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Transcrição
00:00Muito bem, Gilmar Mendes afirmou que a decisão do Supremo Tribunal Federal de responsabilizar
00:17empresas jornalísticas por falas de entrevistados poderá ser ajustada por meio de embargos
00:23de declaração.
00:24O ministro decano do STF deu a declaração em entrevista à Folha de São Paulo diante
00:29das críticas que têm sido feitas à corte em razão da tese fixada, a começar pelas
00:35nossas críticas.
00:37Aqui no Papo Antagonista, se não me engano foi o de quarta-feira, só para registrar
00:43aqui para quem vira esse vídeo daqui a um tempo, 29 de novembro de 2023, aquele programa
00:53em que a gente fez a análise logo em seguida, a decisão e todos os elementos que nós colocamos
01:01aqui naquela análise imediata para vocês, eles apareceram em artigos, em editoriais,
01:08em reações a essa decisão do Supremo Tribunal Federal.
01:12Abre aspas para o Gilmar, é um caso muito específico e é óbvio que suscita também
01:17dúvidas pela abrangência, sobretudo da tese.
01:20Hoje, um jornalista, quem será, me dizia, por exemplo, da veiculação de entrevistas ao
01:27vivo desses fatos e que podem levar à responsabilidade do veículo de comunicação.
01:33Eu dizia que é importante que isso seja suscitado, que o que se quer é ser justo encontrar uma
01:38boa fórmula para dar segurança e evitar injustiças.
01:43Fecha aspas.
01:44Quer dizer, pegou mal para o Supremo Tribunal Federal.
01:47Quem foi o primeiro a questionar sobre entrevistas ao vivo?
01:51Fui eu aqui no Papo Antagonista, de quarta-feira.
01:55Como é que ontem, quinta-feira, Barroso ainda estava falando, não, imagina, o Supremo é o
02:02grande guardião da imprensa.
02:04Quer dizer, fizeram uma decisão completamente atabalhoada e de cerceamento à liberdade de
02:11expressão e agora vão precisar fazer ajustes, porque não refletem antes de tomar decisões
02:17que têm consequências para a sociedade e para o Estado Democrático de Direito.
02:22E ainda é preciso haver vigilância sobre esses ajustes, porque, repito, pode ser só
02:29uma modulação de uma medida que, no fundo, traz um elemento de censura, à medida que
02:37induz o veículo de comunicação e os jornalistas em geral e até os entrevistados à autocensura.
02:44Ela dá o risco de punição para quem publicar relatos que comprometam terceira pessoa.
02:53O placar dessa votação no Supremo terminou em nove votos a dois.
02:58O Gilmar acompanhou a maioria dos ministros e vamos lembrar aqui, porque os bolsonaristas
03:04falseiam a realidade nas redes sociais, que o Cássio Nunes Marques, indicado pelo Jair
03:10Bolsonaro, votou a favor dessa censura relativa.
03:14Vamos deixar bem claro aqui, é muito curioso, e hoje eu preciso falar disso, porque eu fiz
03:21tweet, como é que se chama, afinal, Duda?
03:24O tweet na era do X, é Chuit?
03:26Agora é isso?
03:27O Vitor, nosso produtor, que estava brincando aqui, deve ser Chuit.
03:32Não sei como é que ficou esse nome, mas é uma postagem.
03:35Para lembrar, várias publicações minhas como colunista e agora matéria de capa assinada
03:45pelo Duda Teixeira, mas enfim, que faz parte aqui da minha gestão como diretor de jornalismo,
03:51tudo que foi debatido pela gente, que a gente pautou para a Cruz Oé, e o Duda, como sempre,
03:57escreveu uma matéria extraordinária.
03:59A perseguição do Lista à imprensa.
04:01Mas, repito, essa é a quarta que eu citei, porque tem lá de 2015, sobre os blogs sujos
04:07do PT, aí depois tem no governo Bolsonaro os blogueiros de crachá, a grana dos blogueiros
04:13de crachá, e essa agora.
04:15Quer dizer, a gente expõe boquinhas em todos os governos, durante todos os governos, porque
04:22esse é o trabalho jornalístico, o trabalho jornalístico não é trabalho de cheerleader,
04:25é que teve uma emissora, durante o regime Bolsonaro, que botou um monte de cheerleader
04:30lá para falar no microfone, e as pessoas acharam que é isso que tem que ser feito
04:35para combater a esquerda, etc.
04:37Olha, a gente está combatendo aqui a criminalidade, venha de onde vier, a gente está combatendo
04:41aqui o oportunismo, venha de onde vier, a gente está combatendo o cinismo, a gente está
04:47combatendo a manipulação do debate público por pessoas que estão recebendo dinheiro público,
04:54isso seja qual for o governo, não estou aplicando tudo a esse caso, estou dizendo que a gente
05:00combate isso, seja qual for o governo, então por que eu estou falando isso?
05:05Porque os bolsonaristas, eles querem o monopólio da crítica ao Supremo Tribunal Federal, então
05:10eles falam, ah, a imprensa se deu mal, agora a imprensa está falando isso como se, repito,
05:17o indicado Bolsonaro não tivesse votado a favor.
05:19E eles, Duda, é aquela coisa da nova língua, em que paz é guerra, você inverte completamente
05:26o sentido da palavra, porque quando a gente divulga as boquinhas dos militantes, e aí
05:32os militantes atacam a gente por causa dessa divulgação, e aí depois fingem que a gente
05:36é responsável por decisões de tribunais superiores sobre outros militantes, em outros
05:41casos que nada tem a ver com a boquinha, eles estão atacando a liberdade de imprensa
05:48de informar sobre quem recebe dinheiro público, esse é o papel da imprensa, seja qual for
05:56o governo, e nós desempenhamos em todo o governo, então isso que a gente faz é informar
06:02com a liberdade de imprensa, eles atacam essa liberdade de imprensa, porque nesse duelo
06:07populista, ou você está de um lado ou você está de outro, essa posição independente
06:14de jornalista, com base em princípios, em valores, em ética, essa posição não existe
06:21na cabeça dessas pessoas, ou quando existe na cabeça delas, que são os casos dos militantes
06:26mais cínicos, eles querem fazer com que as massas não possam ter uma posição independente,
06:35aí eles dão uma valoração negativa, chama de isentão, etc. Então, repito, a gente usa
06:42a liberdade de imprensa para mostrar para a população brasileira como é que o dinheiro
06:48dela, dos pagadores de impostos, está sendo usado, fora outras questões mais graves, e aí
06:54acusam a gente, que usa essa liberdade de imprensa, de querer censurar as pessoas, quer dizer,
07:00é a inversão completa da realidade, mas tem otário para acreditar nesse tipo de narrativa,
07:08e está lá o ministro do presidente que eles idolatram, votando pela censura relativa.
07:14Felipe, nessa questão da novilingua, que é a história lá do George Orwell, ficou muito
07:21claro nessa decisão do STF, que a censura não é censura, né? Então, assim, ó, censura prévia não pode,
07:33mas a gente vai tirar do ar antes do julgamento, né, do trânsito em julgado. Poxa, isso é censura
07:40prévia, mas não é censura prévia, né? E essa entrevista do Gilmar, bom, pegou muito mal, como você
07:48falou, a pressão foi super forte, inclusive, provavelmente, de parte de jornalistas que são
07:55próximos ao Gilmar, né? Então, ele fala nessa entrevista aí, ah, então, teve um jornalista que
08:01chegou para mim, né, e falou, puxa, na entrevista ao vivo, isso vai dar problema. Obrigado pela audiência,
08:07tá? A esse jornalista, entre aspas, né? Desconfio, né, que não seja exatamente um jornalista,
08:14mas agradeço a audiência, né, porque quem falou isso, repito, fui eu aqui no Papo Antagonista de
08:21quarta-feira, aí ele pensou, é, isso aí não vai dar para eu passar o pano, né, talvez, né, se forem
08:28aqueles realmente mais próximos, mas é claro que pode ter sido um outro, é, que não é exatamente
08:33porta-voz. Giga, Dú. É, então, aí ele sai, né, que aconteceu o julgamento e fala, nossa, a gente não tinha visto
08:40isso, puxa, é claro que... É demais isso. É uma bobagem, né, ninguém vai acreditar nele,
08:46você vai julgar um negócio, você estuda minimamente aquilo, e era uma coisa bem óbvia, né, isso que a gente
08:52falou aqui, é, e a gente disse que ia acontecer, né, é, mas eu acho que também tem uma outra coisa que
08:59mostra, né, essa, essa, essa fala do Gilmar agora, do tipo, não, essa decisão aí, puxa, faz um embargo
09:08de declaração, né, é, muda tudo, né, é, só que é o seguinte, mostra de novo que ele não dá a mínima
09:16para, para a decisão colegiada, foi uma decisão colegiada ruim, né, péssima, contra a Constituição, né,
09:25Constituição lá no artigo 5º está dizendo, não pode ter censura no Brasil democrático, eles vão lá e, e fazem
09:32uma regrinha que é censura, né, mas, é, enfim, acho que o Gilmar é, realmente, não, é, perdi o fio da
09:46meada, Felipe, que eu... Ah, o Gilmar, ele veio a público para falar isso, para tentar amenizar, para
09:53mostrar que, olha, pode haver um ajuste, etc., mas a gente, repito, tem que permanecer vigilante,
09:58porque ele sentiu que o caldo entornou e que não vai dar para proibir entrevistas ao vivo,
10:04senão não existe mais jornalismo no Brasil, ele continua existindo nos Estados Unidos, ele
10:09continua existindo em Israel, ele continua existindo nos principais países da Europa, agora, no Brasil
10:16não, no Brasil não vai poder ter entrevista ao vivo porque o veículo de comunicação vai ficar com
10:21receio de perder uma grana na justiça, caso o entrevistado venha a dar uma declaração comprometedora
10:28sobre terceiros. Então, assim, o caso da entrevista ao vivo, ele não é todo o problema, não, ele é um dos
10:35problemas, é que ele é o problema mais escancarado, mais óbvio, mais evidente, e aí é o único que o Gilmar
10:44aborda, de uma maneira mais específica. Então, a gente tem que continuar ligado no resto, porque não basta
10:51você modular a decisão para o caso de entrevistas ao vivo. Então, muitas vezes, e esse que é o ponto
11:02que eu queria trazer, que eu já falei que o STF virou partido, e o que acontece na política brasileira?
11:08Os caras tomam uma decisão, é muito comum isso no Congresso Nacional, com gordura para queimar,
11:12eles colocam o bode na sala, aí vem reações e tal, não sei o quê, aí eles modulam um pouquinho,
11:20só que é só um pouquinho, entende? Eles conseguiram passar toda uma boiada, como é que é a expressão do
11:27Salles? Passar boiada mesmo, né? Eles conseguem passar toda uma boiada, mas não completa, né? Então, o STF
11:39parece que está usando esse mesmo método, ou é isso, né? E eu falei isso na quarta-feira, ou na
11:45hipótese mais generosa, quer dizer, com menos apontamento de malícia maquiavélica, na hipótese
11:56mais generosa, os ministros decidem de uma maneira completamente inconsequente. É isso que fica claro
12:04pela decisão. Eu falei aqui na quarta-feira, olha, se eu não conhecesse os ministros, o histórico
12:11deles, a articulação política que eles fazem, eu falava, olha, essa é uma decisão tomada com absoluto
12:18desconhecimento do assunto. Como é o nosso métier? A gente foi trazendo, mas e isso, e isso, e aí
12:26nessa hipótese, e nessa? E nesse caso aqui do Pedro Collor, gerou processo de impeachment? Nesse caso
12:31aqui do Mensalão, gerou um julgamento onde a cúpula de um partido foi encarcerada? E nesse caso
12:38agora, do Janones, quer dizer, a matéria que fala, pega o depoimento de um ex-assessor dizendo que 60%
12:44era distribuído dos outros assessores, também não podia. Então, assim, não pensarem em nada, estão lá para
12:52dar canetada, pensando em, né? Aí não é uma hipótese muito generosa, na blindagem daqueles que têm
13:01poder. Ah, veja bem, houve a Lava Jato, um colúio com a imprensa e muitas narrativas foram aventadas e
13:10depois tudo se mostrou uma grande... Aí, então vamos impedir a imprensa de publicar relatos e, se não tiver
13:18comprovado, se não tiver um carimbo. Um carimbo da última instância no Brasil, do Supremo Tribunal
13:23Federal. Então, a imprensa vai virar uma publicadora de release do STF, publicadora de acórdão. Não dá, né?
13:33E essa coisa de que eles vão inventando os critérios toda hora, né? Então, tem uma hora que começa a falar
13:41nessa decisão, o dever de cuidar, né? E, na verdade, o STF deveria dar primazia ali para o texto
13:49constitucional, né? É o guardião da Constituição. Então, não dá para autorizar a censura num caso se a
13:56Constituição claramente diz que censura está proibida na democracia. O que eu queria perder ali
14:04o fio da meada, mas retoma agora, é que, de novo, o Gilmar mostrando completamente o desprezo pela
14:11decisão colegiada, né? Ele acha que qualquer ministro pode ir lá e desfazer uma coisa que acabou de ser
14:18decidida, né? Seria ótimo nesse caso, mas, enfim, é isso. Ele vai lá e aí ele está fazendo projeto de lei,
14:26está articulando com o Arthur Lira, tem todo esse jogo de bastidores, né? E, na verdade, não, né?
14:33Eles deveriam estar, bom, primeiro que o único ministro do STF que deveria falar com o Congresso é o
14:40presidente, é o Barroso, ele não deveria já, não é papel dele fazer isso, e deveria simplesmente julgar
14:49bem as coisas com conhecimento, né? Mas, de um jeito, nem isso eles conseguem fazer.
14:55Duda, você tocou no ponto que eu quero abordar, vou até abrir um grande parêntese aqui nessa pauta,
15:01pergunta, porque tudo gira em torno do Gilmar. É um negócio, assim, realmente impressionante.
15:08Então, como o Duda falou, se o STF tomou uma decisão errada, etc., por que que um ministro
15:16fala para a imprensa que vai fazer ajuste? Quer dizer, é tudo assim, não tem uma formalidade,
15:26e olha que eles ficavam indignados com a informalidade de investigadores que estavam lá apurando
15:33crimes complexos. Aqui a gente está falando de uma decisão colegiada da cúpula do Poder Judiciário
15:39brasileiro. E aí fazem tudo mal feito, tudo dando margem para um cerceamento da liberdade
15:47de imprensa, e ele vai para a imprensa, não, é verdade, pode ser um ajuste, etc., e os outros ministros,
15:53e o presidente da corte que falou ontem, num tom diferente, quer dizer, fica aí tudo pipocando,
16:01sem que haja o rito devido. Hoje, eu citei ontem uma coluna da Malu Gaspar, falando sobre a articulação
16:12do Gilmar Mendes com o Arthur Lira para, é muito parecido com isso aí, para modular a decisão do
16:21Senado de limitar as decisões individuais monocráticas dos ministros do Supremo. Quer dizer, o Senado
16:27aprovou a PEC que limita decisões individuais de ministros do Supremo. Aí o Gilmar articula com
16:34Arthur Lira, cuja barra ele já aliviou em decisões lá no STF, é que a Câmara aprove uma outra PEC
16:43para que a limitação não seja tão grande, quer dizer, para que os ministros continuem podendo fazer
16:51várias decisões, para que eles pelo menos não percam tanto. Então, a Malu tinha chamado de operador
17:00político, né? Ele é um articulador político, o Gilmar Mendes, com a toga, com a caneta de ministro
17:08do STF, o que lhe confere mais poder do que um político comum para essas articulações. E pega ali
17:15os depoimentos, as declarações dele em plenário contra investigadores, contra juízes, projeto
17:21político, etc. Ora, Deltan Dallagnol e Sérgio Moro, eles largaram o Ministério Público e o juízo de
17:31primeira instância, a terceira vara de Federal de Curitiba, e se candidataram. Fizeram campanha,
17:36entraram na política e foram participar do debate político. Quer dizer, se o Gilmar quer fazer
17:41articulação política, ele tem que largar a toga e fazer uma campanha eleitoral para se eleger deputado
17:48federal, senador ou qualquer caso, qualquer, qualquer, para qualquer cargo. Então, ele está
17:55articulando com o Arthur Lira. Agora, hoje saiu uma nota do Lauro Jardim no Globo, dizendo que o
18:02Gilmar Mendes não apenas trabalhou intensamente nos últimos meses junto a Lula para que o presidente
18:06indicasse Flávio Dino para o Supremo. Cabo eleitoral que se preze, não descansa até que o jogo termine.
18:12E a decisão de Lula para o Dino, embora fundamental, não é o bastante. É preciso alcançar no plenário
18:19do Senado, no dia 13, ao menos 42 votos, ultrapassando o mínimo necessário para se
18:24tornar ministro do STF. Quer dizer, o Flávio Dino precisa ter 42 votos no Senado Federal, vai passar
18:30por uma sabatina para que ele tenha o nome aprovado. Por isso, atenção, Gilmar tem ligado, aqui ó,
18:38olha o Gilmar atuando em Brasília. Gilmar tem ligado, né, a gente sabe bem de telefonemas
18:45do Gilmar, para vários senadores com quem tem relação, algo como dois terços dos 81
18:51senadores pedindo votos para Dino. Olha só, isso aí, nos Estados Unidos, seria um escândalo
18:59nacional. O ministro do STF está ligando para parlamentares para pedir voto para alguém, sendo
19:07que os parlamentares têm foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal, logo são julgados
19:13nessa corte. Vocês entendem que um juiz que julga a pessoa, ele tem um poder de convencimento
19:25na hora de pedir alguma coisa para essa pessoa, muito grande. Para falar aqui um português,
19:32né, bem generoso. E aí, continua aqui a matéria. Tem recebido promessas de votos, o voto é secreto,
19:42de uma turma do Centrão e que hoje ainda está na oposição. E aí continua, enfim, dá maiores detalhes.
19:49Vários integrantes do Centrão tiveram a sua barra aliviada no Supremo Tribunal Federal. Vários.
19:59E um dos ministros que votaram nas decisões a favor de integrantes do Centrão, está lá pedindo
20:08para integrantes do Centrão para que votem a favor do preferido dele, do indicado, do presidente
20:15da República, para integrar o Supremo Tribunal Federal. Vocês estão entendendo? Aí depois eu chamo
20:20de República do Escâmbio e tem gente que não entende porquê.
20:24É, Felipe, a Constituição fala dos poderes que têm que ser independentes e harmônicos, né,
20:29mas o que a gente vê aí, na verdade, é tipo um ajudando o outro aí para todo mundo se safar, né,
20:35é a história aí do Gilmar ligando para os senadores, né, e a gente tem um monte de senador
20:40com problemas no STF, né, potenciais problemas no STF.
20:45Exato. E senadores que estão dizendo para a imprensa, inclusive, que receberam telefonemas
20:49do Gilmar, o Jacques Wagner disse em vídeo, em vídeo, depois que ele votou no Senado a
20:57favor da PEC, que limita decisões monocráticas, as individuais de ministro do STF, foi entrevistado
21:02e falou. É, o Gilmar me ligou, né, ele não estava, não estava feliz, não. Quer dizer,
21:08como é que pode ministro da Suprema Corte ligando para a política reclamar de voto e
21:13para pedir voto? Isso foi naturalizado. Por quê? Porque nas emissões de TV e rádio existe
21:20muito receio em criticar ministro do Supremo Tribunal Federal, porque as autoridades mais
21:26poderosas do Brasil, elas têm acesso por telefone, por torpedo, né, tem um deles que está registrado
21:34em livro, inclusive, a empresários da comunicação, a donos de veículos de comunicação. Então,
21:42há comportamentos que foram naturalizados e não podem ser naturalizados. Quer dizer,
21:47como é que não há uma reação institucional a esse tipo de comportamento? Já se achou
21:55normal, né? E, claro, muita gente tem medo de reagir, de apontar, de criticar, justamente
22:01porque as pessoas poderosas, né, elas têm um poder de retaliação. E o deputado
22:06Kim Kataguiri, da União Brasil, protocolou nessa sexta-feira um projeto de lei que contesta
22:12a recente decisão do STF que inibe o jornalismo investigativo. Então, há uma outra iniciativa
22:20e a gente volta, Duda, a esse tema. Essa decisão, ela, obviamente, não pode ficar como está. E eu
22:30queria... é, eu vou fazer isso porque há momentos em que a gente precisa falar sobre a imprensa. E eu
22:38tenho feito isso porque, como se naturalizou muitos absurdos, alguém precisa apontá-los, né? Então,
22:47o Jornal Globo fez um editorial defendendo a decisão do Supremo Tribunal Federal. E você
22:58veja que o próprio Gilmar Mendes, que votou a favor da decisão, já está falando em alterá-la, né? Eu estou
23:05tentando pegar aqui o título do editorial. Decisão do STF respeita caráter do jornalismo. Esse é o
23:17editorial, chapa branca, do jornal O Globo. Nada contra aqui a instituição, o veículo, que nem, né? Esse
23:26pessoal faz ataques, abaixo, arredigou, não sei, nada disso. Aqui é muito pontual. É parte do debate
23:32público feito da maneira mais transparente possível. Eu considero vexaminoso esse editorial. Inclusive,
23:41ele está sendo contrariado na prática, não, obviamente, com citações e confronto direto, por
23:47colunistas do próprio jornal, como Merval Pereira, como a Vera Magalhães. É lamentável que um jornal
23:55passe pano para uma decisão do Supremo Tribunal Federal que inibe a imprensa de publicar entrevistas,
24:05com relatos que, historicamente, vieram à tona pela imprensa, gerando grande repercussão e decisões,
24:16como a prisão da cúpula de um partido popular e o impeachment de um presidente da república.
24:24E, obviamente, gerando a possibilidade de indenização, né? A Folha de São Paulo, não. A Folha de São Paulo
24:35fez um editorial crítico e, desde o começo, na verdade, a notícia da Folha sobre a decisão do STF
24:41era uma notícia mais correta, ela não passava pano. Era uma notícia factual, como a gente faz aqui no
24:50Antagonista e, obviamente, imediatamente, com a nossa equipe de analistas, contrastando aquilo com a
24:56realidade. O Globo, já na notícia original, já estava puxando a sardinha para o lado do Supremo Tribunal Federal.
25:05Então, está sendo criticado, inclusive, nas redes, né? Por causa daquele... da questão da ditadura, né?
25:12Houve um editorial 30 anos depois, então o pessoal já está dizendo, ah, daqui a 30 anos vai fazer um meia-culpa
25:18a respeito desse editorial. Olha, já que os ministros vão ajustar, né?
25:25Diante da reação de juristas, de entidades e de jornalistas independentes como a gente,
25:32o jornal podia fazer logo esse meia-culpa, né?
25:36Realmente, a gente não percebeu que dá margem, realmente dava margem, tanto que é preciso deixar
25:41mais objetivo. Então, assim, se houver, Duda, essa mudança, ela existe por causa da nossa reação.
25:50Por causa da reação das pessoas que exerceram a vigilância, das pessoas que não adotaram uma postura
25:58chapa branca de, não, se o Supremo falou, se os ministros do Supremo Tribunal falaram,
26:03os ministros efetivamente têm muita preocupação com a liberdade de imprensa.
26:07Você ouve esse tipo de barbaridade hoje? A gente está vendo todo dia os ministros articulando
26:13politicamente, fazendo churrasco, almoço, jantar com o presidente, com o político, sem testemunha.
26:19Aí o presidente distribui cargo, etc. E ainda, não, mas os ministros têm essa preocupação.
26:24Ora, vamos ser jornalistas. O que é isso? O Supremo tomou uma decisão grave sobre o nosso métier,
26:31sobre o mercado da comunicação. É preciso haver reação, reação argumentativa,
26:36a exposição dos fatos, a crítica à conduta, a crítica a essa inconsequência absoluta.
26:45É, me espanta, não li o editorial do Globo, mas me espanta que uma parte da imprensa, então,
26:51tenha agido de maneira cômoda, né, depois dessa decisão do STF, porque era realmente para se indignar.
26:59Agora, tem mais um fator aí, Felipe, que é o seguinte, não é a primeira decisão do Supremo que vai contra a liberdade de imprensa
27:10ou a liberdade de expressão, né? A gente está vindo num crescente já de vários anos, então, a gente deveria ficar
27:17todos os jornalistas mais sensíveis, né? Com os nervos à flor da pele, para que qualquer coisa que aparecer já gritar a conta
27:27para não deixar que a coisa continue, né? Então, assim, me espanta que mesmo, assim, vamos lá, já tem o quê?
27:34Quatro anos que essa censura está vindo cada vez mais forte, né?
27:38Que ainda tenha um veículo que pegue e não reaja como deveria a esse tipo de coisa.
27:46É, e a primeira censura mais marcante de todas foi a Cruzoé em 2019, por isso que o Duda falou quatro anos,
27:53a gente está no final de 2023. Eu já falei dela ontem, enfim, não vou repetir.
27:58Agora que eu, enfim, abordei aí vários ângulos e falei mais do que você, Duda, fala mais do que eu,
28:04porque você assinou a matéria de capa da Cruzoé sobre como consertar o STF.
28:10Então, eu apontei aqui o problema, fiz o diagnóstico, agora traga aí algumas possibilidades de solução
28:18em comparação com outros países, que é isso que a Cruzoé faz, aprofunda os temas quentes do debate público
28:24e é por isso que vale a pena assinar para você ficar ligado sem esse provincianismo mental
28:30que marca muita gente, inclusive no mercado da comunicação.
28:34O antagonista e a Cruzoé e a cobertura de Israel Hamas está comprovando, está inserido no debate público mundial.
28:42Às vezes você tem aqui, nas redes sociais ou de microfone, uma claque, é um subproduto de veículos tendenciosos do exterior.
28:52A gente mira lá nos veículos, na hora de fazer a crítica, a refutação, na hora de se diferenciar na abordagem,
29:00abordagem, obviamente, a gente zelando pela abordagem factual, analítica e não de adaptar a realidade a teses pré-concebidas.
29:11Diga, Dú.
29:12Bom, você falou que um leitor comentou da capa, disse que era jornalismo propositivo, né?
29:17Eu não tinha pensado nisso, mas era isso.
29:20Então, uma vez que está rolando esse debate, principalmente no Congresso, com as PECs,
29:25de como que a gente melhora esse STF que está aí, a ideia foi meio que trazer as experiências, por exemplo,
29:35de outros países nos pontos que estão sendo discutidos agora.
29:41Então, por exemplo, a PEC agora, que está falando, o Pacheco falou que vai trazer para o ano que vem,
29:47para a votação, a PEC do mandato fixo.
29:51Então, eu fui olhar no mundo, então, onde tem mandato fixo, e basicamente é no mundo inteiro, né?
29:59Brasil, Argentina e os Estados Unidos é que são meio que exceção nessa história, né?
30:05Mas o mundo realmente já caminhou para isso daí, e até quem tinha o mandato vitalício antes já corrigiu esse rumo aí.
30:14E, trago muito também a experiência da Argentina, acho que a coisa mais interessante que a Argentina fez
30:22foi subir o quórum da aprovação no Senado.
30:27Então, aqui no Brasil, Flávio Dino, com 41, 42, ele já consegue a aprovação no Senado, né?
30:34A maioria simples...
30:34Isso é um ponto importante, quer dizer, são 81 senadores, basta a maioria simples.
30:41Ora, é melhor para uma república que haja uma necessidade de um maior número de votos?
30:49É uma questão que se coloca, a gente não está nem respondendo, está colocando para você.
30:53E a Argentina, por exemplo, já nos anos 90, colocou dois terços.
30:58Então, isso é muito bom, porque você precisa ter um nome que seja mais um nome de consenso, né?
31:05Que não seja só o seu partido que apoie ele, mas você precisa contar com o apoio da oposição, por exemplo.
31:12Então, você tem que pensar um nome que seja...
31:15Que não seja alguém tão divisivo, né?
31:18Que seja alguém respeitado, com, de fato, notório saber jurídico, né?
31:25Com reputação ilibada, né?
31:27E que possa ser aprovado por vários partidos, né?
31:32Então, é uma mudança que deu certo.
31:36Na Argentina, é claro que eles também...
31:38Acaba sendo mais difícil, né?
31:40Você ter nomes para preocupar os cargos.
31:44Mas que no Brasil poderia ser muito positiva, né?
31:49É isso.
31:50Está sensacional a capa.
31:52A gente mostrou aí no vídeo, que eu nem me liguei, estava aqui.
31:55Prestando atenção, Duda Teixeira.
31:57Está aí a capa, mais uma vez, para quem se distraiu.
32:00Como consertar o STF.
32:01As ferramentas disponíveis no Congresso para aprimorar a corte.
32:05Tem uma estátua ali, ao contrário.
32:07E sempre uma capa impactante da Cruzoé.
32:11Quem não assinou, assinou.
32:12Diga, Duda.
32:13E parabéns ao Wilson Lima, que é o nosso fotógrafo, hein?
32:17Que beleza.
32:17Sem mais.
32:18Wilson, multimídia.
32:20Aqui a gente gosta disso.
32:22Profissionais multimídia que possam atuar em todas as frentes, jogando nas 11.
32:28Bom, temos que mudar de assunto, né?
32:31Eu queria falar tanto mais sobre isso, mas tudo bem.
32:35Olha a notícia que acabou de sair.
32:38Acabou de sair.
32:39A Procuradoria-Geral da República pediu nessa sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito para apurar a prática.
32:48A suposta prática, né?
32:49Como se coloca, mas assim, estava sendo tão defendida, né?
32:55Que fica até constrangedor falar em suposta.
32:59A suposta prática de rachadinha no gabinete do deputado lulista.
33:05Quem?
33:06Quem é o deputado lulista?
33:07André Janones.
33:08O pedido é assinado pela Vice-Procuradora-Geral da República, Ana Borges Coelho.
33:13A número 2 da PGR afirmou que na avaliação da Procuradoria há indícios sugestivos que justificam a abertura de uma investigação.
33:22A decisão ocorre após a divulgação de áudios que mostram Janones defendendo a prática de rachadinha e a criação de uma vaquinha de assessores.
33:30O deputado pode ser investigado por associação criminosa, peculato e concussão.
33:36Você tem uma turma lá na PGR, nesse ínterim aí, entre Augusto Aras e o Paulo Gonê, que é o preferido do Gilmar, que o Lula escolheu já,
33:47que é a Eliseta, o Carlos Frederico, você tem uma turma que está fazendo algum trabalho possível.
33:59Por que eu digo isso? Porque a gente tem que ficar de olho.
34:03Se fosse um deputado bolsonarista, na época do Augusto Aras, a gente sabia que ia apagar a veta, mesmo que fosse aberto, no momento de pressão, o inquérito.
34:15O Aras tinha aquela tática, que eu apontei ao longo de quatro anos, que ele fazia uma...
34:21Como é que era o procedimento preliminar?
34:25Tinha um nome, né? Abertura de um...
34:29É um procedimento preliminar que ele fazia, que era muito...
34:32Chegava a ser cômico, né?
34:34Porque o Aras é uma figura caricata.
34:36Que é assim, é você investigar, entre aspas, a possibilidade de abrir uma investigação.
34:43É um negócio extraordinário, né?
34:45Aí, às vezes, a gente via o resultado disso e tinha a impressão de que ele ligou aí, fulano, você fez isso mesmo?
34:51O outro fala assim, não, eu não.
34:54Ah, então tá bom.
34:55Então, olha, apuramos aqui, realmente não vimos necessidade de investigação.
34:59Então, fecha ali o procedimento preliminar.
35:04Então, agora, o André de Anônios é um deputado lulista, deputado federal.
35:08E você tem uma PF, cujo diretor é o André Rodrigues, que foi indicado pelo Flávio Tino, com aval do Lula.
35:15Mas, assim, a PF, ela tem uma base, núcleos, tem alguma independência em setores que não são tão passíveis de instrumentalização total.
35:27Mas eles conseguem alguma coisa se quiserem, né?
35:29Falando só sobre a questão estrutural.
35:32Então, a PGR tá nesse trânsito e você tem o Supremo Tribunal Federal com a turma toda comendo churrasco com o Lula, né?
35:40Pelo menos Gilmar, Alexandre de Moraes, cada vez aí mais próximos.
35:45Então, a gente pergunta, vai pra frente uma investigação sobre o Janonde?
35:49Seria uma oportunidade até, né?
35:52Da turma afetar a imparcialidade.
35:54Porque é mais fácil, Duda, você abafar, você engavetar aquilo que não tem filme ou áudio.
36:01Quando tem vídeo ou áudio, fica mais difícil.
36:05Dá mais na cara, dá mais bandeira, né?
36:08Então, assim, não dava pra deixar de abrir uma investigação sobre o Janonde.
36:12Se você tem o áudio do cara defendendo a prática da rachadinha tão explicitamente como a gente mostrou aqui.
36:18O áudio é muito claro, né?
36:20Imagino que quem gravou foi alguém que entrou meio de maneira não voluntária na rachadinha, né?
36:27Alguém que precisou dar o dinheiro ali e não tava muito querendo fazer isso.
36:32E aí, vamos torcer pra que aconteça a investigação.
36:34Porque é o caso, então, de entrevistar essas pessoas todas, né?
36:39As pessoas do gabinete dele pra perguntar se realmente isso aconteceu.
36:43Quebrar sigilo.
36:44Quebrar sigilo, procurar o rastro do dinheiro, né?
36:48Exatamente.
36:48Se teve transferência na conta dele ou de outra pessoa.
36:52Então, é preciso colher as evidências pra ver se isso aconteceu.
36:56Mas que o áudio já realmente é uma baita de uma evidência, né?
37:01Isso realmente, sem dúvida.
37:02É, aí você, o investigador vai ver onde mora cada assessor, onde que ele recebia,
37:10se ele tirava dinheiro do caixa.
37:11Aí vai olhar as câmeras de segurança em torno daquele caixa.
37:16Se for uma agência bancária, vai pegar o filme, vai pegar o vídeo.
37:20É assim que se faz investigação.
37:22Você vai mapeando onde que tava fulano, qual é o caixa, qual é a câmera que tem aqui,
37:26pra ver qual é o documento.
37:29A denúncia contra Fabrício Queiroz e Flávio Bolsonaro tinha foto do Queiroz no caixa.
37:34No caixa do banco.
37:35Tem gente que perde esses prazeres, né?
37:37Porque a pessoa só lê manchete.
37:39Então, ela não lê ali a denúncia inteira, né?
37:42Quando a gente lê a denúncia inteira, quando ela é bem feita,
37:46como foi bem feita a denúncia do Gaec, que depois eles trataram de desmantelar, obviamente.
37:52Você tem certeza sobre a natureza moral daquelas pessoas,
37:56quando você termina de ler.
37:58Por que estão ali todas as evidências?
38:02Então, no caso, tinha foto do Queiroz na boca do caixa, da agência.
38:07E eles fizeram ali o rastreamento do dinheiro, enfim.
38:11Isso pode ser feito e deve ser feito em relação a André Janones,
38:15porque os indícios concretos, pra usar a expressão do Supremo,
38:21eles já são muito fortes.
38:24Vamos em frente?
38:25E sem deixar de apontar, claro, a hipocrisia dessas pessoas, né?
38:30Porque o Janones é dessa turma aí, que posa do amor venceu,
38:35da luta pelos pobres, contra as elites e tal.
38:40É o sujeito que estava ali persuadindo os assessores
38:44a entregar dinheiro pra ele, pra ele pagar a despesa.
38:47Olha só a natureza dessa gente.
38:49Olha como os atos contrastam com o discurso.
38:53Tá cheio de gente nas redes sociais.
38:57Acho que tem.
38:58Ou na família de vocês, ou no círculo íntimo, ou colegas de trabalho.
39:04Então, são pessoas completamente intoxicadas por discurso,
39:08por narrativa, por propaganda.
39:11São pessoas que não acompanham o que os políticos fazem.
39:16É impressionante.
39:16Eles acham que tem, de um lado, as pessoas que são mais contaminadas pelo discurso, né?
39:22Acham que tem ali santos que estão querendo a justiça social,
39:27a redistribuição de renda, para que os pobres tenham uma vida maravilhosa.
39:32E eles não veem que os políticos que estão pregando isso
39:36estão aliados às elites econômicas, faturando milhões,
39:39seja em pagamento de palestra, em doação a instituto,
39:44seja em recebimento de imóveis, seja em esqueminha
39:48de corrupção, de lavagem de dinheiro,
39:52como apareceu no Petrolão.
39:54Do outro lado, você tem Deus, Pátria e Família.
39:57E aí você vai ver lá o que esse pessoal fazia em gabinete.
40:01Você vai ver como houve um acordão pela impunidade geral,
40:06a formação dessa frente ampla, para que todo mundo se safasse.
40:09Então é preciso olhar o que o político faz.
40:13O discurso serve como uma referência para você fazer o contraste.
40:18E é esse um dos trabalhos jornalísticos.
40:21O assunto agora é o fim da trégua entre Hamas e Israel.
40:25O governo israelense anunciou a retomada dos combates nessa sexta-feira,
40:28após afirmar que o grupo terrorista violou o acordo de cessar fogo.
40:32O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu,
40:36escreveu a seguinte mensagem no X, o ex-Twitter, abre aspas.
40:39A organização terrorista Hamas violou o acordo.
40:43Não cumpriu hoje a sua obrigação de libertar todas as mulheres reféns
40:46e lançou foguetes contra cidadãos israelenses.
40:50Após a retomada dos combates, enfatizamos.
40:53O governo de Israel está empenhado em alcançar os objetivos da guerra,
40:56libertar os reféns, eliminar o Hamas
40:59e garantir que Gaza nunca mais constitua uma ameaça para os residentes de Israel.
41:05Fecho aspas.
41:06Duda, não é nenhuma surpresa que o Hamas não cumpra a sua palavra.
41:14A gente está lidando com terroristas, assassinos, estupradores,
41:18torturadores, de acordo com os relatos que os reféns libertados estão dando.
41:23A gente vê ali, pelo menos, pitadas de tortura.
41:28Eu fiz até um comentário hoje no X,
41:30que aquilo sim é tortura.
41:32Por exemplo, você vai falar disso,
41:35o pai que foi obrigado a fazer um vídeo para dizer que a sua família estava morta.
41:40A esposa dele e duas crianças, duas meninas,
41:44não é alvo de investigação anticorrupção que tem que dar depoimento.
41:51E aí está lá dando risada, falando sobre como a turma pedia dinheiro,
41:55como é o caso do Emílio Odebrecht.
41:57Depois faz livro para dizer que a delação funcionava,
42:01soube não sei o quê, não sei o que lá.
42:03Tortura é isso aí que o Hamas faz.
42:07Então é bom a gente poder dar a devida expressão
42:12às barbaridades verdadeiras.
42:16E é óbvio que é ruim que elas aconteçam
42:19e que ainda não tenham sido completamente eliminadas.
42:25Diga, Duda.
42:26Bom, então falando do Hamas realmente é quem acaba com o cessar-fogo,
42:34que ataca israelenses ontem.
42:37Então Israel não teve nenhuma dúvida de retomar a guerra.
42:42Outro motivo que levou Israel a voltar aos ataques
42:47é que havia um acordo ali que o Hamas entregava 10 reféns
42:54e com isso Israel dava um dia a mais de trégua de cessar-fogo.
42:59E aí aconteceu que o Hamas me que esgotou.
43:02Eles não tinham mais onde tirar reféns,
43:05porque os reféns estão com outros grupos,
43:08estão com jihad islâmica e outros grupos,
43:11ou estão com famílias, Felipe.
43:14E essas famílias entendem que esses reféns são deles.
43:18Então toda hora a história acaba complicando um pouco mais.
43:22E a gente, Duda, só vou fazer um parênteses,
43:24porque acho que é um tema que só a gente aborda,
43:26mas a gente tem muito cuidado na hora de cravar,
43:30de confirmar algo que aconteceu.
43:32Mas há uma quantidade imensa de israelenses nas redes sociais
43:35apontando a partir de um relato de um refém
43:38que um funcionário, um professor da UNRWA,
43:45de uma escola administrada pela agência local da ONU,
43:48teria contribuído para o cativeiro.
43:52Quer dizer, um dos reféns teria ficado no sótão da casa
43:56de um professor de escola.
43:59A gente não conseguiu confirmar essa informação, né?
44:02Não, mas a gente sabe que
44:04quando o Hamas faz o ataque,
44:09tem essa orientação para todo mundo
44:12pegar a maior quantidade de reféns possíveis.
44:15E aí você trazia os reféns para Gaza,
44:18você ganhava apartamentos, você ganhava dinheiro.
44:20Então, acho que esses palestinos de Gaza,
44:23eles aprenderam com essa ideia de que tem um mercado ali, né?
44:28Então você tem um refém na sua casa,
44:30depois você pega e vende para o Hamas,
44:32e o Hamas pega e faz a troca com Israel, né?
44:36É uma coisa horrível esse mercado que tem aí.
44:41E até, por exemplo, o Hamas tem que tomar,
44:43o Israel sempre tem que tomar muito cuidado
44:45com o que você vai trocar pelos reféns, né?
44:47Porque se esses terroristas entendem
44:50que estão fazendo um bom negócio,
44:52então você aumenta o risco deles conseguirem,
44:55deles tentarem cada vez mais pegar mais reféns
44:58para poder negociar, né?
45:01Então é sempre super complicado.
45:04E aí você comentou dessa história do pai,
45:07é o terrorismo psicológico do Hamas,
45:11que eu acho que a gente deve ver isso cada vez mais,
45:14mas é pegar um refém e, sob coação,
45:18fazer então que ele fale coisas, né?
45:21E aí nesse caso esse pai, ele diz que a esposa,
45:25ele está bem choroso, é um vídeo que a gente não vai mostrar,
45:28e fala que a esposa e os filhos estariam mortos, né?
45:34Israel não conseguiu confirmar essa história,
45:38a gente já viu também a história de reféns
45:40que foram dados como mortos e depois apareceram, né?
45:43Mas faz parte desse terrorismo psicológico
45:46que o Hamas está usando agora
45:48e que o objetivo, no final, é enfraquecer
45:51a sociedade israelense, né?
45:54Israel ou os apoiadores de Israel.
45:58Yossama Hamdan, terrorista da ala política do Hamas,
46:02é tudo terrorista, tá?
46:04Às vezes se faz esse tipo de divisão,
46:05tem uma ala pro Hamas, da imprensa internacional,
46:10que gosta de falar, de braços, etc.,
46:13para não usar a palavra terrorista.
46:15A gente, eventualmente, pode falar do segmento
46:18em que eles se colocam, mas sempre usando essa palavra, né?
46:22Então, Osama Hamdan, terrorista da ala política do Hamas,
46:26afirmou que uma guerra de libertação está chegando.
46:28Em entrevista ao canal do youtuber libanês Belmou Bachar,
46:31o terrorista deixou claro que o Hamas não se arrepende
46:35do massacre de 7 de outubro.
46:38A gente vai assistir ao vídeo que foi divulgado pelo Menry,
46:40cujo presidente a gente já entrevistou aqui,
46:43o Instituto de Pesquisa de Mídia no Oriente Médio,
46:46e legendado em português por O Antagonista.
46:48Pode soltar a produção.
46:49Se você tem seu tempo,
46:53se você tem 30 anos,
46:54é que tem 7 de outubro,
46:557 de outubro,
46:56por que é que nós nos chamamos de problemas
46:59de nossa família?
47:02Não há nada de pensar.
47:03Não de pensar nos afirmamos?
47:04Podemos pegar uma grande grande foda
47:07em jules de laito.
47:10Dizem que os direitores
47:13regaram para uma avançada comidas
47:14de nosso país,
47:16ou uma outra coisa, é possível que você saiba no 7 de outubro?
47:22Eu posso saiba em uma luta de tachrير, e não apenas no 7 de outubro.
47:27E?
47:28Como é que eu vejo?
47:29Eu não acredito que isso será um pouco mais.
47:32É, são sociopatas que, em nome de uma causa, eles provocam massacres e depois se fazem
47:45de sonsos.
47:47Veja, Duda, que quando ele responde ali, ele fala, por que eu me arrependeria de atos de
47:52resistência?
47:53Atos de resistência?
47:55Você entrar num festival de música eletrônica e sair matando jovens, e as jovens que estavam
48:02lá, você entrar em kibbutz e jogar granada para matar um pai na frente de dois filhos,
48:07e se os filhos morressem também, porque a granada foi atirada aí, que se dane.
48:13E ele fala assim, por destruir um exército inteiro de ocupação, quer dizer, ele é negacionista
48:22de que houve um massacre de civis, filmado inclusive pelos próprios terroristas, porque
48:28eles usavam câmeras nos seus uniformes do Hamas, e a gente assistiu ao filme, exclusivo
48:33para jornalistas, eu e Graev, e pôde ver as imagens mais tenebrosas, que aqui eu já
48:39assisti, tem a imagem de um terrorista que diante de um corpo ensanguentado, ele pega
48:44uma pá para decapitar a pessoa e fica dando, ali machadada, no pescoço, e cenas de gente
48:56carbonizada, de terroristas praticamente brincando de tiro ao alvo, matando até o cachorro,
49:02quando ele aparece ali no caminho, nesses pequenos condomínios que são os kibbutz, metralhando
49:10gente dentro do condomínio, nas estradas, na saída do festival, e o sujeito chama de
49:15ato de resistência, o sujeito diz, o exército de ocupação, não, são civis, são famílias,
49:20são meninas, um monte de meninas, eu assisti as imagens de um monte de cadáveres de mulheres,
49:30é um negócio tenebroso, né, e olha a serenidade, a absoluta falta de compaixão, de arrependimento,
49:40de remorso.
49:41Esse vídeo é bom porque mostra realmente que eles não têm nenhum arrependimento, essa
49:46gente, é tudo um monte de fanático religioso, então essa ideia de que, puxa, mas morreu
49:53um monte de gente, eles vão se arrepender?
49:55Não, né, quando morreram israelenses, era o objetivo deles, civis, árabes israelenses,
50:05beduínos, crianças, era o que eles queriam, quando morre palestino, eles entendem que são
50:10os mártires que morreram pela causa deles, então tudo que está acontecendo,
50:16era o objetivo do Hamas, né, precisava mostrar esse vídeo para o Lula, né, porque o Lula
50:22chega a cogitar essa coisa, ah, eu espero que o Hamas entenda os erros que eles cometeram,
50:28né, isso nunca vai acontecer.
50:32É, o Brasil conseguiu naturalizar as maiores barbaridades, né, a gente lembra, a gente pensa
50:41que um presidente da República é capaz de falar isso, eu espero que o Hamas admita que
50:48cometeram um erro, erro, repito, erro é quando eu estou falando aqui, mexendo as mãos, eu
50:52esbarro no copo d'água e cai água sobre a mesa, isso que é erro, você assassinar 1.200
50:57pessoas, civis, gente que estava dormindo, meninas, não é ele o defensor das mulheres, que exonera
51:05duas ministras, uma presidente da Caixa, deixa de nomear para nomear aliado do Moraes, qual
51:11foi a última, né, que eu até apontei aqui no programa, é, que o Lula fez em relação
51:18às mulheres, daqui a pouco eu lembro, vou pegar o meu tweet, é, então assim, é muita
51:24sonsice, é muito cinismo, né, e ainda falando sobre o Hamas, o antagonista traçou o perfil
51:30de Yairia Sinwar, o líder do grupo terrorista por trás de milhares de mortes, nascido em
51:361962 no campo de refugiados de Khan Yuni, ele é tratado como cadáver que anda por Israel,
51:43Sinwar passou 23 anos em prisões israelenses após ser condenado por planejar o sequestro
51:48e assassinato de soldados do país, nesse período ele estudou hebraico para conhecer
51:53o inimigo e em razão dos acordos de Gilad Shalit, ele foi libertado em 2011, um dos momentos
51:59mais controversos do conflito, quer dizer, Duda, ele foi libertado numa dessas trocas.
52:05É, e era uma troca, um soldado por mil prisioneiros, uma coisa assim.
52:10É, e aí, por isso que há muita gente criticando essa trégua agora, porque o Sinwar, que é
52:18o mentor, o autor intelectual, horrível usar essa palavra para um terrorista, né, mas é
52:24como se costuma dizer, o cérebro por trás de um crime.
52:28Ele é o autor desse massacre.
52:33Então, o sujeito que foi solto num troca-troca de refém, depois ele matou 1.200 pessoas e
52:38aí as pessoas se perguntam, vale a pena?
52:41Porque naquela ocasião teve aquelas pessoas que foram libertadas, certamente para a família
52:46delas, ok, foi ótimo, rever os seus parentes e para as famílias dos 1.200 que foram mortos
52:53agora no 7 de outubro.
52:55Então, as decisões diante dos atos criminosos e perversos e cruéis dos grupos terroristas,
53:02elas são muito difíceis.
53:04Em 2017, o Sinwar se tornou líder do Hamas em Gaza, adotando uma postura radical e intransigente.
53:10Em maio de 2021, ameaçou Israel num comício com ataques violentos que se concretizaram
53:15nesse massacre de 7 do 10.
53:18Enquanto Gaza, que está sob comando do Hamas, enfrenta, que estava, né, pelo menos, péssimas
53:23condições econômicas e humanitárias, com cerca de 53% da população vivendo abaixo
53:29da linha da pobreza, Sinwar e outros líderes do grupo terrorista vivem vidas de alto luxo
53:34em Doha e outras capitais.
53:37Ainda não se tem certeza, né, sobre o paradeiro dele, mas sempre se acreditou que ele estivesse
53:42na faixa de Gaza.
53:43Na faixa de Gaza, nos túneis, né, que os túneis foram feitos para proteger as pessoas
53:48do Hamas, né, mas se ele botar a cabecinha para fora ali, na hora cai um míssil em cima,
53:54né, porque o Israel retomou a guerra, é uma guerra, então, que vai ser uma guerra longa,
54:00deve piorar ainda no ano que vem, e um dos objetivos dessa guerra é matar três terroristas
54:08do Hamas, e um desses três é justamente o Yaya Simba, né, ele é procurado morto ou morto.
54:15Pois é, e a gente tem mais algumas informações para a gente fechar o programa de hoje.
54:21O ex-primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, como é que se fala o nome do...
54:26Naftali Bennett.
54:27Bennett, né, afirmou em suas redes sociais que o Hamas colocava as pernas de crianças
54:33capturadas no escapamento quente de motocicletas para provocar queimaduras e identificar os reféns
54:40em caso de fuga. Quer dizer, torturam crianças também, para deixar marcado, né, isso aí remete
54:47a tempos de barbárie. Abre aspas, sabemos agora que os terroristas do Hamas, que mantiveram
54:53como reféns Yajel Jacob, de 13 anos, e o seu irmão Or, e usaram escapamento quente de uma moto
55:00para imprimir uma queimadura em suas pernas como forma de os identificá-los caso tentassem
55:07escapar. Deixe-me repetir, eles pegaram um pedaço de papel fervente e o prenderam
55:13nas pernas de uma criança indefesa de 13 anos. O Hamas é um monstro sádico e teremos
55:20que matá-lo. Feche o aspas.
55:24É isso, Duda. Alguma consideração final?
55:28Bom, nós tivemos também outros casos, assim, também com criança, né, criança que ficou
55:33há 16 dias presa, né, confinada, em isolamento, crianças que foram espancadas,
55:41enfim, separadas, né, dos pais. Então é horrível, realmente, acho que todas as comparações
55:52que foram feitas aí do Hamas com o Estado Islâmico, eu acho que faz sentido, eles são
55:58tão brutais quantos.
56:01E o Antagonista e a Cruzoé vão continuar nessa cobertura, a cobertura mais completa e mais
56:07objetiva, factual, prudente, nessa guerra de fato e de desinformação e de propaganda.
56:17A gente vai continuar fazendo jornalismo. Muito obrigado, Duda, pela participação,
56:21conforme prometido, hein? Pontual, 19 horas, falei para o Duda, a gente fez vários programas
56:27de duas horas ao longo dessa semana, porque a pauta estava cheia e a gente precisava
56:30reagir a determinadas iniciativas lamentáveis e hoje eu falei, vamos fazer o programa das
56:3718 às 19 horas, uma hora que é a concepção original. Mas de vez em quando a gente estende
56:43porque o noticiário demanda e eu sei que vocês querem acompanhar as nossas análises.
56:48Bom fim de semana a todos, segunda-feira estamos de volta às 18 horas ao vivo, aqui no canal
56:52de YouTube, na aba playlist, você encontra Papa Antagonista com Felipe Moura Brasil, todas
56:56as íntegras e os cortes, os cortes têm viralizado e também graças a vocês, então continuem
57:03compartilhando, peguem aqui os cortes que a gente coloca pouco depois do programa, agora
57:08quando acaba, eu me reúno ali com o produtor Vitor Martins para a gente definir os títulos,
57:14as palavras que ficam ali na thumb, na capa do vídeo e logo em seguida ele já sobe, então
57:21vocês que gostaram de trechos do programa, peguem, mandem no grupo de WhatsApp, publiquem
57:25nas redes sociais, ajudem a gente a espalhar o jornalismo independente como ele deve ser
57:30vigilante sempre. Até segunda.
57:33Eu preciso construir uma narrativa para destruir o inimigo, que é vingança, estou aqui para
57:39me vingar dessa gente. Eu não vou entrar a foder minha família, por isso vou interferir.

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