- anteontem
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NotíciasTranscrição
00:00Olá, sejam muito bem-vindos ao Narrativas Antagonista. Eu sou Madeleine Lascos,
00:20eu sou a companhia de segunda a sexta-feira aqui no YouTube do Antagonista e você também lê as
00:26colunas no site do Antagonista sem paywall. Quero te agradecer como sempre a audiência, o apoio,
00:34vocês aí que fazem parte da nossa corrente espiritual dos três C's. Curta, comente,
00:42compartilhe. Você que tá aqui porque ama o Narrativas Antagonista, compartilha com alguém
00:48de quem você gosta. Você que tá aqui porque me odeia e quer me xingar, compartilha com alguém
00:53de quem você não gosta para estragar o dia dessa pessoa. Dito isso, fato do dia, os maiores absurdos
01:03nas universidades. Sextou, né? Vocês têm reclamado? Que tema pesado de sexta-feira que você está trazendo.
01:13Então hoje eu trouxe um tema que é importante, é, mas que a gente vai contar de um jeito muito leve
01:19por aqui. E vocês sabem muito bem que aqui a gente se esforça o máximo para manter o nível,
01:27para manter o espírito crítico, para não ser massa de manobra. E como que a gente faz isso?
01:34Com exercício diário. Primeiro eu te dou os fatos, depois a minha opinião. Mas antes disso,
01:40eu te digo, é acerto qual é a narrativa da esquerda e qual é a narrativa da direita. Vamos lá?
01:49Fato do dia, os maiores absurdos nas universidades. Antes da gente começar esse tema, quero que você
02:00abra bem o seu olhinho, que por aí tem um pessoal que agora fica falando, não ponha o seu filho na
02:06universidade porque ele será contaminado e não sei o quê. E esse povo tudo já tem posição de destaque,
02:14então eles não querem que seu filho estude para o seu filhinho tirar o lugar deles. Abra bem o seu olho.
02:18Dito isso, vamos ao que é o nosso imaginário sobre estar na universidade. A primeira geração de uma
02:26família a ir para a universidade, ou às vezes a primeira pessoa de uma família a ir para a
02:31universidade, é sempre um grande orgulho. Os pais que não tiveram essa oportunidade almejam isso
02:38para o filho, porque na vida, sobretudo de quem é mais pobre, isso faz uma diferença brutal.
02:48Brutal. E não estou falando aqui de, ah, mas não vai ganhar mais, porque não é disso só que eu estou falando, não.
02:54É de círculo social, é de capacidade de imaginação de cenários, é de conhecer o tipo de oportunidade que tem ali na sua vida,
03:04é de repertório de leitura, é de repertório de viagem que você vai querer. Muda a vida.
03:11E o que as pessoas esperam? As pessoas esperam ter casos como esse, desse menino do Piauí,
03:16Manuel Nunes, de 17 anos de idade, que agora, em agosto, ganhou lá em Estocolmo um prêmio internacional
03:27sobre conservação da água. Nosso brasileirinho, orgulho do país.
03:31Manuel Nunes é o primeiro nordestino a representar o Brasil na competição.
03:35Na segunda-feira, o estudante realizou a apresentação de seu projeto ao júri na etapa internacional para a final do prêmio na Suécia.
03:44O projeto do estudante, denominado rover aquático, é um equipamento autônomo para monitoramento de qualidade da água,
03:51que consiste em um barco com sensores que medem parâmetros da água, como pH, turbidez, temperatura e oxigênio.
04:00O prêmio dissolvido útil, projeto que pode beneficiar especialmente as regiões carentes por conta do seu baixo custo.
04:07O prêmio é uma competição voltada para estudantes com idades entre 15 e 20 anos,
04:12que desenvolvem projetos de pesquisa que podem ajudar a resolver grandes desafios relacionados à água.
04:20Os trabalhos são cuidadosamente revisados por um grupo de especialistas internacionais em água.
04:26Aqui trago para vocês mais um caso de estudantes brasileiros que participaram da maior feira internacional do mundo de ciências e engenharia nos Estados Unidos.
04:36Foram lá uma menina, Rafaela Curcio, terceiro lugar.
04:40A gente teve projetos brasileiros com quarto lugar, estudante brasileiro com menção honrosa.
04:46Ninguém fala deles, né?
04:47Nós vamos falar também das barbaridades, que eu sei que é isso que você quer,
04:50mas primeiro vamos ver esses estudantes que estão aí sendo orgulho do nosso país.
04:55Ontem aqui no Repórter Brasil, nós mostramos uma reportagem sobre 14 estudantes brasileiros
05:01que participaram da maior feira internacional de ciências e engenharia.
05:06Ela terminou hoje nos Estados Unidos com uma boa notícia.
05:101.800 jovens de 65 nacionalidades participaram da feira,
05:15e o Brasil subiu ao pódio com uma estudante de Jundiaí, no interior de São Paulo.
05:21Rafaela desenvolveu um drone capaz de analisar de forma autônoma se uma amostra de água é potável ou não.
05:29Sobre a visibilidade que o projeto dela ganhou, disse com humildade.
05:34Só de estar lá dentro e representando o meu país já é uma conquista imensa para mim.
05:39Ao saber do prêmio de 1 mil dólares pelo pódio, Rafaela, que tem apenas 18 anos, mandou esse recado.
05:46Também quero dizer que todos esses feitos estão me inspirando e inspirando a minha comunidade,
05:52aos alunos da minha escola, a quererem sempre estudarem e seguir o caminho científico.
05:58A Rafaela ficou em terceiro lugar.
06:00Outros três projetos ficaram com o quarto lugar e um outro estudante ganhou a menção honrosa.
06:06Tem inúmeros casos desses e também de professores brasileiros premiados,
06:12de professores e pesquisadores brasileiros que, por não ter espaço aqui,
06:17vão para o exterior diversas vezes, fazem parte de equipes importantíssimas
06:22em pesquisas que mudam a humanidade.
06:26A gente hoje praticamente vive no futuro, né, gente, com tudo que a gente tem por aí.
06:29Mas, muitas vezes, a gente vê cenas como essa, que é antológica.
06:35As mãos pra cima, cintura solta, solto levante, torno com maduro.
06:44Pode tomar a força latino-americana, nem mesmo o Caprins ou o Paraca-Obama.
06:51Não vamos dar sossego para vencer a disputa, porque nós somos peru e respiramos luta.
07:00As mãos pra cima, cintura solta, solto levante, torno com maduro.
07:08As mãos pra cima, cintura solta, solto levante, torno com maduro.
07:16E não é só no Brasil.
07:19Eu trouxe aqui pra vocês um vídeo de um youtuber chamado Steven Crowder.
07:24Ele entrou no movimento do orgulho gordo dentro da universidade.
07:30Por que eu tô falando isso?
07:31Porque era um movimento e se transformou em uma área de pesquisa chamada Pet Studies,
07:38na Massey University, na Nova Zelândia.
07:41Ele submeteu um trabalho como se fosse científico pra apresentar título do trabalho.
07:46Aceitar a obesidade como autocuidado na era Trump.
07:51Gente, ele alega que o Trump tinha sido gordofóbico com o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un.
07:59E por isso, os Estados Unidos precisariam aceitar que é necessário ficar gordo para resistir ao ódio.
08:07E como que ele fez aceitarem essa tese dele?
08:11Ele mandou uma carta fingindo que era uma mulher trans.
08:13A carta, gente, a carta é sensacional.
08:15A carta é para emplacar um trabalho dele ser apresentado num evento científico.
08:21E a carta é assim.
08:22Olá, eu sou a C. Matheson.
08:24Eu sou uma ativista de Austin, Texas, trabalhando especificamente com a comunidade não-binária e gorda
08:30para ajudar a aumentar a presença de pessoas interseccionais e não-binárias nos eventos em Austin,
08:36como Marcha das Mulheres, Marcha por Nossas Vidas e, mais recentemente, as crises climáticas globais.
08:43Meus pronomes preferidos são ela e dela.
08:45E fico emocionada por apresentar e ter meu artigo
08:49Aceitar a obesidade como autocuidado na era de Donald Trump.
08:53Aceito aqui na conferência de Fat Studies da Nova Zelândia.
08:57Não é possível isso ter acontecido, né?
08:58É possível sim, eu te mostro o vídeo.
09:01Space is one thing, I'm sorry.
09:08Space, often, we see now, is a matter of life and death.
09:13Recently, I was picturing my favorite local grocer.
09:17And there I saw a man, of course, we've all seen this person, without a mask.
09:21And even though this man decided not to protect others, or myself, by wearing a mask,
09:27He had taken the time to put on his Make America Great Again cap.
09:34Okay.
09:35But I wasn't worried.
09:37And I knew that largely because of my fat, I was guaranteed at least a certain amount of space.
09:44You may believe, wrongly, as many people do, that fat is a threat to your life.
09:48But I would argue that in many ways, it may save your life.
09:53I used to feel guilty about eating certain foods, or drinking certain soft drinks.
09:59But I don't.
10:00I don't anymore.
10:00Every scoop of Ben & Jerry's, or whatever your preferred food may be,
10:06I would like to see it restructured.
10:09And it should be seen as an act of resistance, not only against homophobia, but against fatphobia.
10:18As the waist size, for example, of my pants increases, in many ways, so does my power.
10:23And so does yours.
10:24And I want you to understand that.
10:27I want all people to understand that and believe that.
10:28So I would like to summarize this by saying that personal fatness is a visible statement.
10:37Okay.
10:38What do I mean by that?
10:39It says, I do not conform.
10:43I do not submit.
10:44I decide what I do with my body and no one else.
10:48Not you, not a medical professional, and certainly not Donald J. Trump.
10:54It is a visible statement that says, keep your distance.
10:58I am not one of you.
11:00I don't have to be one of you.
11:03Arbitrary standards of so-called health do not rule me.
11:08They do not rule over me.
11:10I will not participate in your bullying as a society.
11:16I am an individual.
11:17I am here.
11:19And I am resisting.
11:22Fat is here.
11:24And it is not silent.
11:26Thank you again.
11:29I am C. Matheson.
11:31And I very much appreciate you giving me the time to present this and look forward to answering your questions.
11:38Of course, this was all pure lunacy.
11:43And I was certain that the jig was up and that it would be curtains for C. Matheson in the world of academia.
11:48After all, these ideas aren't grounded in any scientific literature, data, or even reality.
11:55And it was clearly a goof.
11:56So imagine my surprise when this absolute joke was not only accepted to a prestigious academic conference, but C. Matheson was met with rave reviews.
12:08Dr. Esther Rothblum, Ph.D., even reached out to C. Matheson after the conference to peer review a paper on, you guessed it, fat studies.
12:18Look, Ma, I'm an authoritative source.
12:21The problem isn't just that lunatic ideas like fat pride are accepted and even peer reviewed at institutions as cleverly designed ruses to boost scholarly book sales.
12:31But the problem of education doesn't exist in a bubble.
12:35Think about it for a second.
12:36What happens to the students?
12:37Bom, o caso mais recente desse tipo de coisa aqui no Brasil foi o tal do vídeo da Tertuliana Lustosa educando com o que você conhece bem.
12:52E assim, qual é o conteúdo que isso está passando?
13:22Um professor, o Carlos Wellington Martins, tomou as dores da Tertuliana no primeiro momento.
13:29E aí, tudo bem?
13:31Gente, eu estou aqui com a Tertuliana Lustosa, que é uma pessoa extremamente conhecida, uma pesquisadora, ativista.
13:38Ela é poeta, escritora.
13:40Já tem...
13:41Você vai procurar no Spotify aí, todo mundo conhece a sua produção musical, a sua produção artística, a sua produção literária.
13:48Então, gente, vamos primeiro conhecer a artista para saber, antes de falar qualquer coisa.
13:53Então, a Tertuliana vai explicar o que foi que aconteceu, por que está causando tanta comoção.
13:57Então, gente, não é a primeira vez que causou comoção.
14:00Na verdade, desde que eu fiz um evento, primeiro, educando com o cu, as pessoas acharam um absurdo, falaram que a universidade é uma balugúrdia, né?
14:09Mas, na verdade, as pessoas não entendem que a produção de conhecimento, tá bom?
14:15Inclusive, gente, o nome da mesa era dissidência de gênero.
14:18A Tertuliana está aqui como convidada para um evento sobre gênero para além das fronteiras.
14:23Exatamente, dissidência de gênero e sexualidade, né?
14:26E, inclusive, a minha pesquisa já tem uma música em todas as plataformas, Educando com o C, né?
14:35E também tem o meu livro, para quem quiser conhecer, o Manifesto de Trabalho Terrorista,
14:43que tem um ensaio que se chama Educando com o Cu, então eu tirei isso de hoje.
14:48Ele me chamou, ele já sabia do meu trabalho.
14:51E quem quiser me convidar também com o seu evento, que se eu não desfazendo o gênero no sudeste da Bahia,
14:57ele também foi babado.
14:59Depois, demora em crente, ele apagou tudo da rede.
15:01Teve um jornalista de lá da Universidade Federal do Maranhão, o José Linhares,
15:06que explica que o problema não era a convidada em si.
15:11Existe toda uma estrutura dentro da universidade que não só favorece esse tipo de coisa,
15:16como dar uma credencial, uma aura de pesquisa para eventos como esse.
15:22Só que meu papel aqui é falar de outras coisas.
15:25Coisas que vão muito além daquelas nádegas.
15:28O fato, meus caros e caríssimas,
15:31é que aquele travesti dançarino estava ensinando a futuros professores a educação com o c...
15:40Professores que irão sair da KUFMA e assumir a educação de centenas,
15:45de milhares, de dezenas de milhares de crianças e adolescentes.
15:51De crianças e adolescentes.
15:54Educadores que não irão dar nota e nem recuperação.
15:58Aqui não tem nota e recuperação.
16:02Educadores que irão ensinar esses menores de idade...
16:05Empinando o c...
16:08Porque é essa a dissidência que esse pessoal prega.
16:12O fim da educação tradicional e sua substituição por pornografia.
16:17E agora eu vou te fazer uma perguntinha básica que ninguém ainda fez.
16:22Que tipo de gente tem interesse em educar criancinhas com o c...
16:26Você sabe que tipo de gente que é isso?
16:30Eu tenho certeza que você sabe.
16:32Mas a gente precisa também dar nome aos bois.
16:35O evento foi organizado pelo professor do Departamento de Psicologia,
16:39Carlos Welleton.
16:41Olá, meu povo.
16:42Eu sou Carlos Welleton, um dos organizadores do primeiro Encontro KF.
16:46Gênero para além das fronteiras.
16:48E olha a ironia.
16:49Ele é do Departamento de Psicologia.
16:52O mesmo curso daqueles outros perturbados lá do Boyceta.
16:57E aí, meus amores?
16:59Satisfação.
16:59Eu sou o Beti Clarão.
17:00Eu sou uma psicóloga clínica que além de ser uma Boyceta não binária e poderosíssima,
17:06sou uma pessoa romântica.
17:08E basta dar uma olhada rápida nas redes sociais do fulano
17:12para perceber que ele é sim um entusiasta da educação com o c...
17:17E assim como o travesti dançarino, uma pessoa com comportamento completamente desconexo do ofício de um professor.
17:27E além de tudo, Carlos Welleton é um tremendo de um covarde.
17:31Após passar algumas horas divulgando aquele show grotesco e depois dele defendendo o travesti dançarino,
17:39ele apagou todos os vídeos de sua rede social e também mandou trancar a página do GAEP,
17:49que protagonizou aquele show de horrores.
17:52Aqui falando de um outro caso, um comitê do Congresso dos Estados Unidos agora está fazendo lá uma revisão,
18:02uma auditoria de uma bolsa de 9 milhões e 700 mil dólares para estudo de medicina de gênero.
18:11Por que eles estão fazendo isso?
18:12Porque eles não divulgaram o resultado desse estudo patrocinado
18:17com medo de que isso fosse usado contra a militância pela cirurgia de redesignação de sexo.
18:25O que é que eles descobrem?
18:27Que não há evidência de que uma readequação sexual ou uma mudança de sexo,
18:35uma cirurgia de mudança de sexo em crianças tenha qualquer benefício,
18:40mesmo em casos de disforia de gênero.
18:42Eles encontraram que não tem nenhuma evidência de benefício.
18:45E aí, não divulgaram o resultado.
18:48É um estudo científico que não divulgou o resultado.
18:51E aqui, a gente tem a matéria do New York Times sobre isso.
18:55O que eles estão falando é de bloqueadores de puberdade também para este caso específico,
19:02que também não há evidências de que funcionam.
19:05E aí, o Congresso manda uma carta, tem aqui a carta todinha.
19:09Eles parecem bem bravos e eles dizem que este é um exemplo irrefutável
19:14de politização da pesquisa científica para alimentar uma agenda política.
19:21O raciocínio da pesquisa científica é
19:24eu faço a pesquisa, divulgo o resultado no que vai dar, não é comigo.
19:28Mas o raciocínio do militante é
19:30eu posso divulgar isso, eu não posso divulgar aquilo,
19:33eu vou dizer que isso é ciência, eu vou dizer que aquilo não é ciência,
19:36ao bel prazer ou ao sabor dos ventos daquilo que eu quero pregar politicamente.
19:43E a gente chega em casos como esse aqui, recentemente,
19:46de um aluno judeu sendo agredido na USP.
19:48Não sei se vocês se lembram em que circunstância foi essa agressão.
20:09Foi quando decidiram fazer um acampamento pró-palestino na USP.
20:14Trago aqui até uma foto.
20:15Olha esse acampamento, os nossos revolucionários com essas barraquinhas de camping,
20:21postando.
20:22O pessoal do Aljânia trouxe um almoço maravilhoso
20:25para o acampamento pela Palestina na USP.
20:29Olha lá, eles comentam.
20:31Vocês sabem o que é Aljânia?
20:32Se você não é de São Paulo, talvez você não saiba.
20:34É um restaurante palestino que tem aqui em São Paulo
20:37que fez um show comemorativo ao 7 de outubro.
20:42Sim, aos atentados terroristas do Hamas.
20:44Não foi assim um show em comemoração aos atentados,
20:47mas no 7 de outubro fizeram um show comemorativo da resistência palestina.
20:52Isso está dentro da universidade.
20:54Esse movimento dos nossos revolucionários, ele durou uma noite só.
21:00Ainda bem que não precisa deles para liberar, para free Palestine, né?
21:04Que não aguentava doido.
21:04Calma, isso aí é a minha opinião.
21:06Já estou, ó, linguinha bifurcada.
21:08Vamos aqui a mais um fato que eu acho interessante.
21:10Um levantamento feito pelo Instituto Federal do Rio de Janeiro
21:14mostra que, ao mesmo tempo em que a gente tem esta politização dos temas,
21:20essa mistura entre o que é política e ativismo universitário
21:25com a produção do conhecimento, a gente tem perseguição aos professores.
21:31Mais de 90% dos 837 professores ouvidos gostariam de apoio jurídico ou psicológico
21:38para lidar com perseguições causadas pela radicalização política.
21:45A gente tem o pedido de apoio psicológico e também mais de 90% queriam apoio jurídico.
21:54Ou seja, isso está afetando os professores e todos os professores.
22:01Os professores desses casos absurdos que a gente viu,
22:04mas os professores dos primeiros vídeos aqui do Narrativas Antagonistas,
22:09você volta lá, que são esses professores que estão preparando os nossos alunos
22:14para ganhar prêmio no exterior, para inventar coisas, para produzir conhecimento.
22:19Sobra para todos os professores.
22:22E nesse contexto, o que é que você acha, o que é que você pensa?
22:26Calma, que antes de você achar, a gente vai para as narrativas.
22:33A reaçada fascista de extrema-direite não se conforma com o movimento decolonial nas universidades.
22:43Mais vão ter de engolir o radicalismo.
22:46Por quê?
22:46Precisamos falar de epistemologia.
22:50O conhecimento não é apenas aquele produzido pelo homem branco, cis, hétero,
22:57sioniste, portanto, genocide, colonialiste, eurocentrade.
23:03Não.
23:03Existem outros tipos de conhecimento.
23:06Dos povos originários, por exemplo, do movimento trans e travesti,
23:11como o idioma pajubá, que hoje tem até um livro chamado NECA.
23:16Procurem o que quer dizer amapô, dar a elza.
23:20Isso é conhecimento.
23:22E a extrema-direita fica fazendo pânico moral em torno disso.
23:27Nós precisamos combater os professores que querem impedir este avanço da sociedade.
23:33Nós avisamos.
23:40Não coloque seu filho na faculdade.
23:43Universidade, principalmente a Universidade Federal,
23:46é um espaço de doutrinação pesada,
23:50de gaysismo, de suruba,
23:52de uso de droga.
23:54Ali não tem mais ensinamento nenhum.
23:57Ali a gente avisou e falaram que era a teoria da conspiração.
24:01Que nesse governo do Faizueli, no governo do amor,
24:05o que ia ser a universidade pública?
24:07Ia proibir de ler a Bíblia e ia ter travesti mostrando suas partes íntimas.
24:13Falaram que era a teoria da conspiração.
24:15E tá aí.
24:16E isso acontece por quê?
24:18Por causa de professores,
24:20doutrinadores,
24:21de esquerda,
24:22que dominaram toda a máquina.
24:25Por isso nós temos de ser contra o sistema.
24:28Quem tem um mínimo de inteligência hoje,
24:31não permite que seus filhos estudem.
24:37E qual é a minha opinião?
24:40Primeiramente que tá faltando camisa de força, né, galera?
24:45E depois que esta confusão
24:48entre política estudantil e política universitária
24:51e produção do conhecimento
24:53é algo ruim,
24:55tanto para o conhecimento,
24:57quanto para a política.
24:58Porque nós estamos numa verdadeira maluquice.
25:03E quem tá pagando as consequências?
25:06Estudantes e professores sérios.
25:08Há uma mistura entre o que é política
25:11e o que é produção do conhecimento.
25:13Sempre houve, as pessoas vão falar,
25:15não, porque é esquerda, porque é isso, porque é aquilo.
25:18Não é essa a questão.
25:19Sempre a esquerda foi maioria na universidade.
25:22Mas esta maluquice em que nós estamos agora,
25:26em que professores são perseguidos
25:28por produzir conhecimento
25:30ou por exigir
25:31um certo nível de qualidade do trabalho,
25:34esta maluquice
25:36não havia antes.
25:37Então, é preciso,
25:39para combater um problema,
25:41ser capaz de reconhecer esse problema,
25:44ser capaz
25:44de propor soluções
25:46baseadas em fatos.
25:48E o problema, precisamente, agora é
25:50agentes políticos
25:52acabaram
25:53entrando em cargos-chave
25:55das universidades
25:56e transformando
25:58nessa bagunça.
25:59Isso aí, também,
26:01tem uma distorção
26:02que vem da imprensa.
26:03O que é um professor?
26:05O que é um intelectual
26:06para você?
26:07Um professor,
26:09um intelectual,
26:10ou os chamados intelectuais públicos
26:12que escreviam antes nos jornais,
26:14eram pessoas
26:15que dedicavam
26:16a sua vida
26:17ao estudo.
26:18Então, você vai ver,
26:20é um cara que tem lá
26:2030 anos de carreira
26:22numa universidade,
26:23pesquisando um determinado tema,
26:25ele é chefe
26:26de grupo de estudos,
26:28ele já trouxe inovações,
26:30várias,
26:30assim,
26:31na esmagadora
26:32maioria das vezes,
26:33é alguém que já transitou
26:35por vários países
26:36devido à sua produção
26:37de conhecimento,
26:39trabalha com grupos
26:40do exterior,
26:41não fica naquele mundinho.
26:42O que é um intelectual público
26:44que hoje a gente vê escrevendo
26:46em coluna de jornal,
26:48aparecendo na TV
26:49e as pessoas tratando
26:50como intelectual?
26:51É um ativista político
26:53que possui mestrado
26:54ou doutorado.
26:55Isso é um intelectual?
26:56Não é.
26:57E por que que isso
26:58a opinião pública
26:59digeriu tão bem?
27:00Porque é um país
27:01muito pouco educado,
27:03que tem fetiches
27:04e rancores
27:05acerca da universidade,
27:07porque as pessoas
27:07não têm oportunidade.
27:08O Brasil também tem isso.
27:10Eu trouxe aqui
27:11no Narrativas
27:12o caso dos estudantes brasileiros
27:14que vão para o exterior
27:15e conseguem prêmios
27:16importantíssimos.
27:18Por que que isso
27:18não está em todo canto,
27:19a gente não está valorizando?
27:20Isso é uma característica
27:21cultural nossa.
27:22Quando alguém faz sucesso
27:23em uma determinada área,
27:25principalmente sucesso
27:26no exterior,
27:27o público brasileiro
27:28se vira contra a pessoa.
27:30Não tem orgulho.
27:31Podem pegar quem for.
27:33Se eu falar aqui
27:33para você, Anitta,
27:34a maioria vai falar
27:35que é um lixo.
27:36Paulo Coelho, lixo.
27:37E assim, hoje
27:38isso pode fazer sentido
27:39para você, né?
27:40Pode não parecer
27:41que você está condicionado
27:42numa cultura
27:44de odiar o sucesso.
27:45Mas as pessoas
27:46do século passado
27:48achavam natural
27:49fazer isso com a Carmen Miranda.
27:50Você acha isso hoje?
27:51Então assim,
27:52reveja conceitos.
27:53Reveja conceitos.
27:54O Brasil não tem orgulho
27:56de nada que seja brasileiro
27:57e faz sucesso no exterior.
27:59E não estou falando
27:59de Anitta,
28:00gente, não sei o quê.
28:00Estou falando
28:01dos nossos estudantes
28:03e dos nossos professores
28:05que fazem sucesso
28:06no exterior.
28:07Eles não viram notícia.
28:09Eles não são tidos
28:10como base.
28:11E ao mesmo tempo,
28:12como a gente tem tido
28:13esse processo
28:14em que essa política,
28:16principalmente identitária,
28:18está sendo chancelada
28:19como se conhecimento fosse,
28:21eu acho até que
28:22em alguns casos,
28:23esse do educando
28:25com o orifício,
28:27com o...
28:28vocês sabem.
28:29Esse caso aí,
28:30outros casos
28:31que a gente vê,
28:32eu acho que podia
28:33até ter uma CID específica, né?
28:36Podia até ter uma CID específica
28:38para esse tipo
28:38de comportamento.
28:39A gente tem isso
28:40aparecendo muito,
28:41por quê?
28:41Porque é aberrante,
28:43principalmente quando
28:43a universidade é pública.
28:45Só que isso tem gerado,
28:46por outro lado,
28:47na sociedade,
28:48um movimento de perseguição
28:49de todos os professores.
28:51E sabe o que é que vai acontecer
28:52com esse movimento?
28:53Vai fortalecer os identitários.
28:55Porque maluco por maluco,
28:57dissociado da realidade
28:58por dissociado da realidade,
29:00os woke estão dentro
29:01da universidade
29:02já no poder.
29:02Você que tá sendo maluco
29:04e combatendo todos os professores,
29:06você tá fora.
29:06Então ele já vai ganhar.
29:07O único jeito de lidar com isso
29:09é tomar pé da realidade
29:10e voltar a colocar as coisas
29:12no seu devido lugar.
29:13A política estudantil existe,
29:15a política universitária existe,
29:17professores têm ideologia,
29:19aluno tem ideologia,
29:20tudo isso tá ok.
29:22Se você briga com isso,
29:23você tá brigando
29:24pra perder
29:25e pro identitário ganhar.
29:26Tudo isso tá ok.
29:27Sabe qual é a única coisa
29:28que não tá ok?
29:29confundir o que é
29:30posicionamento político
29:32com o conhecimento
29:34e a produção
29:35do conhecimento.
29:37E essa flexibilização
29:39de que, por exemplo,
29:40o idioma pajubá
29:41é um conhecimento
29:43porque vem
29:44das trans e travestis.
29:46Trans e travestis
29:47é um conceito
29:48que a gente só aceita
29:49porque vem
29:50da medicina.
29:51Sim,
29:52essa mesma
29:53do homem branco,
29:54cisétero,
29:55colonialiste
29:56e quem sabe
29:56até sioniste.
29:57Então, assim,
29:58ou o conhecimento
30:00que é esse científico
30:01a gente aceita
30:02ou não aceita.
30:04A gente pode
30:05não aceitar
30:06em muitos lugares.
30:07Você pode gostar
30:08de um conhecimento
30:09ancestral,
30:10você pode ser muito religioso
30:11como eu mesma sou,
30:12mas dentro da universidade
30:13quem tem de imperar
30:15é quem domina
30:16a produção de conhecimento.
30:17E esses professores
30:18estão sendo perseguidos
30:20de uma maneira desumana,
30:21de uma maneira cruel
30:23por essa turba
30:24canceladora
30:24e não estão tendo
30:26apoio da sociedade.
30:26Abra seu olho
30:28e apoie
30:29professores sérios
30:30porque é o único jeito
30:31da gente ter
30:32um futuro melhor.
30:39Bom, pessoal,
30:40narrativas,
30:41o antagonista
30:42de hoje
30:42vai ficando por aqui
30:43falando de um tema
30:44bem sério, hein?
30:46Bem sério,
30:46mas eu sei
30:47que sempre nós riosaram.
30:48Ficou mais leve, né?
30:50Esse sexto.
30:50Vê se vocês querem
30:51uns temas assim.
30:52Me responde.
30:53Ontem eu já estava lendo
30:54nesse que eu fiz
30:54de Moçambique
30:55e hoje eu quero saber.
30:56Vocês querem uns temas
30:56diferentões, assim,
30:58para narrativas?
30:59Umas coisas?
31:00Curta, comente e compartilhe
31:01porque quanto mais viu
31:03tem o vídeo,
31:04quanto mais comentário
31:05tem o vídeo,
31:07mais eu sei
31:08que vocês realmente gostaram.
31:10Quero agradecer muito
31:10a presença de vocês
31:11por aqui mais uma vez.
31:13É uma honra
31:14sempre fazer parte
31:15da sua vida.
31:16Está aí na sua casa,
31:18está com você passeando,
31:19está com você
31:20nos seus momentos
31:21de descontração,
31:23está com as famílias
31:24que vêm juntas,
31:25enfim.
31:26Vou ficando por aqui.
31:27Desejo um ótimo
31:28final de semana
31:29para vocês.
31:30Grande beijo
31:31até segunda.
31:32Transcrição e Legendas Pedro Negri
31:36Legenda Adriana Zanotto