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  • anteontem
A crise em torno dos dividendos extras da Petrobras, que não foram pagos por interferência do presidente Lula na estatal, mascarou um contrato em que a petroleira se dispôs a perder quase meio bilhão de reais em oito meses para salvar a Unigel, fabricante de fertilizantes, da bancarrota.
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Transcrição
00:00O Sala Antagonista, que eu já acompanhei,
00:04ele mostra algo muito interessante.
00:06Porque, no geral, os teus entrevistados, Rodrigo,
00:10eles mostram uma coisa.
00:13Com trabalho duro, humildade, perseverança,
00:17e o principal, com correção, você chega longe.
00:24Estou certo?
00:27É o que a gente tem visto lá, pelo menos por enquanto.
00:29A gente tem visto em via de regra.
00:32Só que o que acontece?
00:33Eu estou falando de empresas privadas.
00:36Só que quando você mete uma pontinha de interferência pública,
00:44acontece coisas como essa.
00:46Matheus, solta, por gentileza, o tweet do Jean Paul Pratt, da Petrobras,
00:51falando sobre, confirmando aquilo que todos nós já sabíamos,
00:55que é a tal da interferência do Lula na Petrobras.
01:00O mercado ficou nervoso esperando dividendos,
01:03cuja decisão foi meramente de adiamento e reserva.
01:07Falar em intervenção na Petrobras é querer criar dissidências,
01:12especulação e desinformação.
01:15É preciso, de uma vez por todas,
01:17compreender que a Petrobras é uma corporação de capital misto,
01:21controlada pelo Estado brasileiro.
01:23E que este controle é exercido legitimamente
01:27pela maioria do seu conselho de administração.
01:31Isso não pode ser apontado como intervenção.
01:34É o exercício soberano dos representantes do controle da empresa.
01:39É legítimo que o conselho de administração
01:43se posicione orientado pelo presidente da República.
01:48Essa frase eu vou reforçar.
01:51É legítimo que o conselho de administração
01:54se posicione orientado pelo presidente da República
01:58e pelos seus auxiliares diretos, que são os ministros.
02:03Foi exatamente isso o que ocorreu em relação à decisão
02:06sobre os dividendos extraordinários.
02:08Traz para cá, Matheus.
02:10Porque é o seguinte,
02:11não tem intervenção,
02:14mas depende da anuência do presidente da República.
02:18O que está certo, Rodrigo?
02:22Vamos lá, eu vou tentar colocar um pouco de panos quentes.
02:25Não é passar pano para ninguém, viu, gente?
02:27Fiquem calmos.
02:28Mas vou colocar um pouquinho de panos quentes
02:29para a gente tentar entender melhor essa situação.
02:33Como sempre eu digo,
02:35como Aristóteles dizia,
02:37a virtude está no meio.
02:39Nem tão lá, nem tão cá.
02:41O que acontece?
02:41O Prat está correto quando ele fala,
02:44olha, a Petrobras é do Estado brasileiro,
02:50o governo de plantão agora,
02:51que vai ditar as diretrizes.
02:55Muito bem, quem investe na Petrobras
02:57sabe desse risco, correto?
03:00Desse risco de que o governo vá usar a empresa
03:03para algum outro fim que não,
03:07fazer com que a empresa gere mais lucro.
03:09Isso é, como se diz,
03:13isso é ok, é do jogo,
03:15e é assim que funciona.
03:17Então, o Prat está correto quando fala isso,
03:19mas ele não está correto
03:21quando ele diz que não há intervenção na Petrobras.
03:25Ninguém espera que o presidente da República
03:27vá gerir também a Petrobras,
03:31assim como a gente não espera
03:32que ele vá ser ministro de qualquer coisa,
03:34e sim que ele vá dar diretrizes gerais.
03:39Definir como será utilizado o lucro da Petrobras
03:43deveria ser uma função da diretoria da Petrobras,
03:49do nosso querido João Paul Prats,
03:51que com esse tweet tenta se desculpar a Lula
03:54porque ficou meio queimado no Palácio do Planalto,
03:57porque na decisão do Conselho de Administração
04:01de não pagar os dividendos agora,
04:04ele se absteve,
04:06e isso foi visto pelo presidente, obviamente,
04:09como falta de lealdade.
04:12Na verdade, ele sabia,
04:14provavelmente ele imaginava
04:15que isso ia dar muito pano para a manga
04:18e tentou ficar de fora do jogo.
04:21Isso, obviamente, não acontece,
04:22e aí ele tem que pedir desculpa,
04:24falar que os ministros têm que se meter,
04:26que o Lula tem que se meter,
04:28e que ele está lá,
04:29ele é a famosa rainha da Inglaterra
04:32com salários milionários
04:34e bônus milionários também.
04:37Muito bem, dito isso tudo,
04:39vamos voltar aqui à parte racional desse negócio.
04:43Para que serve a Petrobras?
04:46A Petrobras serve para produzir combustível, etc.
04:50Muito bem, por que o Estado
04:52tem que ser dono da Petrobras?
04:54Essa é uma discussão que vai longe,
04:55vai ter gente que acredita que gasolina
04:57é, como é que se fala,
05:00é estratégico,
05:01então a gente não pode deixar na mão
05:02de empresas privadas, é isso, né?
05:05Assim como tem gente que acredita
05:07que os Correios são estratégicos, né?
05:10Entregar carta é estratégico
05:12na era do e-mail.
05:14Mas eu não vou discutir isso agora,
05:16o fato é que o governo é o dono,
05:20é a maior participação acionária,
05:22é o acionista majoritário,
05:24então ele manda e desmanda
05:25na Petrobras,
05:27conforme algumas leis
05:29que também se atrapalharem muito,
05:31a gente muda,
05:32não é isso, Jean Paul Prats?
05:33A gente já fez isso,
05:34inclusive, lá no finalzinho do ano passado,
05:37quando mudou a lei,
05:37inclusive,
05:39para fazer esse fundo de reserva
05:41que vai adiar aí o pagamento
05:42dos dividendos extraordinários.
05:44O que também está errado
05:46o nosso querido Jean Paul Prats
05:49e o governo em geral
05:50e a nossa querida Glaze Hoffman,
05:52que também andou falando por aí,
05:53como sempre,
05:54ela nunca me decepciona,
05:55eu sempre acompanho
05:56os tweets da Glaze Hoffman
05:59que eu acho extremamente cômico
06:01e extremamente divertido.
06:04Mas o que eles não estão corretos é
06:06ah, perder 10% de valor de mercado
06:10não quer dizer nada
06:11e isso é grita
06:15do mercado financeiro.
06:17Não, não é.
06:18O que acontece?
06:19A Petrobras estava precificada
06:22para entregar esses dividendos.
06:26Então, quem estava apostando na empresa,
06:29quem estava comprando ações da empresa,
06:32imaginava que ia receber esses dividendos.
06:34Chegou agora e descobriu que não,
06:36não é bem assim,
06:38você não vai receber nada.
06:39E o que ele faz?
06:40Pô, estou num negócio errado,
06:41não era isso que eu queria.
06:42E ele vai embora.
06:44Quando vai um monte de gente embora
06:46e a porta é pequena,
06:47vai oferecendo um precinho menor
06:50para poder sair logo.
06:51E aí se perde 55 bilhões de reais
06:55em valor de mercado.
06:56Então, é isso que está acontecendo
06:58com os dividendos da Petrobras.
07:01Wilson, posso te emendar aqui rapidinho
07:03um outro assunto?
07:04Pode, pode, pode.
07:07Que é justamente essa pergunta aí
07:09do Fernando Arruda.
07:10E a Unigel?
07:11E a Unigel?
07:13Bom, quem nunca ouviu falar da Unigel?
07:15A Unigel é da família de um bilionário belga brasileiro.
07:20Isso, um sobrenome complicado,
07:22que eu não vou nem tentar falar agora.
07:24Mas ela produz fertilizantes
07:26e arrendou duas unidades de fertilizantes da Petrobras
07:30na Bahia, em Sergipe.
07:31Se não me falha a memória,
07:32se não me falha a memória,
07:32é Camassari,
07:34eu acho que eu anotei aqui,
07:35Laranjeiras,
07:36para produzir fertilizante.
07:41E o negócio deu ruim.
07:44Não estava dando certo,
07:45ela não conseguia pagar o gás,
07:46porque o preço fertilizante caiu,
07:48da ureia caiu,
07:49e o preço do gás utilizado lá nas caldeiras e etc.
07:54Subiu.
07:55Muito bem.
07:55A Petrobras sugeriu, então,
07:58estranhamente,
07:59um negócio que o TCU
08:00acha que não faz muito sentido,
08:03que é um contrato em que ela troca o gás
08:06pelo fertilizante.
08:07Lembre-se que eu acabei de falar,
08:09o preço do fertilizante caiu
08:10e o gás subiu.
08:13O TCU,
08:13imagina que isso pode gerar um prejuízo
08:16de mais ou menos
08:17500 milhões de reais para a Petrobras.
08:22O negócio está parado,
08:23a Unigel está em vias de entrar
08:26com o pedido de recuperação judicial,
08:28está tentando negociar com debenturistas,
08:30aliás, o valor está muito parecido
08:31de 500 milhões,
08:32mas não tem nada a ver uma coisa com a outra,
08:33tentando se agarrar o governo,
08:39não sei se é o governo,
08:40alguém tentando dar essa ajudinha,
08:43pelo menos na visão do TCU,
08:45que pode causar aí
08:46um prejuízo de 500 milhões para a Petrobras.
08:49Mas você vai pensar,
08:50mas 500 milhões não é nada, né?
08:53Tem 40 bilhões guardados lá,
08:55que era para ser distribuído em dividendo
08:57e nem foi,
08:58então 500 milhões pode dar aí
08:59para quem quiser,
09:00para ajudar essa empresa
09:02a continuar gerando emprego,
09:03aí você inventa a história
09:05que lhe aprovou.
09:07Mas o fato é que o TCU acha
09:09que isso não faz sentido
09:10por vários motivos.
09:11Um dos motivos é que o contrato
09:12está assinado por um diretor somente,
09:15o que é estranho,
09:16e também não segue exatamente
09:19as normas da Petrobras,
09:20segundo o TCU,
09:22por um diretor e por um gerente
09:24que é subordinado ao diretor.
09:27Portanto, também não faz muito sentido.
09:31O fato é que a Petrobras também
09:32tem que dar uma olhadinha nesse negócio.
09:35E o que assusta o investidor?
09:37É porque isso tem cheiro de passado.
09:42E no passado,
09:43a Petrobras deu prejuízo,
09:45se endividou,
09:47as pampas virou a empresa
09:48mais endividada do mundo
09:51e acabou afastando os investidores
09:53por muito tempo.
09:55Nós conseguimos retomar investimentos
09:57nos últimos anos,
10:00mas parece que talvez
10:02enfrentemos aí momentos
10:03um pouco mais complicados.
10:07E tem algo nessa crônica
10:11de uma morte anunciada
10:13ou crônica de um...
10:15Não vou falar morte
10:18porque acho que é um termo
10:19muito pesado,
10:20mas é uma crônica
10:22de um fracasso anunciado
10:23de um filme que nós já vimos.
10:25Assim, me parece que o roteiro
10:26é o mesmo.
10:27E o que eu acho impressionante
10:28e inacreditável
10:30é que você repete os mesmos erros.
10:33Assim, sabe?
10:35Sabe aquela...
10:36Parece que é aquele cidadão
10:38que sabe...
10:40Ah, eu vou sair de um ponto A
10:41para um ponto B.
10:42ao invés do camarada
10:43pegar um caminho
10:44de uma estrada
10:45que está recém-reformada
10:46lindamente,
10:48uma estrada sem buracos
10:50para não danificar o carro,
10:52o camarada faz questão
10:53de pegar a mesma estrada
10:55esburacada
10:57com problemas
10:58para arrebentar o carro dele.
11:00Entendeu?
11:00O problema é que
11:01os passageiros somos nós.
11:04Esse é o problema.
11:06E, assim,
11:07o que eu acho impressionante
11:08é essa insistência
11:09da administração Lula
11:12em cometer
11:13os mesmos erros.
11:16Já diria
11:16aquele ditado popular, né, Rodrigo?
11:19Errar é humano,
11:20mas insistir no erro
11:22ou é burrice
11:23ou é má-fé.
11:24Eu tenho minhas dúvidas
11:26aonde vai a diferença.
11:28Se, nesse caso,
11:29é burrice
11:30ou se é má-fé.
11:34É,
11:34isso é difícil
11:36de saber mesmo, né?
11:37O fato é que
11:38as coincidências
11:41são muitas, né?
11:43E aí,
11:43eu sempre fico
11:44com aquela coisa,
11:45eu não acredito
11:45nas bruxas,
11:47mas que elas existem.
11:48Ah, existem, né?
11:50É estranho
11:51você ver toda essa...
11:52A gente
11:52falava sobre isso,
11:54fizemos uma capa
11:55de uma cruzoé
11:56com esse tema,
11:58a gente já falou
11:59isso aqui no Antagonista
12:00repetidas vezes, né?
12:02que o Brasil
12:03parece
12:04estar voltando
12:06às velhas práticas
12:07e me preocupa,
12:08eu já falei,
12:09já externei isso
12:09algumas vezes,
12:11que com a queda
12:11de popularidade
12:12do presidente Lula,
12:14ele se agarre
12:16a essas ideias
12:17ultrapassadas
12:18e antigas,
12:19uma vez que ele está
12:20cercado apenas
12:21de pessoas
12:22que estão lá
12:23para aplaudi-lo.
12:25Então,
12:25não há ninguém
12:26que possa discutir
12:27com ele,
12:28afinal de contas,
12:28ele também
12:29não parece ser
12:30muito afeito
12:31a ouvir
12:32divergências,
12:33é o que ele decidiu
12:35e pronto,
12:36e aí assim
12:36fica difícil
12:38de a gente
12:38não entrar
12:39novamente
12:40numa crise
12:41como foi
12:42aquela criada
12:43pela nossa querida
12:44Dilma Rousseff
12:45lá em 2015-16.
13:01E aí
13:06E aí

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