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O dólar segue nas alturas diante da incapacidade do governo Lula de enxugar significativamente os gastos públicos – o que ficou explícito na apresentação do pacote fiscal.

Felipe Moura Brasil, Bruno Musa e Duda Teixeira comentam:

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Transcrição
00:00Muito bem, a gente começa com os assuntos econômicos, a gente fala sobre por que o dólar segue nas alturas,
00:06diante da reação negativa do mercado ao pacote fiscal do governo Lula.
00:09Na segunda-feira, 9, por exemplo, a moeda americana fechou o dia a R$ 6,08 e renovou o recorde histórico.
00:16Eu passo a palavra para Bruno Musa, nosso colaborador, nosso professor, empreendedor, economista,
00:22ele que tem um canal de YouTube, a página de investimentos, brunomusa.com.br barra investimento,
00:27vai comentar aqui para a gente o dólar nas alturas, entre outras pautas.
00:31Salve, salve, Bruno, seja bem-vindo mais uma vez ao Papo Antagonista.
00:36Felipe, boa tarde, Duda, sempre um prazer estar com você e com toda a audiência do Antagonista.
00:41Muito obrigado pelo convite.
00:43E aí, o céu é o limite para o dólar?
00:46O céu é o limite enquanto nós mantivermos uma política que não ataca o cerne da questão do aumento do endividamento público
00:53no médio e no longo prazo.
00:55Eu acho que as pessoas cansaram, e quando eu falo pessoas, eu prefiro dizer pessoas mesmo do que dizer mercado,
01:01porque eles adoram colocar a culpa no tal mercado.
01:05Vamos lembrar que o mercado são milhões de agentes econômicos espalhados pelo mundo todo.
01:09E quanto mais descentralizada as pessoas, mais dificuldade você tem de combinar com milhões de pessoas o que você quer.
01:16Portanto, o que a gente está vendo é uma precificação no valor presente,
01:20de um risco futuro, ou de uma trajetória de juros futuro, que nada mais implica num valor presente menor dos ativos.
01:28Ou seja, o dólar passa a ter um valor maior frente à moeda nacional,
01:33quando você matematicamente consegue prever que a trajetória da sua dívida continuará crescendo
01:40frente ao montante do seu PIB.
01:42Mesmo o PIB crescendo por injeção dessas artimanhas de colocar economia no curto prazo,
01:50perdão, injeção de capital no curto prazo, que otimiza a economia,
01:55a gente vê que mesmo com a economia crescendo,
01:58essa relação dívida-PIB, ela continua crescendo mais ainda.
02:03O próprio FMI já colocou, no final desse ano, acima de 86% a relação dívida-PIB do Brasil,
02:09quando a média dos outros países emergentes está na casa dos 65%.
02:13Portanto, a gente precisa atacar o cerne da questão.
02:16E mesmo esse pacote, se porventura vier a ser aprovado,
02:21ele não ataca o problema da indexação e da desvinculação de receitas.
02:27Dito isso, como a gente já explicou em outros comentários aqui,
02:31mesmo que você consiga tapar o sol com a peneira para chegar em 2026
02:37com o arcabouço, que já foi alterado algumas vezes,
02:41mas mesmo assim, eles podem dizer que conseguiram atingir a meta
02:46pelo lado da receita, quase nada pelo lado da despesa,
02:49uma vez que foram criadas despesas para fiscais que não passam pelo orçamento,
02:54mas tudo isso incorpora a relação dívida-PIB,
02:57o endividamento continua crescendo.
02:58Feito todas essas contas, juntando essas peças do quebra-cabeça
03:02que não são difíceis de serem montadas,
03:05desde o início do arcabouço, a gente viu que os números eram inexequíveis,
03:08tanto é que alteraram ao longo do caminho duas vezes.
03:11Dito isso, a gente vê que o dólar continua trabalhando sistematicamente
03:16acima de 6.
03:17De novo, não são pessoas vestidas de capuz preto
03:21em volta de uma mesa querendo o mal do PT.
03:22É a precificação ao valor presente de um risco já presente
03:27e futuro maior ainda do Brasil.
03:29Bruno, agora falando sobre a inflação que fechou novembro em 0,39% segundo o IBGE,
03:34os dados divulgados sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo e IPCA,
03:39nessa terça, apontam que o resultado foi puxado pela alta de preços de alimentos.
03:43Como resultado, o IPCA acumulado em 12 meses chegou a 4,87%.
03:48Como você avalia esses números?
03:51Vamos lembrar que a meta é de 3, você tem a banda ali que você pode errar,
03:56ou seja, colocar uma banda onde a inflação pode trabalhar um pouco para cima,
04:01um pouco para baixo, e ela está fora dessa banda.
04:04E o problema é que as expectativas inflacionárias,
04:08elas estão chamadas de desancoradas, como a gente usa aqui no mercado financeiro.
04:13Basta você olhar as curvas de juros futuro,
04:15que já estão precificando taxas de juros, que chegaram a ultrapassar ontem 15%.
04:20Hoje deu uma boa corrigida.
04:22A inflação como um todo, a metodologia, na minha interpretação,
04:27ela não atende à real necessidade do povo na rua.
04:31Não estou dizendo que esses números são forjados, não é isso.
04:34Mas a metodologia, ela não atende diretamente à forma como,
04:38principalmente a classe mais baixa, satisfaz as suas demandas.
04:42Vamos lá.
04:42Grande parte das pessoas da classe mais baixa,
04:45que infelizmente configura a realidade brasileira,
04:48ela vai consumir mais daquilo que é essencial dentro da pirâmide de Mesda.
04:53Você precisa ali de alimentos para viver.
04:55E a alimentação é o que está puxando,
04:57e portanto ela consome grande parte da renda dessas pessoas.
05:01Olhando no próprio site do IBGE,
05:03a gente vê que foram puxados por grande parte dos alimentos,
05:07inclusive alimentação no domicílio.
05:10Carne, a gente puxou mais de 8%.
05:12Enfim, são vários alimentos importantes da cesta do brasileiro
05:16que acabaram puxando essa inflação para cima.
05:18E quando a gente vê o ponto que, digamos, foi positivo,
05:22que acabou puxando para baixo,
05:24foi o componente habitação.
05:27Se olharmos aqui, ela representou 0,24%
05:30dentro do componente total do próprio índice que foi divulgado hoje.
05:37Mas aqui eu queria fazer uma ressalva importante.
05:39No grupo habitação,
05:41dois componentes importantes puxaram para baixo esse índice.
05:45O primeiro dele foi energia residencial,
05:47energia elétrica residencial,
05:49que caiu 6,27% em novembro.
05:52E o outro ponto importante é taxa de água e esgoto.
05:57Vamos lembrar que esses pontos,
05:59eles são preços administrados,
06:03são preços controlados pelo governo
06:05e não são preços dentro do livre mercado.
06:09Enquanto a gente está falando aqui,
06:10eu recebi uma notícia importante.
06:12Olha só, a ADL projeta aumento de 9%
06:16no orçamento da CDE para 2025.
06:18Vai receber quase 41 bilhões de reais.
06:21A CDE é a conta de desenvolvimento energético.
06:23A diferença entre as empresas de energia
06:26recebem como receita e gastam.
06:28E aí, obviamente, inclui todos os subsídios
06:31e controles de preço que o governo impõe.
06:33E quando essa conta é deficitária,
06:35acontece que todos nós pagamos isso
06:38através das contas de luz.
06:39E o governo consegue precificar,
06:42ou consegue congelar esse preço da energia elétrica.
06:44Então, ele consegue tomar a inflação
06:47a maneira como ele quer.
06:48Portanto, você cria dispulsões,
06:50a meu ver, extremamente importantes
06:52que não refletem a verdade
06:54do que grande parte do brasileiro
06:56está gastando no dia a dia na rua.
06:59Maravilha, Bruno.
07:00E qual é a sua expectativa em relação
07:01à taxa básica de juros
07:02que está sendo discutida pelo COPOM,
07:04Comitê de Política Monetária,
07:05do Banco Central,
07:06e vai ser definida nessa quarta-feira 11?
07:08O que você espera?
07:09A gente tem um ditado aqui
07:12dentro do mercado, Felipe,
07:14que eu acho que o mercado financeiro
07:16ou projetar um preço de alguma coisa
07:18é uma máquina de moe-eregue.
07:21Ou seja, a gente projeta qualquer coisa,
07:23mas no fundo,
07:24essas expectativas podem ser alteradas
07:26conforme o que a gente vai vendo
07:28ao longo do tempo.
07:29Eu acredito que a gente pode chegar aqui
07:31até numa alta de um ponto percentual.
07:33Grande parte das análises
07:35e da própria curva de juros
07:36já está precificando isso.
07:38Agora, prever qual será o ponto final
07:41depende muito da trajetória
07:42do próprio governo ao longo
07:43desses próximos meses,
07:45para chegarmos às próximas reuniões.
07:47Se a deterioração fiscal
07:49continuar dessa maneira,
07:50eu não tenho dúvida,
07:51e o próprio mercado já projeta,
07:52que essa curva pode atingir 15% em breve.
07:55Eu acho que o Banco Central
07:56tem basicamente dois caminhos.
07:58Ou puxar a taxa de juros já em 1%
08:00para mostrar que estamos atentos aqui
08:02e essa decisão tem que ser unânime
08:04entre esse colegiado.
08:05Ou então ele vai subindo
08:06de forma gradativa.
08:08Então, veremos nessa discussão,
08:09esse balcão de negócios lá em Brasília,
08:11com o nosso dinheiro,
08:12para ver se aprova o teto de gastos,
08:14caso aprovem as emendas bilionárias.
08:16E, portanto, a gente fica à mercê disso aqui.
08:18Mas eu acredito que amanhã
08:19a gente deva ter entre 0,75% e um ponto percentual de alta.
08:22Certo.
08:23E, em relação à política,
08:26o governador de São Paulo,
08:27Tarcísio de Freitas,
08:27celebrou na rede social X
08:29o crescimento maior do PIB de São Paulo
08:32que do PIB Brasil.
08:34Vamos colocar aí o que ele tuitou.
08:36Aspas para o Tarcísio.
08:38Ninguém segura.
08:38São Paulo não para de crescer.
08:40Não para de avançar na direção certa.
08:42Olha aí o nosso PIB indicando crescimento mais uma vez.
08:45Ele está falando, olha aí,
08:46porque ele compartilhou a manchete
08:47de um jornal baseado em dados da Fundação SEAD
08:50que apontavam isso.
08:52Alta de 3,5% no acumulado de janeiro a setembro.
08:56Valor 0,4% maior do que o índice nacional de um ano inteiro.
09:00Resultado puxado pelo ótimo desempenho
09:01dos setores da indústria e de serviços
09:03com altas de 3,2% cada.
09:06Se compararmos com setembro do ano passado,
09:08o crescimento é ainda maior.
09:093,8%.
09:11Não à toa que São Paulo é e seguirá sendo
09:13a locomotiva do Brasil.
09:15Fecho aspas.
09:16Há alguma novidade nisso aí, Bruno Musso?
09:20Porque como ele coloca no próprio final do comentário,
09:23São Paulo acaba puxando
09:25o crescimento econômico do Brasil
09:27como a capital financeira do país.
09:30Há algum elemento novo aí da gestão Tarcísio
09:32contribuindo ou não para esses dados?
09:36Eu acho que tem um ponto interessante
09:38a ser mencionado aqui.
09:39Eu fiz uma análise mais aprofundada
09:40lá no meu canal sobre o PIB brasileiro
09:42e rapidamente para as pessoas entenderem.
09:44O PIB, para aqueles que não estão familiarizados,
09:47é o resultado de tudo que o país produz,
09:49produto interno bruto.
09:50Então você tem ali a somatória
09:51de gastos governamentais,
09:54mais os gastos privados,
09:57mais investimentos,
09:59mais a diferença entre importação e exportação.
10:01Quando a gente analisa o PIB do Brasil,
10:03nós vimos que grande parte do crescimento
10:05ele está sendo impulsionado
10:08pelos gastos governamentais,
10:09transferindo renda para as famílias.
10:11Tanto é que a gente viu que o agronegócio
10:13teve uma queda de 0,9% do PIB.
10:17E nós vimos, claro,
10:18os serviços sendo puxados,
10:20os serviços representam 60% do PIB brasileiro
10:24sob a ótica da oferta.
10:26Quando a gente olha aqui,
10:28a grosso modo, o PIB de São Paulo,
10:30a gente vê um importante crescimento da indústria.
10:32O serviço cresceu 0,3% e a indústria cresceu 1,9%,
10:36o que foi diferente no PIB brasileiro.
10:38E mais, o agronegócio no PIB paulista
10:40cresceu 0,3%,
10:42mesmo com o número de recuperação judicial
10:44crescente das empresas em todo o território nacional.
10:47Portanto, quando a gente pega uma ideia
10:50onde empresas foram privatizadas
10:52e você tem uma mentalidade de tentar diminuir,
10:56enxugar o tamanho do Estado,
10:59a gente começa a perceber isso nos números.
11:01De novo, eu não cheguei a fundo a analisar
11:04qual foi esse repasse governamental,
11:06mas com receitas de privatização
11:09e nessa mentalidade de diminuição
11:11do tamanho do Estado,
11:12sem dúvida nenhuma,
11:13ao incrementar a indústria,
11:15a gente veja uma diferença importante
11:18no crescimento do PIB nacional
11:20e esse recorte específico do PIB paulista.
11:23Duda Teixeira, tem uma pergunta para você.
11:25Bruno, diga, Duda.
11:27Oi, Bruno, boa noite.
11:28Duda Teixeira, você comentou a alta do dólar
11:30e também a alta do preço dos alimentos.
11:33Agora, eu sei também que a alta do dólar
11:34tende a levar a um aumento do preço
11:36também de alimentos e outras coisas,
11:38porque tem aumento no preço da gasolina,
11:41insumos que são importados
11:43para produzir produtos aqui no Brasil.
11:46Esse aumento agora do dólar,
11:48ele vai ter um impacto na inflação
11:50em algum momento?
11:51A gente sabe dizer em quanto tempo isso acontece?
11:55Não dá para dizer em quanto tempo,
11:57mas acontece um fenômeno
11:58que é extremamente claro dentro da economia.
12:02Quando você tem ali uma expectativa,
12:04olha, a moeda passou de ser,
12:06e quando o mercado ainda,
12:08o mercado, esses agentes,
12:09esses milhões de agentes econômicos
12:11começam a perceber que ele veio
12:13para ficar num patamar mais elevado,
12:16você inevitavelmente começa a repassar preços,
12:19principalmente frente àquilo
12:21que você está comprando
12:23e não você tem estoque.
12:24De repente, se uma indústria tem um estoque
12:26que foi comprado a um dólar mais baixo
12:28alguns meses atrás,
12:29ele não necessariamente repassará isso agora,
12:31pelo fato de você ter
12:32uma possibilidade de conquistar mercado
12:36frente ao seu concorrente,
12:38que de repente está comprando agora
12:39e já passando um preço mais alto.
12:41Mas quando você percebe
12:42que a expectativa é de
12:43o dólar passou,
12:45veio para ficar num patamar mais elevado,
12:48no dia dos 6,10, os 6,5,
12:49mas mais ou menos nesse patamar,
12:51é inevitável que esse repasse de preços venha.
12:53Ainda mais quando você já começa
12:55a ver a necessidade de reincorporar estoques,
12:58uma vez que aquele foi vendido
13:00e a gente vê uma capacidade da indústria,
13:05ou seja, o PIB crescendo,
13:06é o que a gente chama de ato de produto,
13:08o PIB crescendo acima do potencial,
13:10porque não houve incremento de produtividade.
13:12Então é inevitável que as empresas,
13:14a própria indústria,
13:15tenha que comprar mais insumos
13:17para revender frente a essa demanda anabolizada.
13:20E aí, consequentemente,
13:21isso vira inevitável esse repasse dos preços.
13:23Então não dá para dizer o tempo exato,
13:25mas eu acredito que
13:27se continuar nesse patamar,
13:29mais um, dois meses,
13:30a gente já vai ver preços importantes
13:32afetando aqui o dia a dia do brasileiro.
13:34Mais do que está,
13:35porque a gente já viu que a alimentação
13:36está pegando bastante,
13:38principalmente a camada mais pobre.
13:39Tem algum elemento novo
13:41que pode surgir aqui no final do ano,
13:44em nível econômico,
13:45ou uma decisão do Congresso Nacional,
13:46alguma medida do Poder Executivo,
13:49aquela surpresinha na véspera de Natal?
13:51Porque na área política,
13:52a gente sabe que muitas vezes isso acontece.
13:55Agora, que tenha um efeito econômico,
13:57você tem alguma expectativa nesse sentido?
13:59Ou a tendência é que nesse verão
14:00tudo continue como está?
14:01Olha, eu acho que o próprio Centrão,
14:07que ele manda no Brasil,
14:08ali na minha opinião,
14:09sob o ponto de vista político,
14:10ele sabe que tudo isso é muito maléfico,
14:11inclusive para eles.
14:13Então, não me espantaria
14:15se tirasse dali algum coelho da cartola
14:19e que eles conseguissem,
14:20pelo menos, passar a mensagem
14:22que no curto prazo
14:23teremos um corte de gasto maior.
14:25Veja que ontem,
14:26por uma reunião que aconteceu
14:27entre o Lira e o Lula no final do dia,
14:29hoje nós já vimos uma correção
14:31dessa curva de juros futura
14:33que acabou cedendo de forma importante.
14:35Inclusive, as mais longas
14:36chegaram a cair 3%,
14:37coisa que tinha subido ontem,
14:39devolveram, ou seja,
14:40hoje foi mais positivo,
14:41o dólar futuro caiu,
14:42está caindo agora a 0,5%,
14:44a 6,06%.
14:45Então, a gente vê que
14:46o que a gente precisa
14:47é passar uma expectativa mais positiva.
14:51Eu acho que eles perceberam
14:52que passou do limite,
14:53passou de qualquer razoabilidade
14:55e nós precisamos colocar os adultos na sala
14:57e parar de culpar terceiros,
14:59e o mercado malvadão,
15:00entendermos que essa expectativa
15:02precisa ser atacada de frente.
15:04Caso contrário,
15:05a inflação virá
15:07e ela é ruim para todo mundo.
15:08Agora, claro,
15:09eu acho que o Lula
15:10ainda me parece ter uma voz ativa
15:13lá dentro,
15:14muito firme,
15:15principalmente em meio
15:16àquele anúncio
15:17completamente descabido
15:19que o Haddad fez.
15:20No meu entender,
15:21não era nem o que ele queria,
15:22não era nem o que ele pretendia,
15:26mas sim uma ordem do Lula.
15:27Se ele continuar batendo o pé,
15:29obviamente,
15:30no meu entender,
15:31a gente vai continuar vendo
15:32níveis de desaprovação dele crescendo.
15:34Aliás, a gente vê uma tensão tripla
15:36nesse momento
15:37entre os poderes,
15:38porque o Supremo Tribunal Federal
15:40barrou ali as emendas parlamentares,
15:42quando liberou,
15:42liberou sob condições
15:44que, obviamente,
15:45Arthur Lira e sua turma
15:46não queriam cumprir.
15:48Então, ainda estão um tanto irritados
15:51com o Flávio Dino,
15:51que tomou essa decisão
15:52e que foi indicado pelo Lula.
15:53O Arthur Lira já tinha deixado correr
15:56por outro lado
15:56uma PEC
15:58para reduzir o poder
15:59dos ministros do STF,
16:01principalmente ali
16:02em relação a decisões monocráticas.
16:03Aquela PEC relatada
16:04pelo deputado de oposição,
16:06Marcelo Van Hatten,
16:07do Partido Novo,
16:08na Comissão de Constituição e Justiça.
16:10Então, você já tinha essa tensão.
16:12Agora, como o Flávio Dino
16:14foi indicado pelo Lula,
16:15também tem uma pressão
16:16que se volta contra o Poder Executivo,
16:18contra o pacote fiscal do governo,
16:20que, eventualmente,
16:21pode ser, vamos dizer assim,
16:24contestado pelo Congresso Nacional,
16:26pode passar ali por um filtro,
16:28pode mudar um monte de seus elementos
16:30se o Congresso estiver insatisfeito
16:32com o governo
16:33nessa questão das emendas.
16:35Seja na liberação direta
16:36do Poder Executivo,
16:37seja na influência
16:38sobre o Flávio Dino
16:39para que ele imponha
16:40determinadas condições.
16:42Então, assim,
16:42é o velho jogo de pressões
16:44que a gente vê
16:45entre os três poderes
16:46e que sempre tende,
16:47na minha análise,
16:48a terminar em acordão.
16:50Bruno Musa.
16:51Não, acho que você foi
16:52retocável, Felipe.
16:53O meu único ponto
16:54é que, infelizmente,
16:55a gente normaliza
16:56esse tipo de situação
16:57onde Brasília virou
16:58um balcão de negócios
16:59com o nosso dinheiro.
17:00Então, a gente vê que
17:00nessa reunião à noite
17:02foi noticiado
17:03que, de repente,
17:03eles conseguiriam ali
17:04uma brecha
17:05para liberar
17:066,2 bilhões
17:07das emendas
17:08e, aí sim,
17:10ele votaria
17:11o pacote de corte de gastos.
17:12Espera lá,
17:13você está preocupado
17:14com as suas emendas
17:15apenas e zero preocupado
17:17com a realidade econômica
17:18do Brasil que está
17:19se deteriorando
17:20dessa maneira?
17:21O problema é que isso
17:21parece que a gente
17:22já, infelizmente,
17:23aprendeu a levar
17:24como uma piada.
17:25Mas, no fundo,
17:25nós não estamos falando
17:26de 10, 100 reais,
17:27nós estamos falando
17:28de alguns bilhões
17:29de reais dentro do orçamento
17:30que é capital
17:32que é tirado da gente
17:33de maneira forçada
17:34através dos impostos
17:35que não param de subir.
17:37Então, ali,
17:37eles que deveriam ser,
17:39como o próprio nome diz,
17:40funcionário público,
17:41trabalhar para quem o elegeu,
17:43eles simplesmente
17:43pegam o nosso dinheiro
17:44para negociar bilhões
17:45num balcão de negócios
17:46para servir para ele.
17:48Caso contrário,
17:49se vocês não me liberarem
17:50os meus bilhões,
17:51que é financiado por vocês,
17:53eu vou fazer o seguinte,
17:54eu não aprovo
17:54nenhum pacote de gastos,
17:56que já é bem torto
17:56esse pacote de gastos,
17:58mas, se for assim,
17:59eu também não aprovo
17:59e deixo o dólar
18:00para as alturas,
18:01o povão que pague
18:02mais caro na carne.
18:04Eu acho que a gente
18:04tem que parar
18:05de normalizar
18:05esse tipo de coisa
18:06e botar a verdadeira pressão
18:08e isso acontece
18:09quando nós conseguimos
18:10disseminar o conhecimento
18:12para as pessoas
18:12entenderem o que está
18:13acontecendo por lá.
18:13Exatamente,
18:15é isso que o Papo Antagonista
18:16busca fazer,
18:17os parlamentares,
18:18evidentemente,
18:18deveriam reagir
18:19a abusos do STF
18:20porque eles estão
18:21extrapolando,
18:22muitas vezes estão
18:23legislando,
18:24então, convém,
18:25de fato,
18:26tomar iniciativas
18:28para reduzir
18:28os seus poderes
18:29e, obviamente,
18:30pelas vias constitucionais,
18:31pela fiscalização
18:32do Senado Federal,
18:34por exemplo,
18:34e não para retalhar
18:35o STF
18:36porque suspendeu
18:37a distribuição obscura
18:38de dinheiro
18:39para redutos eleitorais
18:41por meio
18:42do orçamento secreto,
18:43da mesma forma,
18:44tem que filtrar
18:45o pacote fiscal
18:46do governo
18:46pensando naquilo
18:48que o Bruno Musa
18:48comentou,
18:49pensando na sociedade,
18:50no interesse público,
18:51no equilíbrio das contas
18:53para não gerar inflação
18:54que acaba prejudicando
18:55as pessoas mais pobres
18:56e não porque o governo
18:57não está liberando emenda
18:58ou porque está influenciando
18:59o ministro do STF
19:00a suspender.
19:01Então,
19:02a gente aqui
19:03não naturaliza,
19:04a gente critica,
19:05a gente ironiza
19:06para exercer
19:07a nossa pressão jornalística
19:08e sempre trazendo a verdade
19:10para o nosso público.
19:10muito obrigado
19:11pela contribuição,
19:12Bruno Musa,
19:13boa noite,
19:13bom trabalho.
19:15Obrigado igualmente
19:16para vocês,
19:17sempre um prazer.

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