
34:16já existia?
34:19A última
34:20manutenção
34:20nas peças
34:21foi feita
34:22em 2017.
34:25Os registros
34:26indicam
34:27quando os painéis
34:27foram modificados.
34:30Meses antes.
34:32Então,
34:33outros pilotos
34:34usaram o mesmo
34:35avião
34:35várias vezes
34:36sem serem afetados
34:37pelo vazamento
34:38de monóxido
34:38de carbono.
34:40Então,
34:41o próprio
34:41Garrett Morgan
34:42usou aquele avião
34:44várias vezes
34:44sem problema.
34:48Então,
34:49por que
34:49o afetou
34:50dessa vez?
34:52Nos perguntamos
34:53por que
34:54o acidente
34:55ocorreu
34:57naquele voo.
35:00Os investigadores
35:01examinam
35:02os registros
35:02do piloto
35:03para tentar entender
35:04o que tornou
35:05esse voo
35:05diferente dos outros.
35:08ele usou
35:10o mesmo avião
35:10todos os dias
35:11com o mesmo problema,
35:13mas nada acontece
35:14até a véspera
35:16de ano novo?
35:18Não entendo.
35:20E a agenda
35:21dele no dia?
35:23Ele tinha
35:24voos o dia todo.
35:26Então,
35:27o monóxido
35:27de carbono
35:28iria acabar
35:28acumulando
35:28no corpo dele.
35:29A intensidade
35:32do nível
35:33de monóxido
35:33de carbono
35:34de uma pessoa
35:35aumenta
35:35dependendo
35:36do tempo
35:36de exposição.
35:39E nós
35:39tínhamos
35:40um piloto
35:40fazendo vários
35:41voos
35:41ao longo
35:42do dia,
35:43apenas com
35:43intervalos
35:44bem curtos
35:44entre eles.
35:46Outra coisa.
35:49Reconstruindo
35:49a agenda
35:50de Garrett Morgan,
35:51os investigadores
35:52lembram que ainda
35:53falta uma peça
35:53do quebra-cabeça.
35:54uma hora
35:57antes de sair
35:58de Cottage Point,
35:59ele teve que mover
35:59seu avião
36:00para dar espaço
36:00para outra aeronave.
36:02Eu tenho que ir.
36:03Preciso mover o avião.
36:08Talvez ele tenha sido
36:09mais exposto ao gás
36:10enquanto movia o avião.
36:11Exato.
36:14Demorou quanto?
36:1927 minutos.
36:20O tempo
36:21de outro voo.
36:24Muito tempo
36:25dentro do avião.
36:29Morgan teve
36:29que manobrar
36:30o avião
36:30para fora da doca
36:31enquanto o outro
36:32avião pegava
36:33passageiros.
36:38Falta algo.
36:41Esses buracos
36:42não parecem
36:42grandes o bastante
36:43para passar
36:44tanto gás.
36:45Então,
36:46por que tinha
36:46tanto gás
36:47na cabine?
36:50Será que
36:50deixou a janela
36:51aberta?
36:53Talvez.
36:54isso criaria
36:55sucção
36:56para o monóxido
36:56de carbono
36:57entrar.
37:01A maioria
37:02dos pilotos
37:02deixa a janela
37:03aberta
37:03para entrar
37:04um pouco
37:04de ar.
37:06Eles revisam
37:07as fotos
37:08das testemunhas.
37:12Essa foto
37:13é da manhã
37:13daquele dia.
37:15Parece que ele
37:16abriu a porta
37:16durante o taxeamento
37:18para ventilar um pouco.
37:19isso pode ter criado
37:22uma corrente
37:22de ar
37:23que puxou
37:23o gás
37:24para a cabine
37:24pelos buracos
37:25no corta-fogo.
37:28Mas foi
37:29tempo suficiente
37:30para ser
37:30perigoso?
37:32Difícil de dizer.
37:36Esse é um vídeo
37:37feito por uma
37:38das testemunhas
37:39enquanto ele
37:40movia o avião.
37:41as janelas
37:47estavam
37:47fechadas.
37:48Mas olha
37:49a porta.
37:5127 minutos
37:52a mais
37:52no avião
37:53com a porta
37:54aberta.
37:57Provavelmente
37:58isso elevou
37:59o nível
37:59de monóxido
38:00de carbono
38:00em seu sistema.
38:08A equipe
38:08de investigação
38:09tinha uma hipótese
38:10de que a porta
38:11aberta
38:11poderia ter
38:12exacerbado
38:13a passagem
38:13do monóxido
38:14de carbono
38:15mas precisávamos
38:16testar a teoria.
38:25Certo.
38:26Iniciando o teste
38:27número 1
38:27com a porta
38:29fechada.
38:33Os investigadores
38:34recriam as condições
38:35do avião
38:36de Morgan
38:36para ver
38:38se a concentração
38:39de monóxido
38:40de carbono
38:40era grande
38:41o bastante
38:41para incapacitá-lo.
38:44Tivemos
38:45que usar
38:45um hidroavião
38:46para simular
38:47o vazamento
38:48no escapamento
38:49e o painel
38:49com parafusos
38:50faltando
38:51para testar
38:52a nossa hipótese.
38:55Primeiro
38:55com as janelas
38:56e portas
38:56fechadas.
38:59Primeiro
39:00tivemos
39:00que definir
39:01uma base
39:01com o motor
39:02ligado.
39:04Depois
39:04removemos
39:05os parafusos
39:06dos painéis
39:06e simulamos
39:07um vazamento
39:08passando
39:08o gás
39:09do motor
39:09diretamente
39:10para o compartimento
39:11do motor.
39:1450 partes
39:14por milhão.
39:16O nível
39:17de monóxido
39:17de carbono
39:18ainda não
39:19era perigoso.
39:20Certo.
39:22Vamos limpar
39:22a cabine
39:23e recomeçar.
39:25Para se proteger
39:26de um possível
39:27envenenamento
39:28eles concordam
39:29em parar
39:29o teste
39:30se os níveis
39:30chegassem
39:31a 120 partes
39:31por milhão.
39:33depois testamos
39:36com a porta
39:36aberta.
39:40Tem que chegar
39:41em 70.
39:43E vimos
39:44que o nível
39:44aumentou.
39:48Em minutos
39:49o monóxido
39:50de carbono
39:50atinge
39:50níveis mortais.
39:53Estamos
39:54em 144 ppm
39:56muito alto
39:56vamos parar.
39:59A exposição
40:00prolongada
40:00a níveis
40:01superiores
40:01a 144
40:02partes
40:03por milhão
40:03é perigosa.
40:09Os testes
40:10são conclusivos.
40:14É isso.
40:19Foi um alívio
40:20poder provar
40:21a nossa teoria
40:22e confirmar
40:23que o monóxido
40:24de carbono
40:24poderia ter
40:25entrado na cabine.
40:29Eles perguntam
40:30se aquilo
40:31poderia se repetir.
40:33eles localizam
40:35outros aviões
40:36cuja manutenção
40:37era feita
40:37pela mesma
40:38empresa
40:38que atendia
40:39aquela frota.
40:42Tem mais aviões
40:43com o mesmo
40:44problema.
40:48Inspecionamos
40:49os painéis
40:49de acesso
40:50em três
40:50outros hidroaviões
40:52e ficamos
40:53surpresos
40:53ao descobrir
40:54que havia
40:55um parafuso
40:55faltando
40:56em todos
40:57os painéis.
40:57Inacreditável
41:00a mesma coisa
41:02em todos.
41:04Isso tem
41:05que ser
41:05reparado
41:06imediatamente.
41:14Os parafusos
41:15foram repostos
41:16em todos
41:16os aviões.
41:17os aviões.
41:22Enquanto
41:22determinam
41:23como o acidente
41:24poderia ter sido
41:24evitado,
41:25os investigadores
41:26ainda têm
41:26uma pergunta.
41:28Isso estava
41:29funcionando?
41:32Detectores
41:33de monóxido
41:33de carbono
41:34informam
41:35os pilotos
41:35sobre contaminação
41:36antes de serem
41:37capacitados.
41:42O equipamento
41:43para detectar
41:44monóxido
41:44de carbono
41:45estava funcionando?
41:46Como funciona?
41:51Ele muda
41:51de cor
41:52na presença
41:52de monóxido
41:53de carbono.
41:56Está descolorido.
41:58Duvido
41:59que estava
41:59funcionando.
42:02Quando examinamos
42:04o detector
42:05de monóxido
42:06de carbono,
42:07ele estava
42:07com uma cor
42:08bege,
42:08ou seja,
42:09inutilizável
42:09e incapaz
42:10de detectar
42:11o monóxido
42:11de carbono.
42:14Esses detectores
42:15não são
42:15obrigatórios.
42:16na Austrália?
42:20Em nenhum lugar.
42:27O relatório
42:28final da
42:28ATSB
42:29enfatiza
42:30a importância
42:30de detectores
42:31de monóxido
42:32de carbono
42:32audíveis.
42:34Como piloto,
42:36eu recomendo
42:37que todos
42:37os pilotos
42:38carreguem consigo
42:39detectores
42:40de monóxido
42:40de carbono
42:41quando forem
42:42voar.
42:42eu tenho
42:46detectores
42:46de monóxido
42:47de carbono
42:48em casa.
42:49Eles emitem
42:49um som alto
42:50e não são caros.
42:52Deviam ser
42:52obrigatórios
42:53em aviões
42:53pequenos.
42:54O acidente
43:01em Jerusalém
43:02Bay
43:02chama a atenção
43:03para a ameaça
43:04que o monóxido
43:05de carbono
43:05apresenta
43:06a aviadores.
43:13Foi gratificante
43:15poder identificar
43:16questões importantes
43:17de segurança
43:18na esperança
43:18de que possamos
43:19evitar outro acidente
43:20tão trágico
43:21no futuro.
43:23Mas também
43:24foi gratificante
43:25dar à família
43:26e aos amigos
43:27das vítimas
43:27algum grau
43:28de resolução.
43:30Cuidado.
43:35Muitas pessoas
43:36depois de sua morte
43:37vieram me contar
43:39as experiências
43:39incríveis
43:40que tiveram
43:41enquanto passageiras
43:42do Garrity.
43:50do Garrity.
43:51Do Garrity.
43:52Do Garrity.
43:53Do Garrity.
43:54Do Garrity.
43:55Do Garrity.
43:56Do Garrity.
43:57Do Garrity.
43:58Do Garrity.
43:59Do Garrity.
44:00Do Garrity.
44:01Do Garrity.
44:02Do Garrity.
44:03Do Garrity.
44:04Do Garrity.
44:05Do Garrity.
44:06Do Garrity.
44:07Do Garrity.
44:08Do Garrity.
44:09Do Garrity.
44:10Do Garrity.
44:11Do Garrity.
44:12Do Garrity.
44:13Do Garrity.
44:14Do Garrity.
44:15Do Garrity.
44:16Do Garrity.
44:17Do Garrity.
Recomendado
44:07
|
A Seguir
44:04
44:10
47:26
47:17
45:13
43:57
47:00
44:17
44:08
44:56
44:21