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Após a operação da Polícia Federal que mirou Bolsonaro e aliados do ex-presidente, o senador Hamilton Mourão, do Republicanos, afirmou que comandantes da Forças Armadas não podem se omitir.
"Não vivemos em regimes totalitários, mas estamos caminhando para isso. No caso das Forças Armadas, os seus comandantes não podem se omitir perante a condução arbitrária de processos ilegais que atingem seus integrantes, ao largo da Justiça", disse Mourão, que foi vice de Bolsonaro.
"Nem Hitler ousou isso no começo de sua ascensão ao poder, limpando a área naquilo que ficou conhecido como o caso Fritz, que foi a demissão do então chefe do Estado-maior do Exército alemão", acrescentou o senador.
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"Não vivemos em regimes totalitários, mas estamos caminhando para isso. No caso das Forças Armadas, os seus comandantes não podem se omitir perante a condução arbitrária de processos ilegais que atingem seus integrantes, ao largo da Justiça", disse Mourão, que foi vice de Bolsonaro.
"Nem Hitler ousou isso no começo de sua ascensão ao poder, limpando a área naquilo que ficou conhecido como o caso Fritz, que foi a demissão do então chefe do Estado-maior do Exército alemão", acrescentou o senador.
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NotíciasTranscrição
00:00Agora vem ele, Hamilton Mourão, que foi vice de Bolsonaro. Mourão afirmou em discurso no Senado que comandantes das Forças Armadas não podem se omitir. E aí, claro, já há iniciativa de partidos de esquerda para que a PGR investigue essa fala.
00:18Enfim, faça alguma coisa contra o Mourão porque ele estaria incitando um golpe. É uma declaração que, obviamente, dá margem a muitas interpretações. Então vamos assistir porque esse programa zela pelas fontes primárias. Pode rodar.
00:36Nenhuma, e aqui eu deixo claro, nenhuma suposta ameaça ao Estado Democrático de Direito justifica tal devassa persecutória ao arrepio da lei. Não vivemos na União Soviética, não vivemos na China comunista, não vivemos em regimes totalitários.
01:02Mas estamos caminhando para isso. No caso das Forças Armadas, os seus comandantes não podem se omitir perante a condução arbitrária de processos ilegais que atingem seus integrantes ao largo da Justiça Militar.
01:20Existem oficiais da ativa sendo atingidos por supostos delitos, inclusive oficiais generais. Não há o que justifique a omissão da Justiça Militar.
01:33Destaco aqui, Sr. Presidente, nem Hitler ousou isso no começo de sua ascensão ao poder, limpando a área naquilo que ficou conhecido como o caso Fritz,
01:48que foi a demissão do então chefe do Estado-Maior do Exército Alemão.
01:53Olha, essa analogia realmente é lamentável. Toda vez que no debate político brasileiro se faz comparações com Hitler,
02:06é difícil encontrar alguma vez que tenha realmente alguma substância.
02:11Eles banalizam aquilo que foi o nazismo, aquilo que foi o maior horror da história humana.
02:17Milhões de judeus colocados na Câmara de Gás para morrer sob asfixia, depois de eles próprios, muitos deles,
02:25carregarem cadáveres de pessoas que morreram por asfixia na Câmara de Gás até a vala.
02:31Então o sujeito carrega o cadáver para levar ali até a vala, depois volta para ele próprio ser asfixiado.
02:38Inclusive mulheres, inclusive crianças.
02:40Então assim, há uma barbaridade que diante de uma operação policial contra a gente que falava esse tipo de barbaridade
02:49que a gente mostrou aqui, se faça uma comparação tão rasteira.
02:54Eu sei que ele falou sobre o começo da carreira do Hitler, etc.
02:59No fundo, serve o quê? Como um pano para Hitler.
03:02Nem o Hitler fez o que o Alexandre de Moraes está fazendo.
03:07Nem o Hitler ousou fazer isso.
03:09Olha o Alexandre de Moraes, ele pode ter e tem um monte de defeitos e cometeu um monte de abusos que a gente aponta aqui.
03:16Agora ele não exterminou seis milhões de judeus.
03:19Então vamos parar de banalizar o que aconteceu com as vítimas do Holocausto.
03:25Isso é uma lacração de rede social completamente despropositada.
03:31Em relação à declaração anterior, é perfeitamente legítimo que se aponte, que se argumente
03:39que certos casos devem correr, devem tramitar na justiça militar, etc.
03:45A gente está vendo aí um político, de um modo rasteiro, claro, passando pano para os alvos de uma operação.
03:51Seis mil sai exatamente o que foi dito contra eles.
03:54Não sei se o Mourão realmente leu as 135 páginas da decisão do Moraes, com o relatório da Polícia Federal,
04:02o parecer da PGR.
04:04Mas ele está ali no palanque fazendo a sua alegação.
04:09Acho que falar que os comandantes não podem se omitir é dar margem para mil e uma interpretações
04:18de que ele está pregando um golpe de Estado.
04:20Quando a gente vê ali, depois ele vai especificando um pouco mais, falando da justiça militar, etc.,
04:28querendo que, obviamente, os militares julguem os colegas dele de exército que estão sendo alvos dessa operação.
04:36Mas me parece que, no todo, não é um discurso muito bacana, hein, Greta?
04:44O microfone.
04:46Opa! Opa!
04:49Não, não, o discurso não é um pouco bacana.
04:51Era isso que eu estava dizendo.
04:55Existe um entendimento, já, que o fato de você ser militar
05:00não te dá o direito de ser julgado em qualquer coisa que você faça na sua vida como militar.
05:06Você, porque entrou para o exército, ou para a aeronáutica, ou para a marinha,
05:12você, se atropelar uma pessoa, não vai ser julgado na justiça militar.
05:19Você vai ser julgado na justiça comum.
05:22Então, não dá para fazer essa reserva de competência para os militares,
05:32inclusive da ativa, que foram pegos nessa trama que a Polícia Federal começou a desvendar.
05:40O militar da ativa, principal que apareceu hoje,
05:47é o comandante, que eu já mencionei no começo do programa,
05:51o comandante das Forças Especiais lá, dos Quides Pretos.
05:55Eles se chamam Estevam Teófilo.
05:59O Alexandre de Moraes suspendeu ele das suas funções.
06:05Foi suspenso.
06:08Não perdeu a carreira, nem nada disso.
06:13Está suspenso neste momento.
06:16Certo?
06:17Bom, o que eu acho é o seguinte.
06:20Se ele aparece, de fato, tramando com o Bolsonaro,
06:24topando entrar para o golpe de Estado do Bolsonaro,
06:27e é isso que está narrado numa mensagem do Cid,
06:33segundo o Cid, o general Estevam falou,
06:36eu topo entrar para o seu golpe se você assinar o documento.
06:40Então, é um crime, me parece,
06:44que tem aí as características que permitem que ele seja julgado
06:49pelos crimes de atentado contra o Estado de Direito,
06:52atentado contra o Estado Democrático de Direito e tudo mais,
06:56e tentativa de golpe de Estado,
06:58que não são crimes que são julgados pela Justiça Militar.
07:03Então, eu não acho que é absurdo nenhum
07:05ele ser incluído no processo.
07:08Me desculpe, senador Hamilton Mourão,
07:10não há absurdo nisso.
07:12Eu acho que a Justiça Militar
07:15deveria olhar para o general Estevam
07:17e para outros militares que foram flagrados nessa história
07:21e realmente se manifestar em repúdio ao que eles fizeram.
07:26É o momento dos militares romperem o silêncio que eles adotaram,
07:33desde que esse bafafá todo começou,
07:36e não apenas fazer o certo.
07:39Eles fizeram o certo, de maneira geral,
07:41eles se recusaram a embarcar nesse barco furado
07:45que era o golpe do Bolsonaro.
07:47Eles falaram, opa, comigo não.
07:48Vão vocês, que são malucos.
07:50A gente vai ficar por aqui.
07:51Eles fizeram o certo.
07:53Mas eu concordo, agora que as coisas estão vindo à tona,
07:56com tanta clareza,
07:57era hora deles dizerem o certo também.
08:01Então, eu concordo com Hamilton Mourão,
08:03mas não no sentido que ele queria que eu concordasse.
08:06Em outro, a Justiça Militar deveria processar esses caras,
08:11porque eles, de certa forma, também romperam os códigos militares.
08:15Eles estão pisoteando a ordem,
08:20eles estão pisoteando a bandeira, a Constituição,
08:23que eles juraram proteger também.
08:26Estavam querendo rasgar tudo, pisar em tudo.
08:29Então, a Justiça Militar também deve se manifestar e processar esses caras.
08:34Mas devem ser processados duas vezes.
08:38Pelos crimes da Justiça comum
08:40e pelos crimes que, eventualmente,
08:43eles possam ter cometido segundo a ótica militar.
08:46O que eu acho que não dá
08:47é para livrar a cara deles
08:49só porque são militares.
08:53Fez caca, tem que pagar.
08:56Maravilha.
08:57A gente já estourou aqui o tempo,
09:00já são oito horas,
09:01a gente continua com a audiência fiel.
09:04Mas a gente vai precisar agilizar um pouco mais os comentários
09:07nessa fase final do programa para dar tempo.
09:09Mas, Madá, pergunto a você e informa o público.
09:12A Madá chegou de Israel.
09:14Ela fez ali toda uma peregrinação,
09:18toda uma reportagem
09:20a respeito de tudo que está acontecendo lá na faixa de Gaza,
09:24mas conversou com um monte de gente.
09:26O Holocausto ainda é uma memória viva
09:29e voltou a ser mais ainda
09:31depois do ataque do Hamas em território israeliano.
09:34e aí você chega no Brasil
09:37e vê uma comparação como essa.
09:40E o outro aspecto para você comentar também
09:42é que existe um corporativismo militar do Hamilton Mourão?
09:47O militar sempre tem o corporativismo.
09:50Existe uma briga antiga dentro do poder judiciário
09:53para se extinguir esse sistema de justiça militar
09:57que a gente tem no Brasil
09:58porque ele não é um sistema de corte marcial
10:01como você tem em outros países.
10:04Ele é uma coisa
10:05que não julga crimes militares exatamente.
10:11Então ele é mais amplo,
10:12ele dá uma certa guarida para o militar.
10:14É exatamente pela existência desse sistema
10:16que a gente tem em circulação e com poder
10:19general Helene Jair Bolsonaro
10:20até hoje.
10:22Porque não foram cortadas as asinhas lá
10:25quarenta e tantos anos atrás
10:27quando deviam ter cortado essas asinhas.
10:29É corporativismo.
10:31Agora, quando a gente vê a discussão política brasileira,
10:35gente, é o seguinte,
10:36o que é do lado que a pessoa gosta
10:37eles comparam com Jesus.
10:39Sempre tem um condenado
10:42para vir falar para você
10:43se fosse com Jesus
10:45você estaria defendendo os fariseus
10:48para comparar o político deles a Jesus.
10:51E aí vem o outro
10:52para comparar o outro lado a Hitler.
10:56E assim prosseguimos, né?
10:58Assim prosseguimos.
11:00São coisas cruéis
11:02porque assim,
11:02comparar um político a Jesus
11:04é um sacrilégio enorme
11:06e é querer fazer de Jesus
11:09na maior parte das vezes um canalha.
11:11E você,
11:13essa coisa de comparar tudo a Hitler
11:15a mim incomoda
11:17porque ela está na gênese
11:19de um discurso antissemita
11:20que a gente tem visto
11:22com muita força aqui no Brasil.
11:25Porque se tudo
11:26é comparável ao que Hitler fez
11:29então o que ele fez
11:30passa a ser uma coisa pequena.
11:32Se o Alexandre de Moraes
11:34é tipo o Hitler
11:35então o Hitler não é tão ruimzinho, né?
11:38E isso vai ficando
11:40na cabeça das pessoas.
11:41É uma conversa que vai pegando,
11:43vai pegando, vai pegando
11:44e a gente está vendo
11:45manifestações vivas
11:47de antissemitismo na sociedade
11:49e sem um contraponto
11:52à altura
11:53por parte de muita gente
11:54que tem microfone, né?
11:57Enfim,
11:57eu acho que essa é uma questão
11:59que a gente tem de abrir o olho.
12:01E aí
12:06E aí
12:06E aí
12:07E aí
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