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No episódio 23 do Sala Antagonista, Rodrigo Oliveira recebe o CEO da Flixbus no Brasil, Esdon Lopes. O braço brasileiro da empresa alemã de transporte coletivo por aplicativo que impactou sensivelmente o transporte ferroviário na Europa, agora tenta repetir o sucesso do modelo de negócios nas viagens de ônibus interestaduais brasileiras.

Confira a playlist do Sala Antagonista; https://www.youtube.com/watch?v=b3bObfYZpCo&list=PLBWt6qhMOyalCJXyuilvEqRRNMXa4_K4q


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00:00Música
00:30Entre, sente-se e fique à vontade, esse é o nosso Sala Antagonista no episódio dessa semana.
00:37Eu vou falar com o Edson Lopes, que é CEO da Flixbus, que trouxe para o Brasil essa ideia de ônibus interestaduais e intermunicipais por aplicativo
00:47e também é DJ nas horas vagas, apesar de todo o trabalho que ele tem aí para tocar esse negócio bilionário, mundial, global.
00:56Só no ano passado, mais de 85 milhões de passageiros no mundo todo.
01:01A Flix é uma empresa alemã que chegou no Brasil em 2021, começou a operar no Brasil.
01:08Bom, é sobre tudo isso e também um pouco sobre o que arte tem a ver com carreira executiva, a arte musical, que a gente vai falar nesse episódio do Sala.
01:17Tá bom? Então, vem comigo que vai ser legal.
01:20Então, o crescimento foi enorme. Em termos de receita, ninguém conhecia a gente.
01:24Então, a gente precisou fazer passagem de um real no começo para ser conhecido.
01:28Hoje em dia, a gente já tem uma demanda recorrente muito forte.
01:30Crescer uma marca nova no Brasil, muitas vezes, o impeditivo não é a qualidade do seu produto, não é a qualidade do seu serviço.
01:35E tem uma grande questão que é a barreira regulatória.
01:38Hoje, no Brasil, o meu maior desafio para crescer é a barreira regulatória.
01:42Se não fosse a dificuldade regulatória, a gente já estaria, em vez de ter crescido oito vezes, a gente teria crescido, sei lá, vinte.
01:47Não tem nada mais difícil para a empresa, Rodrigo, do que não ter uma veia de inovação.
01:51Se você não é obrigado a inovar, um dia você vai ser obrigado a inovar.
01:55O intuito no Brasil é estar presente em cada estado e no Distrito Federal, estar presente em cada cidade.
02:00Já pensou que sonho? Atingir, não comemorar 100 cidades, que nem eu estou comemorando com você,
02:04mas vai comemorar mil cidades no Brasil.
02:06Seria uma honra aí, incrível.
02:21Olá, seja bem-vindo ao nosso Sala Antagonista.
02:27No episódio de hoje, eu vou conversar com o Edson Lopes, que é o CEO da Flixbus,
02:33que é um modelo de negócios diferente para transporte rodoviário, interestadual, intermunicipal.
02:41Vocês vão entender um pouquinho mais, é uma operação gigantesca, global.
02:44Você tem uma ideia, para os últimos números aí, ano passado, mais de 80 milhões de passageiros no mundo inteiro, é claro.
02:52E ampliando os negócios aqui no Brasil, lidando com todo esse emaranhado regulatório do Brasil e tudo mais.
02:58E óbvio, vamos falar também um pouquinho da vida do Edson Lopes, que além de CEO da Flixbus,
03:04também acumula aí uma tarefa inesperada, diria assim, de DJ, nas horas vagas, quando tem horas vagas.
03:14Mas é isso, ficou curioso? Fica comigo, que a gente vai começar agora o nosso Sala Antagonista.
03:26Meu querido Edson, antes de mais nada, seja extremamente bem-vindo ao nosso Sala Antagonista.
03:32Eu queria começar com você, como eu sempre começo esse programa, que é a sua história.
03:36Você é cearense, certo? Formado em engenharia...
03:40É isso aí. A engenharia que eu fiz na França e a engenharia generalista, mais ou menos como o pessoal da clínica faz na medicina, né?
03:46Entendi.
03:46No começo em geral. E no Brasil, a engenharia pela Federal do Ceará foi de computação e telecomunicações.
03:52Pronto. E aí você, um cara de exatas, correto?
03:56Dá para se dizer que sim. Minha história vem muito disso.
03:59E aí, os seus primeiros empregos, de onde... Como é que você começou a sua carreira profissional?
04:04Eu vou te contar a minha história. Primeiro de tudo, obrigado pelo convite, Rodrigo.
04:07Obrigado ao Sala Antagonista. Eu agradeço demais pelo espaço.
04:10É sempre um prazer estar conversando sobre a minha história e conversando também sobre o que mais a gente tiver para conversar hoje, né?
04:17Flixbus, o mercado de ônibus e futuro. É gostoso falar de futuro também.
04:21Então, contando um pouco da minha trajetória, eu vou dar um passo antes da questão dos empregos, dos trabalhos.
04:27Eu vim lá de trás, eu comecei a fazer um negócio chamado Olimpíada de Matemática, que eu acho que é um negócio super importante hoje na trajetória de formação de educação.
04:34Teve até uma premiação recente aqui em São Paulo para centenas de milhares de estudantes.
04:38Eu vim disso. Se não fosse a Olimpíada de Matemática, eu não saberia, eu não faria ideia de por onde começar.
04:43Eu não saberia que sou bom em exatas, né? Então, eu dou sempre esse passo para trás para contar.
04:47E o Ceará é uma força das Olimpíadas de Matemática.
04:49Muito forte. Compete diretamente com São Paulo.
04:52Compete diretamente com São Paulo.
04:53E aí, depois disso, Rodrigo, depois de ter viajado o mundo aí, fazer a Olimpíada de Matemática, eu resolvi entrar para exatas.
04:59Fiz engenharia, tive a oportunidade de fazer faculdade fora, na França.
05:03E depois desses anos, comecei minha carreira no mercado financeiro.
05:05Então, trabalhei com um negócio super específico, precificação e risco de derivativo,
05:10em uma empresa de software para trading, que atendia o Itaú BBA e alguns outros bancos.
05:14Depois, fui para o BCG, o Boston Consulting Group, que é uma empresa de consultoria bem renomada.
05:19Uma das maiores aí dentro de consultoria estratégia.
05:22E aí, tive exposição.
05:23Trabalhei no projeto que criou o Next, aquele Banco do Bradesco.
05:25Trabalhei com um projeto de linhas aéreas, com várias coisas.
05:28Isso aí me deu um norte legal.
05:29E aí, depois, fui para um dos grandes cases que eu tive a oportunidade de participar, que foi a Uber, né?
05:33Que hoje é um monstro aí de faturamento de tamanho no Brasil.
05:36Presente aí em todos os estados e centenas de cidades.
05:40Depois disso, tive uma passagem rápida por outra empresa do grupo do SoftBank, né?
05:44Que é investidor da Uber também.
05:47Que foi a Oi, uma empresa de hotelaria indiana que tentou uma passagem pelo Brasil
05:50e acabou enfrentando algumas barreiras, inclusive a pandemia.
05:54Em seguida, vim assumir esse desafio na Flixbus aí em dezembro de 2019,
05:59com o intuito de revolucionar o transporte rodoviário.
06:01E você, durante, assim, a Uber, ou a Uber, né?
06:08Foi mais ou menos a sua passagem, foi o que colocou você na mira da Flixbus, é isso?
06:13É isso, é isso.
06:14Eu acho que o modelo da Uber tem similaridades com o da Flixbus.
06:17Primeiro, a ambição de crescimento.
06:19Segundo, a complexidade regulatória do modelo.
06:22Em terceiro, essa mentalidade de startup que a gente precisa quando está lançando um mercado novo,
06:27ainda mais um mercado diferente, né?
06:28A Uber, quando veio para o Brasil, estava começando a engatinhar na América Latina
06:33e fora dos Estados Unidos e de alguns mercados que tentou na Europa.
06:37A mesma coisa para a Flix.
06:38Então, tinham algumas similaridades que faziam do meu perfil um perfil interessante para eles.
06:42Mas você ainda é um cara de exatas, né?
06:44Eu falei no comecinho do programa que você é DJ também, que é arte, né?
06:49E as pessoas têm essa dificuldade, essa dicotomia de raciocínio, né?
06:53Exatas é uma coisa e a arte é humanas.
06:56Então, isso não se conversa muito.
06:58Mas você, quando é que você começou a fazer música, vai?
07:01Eu, aos 13 anos de idade, comecei a tocar guitarra.
07:04Então, eu já tocava.
07:06E, hoje em dia, eu deixei de lado a prática da guitarra, mas ainda toco.
07:10Você parece um violão, a gente brinca bastante.
07:12E, alguns anos atrás, no começo da pandemia, eu tive a oportunidade de viver esse sonho,
07:16que é, em paralelo à carreira já muito puxada do corporativo,
07:20investir tempo na produção de música.
07:22E eu gosto muito de música eletrônica, é uma coisa que parece não ter tanto a ver com o negócio,
07:26e realmente não tem, mas que me ajudou bastante a ter um hobby.
07:29E aí, por motivos mil, durante a pandemia, a gente acabou desacelerando um pouco o passo de lançamento,
07:34e eu passei bastante tempo estudando isso em paralelo ao trabalho de preparação da Flixbus.
07:39Hoje é uma vida que eu levo em paralelo, que consome bem menos tempo do que o ônibus, né?
07:42Então, consome aí 20% do tempo, mas é algo que eu levo muito a sério também.
07:47Você é meio workaholic, é isso?
07:49Eu acho que dá pra dizer, num bom sentido, porque quando você ama o que você faz, Rodrigo,
07:53você acorda todos os dias feliz de fazer.
07:55Então, o workaholic parece um pouco no simples como palavra,
07:58Ah, sim, fica um pouco negativo.
07:59Mas eu trabalho bastante.
08:02Todos os dias eu acordo 6 horas da manhã, 7 horas da manhã, vou dormir aí, tarde,
08:06quando eu não tô, entre uma reunião e outra, fazendo alguma coisa da música,
08:10e eu tô pensando em alguma coisa, realmente a mil.
08:14Agora, você falou que participava das Olimpíadas de Matemática,
08:18estudou fora, estudou na França, então eu imagino que você fale francês fluente.
08:21Luiz, pa, francês.
08:22Olha aí, que é mais ou menos todo o meu francês foi nessa frase aí.
08:27Você é um cara muito estudioso, foi sempre uma pessoa estudiosa,
08:30ou não, esse lance da matemática mesmo foi uma coisa que veio com você?
08:33Olha, é muito legal se perguntar isso, Rodrigo,
08:36porque eu me descobri estudioso porque eu aprendi a gostar da matemática.
08:40Talvez eu fosse mais um aluno que não ia ter descoberto o talento,
08:43que não ia ter descoberto o que gostava,
08:45se não houvesse esse programa incrível,
08:47que é o programa das Olimpíadas de Matemática,
08:49feito através do CNPq, através da Olimpíada Brasileira de Matemática,
08:52do IMPA, que é um instituto de pesquisa muito renomado que a gente tem no Brasil,
08:56que às vezes não recebe o reconhecimento devido.
08:58Se não fosse misturar a oportunidade com o fato de eu ter me apaixonado
09:01por conta de uma bicicleta que ia ser o prêmio de uma Olimpíada no colégio,
09:06isso moldou a minha vida.
09:07Se eu não tivesse visto o cartaz da Olimpíada e a premiação ali,
09:10e aí por isso que eu sou um grande crente do modelo de educação.
09:14Eu acho que quando um país tem educação,
09:16e o Brasil tem muito a galgar ainda para avançar nos rankings,
09:19no pisa da vida, nos rankings de qualidade de educação,
09:23eu acho que a gente tem muito caminho pela frente,
09:26mas como a minha oportunidade veio disso,
09:28eu acredito muito que é um caminho para que as pessoas descubram os seus talentos
09:32e aí, mesmo não sabendo que são estudiosas,
09:35por se apaixonarem por algo, elas se descobrirem estudiosas,
09:38que é mais ou menos o meu caso.
09:40Como é que é essa história da bicicleta aí?
09:41Essa história eu não conheço.
09:42Ah, legal.
09:43Eu passei uma vez num colégio,
09:44num colégio chamado Colégio Antares, em Fortaleza,
09:46eu vi uma coisa que ia ter uma premiação da Olimpíada de Matemática.
09:50Eu vi aquilo e falei, cara, vou fazer.
09:52E acabei entrando, eu não imaginei que um negócio daquele,
09:55eu tenho vagas lembranças disso, tá?
09:56A gente está falando de coisa de 20 e poucos anos atrás,
09:59eu tenho vagas lembranças disso,
10:00mas foi algo que moldou a minha vida.
10:02Se eu não tivesse, talvez, decidido fazer aquela prova
10:04e me sentido desafiado naquela ali,
10:06talvez eu nunca tivesse tido a oportunidade de viver tudo que eu venho vivendo
10:10e viver esse estilo de vida workaholic no bom sentido.
10:15Não, mas você sabe, por que você falou isso?
10:16E a minha filha, eu tenho uma filha de 11 anos,
10:20e ela estava com esse negócio de Olimpíada de Matemática outro dia, né?
10:23E a minha dúvida é a seguinte,
10:24porque você tem um contraturno para estudar para a Olimpíada, não é isso?
10:28Não, tem, tem, não, assim, eu era aluno da manhã,
10:32eu passava tarde no colégio estudando,
10:33depois quando começou a evoluir mais, eu mudei de colégio,
10:35para o Colégio Farias Brito, em Fortaleza,
10:37que é um dos grandes campeões aí de Olimpíada de Matemática,
10:40que foi o colégio que eu estudei mais tempo,
10:41e lá eu tinha, inclusive eu cheguei a despriorizar algumas matérias na época,
10:46Rodrigo, que eram menos relevantes para mim para estudar.
10:48Igual o pessoal que está fazendo preparação para o ITA faz,
10:51porque não tem prova de história, ou pelo menos não tinha, né?
10:53Não tem prova de biologia,
10:54eles focam nas áreas de conhecimento que vão ser necessárias,
10:57matemática, física, química.
10:59Eu passei por um processo muito similar no Farias Brito,
11:02que era esse colégio,
11:02depois no Aritzá, que é um outro grande colégio de Fortaleza,
11:05e nesse processo, Rodrigo,
11:07eu tive a oportunidade de me aprofundar no que eu gostava.
11:10É um modelo de ensino bem diferente do que a gente tem aqui no Brasil hoje,
11:14mas foi algo que foi fundamental,
11:15porque talvez eu não tivesse me apaixonado e me descoberto estudioso
11:18se não tivesse passado por esse processo
11:20de fazer mais o que eu gostava do que o que eu não gostava.
11:23Pronto, aí escolhi a engenharia.
11:25Escolhi a engenharia, passei esses anos na França.
11:27Você tem pais na área, não?
11:29Não, não.
11:30Meu pai é advogado, minha mãe é empreendedora,
11:34e ambos são super inteligentes,
11:37eu sempre admirei muito a inteligência dos dois,
11:40mas algo que moldou mesmo esse meu caminho
11:44foi o tal do cartaz da premiação da Olimpíada de Matemática.
11:47É impressionante como pequenos detalhes ao longo da história.
11:49Talvez eu descobrisse essa paixão de outras formas.
11:51Depois que eu fui entender que eu já fazia conta rápida de cabeça,
11:54que eu era um cara de exatas,
11:55mas eu não ia ter tido essa oportunidade.
11:57E aí a engenharia foi onde eu profissionalizei isso, né?
12:00Eu transformei todo esse conhecimento,
12:02essa vontade de resolver problema em algo prático.
12:04Como é que isso ajuda a sociedade?
12:06E aí a resolução de problema mesmo.
12:08Pela matemática, pela engenharia,
12:10e depois na carreira executiva.
12:12A carreira executiva, como é que apareceu para você?
12:14É interessante, porque assim,
12:15quando eu fui...
12:16Meu primeiro emprego, que foi na Murex,
12:18essa empresa de desenvolvimento de software para trading,
12:25eles têm uma plataforma muito robusta,
12:26essa é uma empresa global também,
12:28e eu aprendi muito lá,
12:29mas era algo muito específico, né?
12:31Eram produtos muito específicos no mercado financeiro,
12:33com clientes específicos.
12:35Quando eu fui para o BCG,
12:36que era a consultoria em estratégia,
12:37que eu passei por diversos projetos diferentes,
12:40fiz propostas de comercial junto com sócios
12:42para várias áreas diferentes,
12:43então eu tive uma visibilidade muito boa
12:46de como que é tomar decisões no negócio.
12:48Não que a consultoria tome,
12:49mas ela participava,
12:50eu participei de reunião com o pessoal do Borde,
12:53do Bradesco, na época do projeto do Next,
12:54que é esse banco digital deles.
12:57Então isso na época eu fiquei,
12:59caramba, existem problemas fora da matemática
13:01que são muito interessantes de resolver.
13:03Por exemplo, definir quais são os produtos mais estratégicos
13:05para um banco digital,
13:06qual é a mensagem,
13:07isso era muito interessante, né?
13:08E você passou por diretoria de marketing, etc e tal,
13:12que são áreas que às vezes as pessoas não veem muitos números,
13:16mas tem muito número também.
13:17É, eu não cheguei a ser diretor de marketing,
13:18mas eu passei por áreas que lideravam marketing também.
13:21Hoje, inclusive, eu tenho gente de marketing aqui no Brasil,
13:23na Flixbus,
13:24então é um exemplo.
13:25Eu não passei diretamente pela área de marketing,
13:27como eu também nunca passei pelo jurídico,
13:29eu nunca passei pelo time de relações governamentais,
13:32mas hoje por estar liderando
13:33e por ter visto muitos casos de sucesso,
13:35eu destacaria o da Uber,
13:36mas também outros aí ao longo da minha carreira,
13:38eu acabei tendo exposição e conseguindo ajudar
13:42esses líderes aí que trabalham comigo nessas áreas
13:44a tomar decisão mesmo, não sendo a minha expertise.
13:47Deixa eu te perguntar uma coisa,
13:48o que eu sei é que lá para 2019,
13:52você foi contratado pela Flixbus,
13:55para trazer a Flixbus,
13:57que é uma empresa alemã,
13:58para o Brasil, correto?
14:00Correto.
14:002019, em dezembro, eu fui contratado,
14:03a ideia era fazer um lançamento no final de 2020,
14:05e aí a pandemia veio logo em seguida.
14:07Como é que foi esse contato?
14:08Eles te procuraram?
14:09Você procurou eles?
14:10Veio uma mensagem do CEO global da empresa da época,
14:13que era o Johan,
14:14que hoje é um dos pessoas do Bort,
14:17um dos fundadores.
14:18O Johan me contatou,
14:20na época era a recrutadora,
14:21usando o LinkedIn dele,
14:23o que chama a atenção de qualquer executivo,
14:24quando o fundador e o CEO global de empresa bilionária
14:27vem te buscar.
14:28Então, começou,
14:30foram quatro meses de processo,
14:31foram 11 entrevistas,
14:32as quatro últimas delas,
14:33inclusive, feitas na Alemanha,
14:35foi um processo bem longo e difícil.
14:37Em inglês, né?
14:39É, foi em inglês, em inglês.
14:40Você fala alemão também?
14:41Não, não, não.
14:42Como dizem eles mesmos,
14:44a vida é muito curta para aprender alemão.
14:46Então, foi um processo bem denso, assim.
14:49Afinal das contas,
14:49eu era um pouco novo para a vaga, né,
14:51diretor-geral.
14:51Eu tinha 30 anos na época,
14:5229 para 30 anos.
14:54Tinha uma bagagem legal,
14:55mas eu era um cara um pouco novo,
14:56então eu tive que me provar,
14:57acho que além do normal,
14:58para conseguir a vaga.
14:59Mas eu estava com muita fome de fazer um case.
15:01A época da Uber foi muito legal,
15:03mas o Guitelis,
15:03que era o diretor-geral,
15:04era um cara incrível, inspirador.
15:06É um cara que eu tenho contato até hoje.
15:08Mas era um case dele, da diretoria.
15:11Eu cresci muito dentro da Uber,
15:12mas eu nunca cheguei a ser o head lá, né?
15:14Hoje é muito bem liderado pela Silvia,
15:15que é a diretora aqui da Uber no Brasil.
15:18Mas eu nunca cheguei na época a liderar o case.
15:20A Flixbus, eu fui no cartório
15:22abrir o CNPJ da empresa.
15:23Então, eu queria ter um case revolucionário desse
15:26para chamar,
15:26não de meu, que é nosso, né,
15:28junto com a equipe,
15:28mas para chamar de meu,
15:29no sentido de que eu comecei.
15:31Eu fui o primeiro funcionário,
15:32fiz o negócio acontecer do zero.
15:33E aí, na época,
15:34se falava muito em você
15:35e na Glória Burlamac,
15:37que foi ex-Airbnb, etc.
15:39Vocês se conheceram nessa época do...
15:41Olha que engraçado.
15:42Eu tenho uma política muito grande
15:43de não contratar pessoas que eu já conheço.
15:45A Glória estava tentando contratar
15:46ela três empresas.
15:47A Glória até hoje,
15:48meu braço direito na empresa,
15:49diretora de relações,
15:50desculpa,
15:51de novos negócios,
15:53de operações.
15:54A Glória é excepcional, tá?
15:56Ela foi morar na Itália agora
15:58e eu continuo com ela
15:59trabalhando para a equipe do Brasil.
16:00A gente está pegando fuso horário,
16:02está pegando tudo,
16:02porque tem gente que você simplesmente
16:03não quer perder.
16:05E ela está aí há mais de quatro anos
16:06nessa briga comigo.
16:07A gente já...
16:07Já tentei contratar ela
16:08outras vezes antes.
16:09A gente se conhece de Fortaleza,
16:10então a Flixbus do Brasil
16:11é fundada por dois cearenses, tá?
16:14E a gente...
16:15A gente se conheceu nessa época.
16:16Foi muito...
16:17Há 10, 15 anos atrás.
16:19E ela...
16:19E ela foi fundamental.
16:20Sem Glória não teria um negócio
16:22aqui da Flixbus no Brasil.
16:29Tá, Edson,
16:30vamos fazer o seguinte.
16:30Eu quero falar um pouquinho mais
16:31sobre o negócio em si da Flixbus.
16:34Então vamos...
16:35Vamos partir aqui
16:36para essa parte um pouco mais
16:38do business mesmo da Flixbus.
16:40Eu queria que você primeiro
16:41explicasse para quem não conhece
16:44a Flixbus o que é a Flixbus,
16:45porque a gente tem mania, né?
16:46Coisa de jornalista.
16:48De simplificar a Flixbus
16:50como se fosse um Uber do ônibus.
16:52E não é exatamente isso, né?
16:55É, não é exatamente isso.
16:56A similaridade com a Uber
16:57é realmente de não ter
16:58veículos próprios, né?
16:59E aquele modelo
17:00que a gente chama de asset light.
17:01São empresas que
17:02têm uma proposta de valor
17:04que não envolve
17:05ser o dono dos ativos.
17:06No caso da Uber,
17:07é equivalável a não ser
17:08o dono do carro, né?
17:09A Uber não tem os veículos.
17:10O que a Flixbus faz?
17:11Nós somos hoje
17:12a maior empresa de transporte
17:13rodoviário do mundo,
17:14fora da China.
17:15Estamos presentes em 43 países.
17:18São os ônibus
17:18Verde e Limão
17:19que você provavelmente
17:20já viu na sua cidade,
17:21quem está assistindo
17:22Sala Atagonista.
17:23Nós não somos donos
17:24dos ônibus,
17:25mas nós fazemos
17:25toda a parte de vendas,
17:27marketing,
17:28precificação,
17:29planejamento de rota,
17:30atendimento ao consumidor.
17:31Para simplificar,
17:32é tudo aquilo
17:33que não é ter o ônibus,
17:34a garagem e o motorista.
17:35E com isso,
17:35a gente consegue crescer
17:36em parceria com outras
17:37empresas do transporte regular
17:39que já têm essa capacidade
17:40operacional,
17:41mas que buscam aí
17:42as ferramentas
17:43para chegar no consumidor
17:44e para fazer frente
17:45aos grandes grupos
17:46que dominam o mercado.
17:47Elas abrem mão
17:48da marca delas
17:49para poder o ônibus
17:50ficar verde?
17:51Hoje a gente trabalha
17:52com marca de ambas
17:53as empresas,
17:53porque é um requisito
17:54regulatório.
17:55No momento que nós
17:55formos donos
17:56das autorizações
17:58aqui no Brasil,
17:59e nós estamos
17:59pleiteando para ter
18:00essas autorizações
18:02com a NTT
18:02no transporte
18:03interestadual,
18:05a ideia é que realmente
18:06a marca seja
18:06100% Flixbus.
18:07E aí a gente vai começar
18:09a ver mais ônibus
18:10ainda da Flixbus rodando.
18:11Eu não vejo a hora
18:12desse dia chegar,
18:13então estamos aguardando
18:13ansiosamente as nossas linhas
18:15para expandir
18:16até pelos estados
18:17em que a gente está.
18:17Quantas linhas tem
18:18a Flixbus hoje no Brasil?
18:19É legal da gente,
18:20porque linha é um conceito
18:21complicado,
18:22são muitas sessões.
18:22Eu vou te falar
18:23alguns outros dados
18:24que são até mais
18:24interessantes,
18:25Rodrigo.
18:25A gente está em mais
18:26de 100 cidades,
18:27são 14 estados
18:28e o Distrito Federal,
18:30isso em dois anos e meio.
18:32A gente faz mais
18:33de 700 partidas por semana,
18:35então dá mais de 100 partidas
18:36por dia,
18:36é um número bem expressivo.
18:38Destaque aí para a região
18:39Nordeste que a gente lançou
18:40agora em setembro
18:41do ano passado
18:41e já conecta 7 capitais
18:43na região,
18:43inclusive conectando também
18:44Salvador com São Paulo.
18:46Então quem quiser sair
18:47de Fortaleza para São Paulo
18:48hoje compra 3 passagens
18:49de Flixbus e consegue
18:50se conectar
18:51e depois para Balneário Camboriú
18:53você roda o Brasil
18:53de Flixbus pagando barato.
18:56Era nesse ponto
18:57que eu queria chegar.
18:58Bom, mas são quantos
18:59ônibus ainda?
19:00Eu não posso dizer
19:01o número exato de ônibus,
19:02mas a gente está
19:02na casa de poucas centenas.
19:03Funciona via aplicativo?
19:07Funciona através do aplicativo
19:09e do app.
19:10E a gente tem canais
19:10terceiros de venda também,
19:12como nos terminais de ônibus,
19:13que é um requisito regulatório
19:15vender passagem offline.
19:16Ah, entendi.
19:17Então nos terminais,
19:17todos os terminais
19:18onde a Flixbus
19:19você consegue comprar
19:20sua passagem em um guichê,
19:22em alguns guichês específicos.
19:24E também vendemos
19:25através de canais online
19:26de terceiros,
19:27que era Passagem,
19:28Buson,
19:28em algumas outras plataformas.
19:29E a ideia é sempre
19:31uma empresa
19:32de transporte rodoviário.
19:35Não é você pegar,
19:36por exemplo,
19:36eu tenho um ônibus,
19:38como se fosse um Uber.
19:39Muito legal se falar.
19:40Não é bem essa ideia.
19:42O transporte regular
19:43de ônibus,
19:43primeiro,
19:44é um serviço diferente
19:45do Uber,
19:45no sentido que as pessoas
19:46não usam todos os dias.
19:47Então a gente tem pontos
19:48de partida fixos,
19:49que são os terminais de ônibus.
19:51A ideia da gente
19:51é criar mais terminais
19:52no futuro,
19:53mas hoje a gente trabalha
19:54com os terminais
19:55que já existem
19:55na infraestrutura
19:56do transporte regular,
19:57que são regulamentados,
19:59aprovados pelo plano
20:00das cidades
20:01e por aí vai
20:02pelo órgão regulador federal,
20:04que é a NTT.
20:05E a ideia da gente
20:06realmente é
20:07construir mais terminais
20:08no futuro,
20:09mas o horário de partida
20:10é pré-definido.
20:11É diferente do Uber
20:11que você pede
20:12a qualquer momento no app.
20:13Essa diferença é fundamental
20:14para entender.
20:15Se você tem um ônibus,
20:18se você não tem
20:19uma autorização hoje
20:20da NTT para operar,
20:21a gente realmente
20:21não tem interesse
20:22em estar trabalhando
20:22porque precisa operar
20:24no regular,
20:25no nosso modelo,
20:26com autorização da agência.
20:28Mas se você,
20:29quando a gente tiver
20:30as nossas autorizações,
20:32se você for uma empresa
20:33de fretamento,
20:34por exemplo,
20:34que tem interesse
20:35em trabalhar em parceria
20:36com a gente,
20:37ceder seus ônibus,
20:37trabalhar com um modelo
20:39de ser responsável
20:41por parte dos processos,
20:42mas sabendo que a Flix
20:43vai ser autorizatária
20:44e é responsável
20:45pela viagem.
20:46Se você tiver uma empresa
20:47de fretamento
20:47que tem qualidade,
20:48tem segurança,
20:49obviamente existe
20:50uma possibilidade
20:51de juntar isso
20:52e fazer um trabalho
20:53dentro do transporte regular.
20:54Deixa eu entender
20:55uma coisa.
20:55a gente reclama muito
20:56de regulação no Brasil,
20:59tem muita burocracia,
21:01tem muita coisa,
21:02muita norma,
21:03então você nunca sabe
21:04muito bem
21:04se você está dentro
21:05da norma
21:05ou se você não está,
21:06onde você está errando,
21:08como que você acerta
21:09e você teve um tempo
21:11em função da pandemia até
21:12para poder sentar
21:14um pouquinho
21:14e desmiuçar isso.
21:17As diferenças,
21:18eu imagino o seguinte,
21:19quando o CEO
21:20da Flixbuzz Global,
21:21que é o André...
21:22André Schumler.
21:23É, eu não consegui
21:24esse sobrenome.
21:25Cinco anos de empresa
21:26e eu também não sei.
21:27Quando o André
21:28conversa,
21:29você conversa com ele,
21:30eu imagino...
21:31Toda semana.
21:31Uma frequência.
21:32Quando vocês conversam,
21:34quais são as principais
21:35diferenças da Flixbuzz
21:37na Europa,
21:38por exemplo,
21:38para o Brasil?
21:39Você consegue?
21:40É muito legal você falar isso.
21:42Eu acho que tem a questão
21:42regulatória que você colocou
21:44e aí o papel da pandemia
21:45de eu ter tido esse tempo.
21:46Olha, tem que ver
21:47o copo meio cheio
21:48e meio vazio.
21:48A gente teve muito prejuízo
21:49por conta da pandemia,
21:50todo mundo sofreu muito,
21:52foi um momento
21:52de muita incerteza,
21:53fora quem perdeu
21:54pessoas próximas,
21:55mas ter tido esse tempo a mais
21:57foi uma vantagem
21:58muito grande,
21:59porque o requisito
21:59regulatório no Brasil
22:00é complexo.
22:01Mas vamos lá,
22:02pensando em diferenças
22:02do Brasil para a Europa,
22:03primeiro lugar é que é o seguinte,
22:04a Europa tem trem,
22:06a gente não tem.
22:07Como mudar o ferroviário
22:08é muito importante lá,
22:09na Alemanha destacadamente,
22:11mas na Europa inteira,
22:12a visão dele de transporte
22:13é um pouco diferente.
22:14Não faz sentido alguém
22:15pagar um leito cama,
22:17um ônibus,
22:17para se locomover.
22:18Mesmo que vá
22:19do centro da cidade
22:20até o centro da outra cidade,
22:21em 12 horas
22:22você pode pegar um trem
22:23para fazer o mesmo trecho
22:24em 2 horas, 3.
22:26Então o assento premium
22:28do ônibus lá é o trem.
22:29A gente tem essa limitação clara
22:30de onde a gente pode chegar.
22:31Claro que existe espaço
22:32para produtos premium
22:33em alguns lugares lá,
22:35mas idealmente
22:36o ônibus
22:37é um produto low cost lá.
22:38Então isso já é um modelo,
22:39uma diferença muito grande
22:40comercial do modelo.
22:42O Brasil tem especificidades,
22:43métodos de pagamento,
22:44parcelamento.
22:45A gente acha a coisa
22:45mais normal do mundo.
22:46Nenhum lugar,
22:47talvez algum lugar tenha,
22:49mas parcelamento
22:50é um negócio muito incomum
22:51de cartão de crédito.
22:52Então desenvolver esse tipo
22:53de coisa foi fundamental
22:54para o Brasil.
22:55Solução do Pix,
22:56que hoje representa
22:57mais da metade
22:57das nossas vendas.
22:58no geral,
22:59produtos de baixo valor,
23:01que é o caso
23:01de passagem de ônibus,
23:02diferente de comprar
23:04uma geladeira
23:04na Magazine Luiza,
23:05muita gente compra no Pix.
23:07Então,
23:08o Brasil tem especificidades
23:10nesse campo também,
23:11de métodos de pagamento,
23:12preferências do consumidor,
23:13mas do ponto de vista
23:14regulatório
23:15é onde mora
23:15a grande diferença.
23:17Hoje,
23:17para você conseguir
23:18uma autorização na Alemanha,
23:19tem alguns requisitos.
23:20Tem um mínimo,
23:21a partir de até
23:22uma certa quilometragem
23:23de distância dos centros,
23:24é considerado
23:24transporte urbano.
23:25Aí não entra.
23:26acima de uma certa distância,
23:27se você mostrar
23:28que tem a frota
23:29e a documentação,
23:30você consegue operar
23:30uma linha.
23:31Hoje,
23:31a FlixBusk tem uma posição
23:32muito forte lá na Europa,
23:33porque a gente chegou primeiro
23:35e a gente construiu
23:35um produto bom
23:36e barato,
23:38mas a Flix,
23:39mas qualquer pessoa
23:40que quiser competir
23:41com a Flix hoje,
23:41que apresente as documentações,
23:43consegue pedir uma linha.
23:44Hoje aqui,
23:45eu estou há cinco anos
23:45no Brasil e a gente ainda
23:46não conseguiu as nossas
23:47linhas da Flix,
23:48tá?
23:48É uma coisa que,
23:50e assim,
23:50tem um ótimo prognóstico
23:52aí com algumas mudanças
23:53que estão acontecendo,
23:54mas não existe garantia.
23:55Então hoje,
23:56uma empresa multibilionária
23:58como a nossa,
23:59que fatura dois bilhões
24:00de euros a nível global,
24:01de acordo com os últimos dados,
24:02transporta mais de
24:03oitenta milhões de passageiros,
24:04tá em quarenta e três países,
24:06quer operar no Brasil
24:07com linhas próprias
24:08e tem dificuldade
24:08por conta do modelo regulatório
24:10e da influência política
24:11que é exercida sobre ele.
24:13Pois então,
24:14isso eu imagino
24:14que isso é um entrave
24:15volta e meia
24:16até pra resultados,
24:17pra você apresentar resultados
24:18pra Flix Plus Global
24:21ou eu tô exagerando aqui?
24:23Não,
24:23Rodrigo,
24:23assim,
24:24se eu te falar que a visão da gente,
24:26de onde a gente pode chegar,
24:27a gente tá perto,
24:28não tá.
24:28Dessa perspectiva,
24:29eu acabei de andar dois passos
24:31no Brasil.
24:32Da perspectiva
24:32do que a gente fez,
24:34considerando tudo
24:35que o setor fez
24:36pra gente não tá aqui,
24:37minha equipe tá fazendo milagre.
24:39Então,
24:40isso era uma outra coisa
24:40que eu tava pensando aqui,
24:42que eu tinha visto
24:43antes da gente começar
24:44essa conversa,
24:45que é,
24:45tem uma concorrência
24:47muito forte,
24:48assim,
24:49entre os paralelos
24:50com a Uber,
24:51eu acho que tem
24:52essa concorrência
24:53com o que já estava
24:55estabelecido
24:55antes da Flix Plus chegar.
24:57É isso.
24:58Então,
24:58que é o táxi pro Uber,
24:59né?
25:00Então,
25:00vocês têm uma forte,
25:02não diria que
25:04não é uma competição,
25:05mas é uma tentativa
25:08de barrar um pouquinho
25:09o avanço da Flix Plus,
25:10né?
25:10Posso dizer isso?
25:11Eu acredito que
25:13você acertou em cheio,
25:16eu só seria um pouco
25:16até menos gentil
25:18nas palavras.
25:21Existe um grande movimento
25:22pra barrar a entrada da gente.
25:23Hoje existem,
25:25hoje existem
25:27empresas que dominam
25:28o setor a tempos.
25:29Rodrigo,
25:29pra te dar um dado,
25:3080% das linhas no Brasil
25:31são monopolizadas
25:32ou oligopolizadas.
25:34Ou seja,
25:34você tem uma,
25:35duas empresas.
25:36Essas empresas
25:37estão acostumadas
25:38a trabalhar com nível de margem
25:39que não é feito
25:39pra competição.
25:40E aí se leva ao quê?
25:41Ao envelhecimento das frotas,
25:43acabou de sair o anuário
25:44da NTT.
25:45As frotas,
25:46na média,
25:47são mais novas
25:47pro transporte regular,
25:49ou, desculpa,
25:49no fretamento
25:50do que no transporte regular.
25:51Mas as empresas
25:52de fretamento
25:53que querem operar
25:53no regular
25:54não podem.
25:55Enquanto isso,
25:55a agência reguladora
25:56aprova que em alta estação
25:58sejam utilizados
25:59os ônibus antigos,
26:00indo de encontro
26:00ao discurso
26:01de segurança
26:01da própria agência.
26:02Então, assim,
26:03hoje,
26:03e eu nem culpo,
26:04os técnicos da NTT
26:05são brilhantes,
26:06eu não tô nem entrando
26:07no mérito
26:07da agência reguladora, tá?
26:08Tô falando só que
26:09a influência do setor
26:13no Brasil
26:13é tão grande
26:14que fica difícil
26:15de você inovar
26:16nesse setor.
26:17Mas a gente tá
26:17se saindo muito bem
26:18com todos os desafios
26:19aí que tem.
26:20Então, recentemente
26:21teve uma decisão
26:22contra uma concorrente
26:23de vocês
26:24que a NTT
26:25suspendeu,
26:26acho que no Paraná,
26:27se não me faz a memória.
26:28A Justiça,
26:29o STJ.
26:30O STJ suspendeu
26:32a circulação
26:33lá no Paraná.
26:33Tem diferença?
26:34Vocês,
26:36quais são as diferenças?
26:38Por que suspendeu uma
26:40e não vocês,
26:41por exemplo?
26:42Eu acho que é uma pergunta
26:43bem interessante,
26:44Rodrigo.
26:44Hoje,
26:45a concorrência
26:46que você está se referindo,
26:47eu não tenho problema
26:48algum de falar
26:48que é a Buzzer,
26:49que é uma empresa
26:51séria,
26:52que tá fazendo
26:52um bom trabalho
26:53em vários aspectos,
26:54só que eles escolheram
26:54um caminho diferente.
26:55Eles estão usando
26:56um modelo
26:56que é o fretamento
26:57colaborativo,
26:58que é um modelo
26:58em que eles vão
27:00ligar fretadores
27:00e, assim,
27:01é uma visão deles.
27:02Eu não tô entrando
27:03no mérito
27:03se é certo ou errado,
27:04só que é um modelo
27:05que confronta muito mais
27:06a regulação.
27:07No nosso caso,
27:08nós operamos,
27:09apesar de não estarmos felizes
27:10de ter as nossas
27:11próprias autorizações,
27:12a gente conseguiu
27:13um modelo
27:14em que a gente
27:14opera em parceria
27:15com as empresas
27:16autorizatárias,
27:17ou seja,
27:18que tem as linhas
27:19da NTT,
27:20de forma regular.
27:22É um modelo
27:22bem diferente
27:23do deles,
27:24então não dá
27:24nem pra comparar.
27:25Na visão do passageiro,
27:26você entra no site
27:27e compra a passagem,
27:28você começa a ver
27:28a diferença
27:29porque a gente
27:29opera em terminais
27:30onde estão também
27:32as outras empresas
27:32tradicionais,
27:34mas, assim,
27:35pro passageiro
27:36tem um pouco menos
27:36de diferença
27:37olhando de longe.
27:39Quando você vê também
27:40como é que funciona
27:41a emissão do ticket,
27:42a reserva de assento,
27:43tudo é um pouco diferente.
27:45O processo é bem diferente
27:46porque a gente tem
27:47uma série de regras
27:47pra seguir
27:48no transporte regular.
27:49Mas, mais uma vez,
27:50não entrando no mérito
27:51do que o fretamento
27:52colaborativo está certo
27:53ou errado,
27:53meu intuito está longe
27:54de ser desse.
27:55Eu queria entender
27:56mais um modelo
27:57de negócio mesmo.
27:58Então, assim,
27:58eu tenho uma empresa
27:59pequena, eu imagino,
28:02é de fretamento?
28:05Não,
28:05a gente trabalha
28:06com empresas
28:07regulares hoje.
28:07Então, pronto,
28:08uma empresa
28:09regular
28:10de transporte
28:11interestadual,
28:12interestadual só, né?
28:14Ou intermunicipal
28:15também conta?
28:15Intermunicipal
28:16é tudo licitado.
28:17Hoje a gente
28:18tem muita dificuldade
28:18de entrar nos estados.
28:20E aí vocês chegam lá
28:20e oferecem
28:21o serviço de vocês,
28:23que é, olha,
28:23eu vou,
28:24só pra ver se eu entendi, tá?
28:26Eu vou operar
28:28e você fica
28:30por conta do,
28:31é como se fosse
28:32o software e o hardware,
28:33é isso?
28:34Eu acho que a comparação
28:35do software e hardware
28:35é tão boa
28:36que eu vou usar ela
28:37um pouco daqui pra frente, tá?
28:38Mas é isso,
28:39os ônibus são do operador,
28:40a garagem é do operador,
28:41eles têm autorização
28:42da NTT,
28:42a gente trabalha
28:43dando suporte
28:44com uma prestação
28:44de serviços mesmo,
28:46em precificação,
28:46planejamento de rota,
28:48marketing.
28:49Qual é a vantagem
28:49pra empresa?
28:50É isso que eu tô tentando,
28:51por que ele aceita
28:52trabalhar em parceria
28:54com vocês
28:55e não ficar com a margem
28:56toda pra ele?
28:57Porque, obviamente,
28:57ele tá dividindo com você.
28:59Hoje, vamos lá,
29:00essas empresas,
29:01se elas estivessem
29:02morrendo de ganhar dinheiro,
29:03elas não estariam
29:04procurando uma solução
29:05como a nossa.
29:06Além de tudo,
29:07a gente paga
29:07um mínimo por quilômetro
29:08pros operadores,
29:09que dá uma segurança
29:10de que se eu vender
29:11passagem a 10 reais
29:12ali,
29:12aquisito promocional,
29:13meramente promocional,
29:14óbvio que esse preço
29:15não é sustentável,
29:16São Paulo,
29:16Rio de Janeiro,
29:17a 10 reais,
29:18mas se eu fizer isso,
29:20o investimento é nosso.
29:23Isso dá uma segurança
29:24de que ele vai conseguir
29:24crescer,
29:25porque a gente faz
29:25um investimento em marketing,
29:26a gente tem uma tecnologia
29:28de precificação
29:28que é impressionante,
29:29então a gente consegue
29:30colocar preço,
29:30levando em consideração
29:31os movimentos do mercado
29:32e outros fatores,
29:34que é muito interessante.
29:35A gente planeja rotas
29:36de forma inteligente,
29:37usando dados,
29:38e do ponto de vista
29:39de vendas e marketing,
29:40a gente tem uma máquina
29:41enorme de tecnologia
29:42para atingir o cliente online.
29:44Parece bobo isso no Brasil,
29:45porque vocês têm vários
29:46canais de venda
29:46de passagem online,
29:47então parece até um pouco
29:48comodity em alguns
29:49desses canais de venda,
29:51as principais plataformas.
29:52Mas não é não,
29:53a máquina que está por trás,
29:54que faz a roda girar,
29:55que mexe com a questão
29:56de precificação,
29:56que é algo que a gente faz
29:57e eles não,
29:58tem um diferencial enorme.
30:00Em termos de canal de venda,
30:01nossos canais diretos,
30:02ou seja,
30:02o site e app da Flixbus
30:03são muito fortes.
30:04Aí você diria,
30:05ah, mas por que você
30:05não faz marketplace?
30:07Porque toda essa expertise
30:08que a gente traz,
30:09e vou te dar outro exemplo,
30:10atendimento ao consumidor,
30:11é muito pesado
30:12para uma empresa
30:13que tem 50 ônibus,
30:14100 ônibus,
30:15montar uma estrutura
30:15de atendimento,
30:16olhar para a tecnologia disso,
30:18fazer a automação,
30:19ter todos os serviços
30:20agregados que são necessários
30:21em torno disso,
30:22e ainda estar conforme
30:24com a regulação.
30:25A gente faz isso
30:25de forma excelente
30:26e a gente tem um centro
30:27de atendimento online
30:28que atende todo esse pessoal.
30:30É um exemplo aí
30:31de custo que eles têm
30:32da operação
30:32que eles passam
30:33completamente para a gente.
30:34Óbvio,
30:34eles têm que ter
30:35o controle de tráfego deles,
30:37mas a gente também tem
30:37o nosso para auxiliar
30:38na operação.
30:39Então, assim,
30:40tem muitas coisas
30:41que a gente faz
30:42que a gente faz melhor
30:43do que a média
30:44e que a gente faz muito bem
30:45fora do Brasil.
30:46Pensa que alguns
30:47desses operadores,
30:48eles também estão sofrendo
30:49pressão enorme
30:50dos grandes grupos aí.
30:51Ele tenta,
30:52ele conseguiu uma linha
30:52para a Operação
30:53Paulo Rio de Janeiro.
30:54Ele vai lá,
30:54ele lança dois horários,
30:55o pessoal coloca dois horários
30:56em cima dele,
30:57reduz os preços,
30:58matou a margem dele.
30:59A gente tem fôlego
31:00para aguentar isso
31:01até a marca ficar conhecida.
31:02Tem um grande diferencial
31:03de você ser dono
31:04de um pedaço pequeno
31:05de um bolo grande
31:05ou você ser dono
31:06de um bolo grande
31:07ou de um pedaço grande
31:08de um bolo pequeno.
31:09Perfeito, perfeito.
31:11Eu estou tentando
31:12achar um paralelo aqui,
31:14mas é como,
31:14porque eu estou pensando assim,
31:16é como se vocês ficassem
31:18com o custo administrativo
31:19e aí vocês têm
31:20muita escala,
31:21então vocês conseguem
31:21ter uma margem maior
31:23que dá para dividir
31:24com o dono do ônibus
31:26e da garagem.
31:27E ele é responsável
31:28pelo motorista também,
31:30é isso?
31:30É, ele é responsável
31:30pelo motorista.
31:31Eu acho que você tocou
31:32num ponto interessante.
31:33Do ponto de vista de custo,
31:34a gente faz isso
31:35para mais gente
31:36e faz isso de forma
31:36mais tecnológica.
31:37Então, baixa o que seria
31:39o custo por quilômetro
31:40que a gente tem
31:41em relação ao que
31:42um operador teria.
31:43E além disso,
31:44a ponta da receita,
31:45a gente faz todas as coisas
31:46de geração de receita,
31:47desde atingir o cliente online
31:49até fazer com que esse cliente
31:50pague o preço correto
31:51e ter um preço competitivo,
31:53mas ao mesmo tempo
31:53um preço que dê
31:54uma margem para a gente,
31:55a gente faz isso
31:56de forma muito bem feita.
31:57Então, com isso,
31:58a gente consegue entregar
31:59tanto mais receita
32:00do que ele faria,
32:01quanto menos custo.
32:02E aí, quando você faz
32:02a divisão,
32:03que é normalmente 70%
32:04para o operador
32:05e 30% para a Flix,
32:06a conta fecha
32:07e fecha bem.
32:08Que é o take rate
32:09de vocês,
32:09é esse 30%.
32:10Exatamente.
32:11Deixa eu tentar entender
32:12um outro ponto aqui.
32:14Por que é que
32:15a Flixbus
32:16consegue cobrar
32:18mais barato?
32:19Se consegue cobrar
32:19mais barato,
32:21já que vocês...
32:24É como se eu contratasse
32:25um intermediário.
32:26Estou colocando
32:27mais alguém
32:27no meu caminho
32:29que, em tese,
32:31faria com que a tarifa
32:32ficasse, inclusive,
32:33mais cara.
32:34E não fica.
32:35Não é essa a experiência
32:36que vocês tiveram na Europa.
32:37Não parece que é a experiência
32:38que vocês estão tendo
32:39no Brasil também,
32:39apesar dos pesares.
32:41E como é que isso funciona?
32:43Por que isso acontece?
32:45Eu vou explicar
32:46por que acontece
32:46e aí eu vou fazer
32:47um paralelo também
32:48com o que você gosta de fazer.
32:50Qual é a diferença
32:51da gente
32:51para o que algumas
32:52outras empresas fizeram
32:53no passado?
32:53A gente já é lucrativo
32:54a nível global,
32:55então o modelo funciona, né?
32:56Agora, qual que é a mágica?
32:58Outras empresas
32:59gastaram muito dinheiro
32:59de fundo, etc.,
33:00e não é o nosso caso.
33:01A gente já é lucrativo,
33:02a gente nem precisa mais
33:03estar fazendo grandes
33:04movimentos de investimento.
33:06Agora, o que eu posso dizer,
33:08Rodrigo,
33:08é que como é que funciona
33:09a mágica dos preços?
33:10Primeiro lugar,
33:11no Brasil tem uma coisa
33:11muito específica.
33:13Só o fato
33:13de você não ter
33:14uma grande gama
33:15de competidores
33:16em cada linha
33:17já faz com que os preços
33:18sejam, principalmente
33:19para as linhas
33:19que são monopólios,
33:20mais altos do que deveriam.
33:21Tem linha que estão operando
33:23com ônibus antigo,
33:24com poucos horários
33:26e estão fazendo
33:26uma margem gigantesca
33:27porque o preço
33:28é caro.
33:29Só de entrar
33:30uma competição aí
33:31você já tem espaço
33:31para baixar um pouco.
33:33No caso de um operador
33:34pequeno,
33:34talvez ele fosse
33:35sufocado rápido,
33:36não é o caso da gente,
33:36porque a gente tem
33:37um poderio financeiro
33:40também tão relevante
33:41quanto desses
33:41grandes grupos
33:42aqui do Brasil.
33:43Segundo lugar,
33:43não dá para confundir
33:44o que é preço promocional
33:45com o que é preço,
33:47vamos lá,
33:48de verdade final.
33:49Então no momento
33:50que a gente entrou
33:50no Brasil
33:51e a gente fez
33:51passagem de um real
33:52em São Paulo e de Janeiro,
33:53eu não estou dizendo
33:54que eu vou vender
33:54passagem de um real
33:55para sempre,
33:56não faz o menor sentido.
33:57O que eu estou dizendo
33:58é que eu quero mostrar
33:59que eu cheguei.
34:00Então do mesmo jeito
34:01você pode fazer
34:01uma ação promocional
34:02vendendo shampoo,
34:03você pode dar shampoo
34:04de graça
34:04dentro do pão de açúcar
34:08porque você vai querer
34:09fazer uma ação promocional,
34:11a gente chegou fazendo barulho,
34:12mas ninguém nunca falou
34:13que um real
34:13vai ser o preço para sempre.
34:14Por outro lado,
34:15o preço há de eterno
34:17ainda no negócio
34:17vai ser barato,
34:18Rodrigo,
34:19porque é só
34:19a questão da competição
34:20que eu te falei.
34:21E outra coisa,
34:22uma coisa que o mercado
34:23não acordou ainda,
34:24eu falo isso abertamente
34:25em todas as entrevistas
34:26do pessoal do mercado,
34:28acho que eles
34:28por algum motivo
34:29não seguem a ideia.
34:32O que acontece?
34:33Passagem de ônibus
34:34não é que nem passagem
34:35de avião
34:35que você compra
34:35três meses antes,
34:36você compra 15 dias antes,
34:38Rodrigo.
34:39Então o que acontece?
34:40Se você começa
34:41a vender passagem
34:42seis meses antes
34:43e uma passagem
34:44por ônibus
34:45custa R$19,
34:46mas depois começa
34:47a ficar R$69,
34:48você vai ficar
34:48cinco meses e meio
34:49vendendo passagem
34:50a R$19
34:50e duas semanas
34:52vendendo passagem
34:54a um preço maior.
34:57Só que o que fica
34:57na cabeça do consumidor
34:58é o preço mais barato.
34:59Então assim,
35:00a estratégia de marketing
35:01de precificação pura,
35:02não tem,
35:03a gente não faz
35:03dumping de preço,
35:04se fizesse
35:05não pararia de pé
35:06o negócio a nível global.
35:07Exato.
35:08Deixa eu,
35:09só para a gente continuar
35:10nessa parte do negócio,
35:13porque é interessante
35:14você pensar,
35:15por exemplo,
35:16a Uber teve problemas
35:17no começo,
35:19a Uber e outras
35:21de aplicativos,
35:22algumas inclusive
35:23nem conseguiram
35:24sobreviver no Brasil,
35:26por exemplo,
35:27com os motoristas,
35:28você disse que os motoristas
35:29ficam com a empresa.
35:30Com a empresa.
35:31Isso.
35:31Com a empresa.
35:32Como é que vocês
35:33trabalham isso
35:33para ter certeza
35:34que o motorista
35:35está descansado,
35:37ou isso fica a cargo
35:38da NTT
35:39ou do DR,
35:40não sei quem faz
35:41essa fiscalização.
35:43Vamos lá,
35:43a questão dos motoristas
35:44é muito interessante.
35:45E dos carros também.
35:47Pensa na gente,
35:48não é um modelo de franquia,
35:49mas pensa como se fosse
35:49um modelo de franquia.
35:51Eu como franqueador,
35:52vamos colocar,
35:53não vou ser responsável
35:54pelo funcionário da franquia,
35:56mais ou menos.
35:57Então assim,
35:57eu não tenho responsabilidade legal,
35:59mas os motoristas,
35:59primeiro,
36:00tem um pouco menos
36:00de conflito com eles
36:01porque eles são CLT,
36:02eles são CLT dessas empresas,
36:04é um requisito regulatório,
36:05eles são funcionários
36:06das empresas,
36:06não tem freelancer,
36:07não tem nada do tipo.
36:09Então essa é uma grande diferença,
36:11os motoristas estão
36:11tão satisfeitos
36:12quanto ficariam funcionários
36:13de uma empresa,
36:14de um desses operadores.
36:16E hoje a gente toma
36:16muito cuidado
36:17nos requisitos do contrato,
36:18do mesmo jeito
36:19que se você for o Bob's,
36:20alguém vai abrir
36:21uma franquia do Bob's,
36:21você vai tomar cuidado
36:22do local,
36:23você não vai querer
36:23que abra em qualquer lugar,
36:24que opere de qualquer jeito.
36:25A gente toma muito cuidado
36:26com os requisitos de segurança
36:28e com alguns outros fatores.
36:29Isso inclui,
36:30obviamente,
36:30dar substância,
36:33dar conteúdo
36:33para que as empresas
36:34façam treinamento
36:35dos motoristas.
36:36A gente traz
36:37uma expertise operacional
36:38de vários países
36:39e aqui já um pouco
36:40do Brasil também
36:41para trazer melhores práticas
36:43e eventualmente
36:44a gente até investe
36:44em consultorias,
36:46etc.,
36:46para ajudar essas empresas
36:47na preparação
36:47da operação,
36:49o que inclui,
36:49obviamente,
36:50os motoristas.
36:50Deixa eu te perguntar
36:51qual era o plano,
36:52a ideia era abrir em 2020,
36:54não conseguiu,
36:55obviamente,
36:56por causa da pandemia,
36:57vocês começaram a circular,
36:58começaram a operar
36:59em 1º de dezembro de 2021.
37:02Exato.
37:03E tem 3 anos aí,
37:04basicamente,
37:05que vocês estão operando
37:06no Brasil.
37:07O que foi o crescimento
37:08de vocês até agora
37:09e qual é,
37:11se está dentro
37:12daquelas metas
37:13que você tinha previsto
37:15para o negócio
37:16até agora?
37:17Eu vou te contar
37:18do crescimento.
37:19Então,
37:19a gente lançou
37:19em 3 estados,
37:20São Paulo, Rio de Janeiro
37:21e Minas Gerais
37:24com Campinas, Rio,
37:25São Paulo, Rio
37:26e São Paulo, Belo Horizonte.
37:27Beleza que são
37:27algumas das maiores linhas
37:28do país,
37:29mas a gente começou
37:30com isso.
37:31Hoje a gente está
37:31em 14 estados
37:32e o Distrito Federal.
37:33Começamos aí
37:33fazendo 9 cidades
37:34no começo,
37:35estamos em mais de 100 hoje.
37:36A nossa malha
37:37em termos de quilômetros,
37:38ela aumentou
37:39em mais de 8 vezes
37:40do mês de dezembro
37:41daquele ano
37:42para o mês agora
37:43de julho desse ano.
37:44Então,
37:44você pegar a malha inicial
37:45que a gente tinha,
37:46a gente mede muito
37:47em quilômetros, né?
37:48Eu brinco internamente
37:49na equipe
37:50que é voltas na terra.
37:52Então,
37:53a gente aumentou
37:54em mais de 8 vezes
37:55o número de voltas
37:55na terra
37:56que os ônibus
37:57em parceria com a Flixbus,
37:58não.
37:59Então,
38:00o crescimento foi enorme.
38:01Em termos de receita,
38:02ninguém conhecia a gente.
38:03Então,
38:03a gente precisou fazer
38:04passagem de 1 real
38:05no começo
38:05para ser conhecido.
38:06Hoje em dia,
38:07a gente já tem
38:07uma demanda recorrente
38:08muito forte.
38:09Então,
38:09hoje,
38:10aproximadamente 30%
38:11dos clientes
38:11todos os meses
38:12são,
38:12desculpa,
38:13entre 20% e 30%,
38:14dependendo do mês,
38:14são novos clientes.
38:16Mas muitas vezes,
38:1770% são clientes recorrentes,
38:19ou seja,
38:20muita gente está voltando.
38:21O cliente de ônibus,
38:22principalmente no intermunicipal,
38:23mas também no interestadual,
38:25muitas vezes é um cliente recorrente.
38:26A pessoa que às vezes sai,
38:28que trabalha em Curitiba,
38:29mas mora em Florianópolis,
38:30por exemplo,
38:31que isso aí é o sonho, né?
38:33Muita gente vai na segunda-feira,
38:35é uma viagem de 4 horas,
38:36é uma viagem curta, né?
38:37Então,
38:37muita gente vai na segunda-feira
38:38e volta na sexta.
38:39Tem muito cliente recorrente.
38:41Se esse cliente recorrente
38:41não está feliz,
38:42mas ele não tem outra opção
38:44de transporte,
38:44ele vai ter que continuar usando
38:45e reclamando.
38:46Onde a gente entra,
38:47nós nunca somos o primeiro operador, tá?
38:49A gente sempre é uma...
38:50E se as pessoas estão voltando,
38:52mesmo tendo outras opções,
38:53é porque o negócio
38:54está ficando bem feito.
38:55Perfeito.
38:56Qual a dificuldade,
38:57porque como é um nome novo,
39:00e o brasileiro é meio desconfiado
39:01dessas coisas no começo.
39:03Então,
39:03vou comprar uma passagem,
39:04aí esse ônibus não vai estar lá.
39:06Como é que funciona?
39:06Qual foi a dificuldade
39:07que vocês tiveram de convencer
39:08ou foi preço?
39:10O preço já convenceu?
39:11Convenceu o cliente?
39:12Eu acho que a expertise global
39:14da gente foi muito bem comunicada
39:15a nível local.
39:15A primeira dificuldade,
39:16fazendo uma piada rápida aqui,
39:18é falar o nome Flixbuzz no Brasil.
39:21Então,
39:21esse é o primeiro ponto.
39:22Para fazer uma campanha
39:23tipo do McDonald's.
39:24Para facilitar,
39:25fala Flix.
39:26Flix está ótimo.
39:27Porque o pessoal já está acostumado
39:28a falar Netflix.
39:29Então,
39:30assim,
39:31tirando a dificuldade do nome,
39:33o brasileiro é muito desconfiado,
39:35de fato.
39:36Mas essa é uma coisa
39:36que vem naturalmente.
39:38Por mais que,
39:38vamos dizer,
39:3980% das pessoas
39:39desconfiam no começo
39:40de qualquer coisa nova,
39:41os 20% que testarem
39:42vão contar para mais 20%
39:44que o negócio funcionou.
39:45E assim vai.
39:46Crescer uma marca nova no Brasil,
39:48muitas vezes,
39:48o impeditivo não é a qualidade
39:49do seu produto,
39:50não é a qualidade do seu serviço.
39:51Não é o seu preço,
39:52que no caso da gente,
39:53a gente tem essa vantagem natural
39:54só de não estar
39:55tentando manter
39:57os preços originais
39:58da indústria.
40:00O que acontece?
40:01Só de você ter
40:02alguma coisa melhor,
40:04você já deveria crescer
40:05naturalmente no Brasil.
40:06Você tem investimento,
40:07você tem fôlego,
40:07você tem história
40:08em outros lugares.
40:08Mas aí tem uma grande questão
40:10que é a barreira regulatória.
40:12Hoje no Brasil,
40:13o meu maior desafio
40:13para crescer
40:14é a barreira regulatória.
40:15Se não fosse
40:16a dificuldade regulatória,
40:17a gente já estaria,
40:17em vez de ter crescido 8 vezes,
40:19a gente teria crescido,
40:19sei lá, 20.
40:21Então,
40:21isso é uma coisa
40:22que eu queria entender também,
40:23porque no fim das contas
40:24você tem a barreira regulatória,
40:26ela é uma desvantagem
40:27para você que está entrando,
40:29mas depois de um tempo
40:30ela passa a ser uma vantagem
40:31porque ela dificulta
40:32a entrada de novos players.
40:35Não que eu ache
40:36que você vai sair defendendo
40:38a regulação
40:39depois que você tiver
40:40com tudo acertado.
40:42Mas o que eu quero dizer
40:43é que isso também
40:44dá uma tranquilidade
40:47de que a concorrência
40:49também vai ter que enfrentar
40:50tudo isso que vocês estão enfrentando
40:52ou não.
40:53É complicado,
40:54porque a nossa visão
40:55como empresa,
40:56como a gente veio
40:56de criar um modelo novo,
40:57enfrentou concorrência
40:59com o transporte ferroviário
41:00na Europa
41:01que é subsidiado
41:02e tem uma forte presença
41:03de empresas estatais
41:04que tem muita influência
41:05no governo,
41:05a gente veio de competição
41:06com isso,
41:07a gente veio de competição
41:08com outras empresas de ônibus,
41:09a gente fez mais de 20 compras,
41:10a gente comprou a Greyhound
41:11nos Estados Unidos,
41:12a Camilcote na Turquia
41:13que era a maior de lá,
41:15agora é Camilcote Flix,
41:16então agora somos
41:17os maiores de lá.
41:19Então a gente fez
41:21muita aquisição
41:22em mercados
41:22onde era difícil
41:23de avançar
41:23se não fosse por isso.
41:24A Turquia é um exemplo
41:25muito clássico disso.
41:26Aqui no Brasil
41:27nós não fizemos
41:27nenhuma aquisição,
41:28não tem nada nos planos hoje,
41:30mas quem sabe no futuro
41:31também é uma possibilidade.
41:32O que eu quero te dizer
41:33com isso?
41:33A gente está acostumado
41:35a enfrentar as barreiras
41:36de competição
41:38em todos os cenários possíveis,
41:39inorgânico,
41:40orgânico,
41:42regulatório,
41:42não regulatório,
41:43então para a gente
41:44é melhor competir
41:45no mercado desse,
41:46porque se a gente discute
41:47fechar mercado,
41:48mesmo que se beneficie,
41:49no longo prazo
41:50nós vamos ser vítimas
41:51do mesmo processo
41:52que essas empresas
41:52que eu tanto reclamo
41:53passaram,
41:54que é cair a qualidade
41:55porque você não tem concorrência.
41:56e aí a barreira regulatória
41:58quebra lá na frente,
41:59alguém vai ver a oportunidade
42:00e vai trazer uma tecnologia.
42:02Não tem nada
42:03mais difícil
42:04para a empresa,
42:04Rodrigo,
42:05do que não ter
42:05uma veia de inovação.
42:06Se você não é obrigado
42:07a inovar,
42:08um dia você vai ser
42:09obrigado a inovar.
42:10Então assim,
42:11se você não cria
42:12uma metodologia
42:13de estar pensando,
42:14se você não tem competição,
42:15se o cliente é obrigado
42:16a usar você
42:17e ele não quer usar
42:18o seu serviço,
42:19porque tem outras opções,
42:20significa que um dia
42:22isso vai acontecer
42:23e você vai ter problemas.
42:24É diferente
42:25do saneamento básico.
42:26Se você for olhar
42:27Sabesco,
42:28Sabesco tem que ter concorrência
42:29porque é difícil
42:30você falar
42:30num modelo
42:30de um monopólio natural,
42:32como a gente chama.
42:34Encanamento é só um ali,
42:35entendeu?
42:35É difícil você concorrer.
42:37No caso do transporte rodoviário,
42:38as estradas estão lá.
42:40Ônibus é um bem líquido,
42:41você consegue comprar
42:42e vender ele.
42:42Por que uma empresa
42:43que tem o intuito genuíno
42:45de operar não pode?
42:46Então hoje a gente
42:47não acredita
42:48num modelo
42:48em que não há competição
42:49no transporte rodoviário.
42:51E quanto você gasta hoje
42:52para ter interlocução
42:53com o Congresso?
42:53Existe essa conta?
42:55A gente não gasta nada.
42:56Eu pago o salário
42:57da minha diretora
42:57de relações governamentais
42:59e de uma ou outra consultoria.
43:00Então assim,
43:01a gente não paga
43:03absolutamente nada
43:04nesse sentido,
43:04tá Rodrigo?
43:05Não, não, não.
43:06Não quis dizer isso.
43:08Só para deixar claro.
43:09Mas o que eu digo é assim,
43:10porque tem um custo nisso, né?
43:12A gente estava fazendo
43:12uma matéria outro dia
43:14sobre energia elétrica
43:16e você vê que tem muita...
43:19Uma das pessoas
43:20com quem eu conversava
43:21falava assim,
43:21olha, hoje no Brasil
43:23talvez seja mais vantajoso
43:25você investir
43:26na diretoria
43:27de relações governamentais
43:28do que no engenheiro
43:29que vai inovar
43:31o meu negócio.
43:32Você sente essa pressão?
43:33Mas assim,
43:34mas muito, Rodrigo.
43:36Hoje em dia,
43:36eu vou te falar,
43:37eu como diretor-geral
43:38da empresa,
43:39sou um cara que vende negócios,
43:40sou um cara de exatas,
43:41como a gente falou.
43:42Eu não sou um cara
43:43do cafezinho e jantar.
43:46Aprendi a ser,
43:47peguei gosto pela coisa,
43:48agora estou no Conselhão do Lula,
43:50estou lá,
43:50estou lá brigando
43:51pelo transporte
43:52para representar
43:53a sociedade civil
43:54no Conselho do Presidente.
43:56Então, peguei gosto
43:57pela coisa agora.
43:58Mas é anti-intuitivo,
44:01porque assim,
44:01não faz sentido
44:02quem tem centenas de milhões
44:04para investir no Brasil,
44:06quem está buscando,
44:06que traz uma expertise de fora,
44:08que é o nosso caso,
44:09não tem acesso
44:09às próprias linhas.
44:10É uma maluquice, assim.
44:11Então, hoje eu passo
44:1150% do meu tempo
44:13com as equipes do jurídico,
44:14porque é uma chuva
44:15de processo dos concorrentes.
44:17Então, é muita coisa
44:18acontecendo nesse sentido.
44:19Eu aprendi muito
44:21sobre direito
44:22nos últimos tempos,
44:23obviamente,
44:23estou longe de ser advogado,
44:25por conta disso.
44:26Então, tem o copo
44:26meio cheio,
44:27meio vazio.
44:27Não deixa de ser
44:28um aprendizado interessante
44:29para a gente.
44:36Deixa eu,
44:36vamos passar aqui
44:37rapidamente,
44:38então,
44:38para o futuro
44:38da Flixbus.
44:40Você falou Netflix,
44:41quase que eu falei Netflix.
44:41O futuro do negócio
44:43da Flixbus,
44:44onde é que vocês
44:44querem chegar?
44:45Hoje vocês estão
44:46em 14 estados,
44:47você me falou.
44:4714 estados
44:48e o Distrito Federal.
44:49A ideia é ficar,
44:50pegar o Brasil inteiro,
44:52são uns 27,
44:5226 estados.
44:53Eu acho que sim.
44:54Então, assim,
44:55você vai falar,
44:55o pessoal vai falar,
44:56você vai para o Acre,
44:56depois que é desconectado
44:57do resto,
44:59vou.
44:59Se tiver oportunidade
45:00intermunicipal do Acre
45:01para levar a nossa solução,
45:02eu vou para o intermunicipal do Acre,
45:03vou para o interestadual do Acre
45:04quando for viável.
45:05A gente vai fazer
45:06o que for preciso.
45:07Então, assim,
45:07você vai,
45:08você quer expandir
45:09para as cidades menores?
45:10Vocês estão construindo
45:11uma rede das cidades maiores?
45:13Você quer ir para as cidades menores?
45:14Quero.
45:15Hoje na Alemanha,
45:15hoje na Alemanha
45:16a gente atende, assim,
45:17um percentual muito relevante
45:18da cidade,
45:18são cidades com menos
45:19de 20 mil habitantes,
45:2010 mil habitantes.
45:21Então, assim,
45:22a solução Flix,
45:23ela funciona
45:24para todas as gamas de cidade.
45:25Meu intuito no Brasil
45:26é estar presente
45:27em cada estado
45:28e no Distrito Federal,
45:29estar presente em cada cidade.
45:30Já pensou que sonho
45:31atingir,
45:32não comemorar 100 cidades
45:33que nem eu estou comemorando
45:33com você,
45:34mas vai comemorar
45:35mil cidades no Brasil.
45:36Seria uma honra aí
45:39basicamente o que o interesse estadual
45:40atende.
45:40Claro, ele atende um pouco mais,
45:42mas longe dos 100% aí
45:44que são 6 mil municípios
45:45no Brasil, eu acho.
45:465 mil e quase 6.
45:49E aí,
45:50conversando com você,
45:51que eu estou vendo
45:52que você é uma pessoa
45:53energizada,
45:54digamos assim,
45:56que você dorme, não?
45:58Porque eu estou pensando aqui,
45:59você tem esse trabalho
46:01todo pela frente,
46:03que é de tocar,
46:04Flix Buzz, etc e tal,
46:06que eu imagino
46:07que deve tomar bastante
46:08do seu tempo
46:09no dia
46:09e você ainda tem
46:11esse,
46:12que é onde você ganha
46:13dinheiro mesmo,
46:13que é no negócio
46:14de DJ, né?
46:16Não, rapaz,
46:17esse negócio de DJ
46:18não dá dinheiro, não.
46:19Isso é uma paixão,
46:20isso é uma paixão grande.
46:21Só para o Alok.
46:22O Alok ganha dinheiro
46:23pra caramba.
46:24Conheço o irmão dele,
46:25conheço a família dele,
46:26é um pessoal incrível,
46:27inclusive.
46:28Mas esse aí
46:30ganha dinheiro pra caramba.
46:31Aí, como executivo,
46:32eu não vou chegar
46:33no que ele ganha
46:33como DJ, não.
46:34Hoje a busca
46:35só me faz gastar dinheiro,
46:36cara.
46:36o que entra numa ponta...
46:39Mas como é que você faz?
46:39Que horas você faz isso?
46:40Olha, eu acordo todos os dias
46:42seis, sete horas da manhã,
46:43trabalho na Flix até o final do dia,
46:45às vezes até mais um pouco.
46:46À noite eu tô cansado,
46:49vou lá e resolvo umas coisas,
46:50vou ter reunião com a minha equipe
46:51de redes sociais de DJ,
46:53ou então vou ter reunião
46:54com alguém de gravadora,
46:55porque eu tô tentando
46:56lançar uma música lá.
46:57Se eu tô cansado,
46:58ou então vou no estúdio
46:59fazer partes da música
47:00que são um pouco menos
47:01inspiração
47:02e um pouco mais
47:03transpiração, né?
47:06E aí sábado de manhã
47:07é o dia legal pra tocar.
47:09Eu acho que o pessoal
47:09pensa engraçado,
47:10o cara virou DJ
47:11e o cara tá saindo
47:12direto na balada.
47:13Talvez até esteja pra tocar,
47:14mas tô aproveitando menos,
47:15muito menos
47:16que eu já aproveitei antes.
47:18Justamente porque
47:19no outro dia
47:19eu quero estar de pé,
47:20quero estar no estúdio,
47:20quero aproveitar meu dia.
47:22Ajuda também
47:23não estar casado
47:23nem com filhos, tá, Rodrigo?
47:25Com certeza, com certeza.
47:28Deixa eu te perguntar
47:28só mais uma coisinha
47:29pra gente terminar aqui.
47:31Em que
47:31essa coisa do DJ,
47:34da música,
47:35da arte
47:35ajuda
47:36na carreira executiva?
47:38Cara,
47:39eu esperei muito tempo
47:40de fazerem essa pergunta.
47:42Eu vou falar
47:42o que é diferente
47:44e o que é igual, tá?
47:45O que é diferente?
47:46Na arte,
47:47às vezes fazer
47:4810 vezes o tempo
47:49necessário
47:50pra executar uma tarefa
47:51pra sair de 99%
47:53pra 100%
47:54é o que faz
47:54o John Coltrane
47:55no jazz.
47:56É o que faz,
47:57enfim,
47:57o B.B. King
47:58no blues.
48:00É esses 10%
48:01a mais de ineficiência,
48:0210 vezes a mais
48:04de tempo
48:04de ineficiência
48:05que levam
48:05à perfeição,
48:06à semi-perfeição
48:07que fazem
48:07a música
48:08chegar na excelência.
48:10No negócio,
48:11não.
48:11É você fazer
48:1210 coisas
48:12a nota 9
48:14no tempo
48:15de fazer
48:151 a nota 10.
48:17Essa diferença
48:17entre produtividade
48:18e excelência
48:20na arte
48:20é uma coisa
48:21muito diferente.
48:22Eu gosto muito
48:23de trazer essa reflexão
48:23quando eu falo
48:24de arte,
48:24falo de negócio.
48:25Quando eu vou falar
48:26de negócio agora,
48:27e aí
48:29semelhanças,
48:30no mundo dos negócios
48:31a gente nem sempre
48:32tem a resposta
48:33para as perguntas
48:34que a gente consegue
48:35e às vezes
48:35tem até um quê
48:36de intuição.
48:37A gente tenta ter
48:37o máximo de dados
48:38possíveis,
48:38mas tem perguntas
48:40que a gente tem
48:40que responder rápido
48:41e tomar decisão
48:42sem todos os dados.
48:43E aí tem uma coisa
48:44quase que intuitiva.
48:45Isso me lembra
48:45de alguma forma,
48:46e eu não tenho
48:46explicação científica
48:47para isso,
48:48mas a intuição
48:49que eu tenho
48:49na hora de criar
48:50música.
48:50Isso é um negócio
48:51bem maluco
48:51e é até meio
48:52intangível
48:53para alguém de exatas,
48:54mas é uma sensação
48:55muito única
48:55que eu tenho.
48:56E isso é o que
48:57ajuda a solucionar
49:00problemas,
49:00é isso?
49:01É,
49:02eu acho que
49:02dados ajudam mais
49:04do que a intuição
49:04para resolver os problemas.
49:06Boas equipes,
49:07bem treinadas,
49:08bem remuneradas
49:09e que obviamente
49:09são bem reconhecidas,
49:11ajudam a resolver problemas.
49:12E ter um norte estratégico,
49:14saber onde você quer chegar
49:15ajuda a resolver problemas também.
49:17Mas de alguma forma,
49:18quando nada disso resolve,
49:20tem algum lugar
49:21de dentro
49:22que vem uma intuição
49:22que por algum motivo
49:23é parecida com a sensação
49:24que eu tenho
49:24quando eu estou
49:25dentro da arte.
49:26Perfeito, Edson.
49:27Muitíssimo obrigado
49:28por essa conversa.
49:30Queria ter mais tempo,
49:31mas infelizmente
49:31já estão me avisando aqui
49:32que eu não tenho.
49:34Se quiser deixar
49:35um último recado aí,
49:36por favor,
49:36fique à vontade
49:37e obrigado novamente.
49:38Rodrigo, excelente.
49:39Eu nunca tinha tido
49:40a oportunidade de falar
49:40sobre arte e negócios
49:42na mesma conversa,
49:43então é uma conversa
49:43muito única.
49:44Obrigado aí
49:45para todo mundo
49:45que está vendo
49:46o Sala Antagonista
49:46e obrigado a você
49:47pela oportunidade.
49:48Aliás, me diz,
49:48você falou que tem
49:49uma rede social,
49:50você tem um Instagram
49:51que é a sua carreira
49:52de...
49:54Como é que chega lá?
49:56Ed Lopes Music.
49:57Você coloca
49:57Ed Lopes,
49:58Ed Lopes com S e Music.
50:01Tudo junto.
50:01Tudo junto.
50:02Perfeito.
50:02Mas o importante mesmo
50:03para deixar
50:04é que os canais
50:04da Flixbus
50:05são o app
50:06e o site, tá?
50:07Então baixa lá
50:08o app da Flixbus
50:09e vê também o site
50:11flixbus.com.br
50:12que a gente está doido
50:13para levar você viajando.
50:14Perfeito.
50:15Sucesso aí
50:16nessa empreitada.
50:17Vamos lá.
50:17Muito obrigado
50:18mais uma vez.
50:18Obrigado, meu amigo.
50:19Bom, para você
50:20que acompanhou a gente
50:21nesse episódio
50:22do Salão Antagonista
50:23com o Edson Lopes
50:24lembre-se
50:24toda segunda-feira
50:25às 20 horas
50:26a gente tem um episódio
50:27novo do Salão Antagonista
50:28sempre com um convidado
50:30tão interessante
50:31às vezes não tanto
50:33quanto o Edson Lopes
50:34DJ, CEO
50:35da Flixbus
50:37que ele falou
50:38que o nome era difícil
50:39tá vendo ali?
50:41E que está tocando
50:42esse negócio
50:42que é uma gigante
50:43mundial aqui no Brasil
50:44também.
50:45Então toda segunda-feira
50:4620 horas
50:47um episódio novo
50:48do Salão Antagonista
50:49a gente se vê.
50:50Até lá.
50:50Até lá.
50:54E aí
50:55Tchau, tchau.
51:01Tchau, tchau.
51:02Tchau, tchau.

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