O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, justificou que o déficit histórico no ano passado se deve, segundo palavras dele, a um “calote” do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. - Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo... e muito mais. Link do canal:
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00:00E para a surpresa de zero pessoas, inclusive, desde que vos fala, Fernanda Haddad justificou que o déficit histórico no ano passado se deve a um, digamos que calote, do governo Jair Bolsonaro.
00:12O déficit fiscal, em 2023, foi o segundo pior da série histórica, iniciada em 1997. O saldo negativo só não foi pior do que em 2020, primeiro ano da pandemia de Covid.
00:24A Haddad, no entanto, disse que isso foi um problema do pagamento dos precatórios atrasados deixados pelo governo Jair Bolsonaro.
00:33Vamos colocar arte aí, ô Matheus. Tá aí.
00:36Esse resultado é a expressão de uma decisão que o governo tomou de pagar o calote, que foi dado tanto em precatórios quanto nos governadores em relação ao ICMS sobre combustíveis.
00:45Deste 230 bilhões, praticamente metade é o pagamento de dívida do governo anterior. Traz pra cá.
00:54Meu querido Rodrigo Oliveira, rei de Sucupira, o homem que mais entende de números dessa redação.
01:04Metade do meu coração até defende o Haddad, porque de fato houve um pagamento de precatórios.
01:10Mas a outra metade tem que falar o seguinte, ô cara pálida, isso aí quem decidiu foi vocês, né?
01:15Não dá pra colocar também tudo no colo do governo anterior, não é?
01:18É isso, e na verdade é uma estratégia, não só pra colocar a culpa no governo passado, mas também pra adiantar despesas, né?
01:27O Haddad tá falando ali que são 90 bi, foram 92 bi de precatórios,
01:33e também tem mais 20 e poucos bi de restituição de ICMS perdido pelos estados com aquela mudança que teve na cobrança de ICMS nos combustíveis.
01:49Então, assim, é uma meia-verdade, né?
01:53Porque se você parar pra ver, as despesas continuam subindo muito, né?
01:58A gente tem, por exemplo, esse aumento do salário mínimo, o aumento real do salário mínimo,
02:04eu tinha que comentar aqui também, ele tem um impacto muito forte na Previdência, né?
02:10A Previdência Pública tem ali o mínimo que ela paga, é o salário mínimo, e muita gente tá no salário mínimo.
02:15Quando você aumenta o salário mínimo, você contrata uma despesa para a eternidade.
02:21Então, isso, e ninguém aqui tá falando que o salário mínimo não tem que subir.
02:25O problema é o seguinte, eu não posso aumentar a mesada da minha filha se eu não estou ganhando mais,
02:31ou se as contas, as despesas não diminuíram.
02:34Eu posso fazer alguns acordos, olha, vamos cortar aqui a Netflix, que é 30 reais, e aí eu coloco o 30 na tua mão, beleza?
02:43Eu não assisto esse negócio mesmo, então fica pra você aí, quem assiste é você, você faz a troca.
02:48Se você quiser, inclusive, pegar os 30 e recontratar a Netflix, você faz.
02:52O problema é o seguinte, voltando ao orçamento público, é, existe uma necessidade de controle de despesas.
03:00Esse precatório, com precatório, com ICMS e com despesas, se você tirar precatório de despesas, você fica com 111 bi de déficit.
03:10Não é um dos maiores do mundo, né, da história do Brasil, nunca antes na história do Brasil, a gente, mas no entanto, né, nunca antes na história do Brasil,
03:19a gente teve um déficit tão alto em tempos normais, em tempos em que não há uma calamidade pública, como foi o caso da pandemia.
03:30Isso é inegável, né, na pandemia o déficit ficou em quase um trilhão, quando você ajusta pelo IPCA.
03:37Mas ali era uma situação que você não tinha saída, né, o governo tinha que gastar, porque as pessoas estão impossibilitadas de trabalhar, etc.
03:45Então, não é um ano que é comparável.
03:49Então, na prática, você teve o pior dezembro, o pior déficit para o mês de dezembro, desde o início da sede histórica, lá em 1997,
03:59e também o pior déficit para um ano, desde o início da sede histórica, em 1997.
04:06O Tesouro Nacional fez uma apresentação, ele coloca os governos, eu nunca nem vi isso antes,
04:12talvez eu que não acompanho muito bem, né, mas coloco os governos, o governo da Dilma até a metade de 2016,
04:18depois o governo do Temer de 2016 até 2018, depois o governo do Bolsonaro, isso não existe, é ano contra ano, amigo.
04:26Não tem essa, não é, e se você for fazer a conta, os 111 bi já estão próximos lá do Lula 3, Lula 4,
04:35ou de uma 1, de uma 2, se chamem como vocês quiserem.
04:37O fato é que a gente está no meio do ciclo que acabou quebrando o país lá na frente, em 2016, 2017,
04:46aí o pessoal fala em golpe, etc, e tal, aí é uma outra discussão.
04:50O fato é que a gente tem uma trajetória econômica que, por enquanto, não é muito alviçareira, não é muito positivo, não é muito otimista.