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O prefeito reeleito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), criticou a presença do MDB no governo Lula. Ele derrotou a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), em disputa pelo comando da capital gaúcha, no segundo turno.
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00:00E nessa edição do Meio Dia em Brasília, nós falamos com o prefeito reeleito de Porto Alegre,
00:05Sebastião Mello, do MDB. Prefeito, seja muito bem-vindo ao Meio Dia em Brasília.
00:11Olha, Meio Dia em Brasília, é interessante. Aqui é um pouco mais.
00:20Só para a gente, só para você que nos entenda, você espectador, é bom lembrar que essa entrevista
00:24foi gravada ao longo dessa semana, no início da tarde, então por isso que a brincadeira
00:29do prefeito reeleito de Porto Alegre. Prefeito, eu queria que o senhor primeiro fizesse uma avaliação
00:34sobre esse primeiro mandato e expectativa para o segundo. O senhor teve como grande desafio
00:42comandar Porto Alegre justamente no momento em que a capital gaúcha enfrentou a maior crise climática
00:48em aproximadamente 100 anos. Qual o desafio a partir de agora, passada essa fase?
00:54Correto. Olha, eu penso assim, nós assumimos também a prefeitura no meio de uma grande crise humanitária
01:05que era o Covid. E nós, juntos aqui, porque um prefeito nunca faz nada sozinho, nós lideramos
01:13uma retomada da cidade, especialmente com um eixo muito forte no desenvolvimento econômico,
01:18vacinamos, vacinamos, vacinamos e reabrimos a cidade. E a cidade vinha avançando muito,
01:26seja na inovação, na proteção social, no desenvolvimento econômico. Bom, e aí vieram as cheias.
01:35E as cheias não vieram só afetar no Porto Alegre, afetou o Rio Grande do Sul, praticamente
01:41com boa parte do seu território e afetou a região metropolitana. Bom, então os desafios que estão
01:49postos pós-reeleição são muitos, né? São muitos. O prefeito não tem uma única pauta, nem duas ou três
01:56pautas, tem dezenas. Nós estamos enfrentando já, desde que antes da eleição, a questão das obras
02:04emergenciais da proteção de cheias, porque isso é fundamental para dar segurança à cidade, né?
02:12A cidade é composta de pessoas que moram nela, de pessoas que investem nela, de negócios que
02:17acontecem. Então, esse, para mim, é o desafio, assim, que está posto já antes da eleição e que agora a gente
02:24tem que avançar e avançar. Por que obras emergenciais? Porque um projeto futuro, a gente até já contratou um
02:33belíssimo profissional, ele vai ter que, a partir das cheias de maio, dizer o seguinte, qual é a altura
02:39dos diques, porque os diques que nasceram da altura que estão aqui e também está provado que teve erro
02:45de concepção de projetos e de execução de projetos, eles nasceram de uma enchente em 41, que foi 4,27.
02:52Nós tivemos chuva, a chuva deu 5,37. Então, nós temos que refazer o sistema velho, porque tu não pode esperar,
02:59obras futurísticas demoram, demoram. Tu tem diques rompidos, nós estamos refazendo o dique.
03:06Tem diques que extravasou, nós temos que resolver esse dique, altear ele um pouco mais, reforçar.
03:10Isso vale para os portões, isso vale para as comportas, isso vale para as casas de bomba.
03:15Agora, e a cidade também, ela tem 70 quilômetros de extensão de Guaíba, parte dessa extensão que é
03:22banhada pelo Guaíba, essa proteção de cheia existe, mesmo que ela tenha mostrado insuficiente.
03:29Mas a metade da cidade, que é especialmente centro-sul, extremo-sul, ela não tem nenhuma proteção de cheias
03:36e vários desses bairros que estão localizados nessas regiões também foram atingidos.
03:41Então, o sistema que nós contratamos, ele tem que refazer o sistema antigo
03:45e ele tem que apontar um sistema para onde não tem sistema de proteção de cheias.
03:50Então, esse é um dos desafios da cidade.
03:52É o único? Não, não, não, não. Tem muitos desafios.
03:54Então, um governo que se reelege, ele tem que avaliar primeiro o que deu certo.
04:03Bom, sempre dá para avançar.
04:05O que não deu certo? O que deu mais ou menos certo?
04:08Para isso, nós concebemos já há quase duas semanas um escritório de transição.
04:13As pessoas falam, mas por que escritório de transição?
04:15Não, não é o mesmo governo, é um novo governo, tem composição de forças diferentes.
04:21E ali também nós temos que ter a capacidade de fazer uma análise crítica.
04:25É o que nós estamos fazendo todos os dias.
04:26Tem reuniões com setores de fora, com secretários atuais, com autarquias, com departamentos.
04:33Ou seja, nós estamos fazendo ali um grande debate.
04:36E eu sou o maior prorrogador dos debates.
04:38Olha, bota na tela aí.
04:40Isso aqui não deu certo nesse primeiro governo.
04:42Isso aqui foi mais ou menos, isso aqui foi bem, isso aqui não foi bem.
04:46Então, nós experecemos um prazo aí até o final do mês, nessa oitiva.
04:52E aí, a partir daí, nós temos que compor o governo, né?
04:56É isso que eu ia perguntar, prefeito.
04:57Assim, a sua atitude, ela é um tanto quanto pioneira,
05:01porque você estabelecer um escritório de transição é algo muito típico, né?
05:06Quando você tem um governo X e aí você passa para um governo Y, né?
05:10Quer dizer, o senhor, na verdade, fez uma ação de transição dentro do próprio governo.
05:15E aí, desculpe eu ter lhe cortado, prefeito,
05:17eu queria entender que esse escritório de transição,
05:22a partir dessa avaliação sobre o que foi feito até agora,
05:25o que vai ser feito em Porto Alegre,
05:27pode fomentar, por exemplo, mudanças ali no secretariado,
05:30no primeiro, no segundo escalão?
05:31Isso já está pensado, já tem mais ou menos uma linha
05:34de como é que vai ocorrer isso a partir de janeiro de 25?
05:37Correto.
05:39Não, esse escritório tem dois pilares, né?
05:43O pilar que é de possíveis mudanças para melhorar as entregas,
05:48porque para fazer alguma mudança legislativa,
05:51do ponto de vista de arranjos da gestão,
05:54ele só tem um sentido se for para melhorar a gestão.
05:56Então, isso tem uma coordenação técnica, né?
06:01E tem assentos políticos, mas tem uma coordenação técnica
06:03e nós estamos ouvindo todo mundo.
06:04Bom, nós também temos uma transição política, né?
06:09Essa transição política, ela já está conversando, né?
06:12Ela está conversando com os partidos, com os vereadores.
06:15Por quê?
06:16Porque vamos combinar,
06:18eu sou, uma gestão, seja ela federal,
06:21estadual, municipal,
06:22se tu não compor na política, tu não governa.
06:25Então, nós compusemos um governo no primeiro mandato,
06:28eu sigo um pouco dessa lógica agora,
06:31é na técnica e na política.
06:32Bom, um secretário é um agente político,
06:35tem que juntar com ele os melhores técnicos de fora, de dentro,
06:39para poder fazer uma boa gestão,
06:40ou às vezes um técnico está na cabeça de uma gestão,
06:43mas tem um político que está ao lado.
06:45Então, essa engenharia,
06:48ela também já começou,
06:50começando, mas não definimos quem fica, quem sai.
06:53Nós somos 11 partidos nessa coligação,
06:56sendo que 9 fizeram vereadores.
06:58Então, quando tu tem um projeto,
07:02tem que ter a capacidade de unir na eleição
07:04e não desunir também do governo.
07:07Então, e para não desunir no governo,
07:10tu tem que ter critérios,
07:13que todo mundo aceite esses critérios.
07:15Quer dizer, pode ser um critério que não agrada todo mundo,
07:19mas ele tem que ser aceito,
07:20porque a partir dali,
07:21a composição do governo tem que fluir.
07:24Então, a gente vai trabalhando com a técnica,
07:27com a política, com a política, com a técnica.
07:29Como nós estamos no governo,
07:31eu também não tenho obrigação de chegar no dia 31 de dezembro.
07:35Aliás, quando eu fui eleito prefeito,
07:38que eu não era prefeito ainda,
07:41eu mantive alguns secretários por alguns meses,
07:45em alguns departamentos,
07:47que eu não tinha encontrado ainda
07:48o gestor adequado para aquela função,
07:52e eu preferi manter o que estava no anterior,
07:55até que a gente pudesse construir,
07:57porque é mais razoável que você faça isso.
08:01Da mesma forma, pode acontecer,
08:02se nós chegarmos à conclusão
08:03de acertar o governo 100% no dia 31 de dezembro,
08:07tudo certo.
08:08Mas eu já sou o prefeito,
08:09se isso não acontecer,
08:10não significa que nós vamos ter nenhum prejuízo
08:12de gestão para a cidade,
08:13de fazer algumas trocas que possam ficar restantes
08:16nos primeiros meses,
08:18janeiro, limite de fevereiro.
08:20Então, acho que isso está muito bem conversado
08:23e não tem outro caminho.
08:25É muito diálogo e muita construção.
08:26Diálogo e construção, construção e diálogo,
08:28é o que nós estamos fazendo aqui.
08:31Agora, prefeito,
08:33eu quero aproveitar também para,
08:34como o senhor fala de diálogo,
08:36o senhor foi um crítico do governo federal
08:39ao longo da tragédia climática em Porto Alegre.
08:42E o senhor tem defendido publicamente
08:45que o MDB, que hoje faz parte do governo federal,
08:48lance uma candidatura própria
08:49para a presidência da República.
08:51Quer dizer,
08:54a partir de que princípio
08:55o senhor tem defendido
08:57essa questão da candidatura própria do MDB?
08:59Você acredita que o MDB tem nomes
09:01para fazer frente, por exemplo,
09:02a uma disputa contra o atual presidente Lula?
09:05Eu tenho me posicionado.
09:11Eu não tenho...
09:11Acho que uma coisa é crítica,
09:13outra coisa é posicionamento.
09:15Eu sou um prefeito que me posiciona
09:18em relação aos temas regionais,
09:20aos temas locais, aos temas federais,
09:21mas eu tenho uma relação muito boa
09:23com o governo e seus ministros aqui,
09:25começando pelo ministro da Reconstrução.
09:27Aliás, a primeira visita que eu fiz em Brasília,
09:29agora, quando eu estive lá,
09:31a primeira visita que eu fiz
09:32foi o ministro Pimenta.
09:32Depois visitei vários outros ministérios.
09:34Isso não impede de eu ter posicionamento
09:37sobre temas que diz respeito
09:39não só à reconstrução,
09:41mas também à reconstrução.
09:43Por exemplo, eu vejo que a questão...
09:45Nós estamos hoje com 3.400 estadias solidárias.
09:48O que é uma estadia solidária?
09:50A prefeitura está bancando mil reais por mês
09:52para aquelas famílias que perderam as suas casas,
09:56que não têm para onde voltar,
09:57e está lá aguardando uma compra assistida,
09:59a minha casa, a minha vida.
10:01Bom, e a burrocracia é difícil,
10:03então, para comprar casa não é fácil.
10:05Então, eu pressiono para que aconteça
10:07as casas mais rapidamente.
10:10Segundo, as obras de proteção de cheia
10:13que envolvem muito dinheiro,
10:15mas começando só pelas obras emergenciais,
10:17eu estou falando de mais de meio bilhão de reais.
10:20E por mais que a gente tenha lutado muito até agora,
10:22a gente não conseguiu escrever esse valor
10:26para a proteção de cheia só das obras emergenciais.
10:29Então, me posiciono, vou à Brasília,
10:31tento construir, então, acho que critico uma coisa
10:34e posiciono até outra.
10:35Quanto à candidatura,
10:37o natural num partido político,
10:39aliás,
10:41a gente só ganha campeonato se a gente jogar futebol.
10:45O time que não joga não ganha.
10:47O EBB nasceu em 66,
10:50eu entrei nele em 78,
10:52portanto,
10:52numa fase lá, bem jovem.
10:55E nós já tivemos,
10:57o doutor Ulisses foi nosso candidato,
10:59depois o Cuerça foi o candidato,
11:01e em determinado momento o MDB
11:02fez um caminho meio de
11:04desistir da eleição presidencial
11:07e participar dos governos.
11:10E já teve bancada muitos maiores,
11:13cada estado, às vezes, tem o MDB,
11:15tem o MDB do Rio Grande,
11:16do Paraná,
11:17do Santa Catarina,
11:18do Nordeste,
11:19então, isso.
11:19Bom,
11:20eu acho que o MDB,
11:21que saiu fortalecido
11:23nas eleições municipais,
11:25tem um grande líder,
11:26que é o Baleia,
11:27que eu gosto muito,
11:28entre outros,
11:29o que eu tenho defendido é o seguinte,
11:30a primeira é conversada de casa,
11:32sempre conversada de casa,
11:33qual é o nosso caminho?
11:34Bom,
11:35eu tenho o meu posicionamento,
11:37mas o meu posicionamento é um
11:38de milhares de MDBistas,
11:40eu não sou melhor nem pior que ninguém,
11:43eu acho que o MDB deveria
11:44analisar
11:45a possibilidade de ter uma criatura própria,
11:48porque quadros,
11:50a gente,
11:50a eleição,
11:52a gente já viu a eleição ganha,
11:53perdida antes do tempo,
11:55o nome se constrói,
11:56lembra do Collor,
11:57por exemplo,
11:57saiu com 2%,
11:585%,
11:58não foi presidente do Brasil,
12:00então,
12:00também não é o fato,
12:01não tem um candidato que tem 40%,
12:03eu,
12:03quando fui prefeito de Porto Alegre,
12:04eu tinha 14%
12:05da cotação inicial,
12:08cheguei com 30%,
12:0931% no primeiro turno,
12:11fui prefeito eleito,
12:12em 2013,
12:13então,
12:13isso é um processo em construção.
12:16Bom,
12:16se o PMDB não tiver
12:17uma candidatura própria,
12:19mas ele tem que discutir
12:20internamente isso,
12:20porque é um partido democrático,
12:22não é um partido de cacique,
12:23não,
12:23respeito a quem pensa diferente,
12:25bom,
12:26qual é o caminho?
12:26O caminho que eu defendo,
12:28se não é uma candidatura própria,
12:30é que nós pudéssemos
12:31ajudar a construir
12:32uma aliança de centro-direito,
12:34não,
12:34bom,
12:35isso é a minha posição,
12:36mas eu sei que eu,
12:37eu posso ter muitos aliados
12:38nessa posição,
12:39mas eu também sei muito,
12:41que muitas pessoas entendem
12:43que o MDB tem que ter outro caminho,
12:44agora,
12:45eu aprendi desde cedo,
12:47e sou um sessentão,
12:48intensamente,
12:49de que política,
12:52a gente tem que discutir,
12:53não pode tomar decisão por vídeo,
12:56entendeu,
12:57tomar decisão pronta,
12:58eu venho de uma luta política
13:00que eu,
13:01às vezes,
13:01ficava discutindo a noite inteira,
13:03às vezes,
13:03as reuniões,
13:03e até as três da manhã,
13:05então,
13:05isso,
13:05eu sou dessa velha política,
13:07essa velha política,
13:07eu gosto dela,
13:08que é discutir política,
13:09não,
13:10agora,
13:10então,
13:11eu acho que a eleição municipal é uma coisa,
13:14federal é outra,
13:14para mim,
13:16por mais que os partidos de centro
13:19tenham saído mais fortalecidos,
13:21a eleição nacional tem uma outra lógica,
13:24entendeu,
13:24e também não está posto,
13:26para mim,
13:27clareza em nada,
13:27mas eu tenho que preocupar com a minha cidade agora,
13:30eu posso,
13:30eu tenho opinião,
13:32posição,
13:33mas eu vou dedicar 100% do meu tempo
13:36a ser prefeito de Portugal,
13:37e quando for chamado,
13:39ou provocado dentro do meu partido,
13:41eu vou dar a minha opinião,
13:42agora,
13:43eu vou cuidar da cidade,
13:44eu sou municipalista,
13:46estou vendo a reconstrução da cidade,
13:48e não posso,
13:49de jeito nenhum,
13:50descuidar da cidade,
13:51não.
13:53É,
13:53e o MDB,
13:53ele tem essa característica,
13:54não é, prefeito,
13:55essa característica municipalista,
13:57isso desde a época de Ulisses Guimarães,
14:00sempre foi um partido que se consolidou muito,
14:02ali na assistência direta do cidadão,
14:05ali na ponta,
14:06ali nas cidades.
14:07Sim.
14:14e aí,
14:20Obrigado.

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