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00:00Só pra gente lembrar, ontem o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, o Nery Geller, ontem saiu a informação que ele teria sido, que ele teria deixado o cargo. Só que hoje foi publicada no Diário Oficial a exoneração, e não foi a exoneração a pedido, foi exoneração, ou seja, ele foi demitido.
00:21O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, tentou ali colocar panos quentes ontem, falou, não, houve uma saída negociada e tal, mas no final das contas, de fato, o Nery caiu.
00:32O governo federal ainda espera, ainda acredita que pode, que essa decisão da exoneração do Nery Geller poderia esvaziar o ânimo da oposição de fazê-la desistir da CPI do arroz, que hoje já tem aproximadamente 140 assinaturas.
00:50Deputado, primeiro, vai ter CPI ou não vai ter CPI? E segundo, como é que o senhor avalia esse processo de compra do arroz? O senhor, inclusive, é um dos críticos dessa iniciativa do governo federal.
01:05Bom, eu, na verdade, Wilson, me posicionei contrário no primeiro dia, tá? E ouvi do Ministério, do Ministro da Agricultura, que eu estava dizendo uma bobagem.
01:16Olha a palavra que ele usou para um parlamentar, tá? Já mostra perfeitamente como é que se lida com essa questão.
01:22disse para ele o seguinte, se vocês querem comprar arroz e querem subsidiar para controlar o consumo, o que vocês não fazem na cenoura, na cebola, em outros produtos, na batata, que subiu mais de 20%, isso ninguém fala.
01:35Vocês querem falar do arroz, porque o produtor de arroz do Rio Grande do Sul, na grande maioria, vota contra o governo e vocês, na verdade, estão fazendo, aproveitando a oportunidade para fazer uma vingança.
01:44Deve ser, porque não tem outro motivo. Porque se quiser comprar arroz, é simples. Desde que nós importamos carne de Chernobyl, nunca mais o Estado brasileiro comprou nada e vendeu.
01:56O Estado não é supermercado. O que ele faz? Ele interfere no mercado, tira a líquida para facilitar a importação, e aí o mercado, por si, só importa a mercadoria para contrapor o preço.
02:06E há preço. É controle. Um mecanismo de Estado absolutamente legítimo.
02:11Neste caso, se o governo quer comprar, compra arroz nosso.
02:15Não, mas o Rio Grande do Sul, que vai ter perda de safra, disse daquilo que alguém lhe falou.
02:20Amigo, dentro do governo tem a Conab, no Rio Grande do Sul tem o Irga e a Emater, que tem os números do arroz.
02:26Nós perdemos 6% da colheta, que ficou embaixo d'água, mas a nossa produtividade neste ano foi muito melhor.
02:33Nós já cumpriamos uma grande safra.
02:34Então, nós temos em torno de 11 milhões de toneladas e o nosso consumo é 11 milhões de toneladas.
02:39normalmente importamos 2 milhões de toneladas e exportamos 2 milhões, que também é uma questão de mercado.
02:46Se quer comprar, compra esses milhões de toneladas lá do Rio Grande do Sul.
02:51Ajuda o Estado que está em catástrofe e compra, e faz controle de preço se é que isso é necessário.
02:57Mas isso não era absolutamente necessário.
02:59O que eu não sabia, mesmo completamente indignado por perceber que os produtores de arroz bragaúchos foram apunhalados pelas costas em plena catástrofe,
03:09mas eu não sabia é que o leilão era uma grande maracutaia.
03:13E aí, soltaram o Neri sem paraquedas no 18º andar do edifício.
03:18Como se ele fosse o único responsável por isso.
03:21É o bode expiatório.
03:22É claro que não é.
03:24Para alguém conseguir comprar essa quantidade de arroz, só tem três participantes do processo.
03:30Com certeza, outros que queriam participar foram afastados com proposta, com promessa de lucro fácil.
03:36Uma sorveteria, quem aluga a máquina, uma empresa de queijo do Amapá, com 80 mil de capital registrado,
03:46arremata esse volume gigantesco.
03:48Isso é um escândalo.
03:50E agora querem dizer que o presidente da FUNAI não tem nada a ver com isso?
03:53Ele não sabia?
03:54Mas que anjo, que beleza.
03:57O pessoal da FUNAI, internamente, ninguém sabia disso.
04:01Pois é.
04:02Nós vamos certamente continuar assinando.
04:03Nós assinamos a CPI, nós queremos a CPI,
04:06mas tem outros meios de investigar.
04:08E nós vamos investigar, porque não tem só isso, viu, na Conab.
04:12Tem também produto chegando no Rio Grande do Sul
04:15e gente do PT dizendo que foi orientado pelo Pimenta
04:19para poder fazer campanha eleitoral.
04:21Produto que seria para as pessoas das enchentes, das cheias
04:24e que estão acabando na mão de candidatos a prefeito
04:27fazendo campanha e dando recurso para quilombolas,
04:30dando recurso para sem terra,
04:32dando mercadoria, comida para sem terra, vindo daí.
04:36E isso não é justo.
04:37Então nós vamos investigar tudo.
04:38É preciso investigar.
04:40Então isso será, com certeza, o nosso propósito.
04:43Se alguém pensou que jogando o Neri às feras estava livre,
04:47se enganou.
04:48Nós não queremos que essa coisa se repita
04:50e não pode ter numa empresa pública, como a Conab,
04:53que tem grande tradição,
04:55a possibilidade de ter um leilão
04:57em que três empresas de fundo digital participam
05:00para ganhar um leilão desse tamanho.
05:03Agora, deputado, o senhor faz uma acusação que ela é grave, né?
05:08Quer dizer, ou seja, o governo Lula já estava de olho
05:10na eleição desse ano e queria utilizar produtos
05:12como itens para impulsionar candidaturas.
05:16É isso mesmo, deputado?
05:17Ué, quem narrou isso, não fui eu.
05:21Foi o candidato a prefeito de Palmares do Sul
05:23que fez a narrativa dizendo que esses produtos
05:26foram passados, orientados pelo Paulo Pimenta.
05:29É palavras dele.
05:31Recursos que vão para os municípios
05:32têm que chegar na prefeitura.
05:34E a prefeitura que tem o cadastro dos beneficiados,
05:36é ela que tem que passar.
05:37Não tem que passar num lugar onde tem uma igreja
05:40que depois até rápido saiu do achocolatado
05:44que ia ser distribuído.
05:45Tinha o nome das pessoas.
05:47Quem diz?
05:48Um delegado e três promotores
05:50estão lá com a investigação desse processo.
05:53O nome das pessoas que eram beneficiadas
05:55e nenhuma delas estava no período de enchentes.
05:57Não estou dizendo que os quilombolas não mereçam,
05:59não estou dizendo que nada, absolutamente.
06:00Estou dizendo que nós estamos tratando de flagelados
06:03por daí da enchente, da catástrofe,
06:05e essas pessoas beneficiadas, pelo menos naquele lugar,
06:08não eram.
06:08E temos notícias que tem em outros lugares
06:11dessa operação semelhante.
06:13Então tem que ter investigação.
06:14Esse é o nosso papel.
06:16Rodrigo Oliveira.
06:22Tem o microfone, Rodrigo.
06:25Desculpa, estava com o microfone.
06:26Agora sim, vamos lá.
06:28Perfeito, a gente fecha.
06:29Vamos lá.
06:29Deputado, só uma questãozinha, a última só.
06:31Só para entender isso,
06:33porque o governo, o Paulo Pimenta e o Fávaro,
06:36tem dito que eles suspenderam esse leilão,
06:41mas que eles vão retomar o leilão em breve.
06:46Agora, eu queria saber se está claro isso,
06:49que isso prejudica o agricultor gaúcho.
06:52Como é que...
06:54Vou te explicar como é que funciona esse processo.
06:57Cada vez que tu interfere no mercado,
06:59tu estabelece o seguinte,
07:00o arroz que está na indústria hoje,
07:03ele foi comprado por um preço maior do que esse
07:05que o governo vai ofertar.
07:06Aliás, o governo vai comprar arroz por cinco
07:08e vender por quatro.
07:10Ele vai subsidiar.
07:12Se ele fizer esse leilão, vai ser isso.
07:14O que acontece lá?
07:15A indústria vai ficar com o arroz estocado
07:17porque ela não pode vender por esse preço.
07:19Ela comprou mais caro.
07:20O nosso produtor de arroz não pode plantar arroz
07:23na próxima safra
07:25porque o custo de produção dele é maior do que esse.
07:28O que significa dizer que na próxima safra
07:30nós teremos três ou quatro milhões de toneladas
07:32a menos produzidas
07:33porque ninguém vai correr o risco
07:35de plantar arroz
07:36e depois ter o preço tabelado pelo governo.
07:39Nada mais é tabelado que só o arroz.
07:41Então, ele não planta.
07:42Não plantando,
07:43nós vamos ter que importar, então,
07:44quatro ou cinco milhões de toneladas de arroz,
07:47mil toneladas de arroz
07:48para botar no país.
07:49Quatro ou cinco milhões.
07:50É isso que vai acontecer.
07:51O que aconteceu em Cuba?
07:52O que aconteceu na Venezuela?
07:54O que aconteceu em todos os países
07:55onde a interferência do Estado inventou de ser supermercado?
07:58Eu compro e vendo o produto.
08:00Ele imediatamente tira a concorrência de mercado,
08:04as pessoas não conseguem mais plantar
08:05porque não têm confiança,
08:07ao invés de plantar arroz,
08:08vai plantar soja, plantar milho,
08:09plantar qualquer outra coisa,
08:10ou criar boi.
08:11Não planta arroz
08:12e aí nós vamos ter falta de arroz no ano seguinte.
08:14Quebra uma cadeia produtiva inteira
08:16e transforma o país
08:18num dependente da importação
08:20pagando o olho da cara.

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