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  • 30/06/2025
Brechas na peça de acusação abrem margens para questionamentos jurídicos

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Transcrição
00:00A denúncia do Procurador-Geral da República contra Jair Bolsonaro
00:03usa a colaboração de Mauro Cid como importante mecanismo de confirmação da trama golpista.
00:10Mas, ao deixar de fora falas do ex-auxiliar, contrastam com a acusação.
00:16Um dos trechos do depoimento do Cid é ignorado por Gonê
00:20é o relacionamento ao plano para neutralizar o presidente Lula,
00:24o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
00:28Wilson Lima, conta pra gente mais sobre esse seletivismo do Paulo Gonê.
00:36Então, essa é uma das críticas que os advogados fazem em relação a essa condução aqui do caso do Mauro Cid.
00:45Porque o que acontece? Vamos lá, vamos tentar entender a denúncia.
00:49Eu vou pegar um caso específico, que é o caso do plano da Operação Punhal Verde Amarelo.
00:54Na denúncia, o Paulo Gonê, ele fala que o ex-presidente, eu vou utilizar o termo do Paulo Gonê,
01:03que o Jair Bolsonaro deu aval, ele anuiu, perdão, esse é o termo, anuiu com a Operação Verde Amarelo.
01:14O Gonê, pra chegar a essa conclusão, ele utiliza uma troca de mensagens de terceiros,
01:20do coronel Mauro Fernandes, que integrava a equipe lá do Palácio do Planalto,
01:26com aquela turma de aloprados ali do médio baixo clero do exército.
01:30Só que, nas delações, na íntegra das delações, o Mauro Cid, ele é muito, né,
01:39ele não é muito assertivo sobre essa questão.
01:43Ele coloca, inclusive, em dúvida se o ex-presidente de fato sabia ou não.
01:46Tem o primeiro trecho aí que a gente já selecionou, do Mauro Cid,
01:52em que ele fala justamente sobre o monitoramento do Alexandre de Moraes.
01:58Vamos colocar esse trecho, por gentileza, na tela.
02:00O último monitoramento, que a gente faz aquela brincadeira, né, professora e tal,
02:04foi, essa aí foi o presidente que pediu.
02:07Essa aí foi o próprio presidente que pediu.
02:10Inicialmente, eu entendi, quer dizer, pra mim era, já era, não, tá.
02:17Não, a informação é que seria porque o senhor ia se encontrar
02:20ou com o general Mourão ou alguém do governo dele.
02:24E o presidente estava meio nervoso com isso aí, né,
02:26então ele queria saber, né, essa foi a informação que eu recebi.
02:30E, novamente, eu usei o Coronel Cama, eu pedi o Coronel Cama pra...
02:34pra tentar colher essa informação.
02:40Eu não sei detalhar pro senhor outros nomes de... pra baixo, né,
02:49outras pessoas que participaram dessa operação, né,
02:53outros, se tiveram outros militares envolvidos, nem o codinome,
02:56porque eu não... eu vou falar dele depois.
02:59Eu não participei do planejamento, eu não sabia qual era o objetivo,
03:03até pelo princípio da compartimentação, que isso é clássico na inteligência,
03:06nas forças especiais, é necessidade de saber, só sabe e só pergunta o que você precisa saber.
03:14Opa, então, o que que acontece, gente?
03:16Acabou entrando no vídeo aqui.
03:17O que que acontece?
03:18Então, vejam aí que o Mauro Cid, ele deixa muito clara essa questão,
03:23olha, o ex-presidente, se sabia, sabia por outros meios, né,
03:26porque ele queria monitorar, era o general Mourão,
03:30porque havia ali, de fato, ali uma...
03:32uma desconfiança do ex-presidente da república,
03:34e a pública é notória essa desconfiança do ex-presidente da república,
03:37e de fato ele vivia no mundo da teoria da conspiração, isso é fato.
03:40E aí, o que acontece?
03:42Outros vídeos surgiram, né, ao longo das últimas horas,
03:47falando que, por exemplo, o Mauro Cid,
03:50que ele soube desse plano, soube dessa operação,
03:52inclusive pela imprensa, não necessariamente que ele sabia diretamente ali
03:55pelas pessoas que estavam mais ligadas ali ao...
04:00diretamente ligadas ali à cúpula do Palácio do Planalto
04:05ou às integrantes do exército.
04:09Então, assim, então veja que é uma situação,
04:11se o Rodolfo puder entrar na tela,
04:13enquanto a gente consegue vídeo...
04:15Oi?
04:16A gente tem esse vídeo, vamos vê-lo?
04:19Já tá... ótimo, então, por favor, vamos colocar esse vídeo,
04:21porque o Mauro Cid falando fica mais fácil do que ficar explicando pra vocês.
04:26A mesma coisa dos 100 mil,
04:28a mesma coisa dos 100 mil.
04:30O de Oliveira sempre foi um amigo meu, o cara de AIA,
04:32tanto que eu falei 100 mil.
04:34Ah, precisa quanto? 100 mil?
04:35Aí ele falou 100 mil, dá bom dia.
04:36Depois ele mandou o documento.
04:37Então, assim, eu não consegui o dinheiro, até já falei,
04:41que eu fui tentar, até fui tentar pedir no partido,
04:43ver se ele tinha que conseguir alguma coisa,
04:45pra apoiar o pessoal que queria vir.
04:47Então, na minha cabeça, era manifestação.
04:50Na minha cabeça, era manifestação.
04:52Se não era, se era pra outra coisa, se era...
04:53Eu não sei.
04:56Eles não...
04:57Até conhecendo, eles não iam me falar.
05:01Compartimentação de informação,
05:02eles não iam...
05:02Se iam fazer essa ação mesmo toda poderosa,
05:05eles não iam me falar.
05:06Eu sou o cara do lado do presidente,
05:08do lado do general Freire Gomes,
05:10eu estava o dia todo do general Freire Gomes.
05:12O meu contato não era...
05:14Eu passei pela minha função,
05:17o meu contato não era...
05:18Não era raia miúda.
05:21O meu contato não era generais.
05:23E aquilo eram amigos meus,
05:25que serviram comigo,
05:26mas que não eram...
05:28Todo dia falando...
05:29É, velho, vem cá,
05:30tu vem prazer, vem pra cá.
05:32A gente se encontra,
05:32a gente tira foto, por exemplo.
05:34Foi o que eu fiz.
05:35Eu recebi, eu já falei,
05:36eu recebi milhões de demandas,
05:38pedidos, choros, lamentações,
05:39ideias de dar mais...
05:42Mas não tem.
05:44Se a estrutura do Copesp participou,
05:47se o...
05:48Eu não sei.
05:49Se teve mais gente inclusa,
05:50incluída, eu não sei.
05:52Eu não sei.
05:53O que eu sei foi o que eu vi na coisa.
05:56O que saiu na imprensa.
05:58Nos relatórios foi quebrado o sigilo.
06:01Eu não participei.
06:02Eu tenho certeza,
06:02os juízes já quebraram a minha coisa.
06:04Não tem documento.
06:05Eu não participei.
06:06Eu não vi documento.
06:06Ninguém chegou pra mim e falou,
06:08valeu, é isso, é aquilo.
06:09Vamos fazer?
06:10Não tem.
06:18Então vejam que esse tipo de situação,
06:20né, cria de fato,
06:22cria um cenário,
06:22cria um, né,
06:23gera um clima terrível, né,
06:25pra quem de fato defende
06:26que a denúncia esteja ali 100%.
06:28O ex-procurador
06:31Deltan Dallagnol,
06:33da Lava Jato,
06:34ele inclusive publicou um vídeo
06:35criticando a peça do Paulo Gonet.
06:38Vamos ouvir o Deltan Dallagnol.
06:39Os cinco grandes problemas
06:41da denúncia da PGR contra Bolsonaro.
06:44Fica aqui comigo pra você entender.
06:46Primeiro problema.
06:47A base da denúncia é a delação de Mauro Cid.
06:49A delação de Mauro Cid é repleta de irregularidades.
06:52Ela foi firmada com ele preso
06:53por mais de quatro meses sem denúncia.
06:55Isso coloca em dúvida a sua voluntariedade.
06:57Ela foi homologada por um juiz que não tem competência,
07:00porque Cid não tem foro privilegiado.
07:02Cid já disse antes que colocaram palavras
07:04na bocadeira em áudios espontâneos.
07:06E agora surgiu o vídeo bombástico
07:08de Moraes ameaçando prender Cid,
07:09rescindir o acordo
07:10e investigar a família dele
07:12se Cid não falasse a verdade.
07:14O que sugere que a delação não foi voluntária
07:16e levanta dúvidas sobre o que ele disse.
07:18Segundo problema.
07:19A tentativa de golpe nunca foi executada.
07:22A própria denúncia reconhece
07:23que o golpe não aconteceu
07:25porque as forças armadas não aderiram.
07:27Os crimes de abolição violenta
07:29de Estado Democrático e de Direito
07:30e de golpe de Estado,
07:32ainda que sejam crimes de atentados,
07:34eles exigem para a configuração
07:35desses atentados
07:36a prática do crime
07:38por meio de violência
07:39ou de grave ameaça.
07:40E isso não chegou a acontecer.
07:42Isso torna todas as etapas
07:44anteriores da trama golpista,
07:45como reuniões, planejamentos,
07:47campanhas de desinformação,
07:49tudo isso vira
07:49a fatos preparatórios,
07:51segundo a nossa lei.
07:52E fatos preparatórios
07:53para a nossa lei
07:54não são puníveis.
07:56Como se não bastasse tudo isso,
07:57há provas também
07:58de que houve uma desistência voluntária,
08:00que é uma regra da lei penal
08:01que impede a punição dos fatos
08:03quando as pessoas desistem
08:04de avançar no plano criminoso.
08:06E isso acontece
08:07independentemente
08:08da razão da desistência,
08:09seja pelo risco de punição,
08:11seja pelo fato
08:11de que terceiros não aderiram,
08:13seja qual for a razão.
08:15Terceiro problema.
08:16A PGR não conseguiu comprovar
08:18o vínculo da trama golpista
08:19com o 8 de janeiro.
08:21A denúncia é incapaz
08:22de demonstrar uma conexão concreta
08:23entre Bolsonaro
08:24e os atos do 8 de janeiro.
08:26Não há mensagens,
08:27áudios ou provas
08:27em que Bolsonaro orientou
08:29os manifestantes
08:29a invadirem
08:30e depedarem
08:31a Praça dos Três Poderes.
08:33O próprio diretor da PF,
08:34Andrei Rodrigues,
08:35admitiu recentemente
08:36que a PF não achou
08:37os tais
08:38os mega financiadores
08:39dos atos,
08:39o que indica
08:40que não existia
08:41um planejamento central,
08:42mas que eles foram
08:42descentralizados
08:43e sem liderança,
08:44orgânicos.
08:46Além disso,
08:46Bolsonaro não estava no Brasil
08:47e não é crível
08:48que quem queria
08:49dar um golpe de Estado
08:50saia do país.
08:51Seria a primeira vez
08:52no mundo
08:53em que isso acontece,
08:54o golpe por Wi-Fi.
08:55A PGR precisava
08:56conectar a trama do golpe
08:58ao 8 de janeiro
08:59para dizer que houve sim
09:00a tal da violência
09:01e grave ameaça
09:01que a lei exige
09:02para existirem
09:03esses crimes de golpe,
09:04mas a PGR não conseguiu.
09:06E tem mais um ponto aqui,
09:07os atos do 8 de janeiro
09:08não foram golpe
09:09porque aquelas pessoas
09:10não estavam armadas,
09:11não tinham poderio militar,
09:12não tinham condições reais
09:13de dar golpe.
09:14Era um crime impossível
09:15segundo a nossa lei penal.
09:17Quarto problema,
09:19há uma contradição
09:20entre os diferentes
09:20planos de golpe.
09:21A denúncia fala
09:22em três planos de golpe
09:23diferentes.
09:24A minuta do golpe,
09:25o punhal verde e amarelo
09:25e a Copa 22.
09:27Um previa prender
09:28Alexandre de Moraes,
09:29outro prender
09:30e neutralizar
09:30Moraes, Lula e Alckmin
09:31e outro não previa
09:32nada disso,
09:33apenas causar
09:34caos social
09:35para as forças armadas
09:36intervirem.
09:37Como que uma pessoa,
09:38Bolsonaro,
09:38que seria o líder,
09:39poderia ter
09:39três planos de golpe
09:41ao mesmo tempo
09:42incompatíveis entre si
09:43com objetivos
09:44e métodos diferentes
09:45que tornam eles incompatíveis?
09:47A denúncia não explica isso.
09:48Aliás,
09:49o ministro da Defesa
09:50do Lula,
09:50José Múcio,
09:51ele disse que pediu
09:52ajuda a Bolsonaro
09:52para receber o comando
09:53das forças armadas
09:54durante a transição
09:55e que isso aconteceu.
09:57Quem que quer dar um golpe
09:58que entrega as forças armadas
09:59para o seu principal adversário?
10:01Quinto e último problema,
10:02a denúncia criminaliza
10:03a liberdade de expressão.
10:05A denúncia criminaliza
10:06críticas e questionamentos
10:07ao sistema eleitoral,
10:08mas nada disso é crime,
10:09nem mesmo é ilegal
10:10no nosso direito,
10:11no nosso país.
10:12Todas as instituições públicas,
10:14elas estão sujeitas
10:14a críticas,
10:15a questionamentos
10:16e ninguém é obrigado
10:17a acreditar em uma coisa
10:18ou outra.
10:19A denúncia transforma
10:20questionamentos e pensamentos
10:21que podem ser sinceros
10:23e classifica eles
10:24como conspiração golpista,
10:25sem provar
10:26que eles eram insinceros.
10:28Uma pesquisa
10:28de dezembro de 2022
10:30mostra que 36%
10:31dos brasileiros
10:32tinham a mesma opinião
10:33que Bolsonaro
10:33sobre as urnas.
10:34Além disso,
10:35Bolsonaro questionava
10:36esse sistema eleitoral
10:37desde 2018.
10:39Denúncia baseada
10:40sobremaneira
10:40na delação questionável
10:41de Mauro Cid,
10:42falta de atos executórios,
10:44ausência de prova
10:45do vínculo
10:45do grupo golpista
10:46com oito de janeiro,
10:47contradições entre os diferentes
10:48planos de golpe
10:49e criminalização
10:50da liberdade de expressão.
10:53Então,
10:54meu caro Rodolfo Borges,
10:55está aí,
10:56essa discussão jurídica
10:57que vai muito para frente,
10:58de fato,
10:58tem alguns pontos
10:59que eu até concordo
11:00com o Deltan Dallagnol,
11:02outros eu discordo,
11:03porque eu também
11:04vi a peça,
11:05eu assim,
11:06meu,
11:06não tenho conhecimento jurídico
11:08do Deltan,
11:08mas também,
11:10meu,
11:10aprendi muito
11:11de direito penal
11:12no julgamento
11:13do Mensalão,
11:14enfim,
11:15ali,
11:16conversando com os ministros,
11:17conversando com advogados,
11:18enfim,
11:18aprendendo ali por Orros Mose,
11:20eu só sei que é o seguinte,
11:22meu caro,
11:22essa denúncia ainda vai dar
11:24muito o que falar
11:25e eu acho que talvez,
11:26agora com a denúncia do Cid,
11:27para mim,
11:27acho que a questão mais complicada
11:28dessa denúncia,
11:29de fato,
11:30são as circunstâncias
11:31da delação do Mauro Cid.
11:33Eu acho que o conjunto
11:34probatório,
11:35de fato,
11:35faz algum sentido,
11:36acho que o conjunto probatório
11:37levantado pela Polícia Federal,
11:39na minha opinião,
11:40é um conjunto probatório robusto,
11:42mas me incomoda muito
11:43as circunstâncias
11:44da delação do Mauro Cid.
11:46Os vídeos,
11:47de fato,
11:47mostram que ele realmente
11:49estava desesperado,
11:50ele estava desesperado
11:51para você,
11:52para fechar um acordo
11:53e para se livrar da cadeia.
11:55E aí,
11:55isso que,
11:56para mim,
11:57é algo que realmente
11:58enfraquece a denúncia
12:01do Paulo Goné.
12:02E outra coisa
12:03que também me incomoda
12:05é que não há um segundo,
12:07terceiro ou quarto delator,
12:09como, por exemplo,
12:10na Lava Jato.
12:11Toda a denúncia
12:12é calcada na delação
12:13do Mauro Cid.
12:14Outros delatores
12:15não vieram.
12:17O Braga Neto não veio,
12:18não veio o Marcelo Câmara,
12:20não veio o Silvina Vazquez,
12:23não veio o Anderson Torres,
12:26não veio o Alexandre Ramas,
12:27não veio ninguém.
12:28Então,
12:28só veio o Cid.
12:29Então,
12:30eu acho que,
12:30nesse ponto,
12:31você,
12:32de fato,
12:32apresentar uma denúncia
12:33com base em uma delação
12:34e algumas provas,
12:37me parece que enfraquece
12:38um pouco,
12:39ainda mais por um crime
12:40como tentativa violenta
12:41de abolição
12:42do Estado Democrático de Direito.
12:44É,
12:44toda denúncia
12:46é passiva de questionamento.
12:48Alguns dos comentários
12:51do Deltan Dallagnol,
12:51de fato,
12:52fazem sentido.
12:53Em outros,
12:53ele exagera.
12:54E o fato é que ele está
12:55argumentando em muitos
12:57desses pontos
12:57em relação ao que foi dito
12:59sobre a Operação Lava Jato,
13:01que ele conduziu.
13:02Então,
13:03realmente tem
13:03algumas contradições,
13:05como a gente já disse aqui.
13:06Agora,
13:07eu acho que tem duas
13:07camadas de análise
13:09para a gente fazer aí.
13:10Tem essa,
13:11de que é possível
13:12questionar,
13:13vai ter,
13:14numa denúncia,
13:14vai ter partes fracas,
13:15vai ter partes mais fortes.
13:17Eu acho,
13:17por exemplo,
13:18que,
13:19de fato,
13:20só tem a delação do Cid,
13:20mas algumas questões
13:22cruciais,
13:23como,
13:23por exemplo,
13:24a busca
13:24dos aliados do Bolsonaro
13:26para pressionar
13:26o alto comando
13:27das Forças Armadas,
13:29foi confirmada
13:30pelos comandantes.
13:31Então,
13:32tem uma confirmação
13:33num pedaço
13:34que,
13:34de fato,
13:35é muito relevante.
13:36Isso é uma coisa.
13:37E aí,
13:38vamos que a gente
13:38pode ficar discutindo
13:39o dia inteiro
13:40sobre os limites
13:41e o que é forte.
13:42O problema é,
13:44quem vai julgar isso
13:45é quem está conduzindo
13:46o processo.
13:47Então,
13:47vamos imaginar
13:48que se o Sérgio Moro
13:50fosse ministro do STF
13:51e tivesse conduzido
13:52a Lava Jato
13:52a partir do STF,
13:54nada tinha sido anulado.
13:55é provavelmente
13:56o que vai acontecer
13:56agora
13:57em relação ao caso
13:58do Bolsonaro.
13:59Quem está conduzindo
13:59é o STF.
14:01Então,
14:01por que o STF
14:02de uma hora para a outra
14:03vai falar,
14:03não,
14:03realmente,
14:04acho que o Alexandre de Moraes
14:05pegou muito pesado
14:06nesses questionamentos.
14:09Vamos anular.
14:11Não,
14:11isso não vai acontecer.
14:12Agora,
14:13o que vai acontecer?
14:13Isso a gente pode dizer
14:14claramente.
14:16Quanto mais buraquinhos
14:17forem apontados
14:19nesse processo,
14:19e ele é todo esburacado,
14:21e eu digo isso
14:22destacando
14:23que foram coletadas
14:26provas o bastante
14:27ou indícios
14:27de que houve a trama.
14:29Eu não nego
14:30que a trama houve.
14:31A trama está aí posta.
14:32E só não foi para frente
14:33como a gente já falou
14:34várias vezes
14:34porque os comandantes
14:35não aceitaram.
14:36E nem acho
14:37que se eles aceitassem
14:38o golpe conseguiria
14:39ter,
14:40lograr êxito
14:40se fosse aplicado
14:42porque não tinha condição.
14:43Isso não existe mais.
14:45Não tem condição para isso.
14:46Agora,
14:47que a decisão do STF
14:48vai vir machucada
14:50por todos esses buracos
14:51que o próprio STF abriu
14:52enquanto estava
14:53conduzindo o processo,
14:54isso está claro,
14:55isso está posto,
14:55e isso é ruim
14:56para o processo
14:57para o STF do Brasil.

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