- anteontem
O Antagonista Meeting é um encontro especial que promove discussões sobre os principais temas do mercado sob a ótica de especialistas e representantes da iniciativa pública e privada.
A experiência da pandemia fez com que todos voltassem a atenção à própria saúde e a
de seus amigos e familiares. No pós-pandemia, houve uma busca por hábitos
saudáveis e um crescimento da consciência sobre as questões de saúde mental e riscos
ligados à longevidade e à saúde da mulher. Como garantir acesso a todos e como
difundir cultura e hábitos de prevenção? Chamamos um grupo de especialistas para
debater o tema.
E para esse debate convidamos:
- Luiz Carlos Zamarco, secretário municipal de Saúde de São Paulo. Médico pela Universidade de Mogi das Cruzes, com especialização em Saúde Pública e Administração Hospitalar. Trabalha na saúde pública há mais de 30 anos e coordena o Comitê Técnico-Científico Covid-19.
- Renato Casarotti, presidente da Abramge (Associação brasileira de Planos de Saúde).
- Giuliana Cividanes, Médica Psiquiatra com Mestrado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), pesquisadora do Programa de Atendimento e Estudo em Violência (PROVE) da UNIFESP. Especializada em temas de saúde mental, depressão, síndrome do pânico, dependência química.
Mediação: Mauro Tagliaferri
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A experiência da pandemia fez com que todos voltassem a atenção à própria saúde e a
de seus amigos e familiares. No pós-pandemia, houve uma busca por hábitos
saudáveis e um crescimento da consciência sobre as questões de saúde mental e riscos
ligados à longevidade e à saúde da mulher. Como garantir acesso a todos e como
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E para esse debate convidamos:
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- Renato Casarotti, presidente da Abramge (Associação brasileira de Planos de Saúde).
- Giuliana Cividanes, Médica Psiquiatra com Mestrado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), pesquisadora do Programa de Atendimento e Estudo em Violência (PROVE) da UNIFESP. Especializada em temas de saúde mental, depressão, síndrome do pânico, dependência química.
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NotíciasTranscrição
00:00:00Olá, começa aqui mais uma edição do Antagonista Meeting e hoje o nosso tema fala diretamente com
00:00:12você. A gente vai tratar de saúde, tanto a saúde do ponto de vista coletivo, o acesso à saúde,
00:00:20como a saúde do ponto de vista do indivíduo, individual, a prevenção que a gente tem que
00:00:25ter para cuidar da nossa própria saúde. Então fique atento que a gente está começando esse debate
00:00:31que vai ser interessantíssimo. Você sabe, o Antagonista Meeting é um projeto de um antagonista
00:00:37que visa discutir temas muito relevantes para a nossa sociedade, para o nosso país, para a nossa
00:00:42coletividade. A gente sempre traz aqui especialistas para que o debate seja feito em alto nível e para
00:00:49que a gente saia daqui com propostas. A gente não quer só levantar problema, não. A gente vai sair
00:00:54com propostas. E eu já agradeço muito pela participação dos nossos convidados. Estão aqui
00:01:01conosco o secretário municipal de saúde de São Paulo, doutor Luiz Carlos Amarco, que é médico e com
00:01:07especialização em saúde pública, atua com saúde pública há mais de 30 anos e coordena o Comitê
00:01:14Técnico-Científico Covid-19. Também aqui conosco o presidente da Associação Brasileira de Planos de
00:01:22Saúde, o Renato Casarotti e a médica psiquiatra Juliana Cividanes, que é médica com mestrado pela
00:01:30Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp, pesquisadora do Programa de Atendimento e Estudo
00:01:37em Violência, da Unifesp também, especializada em temas de saúde mental, depressão, síndrome do pânico
00:01:44e dependência química. Muito obrigado a vocês. A gente começa concedendo a cada um dos nossos
00:01:50participantes cinco minutos para suas considerações iniciais dentro da sua área de atuação mesmo.
00:01:55Vamos falar de saúde, do ponto de vista da prevenção, do ponto de vista do acesso. Vou começar com o senhor,
00:02:01secretário. Mais uma vez, obrigado por estar aqui com a gente.
00:02:04Obrigado você pela oportunidade. Bom dia, Mauro. Na prevenção na cidade de São Paulo, nós temos
00:02:11avançado muito, principalmente no pós-pandemia. São Paulo é uma cidade muito grande, 12 milhões de
00:02:17habitantes, com a saúde muito capilarizada. Nós temos equipamentos por toda a cidade. Se você pegar o
00:02:24extremo leste, o extremo norte para o extremo sul, a gente tem uma distância aí de mais de 70 quilômetros.
00:02:31Então, a gente tem que criar uma realidade de atendimento de saúde para cada região. E a gente
00:02:38procura fazer isso aqui na secretaria e com as coordenadorias, são seis coordenadorias distribuídas
00:02:45pela cidade, que estuda a sua área, que faz o monitoramento da sua população para verificar quais
00:02:52ações que nós temos que tomar de saúde e de prevenção nessa região. Eu vou te dar aqui um exemplo bem
00:02:59rápido para você ter uma ideia como é que São Paulo trabalha na prevenção. Vou te dar um exemplo
00:03:07prático. Na época da pandemia, nós tivemos na cidade de São Paulo, é uma coisa nova, ninguém conhecia
00:03:15a pandemia na cidade, 12 milhões e meio de habitantes. A gente olhava lá para a Europa, via a situação
00:03:22crítica que a população daquela região estava passando e sabíamos que chegaria na nossa cidade, como
00:03:29foi o primeiro caso de Covid foi na nossa cidade, inclusive. E a gente falou assim, como é que nós vamos
00:03:37nos organizar uma coisa nova? Como é que a gente vai se prevenir, proteger a nossa população?
00:03:44E aí o que foi feito? Acionamos todas as nossas equipes, uma em cada região e começamos a fazer um
00:03:53monitoramento de como, o que estava acontecendo. E quando começou a pandemia na nossa cidade, a gente,
00:04:02nós começamos a observar que os casos estavam se agravando, as pessoas chegavam graves nos nossos
00:04:07serviços e você já tinha que entrar entubado, precisando de vaga de UTI. Falei, isso vai chegar
00:04:15numa situação que a gente não vai conseguir ter vaga de UTI para 12 milhões de pessoas. Saímos de 500
00:04:20vagas de UTI para 1.500 vagas, mas a gente precisava ter um controle, a população não podia ser
00:04:28agravada, a gente precisava se antecipar. Se antecipar significa prevenção. E aí, São Paulo, que hoje tem
00:04:35mais de 1.600 equipes de saúde da família, cada equipe tem seis agentes comunitários.
00:04:44Utilizando os agentes comunitários, a gente começou a população que chegava nas nossas unidades básicas,
00:04:49elas começaram a ser monitoradas. Nós tivemos um auge da pandemia, mais de 200 mil pessoas sendo monitoradas
00:04:56por dia. Conseguimos, durante a pandemia, fazer monitorar 3 milhões de pessoas. E o que significava
00:05:05isso? A pessoa chegava com algum sintoma na nossa unidade, nós ficávamos monitorando ela durante
00:05:11mais ou menos cinco dias para ver se ela melhorava e se no segundo dia ela começava a ter algum tipo
00:05:17de pior em casa, trazíamos de volta para o médico examinar e intervir antes que esse caso
00:05:24complicasse. Com essa ação, na cidade de São Paulo, nós salvamos muitas vidas e não permitimos ter um
00:05:31colapso do nosso serviço de saúde. Esse é um exemplo de prevenção que a cidade teve. No pós-pandemia,
00:05:38a gente faz prevenção nas outras doenças que nós temos. Então, hoje nós temos controle e monitoramento
00:05:46dos pacientes diabéticos, dos pacientes com hipertensão. Fazemos, durante o ano, vários meses,
00:05:55que é o mês do homem, o mês da mulher, onde a gente faz exames preventivos procurando trazer a população
00:06:04para a atenção básica antes que ela tenha algum tipo de complicação e intervir precocemente na
00:06:13prevenção da saúde. Hoje a gente tem na cidade, a nossa principal causa de óbitos são doenças isquêmicas
00:06:21do coração, primeiro lugar. Segundo lugar, nós temos o acidente vascular cerebral, são doenças não
00:06:28transmissíveis e a gente tem uma atuação em cima da população, são doenças silenciosas, então você tem
00:06:36que trazer a população à unidade básica para fazer um controle da sua pressão, receber a medicação
00:06:43precocemente, antes que ela tenha algum tipo de complicação. Então, trabalhamos com as nossas
00:06:51470 unidades básicas de saúde, nas nossas seis coordenadorias, com as equipes básicas de saúde
00:06:58indo até, fazendo uma busca ativa na casa das pessoas, trazendo as pessoas para as unidades
00:07:06básicas de saúde, melhorando o acesso da nossa população, que a gente ampliou muito a saúde,
00:07:12principalmente no pós-pandemia. Hoje nós temos aí 470 unidades básicas de saúde atuando na cidade
00:07:20e mais 40 unidades básicas em construção para atuar em vários vazios que nós temos da cidade.
00:07:28Então, junto com as equipes de saúde de cada região, elas vão identificando e trazendo aqui
00:07:35para a gestão central a necessidade da região. Aquela população está crescendo em determinada
00:07:41comunidade e você não tem nenhum equipamento de saúde. Aí nós vamos e fazemos um equipamento
00:07:48de saúde naquela região. Trabalhamos junto com a população, temos os conselhos gestores de cada
00:07:53região da população que fazem, trazem a demanda para aquela região da saúde e trazem a demanda para cá,
00:08:01levamos para a secretaria, levamos para o prefeito e hoje a cidade tem uma situação financeira
00:08:07privilegiada, onde a gente tem conseguido investir e melhorar muito o vazio assistencial para a gente
00:08:14poder oferecer o acesso e a prevenção de saúde para a nossa população.
00:08:18Obrigado, secretário. Eu queria agora passar a palavra para a doutora Juliana Cividanes,
00:08:24que é médica psiquiatra. Doutora Juliana, do ponto de vista da saúde mental, o que a gente pode ter como um cenário
00:08:34de acesso e prevenção nesse momento, de acordo com tudo que a senhora estuda?
00:08:39Bom dia, Mauro, bom dia a todos. Eu queria agradecer o convite, é um prazer estar aqui, principalmente falando de prevenção, né?
00:08:47Ouvindo as palavras do secretário, com certeza as doenças cardiovasculares, elas são as que mais matam,
00:08:54então hoje em dia a atenção, a prevenção a essas doenças são importantes, mas a doença que mais impossibilita
00:09:01e que mais tira dias de trabalho, de produtividade das pessoas é a depressão.
00:09:07Então é uma doença, depois a doença cardiovascular é a que mais causa problemas e restrições ao indivíduo,
00:09:15tanto morbidade, e se a gente pensar no suicídio como desfecho dessa doença, mortalidade também é a depressão.
00:09:23Então, na saúde mental, a gente basicamente também trabalha com doenças crônicas,
00:09:28os quadros depressivos são crônicos, as esquizofrenias são crônicas, muitos transtornos de ansiedade são crônicos,
00:09:36e com o avanço da tecnologia e dos estudos, a gente descobriu que essas doenças podem sim ser bem prevenidas também.
00:09:44Então, a prevenção e saúde mental, ela é muito importante desde o pré-natal,
00:09:50então as condições de pré-natal, se a mulher vai ter uma boa alimentação, se vai ter infecções, se não vai ter infecções,
00:09:57então tudo isso que o pré-natal pode oferecer, ele é já uma prevenção à saúde mental desse feto,
00:10:05da própria mãe também.
00:10:06E a gente sabe que ainda hoje muitas mulheres não fazem pré-natal por diversos motivos,
00:10:12desde crenças pessoais até falta de acesso em algumas regiões,
00:10:19elas não fazem a prevenção e acabam chegando já para a hora do parto,
00:10:23num hospital, numa unidade de saúde.
00:10:26E se a gente pensar ao longo da vida do ser humano, a prevenção e saúde mental,
00:10:31ela pode entrar em todas as fases, em todas as idades.
00:10:35Então, tem muitos estudos relacionando o transtorno mental do adulto com maus-tratos,
00:10:40tanto abuso quanto negligência na infância.
00:10:43Então, proteger as crianças, proteger as crianças de abuso físico, abuso sexual,
00:10:49de negligência, de maus-tratos, também é prevenção em saúde mental.
00:10:54Na idade adulta, na idade mais produtiva, a gente fala desde do ambiente social,
00:11:01então, a gente estava comentando aí nos bastidores, antes da prevenção do uso de drogas,
00:11:07que é um dos três maiores fatores desencadentes de transtornos mentais,
00:11:12e a dependência em si é considerada um transtorno mental.
00:11:16Então, desde a prevenção ao uso de todas as drogas, inclusive o álcool,
00:11:20que é muito aceito na nossa sociedade, até incentivado na nossa sociedade,
00:11:25a gente precisava ter uma postura um pouco diferente em relação ao uso dessas drogas,
00:11:31mesmo as lícitas, como o tabaco e o álcool, e também em ambientes de trabalho.
00:11:38Então, a gente sabe que muitas pessoas adoecem no ambiente de trabalho,
00:11:41por falta de condições de trabalho, por excesso de pressão,
00:11:46infelizmente, a gente ainda tem uma jornada de trabalho no Brasil muito longa,
00:11:51como o país de terceiro mundo, então, a gente vê muitas pessoas adoecendo
00:11:56e chegando, então, na velhice.
00:11:59Então, na terceira idade, os idosos, muitas pessoas que não tiveram transtornos mentais
00:12:03acabam tendo, por quê?
00:12:05Isolamento, solidão, abandono, então, tudo isso,
00:12:11o cuidado em todas essas etapas da vida,
00:12:15eles podem prevenir o aparecimento de transtornos mentais,
00:12:19melhorar a qualidade de vida,
00:12:21e quando a gente fala melhorar a qualidade de vida do indivíduo,
00:12:24a gente melhora a qualidade do indivíduo como sociedade também,
00:12:29porque os custos dos tratamentos dos transtornos mentais
00:12:32são muito altos, então, a gente sabe que são custos que impactam aí
00:12:36na saúde pública, no orçamento da saúde pública,
00:12:39então, a prevenção, ela poderia não só ajudar o indivíduo,
00:12:42mas a sociedade como um público.
00:12:46Obrigado, doutora Juliana.
00:12:47Eu quero passar agora a palavra para o Renato Casarotti,
00:12:51que é presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde.
00:12:55Renato, a gente ouviu um pouco da parte do poder público,
00:13:00com o secretário Luiz Carlos Amarco,
00:13:02eu queria ouvir agora o do ponto de vista do setor privado,
00:13:06em que os planos de saúde estão envolvidos,
00:13:09a saúde complementar, a saúde suplementar está envolvida,
00:13:13tanto acesso quanto prevenção.
00:13:17Bem, primeiramente, obrigado, Mauro,
00:13:19um prazer estar com vocês aqui no Antagonista Meeting.
00:13:22Posso fazer um pedido para a produção?
00:13:24Claro.
00:13:24Deixar naquela tela dividida, vendo você,
00:13:26secretário Zamarco e doutora Juliana.
00:13:28É uma questão, depois eu vou até me consultar com a doutora Juliana,
00:13:31eu tenho um problema de falar olhando para mim mesmo.
00:13:34Tem uma coisa que para mim não funciona.
00:13:36Tem um lado meio narcisista, mas ele tem os limites dele,
00:13:39então eu preciso estar vendo outras pessoas para poder dialogar.
00:13:43Mas um prazer estar com você,
00:13:44muito obrigado pelo convite.
00:13:46E só para lembrar que, né, os meus colegas de painel,
00:13:52da doutora Juliana, a importância,
00:13:55a relevância que foi dada para a saúde mental,
00:13:57doutora Juliana, a gente percebe isso, inclusive,
00:14:00nos grandes contratantes de plano de saúde, né,
00:14:02as grandes empresas, como elas demandaram muito de nós
00:14:05a criação de programas que ajudassem na detecção
00:14:09precoce de atuais problemas, distúrbios,
00:14:12como isso afeta, afeta não só a produtividade,
00:14:16mas inclusive a harmonia no ambiente do trabalho,
00:14:18e isso ficou, obviamente, muito agravado no período da pandemia, né.
00:14:22Já era uma questão anteriormente,
00:14:24mas acho que acabou,
00:14:25é um dos resultados da pandemia,
00:14:27uma questão que ganhou muito mais visibilidade e prioridade.
00:14:31A gente percebe isso claramente hoje,
00:14:33pela demanda que a gente serve dos nossos contratantes.
00:14:36E o secretário Zamarco, não sei se ele se recorda,
00:14:39mas ele já está na secretaria há mais tempo,
00:14:41e falando de pandemia,
00:14:43nessa interação entre o público e o privado, Mauro,
00:14:45se eu não me engano, em 2020 ou 2021,
00:14:49uma parceria promovida por ele
00:14:51e pelo então secretário Edson Aparecido,
00:14:53vários hospitais privados, né,
00:14:55a gente contratou,
00:14:57não cedemos de forma gratuita,
00:14:59mas foram contratados leitos para a prefeitura
00:15:01para atender a população de Covid.
00:15:03Foi uma experiência muito exitosa,
00:15:06capitaneada pelo nosso saudoso prefeito Bruno Cobas.
00:15:09Então, me lembro dessa época com muito carinho
00:15:12e da forma como a prefeitura atendeu os hospitais privados.
00:15:15Uma parceria muito exitosa, né, secretário?
00:15:18Um momento muito difícil,
00:15:19principalmente no começo de 2021,
00:15:21onde o sistema foi levado ao limite
00:15:23e eu acho que resistiu bem,
00:15:25face ao desafio que a gente foi enfrentar.
00:15:28A saúde que comentaram hoje, Mauro,
00:15:30quando você pensa em acesso,
00:15:32ela ainda é muito desigual,
00:15:34ela é muito,
00:15:35ela é muito,
00:15:37tem uma variação de cobertura muito grande,
00:15:40eu digo de população de local para local, né,
00:15:42então você tem,
00:15:44nós atingimos o número recorde de beneficiários esse ano,
00:15:48em proporção não,
00:15:49já foi maior,
00:15:50até que a população brasileira cresceu nos últimos 15 anos,
00:15:52mas em números absolutos,
00:15:54chegamos à marca de 51 milhões de beneficiários,
00:15:56é o maior número que a gente já teve na história,
00:15:59e acho que houve muito uma percepção
00:16:01de valor disso durante a pandemia,
00:16:05as pessoas fizeram um esforço adicional
00:16:06para contratar um plano de saúde.
00:16:08Mas é uma cobertura muito desigual.
00:16:10Quando você tem estados na região norte
00:16:12que tem uma cobertura inferior a 5% da população,
00:16:16você tem um estado como o estado de São Paulo,
00:16:18que mais de 40% da população tem plano de saúde.
00:16:21Na grande São Paulo,
00:16:23esse índice chega a 55% da população
00:16:25tem plano de saúde.
00:16:26Então, você pode ver que tem uma ligação direta
00:16:29com aspectos econômicos, né,
00:16:31da sociedade,
00:16:32é um serviço,
00:16:33é um serviço que custa dinheiro,
00:16:36então, isso acaba sendo um efeito limitador.
00:16:38E o desafio que a gente tem hoje,
00:16:40imagino que não seja, por incrível que pareça,
00:16:42não seja tão diferente do desafio do setor público.
00:16:45A gente tem uma pressão muito grande,
00:16:49e o doutor Juliano até mencionou isso,
00:16:50falando especificamente da saúde mental.
00:16:52A gente tem uma pressão muito grande
00:16:53com relação aos custos por três efeitos, né.
00:16:57A gente tem o aumento do custo unitário,
00:17:01dos serviços, né, das medicações,
00:17:04aí quando tem uma área de debate importante, né,
00:17:06de valor de medicações,
00:17:08a gente já não nos causa estranhamento mais,
00:17:10drogas que custem 1, 2, 4, 5 milhões de reais
00:17:13por tratamento,
00:17:15é um desafio muito grande
00:17:16para o público e para o privado, né,
00:17:18como você faz, como você dá um acesso
00:17:20justo e sustentável ao sujeito de tratamento.
00:17:23Existe uma ampliação das coberturas,
00:17:27seja por tratamentos novos que vão ser introduzidos,
00:17:29no caso da saúde experimental,
00:17:30houve uma série de mudanças legais
00:17:32com uma lógica de ampliação dessas coberturas,
00:17:35a gente, não sei se por uma decisão consciente
00:17:38ou aconteceu,
00:17:39trouxemos o princípio da integridade do SUS
00:17:41para a saúde experimental,
00:17:42esse princípio traz um desafio muito grande
00:17:45até de precificação,
00:17:46como é que você precifica um acesso integral, né,
00:17:49com as coberturas mais soltas,
00:17:50e a gente tem um desafio demográfico, né,
00:17:53muito grande,
00:17:54de um envelhecimento da população,
00:17:56isso também comum ao público e ao privado,
00:17:58o envelhecimento da população brasileira
00:18:00que está acontecendo depois dos países desenvolvidos,
00:18:03mas pasma a uma velocidade maior
00:18:05do que aconteceu nos países desenvolvidos.
00:18:07A tendência é que a gente faça
00:18:08aquela, aquela embarregamento,
00:18:11embarregamento não,
00:18:12mas aquela equalização da pirâmide, né,
00:18:14e ela fica mais quadrada,
00:18:15mais rápido no Brasil do que aconteceu nos países desenvolvidos.
00:18:19Isso traz um desafio muito grande,
00:18:21porque a saúde experimental,
00:18:22ela é regida pelo princípio do mutualismo,
00:18:27que é um palavrão, né,
00:18:28que a gente usa para ninguém entender,
00:18:29mas o mutualismo nada mais é do que um condomínio,
00:18:32são pessoas pagando
00:18:34para a gente poder custear o tratamento de quem precisa.
00:18:37É uma lógica muito parecida com a previdência, né,
00:18:40eu preciso de,
00:18:41para esse sistema funcionar e ser acessível,
00:18:44eu preciso de muita gente pagando
00:18:46e usando pouco ou nada
00:18:48para custear aquelas pessoas que vão precisar usar muito.
00:18:52E isso por si só gera um ponto de tensão, né,
00:18:56quem usa pouco e paga
00:18:58e vê o produto sendo reajustado com frequência,
00:19:00tem uma percepção de valor baixo.
00:19:03Quem usa muito e paga um valor menor do que pagaria do bolso,
00:19:06tem uma percepção de valor alta.
00:19:08E eu tenho que atrair essas pessoas
00:19:10que pagam e usam pouco,
00:19:12porque sem elas o sistema não para de pé.
00:19:14Então, esse é um desafio grande,
00:19:16um desafio de comunicação,
00:19:17de explicar como é que o sistema funciona
00:19:19e de uma busca incessante por eficiência, né.
00:19:24A gente precisa ser um sistema
00:19:26que consiga entregar bem
00:19:27com os recursos que a gente tem.
00:19:29Então, essa busca por eficiência
00:19:31que também é comum ao público ou privado,
00:19:33acho que é uma busca incessante
00:19:34para que a gente consiga fazer frente aos desafios
00:19:36que se evoluam à nossa frente.
00:19:39Renato, você tocou em uma série de pontos
00:19:41muito interessantes que eu quero voltar com você.
00:19:45Eu quero seguir ainda na questão do acesso à saúde.
00:19:49Eu tenho um dado aqui
00:19:50que é do Instituto para Políticas de Saúde.
00:19:53E esse Instituto divulgou uma pesquisa
00:19:56que diz que aqui no Brasil,
00:19:5734% da população do país
00:20:00não tem acesso nem à saúde pública,
00:20:04nem aos planos de saúde.
00:20:06Claro, essa situação é mais grave
00:20:08para as populações que estão nas periferias
00:20:11ou longe dos grandes centros urbanos.
00:20:14E aí eu queria saber,
00:20:15do secretário Luiz Carlos Amarco,
00:20:17como dar mais acesso
00:20:19ou como o poder público pode dar mais acesso
00:20:22a essas populações,
00:20:24principalmente as populações
00:20:25que estão mais distantes do centro,
00:20:27é construir postos de saúde,
00:20:29é colocar mais profissionais.
00:20:31O senhor falou que a Prefeitura de São Paulo
00:20:33trabalha regionalmente
00:20:34estudando o problema
00:20:36e as questões de cada área da cidade.
00:20:40Como que esses estudos e essas ações
00:20:42podem resultar no maior acesso à saúde?
00:20:45Então, como eu te falei no início,
00:20:48nós temos hoje seis coordenadorias de saúde
00:20:50e dentro das coordenadorias
00:20:52nós temos as supervisões
00:20:53que são a região que vai ficar mais próximo
00:20:59das regiões com as populações.
00:21:01Então, se você vai nas regiões mais vulneráveis hoje,
00:21:05onde você, por exemplo, pega a Zona Leste,
00:21:08hoje a Zona Leste é uma região
00:21:10que tem um adensamento da população muito grande
00:21:13e tem várias regiões vulneráveis
00:21:16dentro da Zona Leste.
00:21:18Hoje a gente ampliou muito a nossa saúde
00:21:22nessa região,
00:21:22você pega a região de São Mateus,
00:21:24você vai ali na divisa de São Mateus
00:21:26que você pega a divisa de São Paulo
00:21:28com a ABC,
00:21:29uma região muito caliente,
00:21:31nós não tínhamos equipamento nenhum de saúde lá.
00:21:34Nós começamos a nossa administração aqui
00:21:37em 2017,
00:21:39nós tínhamos três UPAs na cidade de São Paulo,
00:21:42hoje nós temos,
00:21:43já inauguramos 24 UPAs,
00:21:46vamos inaugurar até o final do ano que vem
00:21:4810 UPAs e deixamos em construção
00:21:51para 2025 mais 15 UPAs na cidade.
00:21:54Então, isso você começa a dar uma...
00:21:56e você vai fazendo isso
00:21:58estudando os vazios assistenciais,
00:22:02inclusive com a participação da população,
00:22:04que é muito importante
00:22:05quando você vai fazer um equipamento
00:22:07que dentro dessa região,
00:22:10com as supervisões de saúde,
00:22:11com as coordenadorias de saúde,
00:22:13onde tem os conselhos gestores,
00:22:15que são a participação da população,
00:22:18e ela vai identificar,
00:22:21junto com os profissionais,
00:22:22qual é o equipamento
00:22:24que está precisando naquela região,
00:22:26é uma UPA, é uma UBS,
00:22:28e aí a gente vai implantar esse equipamento.
00:22:32Hoje a cidade de São Paulo,
00:22:33ela tem 1.030 equipamentos
00:22:35distribuídos, capilarizados,
00:22:37por toda a cidade.
00:22:38Como a Juliana falou aqui um pouquinho
00:22:43da psiquiatria, né?
00:22:44Nós ampliamos os CAPs da cidade de São Paulo,
00:22:47hoje nós temos 102 CAPs
00:22:49distribuídos por todas as regiões,
00:22:52que a saúde mental,
00:22:53ela falou muito bem,
00:22:54ela tem...
00:22:57não sei se aumentado,
00:22:59seria a palavra correta,
00:23:00porque hoje, como a gente tem o acesso
00:23:01nas unidades básicas de saúde,
00:23:03aumentamos o acesso da população,
00:23:05você começa a fazer o diagnóstico
00:23:07e as pessoas,
00:23:12antigamente, não tinham o acesso
00:23:13da cidade de São Paulo,
00:23:14estou falando da cidade de São Paulo,
00:23:16que cada dia a gente amplia mais
00:23:17o acesso da saúde para a população,
00:23:19então você faz o diagnóstico
00:23:21com uma demanda reprimida,
00:23:23que você não tinha...
00:23:24ela já existia,
00:23:25mas não era feito o diagnóstico,
00:23:26essa pessoa não era tratada.
00:23:28Hoje, com esse nosso...
00:23:29com esse 102 CAPs que nós temos pela cidade,
00:23:32temos o CAPs infantil juvenil,
00:23:34hoje a gente...
00:23:35nós temos um grande número de crianças
00:23:39com transtornos do espectro autista
00:23:41que nós estamos acompanhando
00:23:42nas nossas unidades,
00:23:44nós temos...
00:23:45há o que drogas,
00:23:46que a gente até discutiu um pouquinho aqui
00:23:48antes,
00:23:49que é um...
00:23:51como o Renato falou,
00:23:53tudo isso tem um custo financeiro muito alto.
00:23:57A cidade de São Paulo,
00:23:58hoje, tem o privilégio
00:23:59de melhorar o acesso
00:24:01de todas as regiões,
00:24:04oferecendo unidades básicas de saúde,
00:24:06oferecendo CAPs,
00:24:07oferecendo CER,
00:24:09são todos equipamentos
00:24:10que têm um custo,
00:24:13um custeio alto.
00:24:14A cidade de São Paulo saiu,
00:24:16só para falar um pouquinho disso,
00:24:18de um custeio de...
00:24:19em 2016,
00:24:20de 8 bilhões de reais,
00:24:22nós fechamos no ano passado
00:24:24com 16 bilhões,
00:24:27de 8 bilhões
00:24:28para 16 bilhões,
00:24:30690 mil.
00:24:32E esse ano,
00:24:33nós vamos passar
00:24:33de 18 bilhões de reais
00:24:35de custeio.
00:24:38Que isso,
00:24:39você vai...
00:24:39O prefeito sempre brinca comigo,
00:24:41Zamar,
00:24:42o difícil não é abrir uma UPA,
00:24:45o difícil é o custeio de uma UPA,
00:24:47você abre uma UPA,
00:24:48ela custa mais ou menos
00:24:49uns 12 milhões
00:24:50para você construir
00:24:51e custa 5 milhões por mês.
00:24:55Então, sim,
00:24:56cada equipamento desse nosso,
00:24:58um CAPs,
00:24:59você abre um CAPs,
00:25:00ele custa 500 mil reais por mês.
00:25:04E assim é em todos os equipamentos.
00:25:07Mas a cidade de São Paulo,
00:25:09uma cidade grande,
00:25:10que hoje tem a capacidade
00:25:13de governar
00:25:16com a participação da população
00:25:17em cada região,
00:25:18e a gente consegue fazer,
00:25:21identificar quais os equipamentos
00:25:22que seria interessante
00:25:24para aquela região,
00:25:25principalmente para a população
00:25:26ter o primeiro acesso na saúde
00:25:28para fazer a prevenção
00:25:30e evitar que ela tenha complicações
00:25:33e precise da alta complexidade,
00:25:35que hoje é a alta complexidade,
00:25:37que é o nosso maior problema na cidade.
00:25:39Hoje a gente trabalha
00:25:42com ações bastante importantes
00:25:44para evitar as complicações.
00:25:47Isso em todas as áreas.
00:25:49E dessa forma,
00:25:51a cidade tem avançado muito na saúde.
00:25:56Obrigado, secretário.
00:25:57Doutora Juliana,
00:25:58o acesso à saúde mental hoje,
00:26:02como é que ele se dá
00:26:05e qual seria o ideal?
00:26:08Para a gente pensar,
00:26:09a senhora levou em consideração aqui
00:26:11a questão de que é um custo alto
00:26:15para a sociedade
00:26:16e a prevenção
00:26:17reduz esse custo.
00:26:20Como ele se dá hoje?
00:26:22Qual é a porta de entrada
00:26:23e como ele deveria estar estruturado?
00:26:25A porta de entrada,
00:26:29a gente tem duas, né?
00:26:30A porta de entrada,
00:26:31que é o encaminhamento primário,
00:26:33então, o atendimento primário,
00:26:35o clínico, o ginecologista,
00:26:37o pediatra que está ali
00:26:38no atendimento primário,
00:26:40faz o diagnóstico,
00:26:42o suspeito,
00:26:43encaminha para o especialista
00:26:44e o próprio pronto-socorro,
00:26:47que recebe, muitas vezes,
00:26:49o paciente em crise,
00:26:50o paciente em agitação.
00:26:52Mas aí a gente já está falando
00:26:53do paciente que já está adoecido, né?
00:26:56E em saúde mental,
00:26:57o ideal seria essa prevenção.
00:27:00É que prevenção envolve
00:27:01uma série de coisas.
00:27:03Eu comentei, por exemplo,
00:27:05casos de abuso,
00:27:07de negligência infantil,
00:27:09e que não seria só uma área
00:27:11da medicina, da saúde,
00:27:15mas é uma área também de segurança,
00:27:17uma área de educação.
00:27:19Todas as áreas teriam que estar
00:27:20envolvidas aí para ter essa prevenção,
00:27:23para evitar chegar nesse custo alto.
00:27:27Apesar de todos os esforços,
00:27:29ainda o que tem de acesso
00:27:31ainda é pouco para a população.
00:27:33O secretário comentou
00:27:35que estamos tratando mais,
00:27:37realmente não é que aumentou
00:27:38o número de casos,
00:27:40de casos, exceto durante a pandemia, né?
00:27:42Durante a pandemia a gente teve aí
00:27:43um crescimento de casos,
00:27:45principalmente de ansiedade, né?
00:27:47Porque as pessoas ficaram
00:27:48extremamente ansiosas e preocupadas
00:27:50e o medo de se contaminar e morrer.
00:27:54Então a gente teve um crescimento
00:27:55realmente de transtornos de ansiedade
00:27:57e transtornos depressivos.
00:27:59Mas os outros transtornos,
00:28:00o que melhorou realmente
00:28:01foi o acesso e o diagnóstico.
00:28:03Então se a gente pegar epidemiologicamente,
00:28:05a gente tem uma prevalência
00:28:10que é fixa, né?
00:28:12Nos transtornos mentais,
00:28:14mas as pessoas cada vez
00:28:17estão tendo mais acesso.
00:28:19Não só porque tem mais aparelhos
00:28:21para equipamentos,
00:28:22para diagnosticar e tratar,
00:28:24mas também a pandemia
00:28:25escancarou um pouco
00:28:26esses transtornos.
00:28:29Então uma coisa que só acontecia
00:28:31na casa do vizinho,
00:28:32que nunca acontecia comigo,
00:28:33aconteceu comigo.
00:28:35Então as pessoas foram atrás também
00:28:36de ter mais conhecimento.
00:28:38Eu acho que a educação,
00:28:39principalmente em saúde mental,
00:28:41é muito importante.
00:28:43Porque quando você fala
00:28:45de transtornos psiquiátricos,
00:28:46você envolve muito
00:28:48a questão comportamental e emocional.
00:28:51Então o indivíduo toma muito isso
00:28:53como sendo uma questão
00:28:54da personalidade dele.
00:28:56Então se ele chegar
00:28:57no ambiente de trabalho
00:28:58ou para as outras pessoas
00:28:59e falar que tem depressão,
00:29:01muitas vezes ele vai sofrer preconceito.
00:29:03Ah, imagina,
00:29:05isso é fraqueza,
00:29:06isso é frescura,
00:29:07isso é falta de ter
00:29:08um tanque de roupa para lavar.
00:29:10Então são questões
00:29:11que estão muito presentes
00:29:13na saúde mental,
00:29:14preconceito,
00:29:15e que faz com que as pessoas
00:29:16não busquem atendimento.
00:29:18Acabam buscando atendimento
00:29:20já em situações extremas,
00:29:21o que dificulta também
00:29:23o tratamento.
00:29:24Então quando a gente fala
00:29:25em acesso à saúde mental,
00:29:28eu acho que a gente tem
00:29:28uma coisa anterior
00:29:30que é o preconceito.
00:29:31Porque se eu acho
00:29:32que psiquiatra é só para louco,
00:29:34se eu acho que psiquiatra
00:29:35é só para quem é fraco,
00:29:37psiquiatra é só para quem
00:29:38está desocupado,
00:29:39não tem o que fazer,
00:29:40se tivesse um tanque de roupa
00:29:41para lavar,
00:29:42não estava deprimido,
00:29:43eu não vou buscar atendimento
00:29:44quando eu sentir
00:29:45alguma coisa de errado comigo.
00:29:47E quando eu buscar,
00:29:49o quadro já vai estar
00:29:49tão grave
00:29:50que vai ser mais
00:29:51de mais difícil de tratar.
00:29:53E preconceito a gente combate
00:29:56com isso que a gente
00:29:57está fazendo aqui, né?
00:29:58Conversando,
00:29:59ou educação,
00:30:00ou educação.
00:30:01Exatamente, né?
00:30:03Com informação.
00:30:04Então a gente vê aí
00:30:05várias campanhas,
00:30:06inclusive de indústrias privadas,
00:30:09de empresas privadas,
00:30:11essas campanhas
00:30:12contra o preconceito
00:30:13de saúde mental,
00:30:14elas cresceram,
00:30:14principalmente,
00:30:16a partir das indústrias
00:30:18farmacêuticas,
00:30:19então a gente vê muito isso
00:30:20no setembro amarelo,
00:30:22mas eu acho que teria
00:30:23que ser uma coisa perene,
00:30:24não só no mês
00:30:26do combate ao suicídio,
00:30:27que se tornou um problema
00:30:28de saúde pública também,
00:30:30mas uma coisa perene,
00:30:32desmistificar a saúde mental,
00:30:35quer dizer,
00:30:35não é uma coisa
00:30:36que acontece só com o vizinho,
00:30:37pode acontecer com todo mundo,
00:30:39tirar aquela ideia
00:30:41de que o princípio,
00:30:45até por conta das mídias,
00:30:46cinema, livros,
00:30:48o doente mental,
00:30:49ele ficou muito caracterizado
00:30:52como o esquizofrênico agressivo,
00:30:54e não é,
00:30:55na verdade,
00:30:56assim,
00:30:57o doente mental agressivo,
00:30:59ele não é nem 0,01%
00:31:02dos pacientes
00:31:02que têm transtornos mentais,
00:31:04né,
00:31:04então,
00:31:05tudo isso,
00:31:05a gente tem que tirar
00:31:07esses preconceitos
00:31:09e tirar essa ideia
00:31:10errada
00:31:11das pessoas
00:31:12que têm
00:31:12algum transtorno
00:31:13psiquiátrico.
00:31:15Renato Casarotti,
00:31:17você
00:31:18falou pra gente
00:31:20de alguns desafios
00:31:22que os planos de saúde
00:31:23têm
00:31:24pra aumentar
00:31:25a base
00:31:26de clientes,
00:31:28de usuários,
00:31:29pra que os planos de saúde
00:31:31se tornem sustentáveis,
00:31:33pra que quem
00:31:33precisa usar muito
00:31:35possa usar muito
00:31:36e você ter uma base ali
00:31:38de mais gente
00:31:38usando menos.
00:31:40Aí,
00:31:40eu vou te perguntar
00:31:42sobre os preços
00:31:43dos planos de saúde.
00:31:45As pessoas,
00:31:46muitas vezes,
00:31:47não têm acesso
00:31:48ao plano de saúde
00:31:48por causa
00:31:50da mensalidade.
00:31:51eu te confesso
00:31:52que eu recebi
00:31:52uma cartinha
00:31:53do meu plano de saúde
00:31:54no mês passado
00:31:55me falando
00:31:56do aumento
00:31:57da minha mensalidade
00:31:58que eu quase
00:31:59caí da cadeira.
00:32:00Como resolver
00:32:01essa questão
00:32:02pra que mais pessoas
00:32:03tenham acesso
00:32:04ao plano de saúde?
00:32:06E quero te emendar
00:32:07mais uma questão também.
00:32:09O ideal
00:32:10é que os planos
00:32:11de saúde
00:32:12sejam disponíveis
00:32:13pra toda a população
00:32:15ou saúde
00:32:16suplementar
00:32:17é só pra um
00:32:18extrato da população?
00:32:19Duas excelentes
00:32:21perguntas,
00:32:22Mauro.
00:32:22Ainda estou refletindo
00:32:23a resposta
00:32:24da doutora Juliana
00:32:25pra começar
00:32:26a digerir
00:32:27a sua pergunta aqui.
00:32:29Mas como são perguntas
00:32:30razoavelmente,
00:32:31a segunda
00:32:32não é tão comum,
00:32:33a primeira é muito comum,
00:32:34você pode imaginar.
00:32:35É uma equação
00:32:36difícil de fechar,
00:32:37Mauro,
00:32:38difícil de fechar.
00:32:39Até porque
00:32:40seria mais,
00:32:41vou fazer aquilo mesmo
00:32:42que dito a produção
00:32:42só pra deixar
00:32:43os meus colegas
00:32:44aqui do lado.
00:32:45se não...
00:32:47Ai,
00:32:47obrigado,
00:32:48gente.
00:32:48Eu juro que
00:32:49vou marcar
00:32:49com a doutora Juliana
00:32:50e vou tentar entender
00:32:51depois esse problema
00:32:52que eu tenho
00:32:52de falar
00:32:52olhando pra mim mesmo.
00:32:54Deve ter alguma
00:32:54forma de tratar isso.
00:32:56Mas
00:32:57por que uma equação
00:32:59difícil?
00:33:00Porque
00:33:01você não tem
00:33:02nenhuma ponta
00:33:02sobrando,
00:33:03se você dizer,
00:33:04ah, não,
00:33:04os preços estão
00:33:05muito altos,
00:33:06mas os planos
00:33:06estão trabalhando
00:33:07com margens
00:33:08consideráveis,
00:33:09tem um fôlego
00:33:09financeiro,
00:33:10você pode equilibrar
00:33:11pra ser um pouco
00:33:12mais acessível.
00:33:13Infelizmente,
00:33:14não é o caso.
00:33:14A gente fechou
00:33:15o ano passado
00:33:15o setor
00:33:16como um todo
00:33:17fechou o ano passado
00:33:18com prejuízo operacional
00:33:19de 11 bilhões de reais.
00:33:21Ou seja,
00:33:22entre o que entrou
00:33:23de mensalidade
00:33:24versus o que a gente
00:33:24gastou com despesa
00:33:25assistencial
00:33:27e despesas também
00:33:29obviamente administrativas,
00:33:31tributos e tal,
00:33:32o prejuízo somado
00:33:33foi de 11 bilhões de reais.
00:33:35Primeira vez
00:33:35que a gente tem
00:33:36um prejuízo operacional
00:33:37como setor.
00:33:39E nesse ano
00:33:40a gente já fechou
00:33:41o primeiro semestre
00:33:42com mais de 6 bilhões
00:33:43de prejuízo operacional.
00:33:45Mostra um sistema
00:33:45que tem um problema
00:33:47estrutural.
00:33:50Tem parte
00:33:51desse problema
00:33:51que é difícil
00:33:52de você resolver
00:33:53e tem uma parte
00:33:54que eu acho
00:33:54que é mais endereçada.
00:33:56Vamos lá,
00:33:57o que é mais endereçada?
00:33:59Nós adotamos
00:33:59como estratégia
00:34:00no Brasil,
00:34:01de novo,
00:34:01acho que não foi
00:34:02uma escolha consciente,
00:34:03foi resultado
00:34:03de várias escolhas
00:34:05meio fragmentadas,
00:34:06essa lógica
00:34:06de que o plano de saúde
00:34:07tem que ser um SUS paralelo.
00:34:10Ele tem que ter
00:34:11a integridade
00:34:12que você tem
00:34:12no SUS.
00:34:13Com exceção
00:34:14da prevenção
00:34:15muito básica,
00:34:16estou dizendo ali
00:34:17vacinas e tal,
00:34:18que realmente
00:34:18isso tem uma natureza
00:34:19pública muito clara,
00:34:21todo o resto
00:34:21você tem que dar
00:34:22cobertura.
00:34:23O problema
00:34:23é que essa cobertura
00:34:24vai aumentando
00:34:25de forma constante.
00:34:27Deu exemplo
00:34:28para vocês
00:34:28dos medicamentos
00:34:29de alto custo,
00:34:30que hoje
00:34:31ainda não impactam
00:34:32tão severamente,
00:34:32mas é o medo
00:34:33que a gente tem.
00:34:34Quando você fala
00:34:34de carticel,
00:34:35terapias gênicas,
00:34:36terapias avançadas,
00:34:38isso não é mais
00:34:38para doença rara,
00:34:39sobre um contingente
00:34:40bem considerável
00:34:41de pessoas.
00:34:43Essa pressão,
00:34:44a gente precisaria
00:34:44pensar de como
00:34:45endereçar isso.
00:34:47Eu ainda acho
00:34:48que nós devemos
00:34:49pensar em fomentar
00:34:51um plano
00:34:52ambulatorial
00:34:52forte
00:34:53que converse
00:34:54com o SUS,
00:34:55está aqui o doutor Zamar,
00:34:56uma questão
00:34:57que a gente tem muito,
00:34:58por exemplo,
00:34:58em São Paulo.
00:34:59São Paulo é um município,
00:35:00a grande São Paulo,
00:35:01que você tem mais
00:35:02troca de subsistemas.
00:35:04O que quer dizer isso?
00:35:05Você tem muitas pessoas
00:35:06que estão na franja.
00:35:07Como o acesso
00:35:08à saúde alimentar
00:35:09é pelo vínculo
00:35:10empregatício,
00:35:11essa pessoa
00:35:11sai do emprego,
00:35:13recorre ao SUS,
00:35:14consegue um emprego novo,
00:35:16volta para a saúde alimentar
00:35:17e ela fica transitando.
00:35:18E nessa transição,
00:35:19o dado fica com ela.
00:35:21Se ela não leva o dado,
00:35:22se ela fez um exame
00:35:23numa unidade pública
00:35:25e conseguiu um plano
00:35:27de saúde depois
00:35:27por um emprego
00:35:28que ela conseguiu,
00:35:30o resultado desse exame
00:35:30fica lá,
00:35:31não vem para cá.
00:35:33E vice-versa,
00:35:34isso gera
00:35:34muita ineficiência.
00:35:35pensar em planos,
00:35:38não falo planos segmentados não,
00:35:40mas planos modulares,
00:35:41um plano ambulatorial,
00:35:42um plano hospitalar separado,
00:35:44e que você consiga promover
00:35:45uma troca com o SUS,
00:35:47talvez a gente possa ser
00:35:48mais eficiente.
00:35:49Uma outra coisa
00:35:50que eu defendo bastante
00:35:51é quando você pensa
00:35:51nessas terapias
00:35:52de altíssimo custo,
00:35:54que a gente tem uma lógica
00:35:55mais de Estado brasileiro
00:35:56do que de sistema.
00:35:58O que eu quero dizer?
00:35:58É como acontece,
00:36:00por exemplo,
00:36:01na Inglaterra
00:36:01ou no Canadá.
00:36:02quando a gente sentar
00:36:04para negociar
00:36:04com a indústria farmacêutica
00:36:05para fazer incorporação
00:36:07de um medicamento,
00:36:08que essa incorporação
00:36:09seja parecida
00:36:11com uma fila de transplantes.
00:36:12O custeio,
00:36:13inclusive,
00:36:14público e privado.
00:36:15A gente custeia
00:36:16como privado também.
00:36:17Mas que o Estado brasileiro
00:36:18possa negociar
00:36:19com uma indústria,
00:36:19olha,
00:36:20eu vou incorporar
00:36:20a sua droga de...
00:36:21Só que eu não vou pagar
00:36:227 milhões.
00:36:23Eu tenho 220 milhões
00:36:24de pessoas aqui,
00:36:25para você entrar no Brasil,
00:36:28eu vou pagar 3
00:36:29dividido em 4 anos.
00:36:33Se a gente consegue
00:36:33juntar os dois subsistemas,
00:36:35o público e o privado,
00:36:35para fazer uma negociação conjunta,
00:36:37como é feito na Inglaterra,
00:36:39por exemplo,
00:36:39eu acho que a gente conseguiria
00:36:40ter um acesso
00:36:42ou conseguiria adquirir
00:36:44esses tratamentos,
00:36:45essas drogas,
00:36:45a um preço mais acessível.
00:36:47Tanto isso é verdade,
00:36:48Mauro,
00:36:48que curiosamente,
00:36:49por exemplo,
00:36:50uma droga que é muito famosa,
00:36:51ficou muito famosa aqui no Brasil,
00:36:52que é a peratrofia
00:36:53do lado espinhal,
00:36:54que usou o GESMA.
00:36:55É uma droga
00:36:55que custa 9 milhões de reais.
00:36:57O preço tabela,
00:36:58o preço semédio dele.
00:37:00O preço pelo qual
00:37:01o governo inglês
00:37:02paga essa droga,
00:37:04não é divulgado.
00:37:06A indústria assinou
00:37:07um acordo de confidencialidade
00:37:08com o governo inglês,
00:37:09então o governo inglês
00:37:10não pode divulgar
00:37:10quanto ele paga.
00:37:11Eu me arrisco a dizer
00:37:12que deve ser bem mais barato
00:37:14do que 9 milhões de reais,
00:37:15e por isso que esse preço
00:37:16não é divulgado.
00:37:17Então, assim,
00:37:18são alternativas
00:37:18que a gente pode buscar
00:37:20para isso.
00:37:20E o que eu acho
00:37:21que está mais na nossa mão,
00:37:23passa por muito
00:37:23do que o Dr. Zamarco,
00:37:25a Juliana já falou,
00:37:26todas as Juliana já falaram também,
00:37:28como é que a gente traz
00:37:29estratégias de prevenção
00:37:30e de detecção precoce
00:37:33de patologias,
00:37:33mas elas têm que ser
00:37:35cirúrgicas,
00:37:36com perdão do trocadilho.
00:37:38Vou dar dois exemplos
00:37:39para vocês,
00:37:39muito rápidos,
00:37:40de uma estratégia
00:37:41que é extremamente
00:37:42perdulária,
00:37:43que a gente está endereçando,
00:37:44e de uma que foi
00:37:45muito efetiva.
00:37:46Estratégia perdulária.
00:37:48Um exame,
00:37:49e depois de pesquisar
00:37:50um pouquinho,
00:37:51e fizemos estudos
00:37:52com grupos de vidas
00:37:54de associadas nossas,
00:37:55duas bases,
00:37:56essa base tinha
00:37:57mais ou menos
00:37:573 milhões de vidas,
00:38:00a gente foi fazer
00:38:01uma avaliação seguinte,
00:38:01um exame que não é
00:38:02muito comum você repetir,
00:38:03é um exame de vitamina D.
00:38:05Não faz muito sentido,
00:38:06normalmente não tem
00:38:07grandes variações,
00:38:09a parte da população
00:38:09que tem carência crônica
00:38:11de vitamina D
00:38:11é um contingente
00:38:12bastante limitado
00:38:13de pessoas,
00:38:14então você imagina,
00:38:15bem,
00:38:16uma pessoa não deveria
00:38:17fazer mais do que
00:38:17um exame por ano,
00:38:18se fizer.
00:38:20Então pegamos lá
00:38:21no universo de 3 milhões
00:38:22de beneficiários,
00:38:24quantos fizeram
00:38:25um exame de vitamina D
00:38:26em 2022?
00:38:29E nos deparamos
00:38:31com um número assustador
00:38:32de 500 mil pessoas
00:38:33fizeram exame de vitamina D.
00:38:36Para,
00:38:36só um instante,
00:38:37aí você não mais,
00:38:38quantos exames
00:38:39por capita foram feitos?
00:38:423,2 exames
00:38:44de vitamina D
00:38:44por pessoa.
00:38:47O que a gente
00:38:47foi descobrir?
00:38:49Na verdade,
00:38:50por uma prática
00:38:51que foi se construindo
00:38:52no meu tempo,
00:38:53sempre que se pede
00:38:54um hemograma,
00:38:56que é um exame
00:38:56extremamente simples,
00:38:58e que muitas pessoas
00:38:59fazem mesmo,
00:39:01a pessoa ia lá,
00:39:02clicava a vitamina D.
00:39:04E muitas vezes,
00:39:05esse paciente
00:39:06não ia no mesmo médico,
00:39:07ia no outro médico
00:39:08que pedia um novo hemograma,
00:39:09que pedia mais
00:39:10exame de vitamina D,
00:39:11e por aí vai.
00:39:13Só aqui,
00:39:14Mauro,
00:39:14a gente calculou,
00:39:15isso gerou um desperdício
00:39:16de algo como
00:39:1780 milhões de reais
00:39:18no ano passado.
00:39:20Só nesses exames.
00:39:21É o dinheiro
00:39:22que foi pro lixo.
00:39:24Agora,
00:39:24na prática médica,
00:39:25sempre que é solicitado
00:39:26um exame de vitamina D
00:39:27num prazo menor
00:39:28do que 12 meses,
00:39:30o médico liga
00:39:31pro médico assistente
00:39:32que solicitou o exame,
00:39:33olha,
00:39:33você sabia que o seu paciente
00:39:34já fez o exame
00:39:35há três meses atrás?
00:39:36Você pode pedir pra ele
00:39:37o resultado do exame,
00:39:39você vai tentando
00:39:39achar uma forma
00:39:40eficiente.
00:39:40Aqui é uma forma
00:39:41extremamente ineficiente.
00:39:42Agora,
00:39:43eu vou dar um exemplo
00:39:43de uma forma eficiente
00:39:44de reduzir custo.
00:39:47Também nessa mesma
00:39:48população de 3 milhões
00:39:49de pessoas,
00:39:50a gente apurou
00:39:51um grupo de mulheres
00:39:52que estariam
00:39:54numa idade elegível
00:39:55com risco
00:39:56de câncer de mama
00:39:57e que,
00:39:59cujas mães
00:39:59também eram beneficiárias
00:40:01e que já tinham
00:40:02sofrido com câncer
00:40:05de mama anteriormente.
00:40:06Ou seja,
00:40:06um caso clássico
00:40:07de...
00:40:08E que não tinham feito
00:40:09mamografia
00:40:09nos últimos dois anos.
00:40:11Olha,
00:40:12isso deu um contingente
00:40:13de 200 mulheres.
00:40:14Mais ou menos.
00:40:15Eu não me lembro
00:40:15o número exato,
00:40:16mas era então
00:40:16de 200 mulheres.
00:40:19Chamamos,
00:40:19essa associada nossa
00:40:20chamou as beneficiárias
00:40:21pra fazer a mamografia,
00:40:23detectou seis neoplasias,
00:40:26seis cânceres
00:40:26em estágio precoce
00:40:28e estão sendo
00:40:29devidamente tratadas.
00:40:30Só,
00:40:31além do resultado
00:40:32em saúde maravilhoso
00:40:34de fazer isso,
00:40:35só a economia
00:40:36com tratamento
00:40:37desse câncer
00:40:38no estágio precoce
00:40:39já pagou
00:40:40os 200 exames
00:40:41com muita folga.
00:40:44Porque você tem
00:40:45antineoplásticos orais,
00:40:46medicamentos que são
00:40:4715, 20,
00:40:4830 mil reais
00:40:49o ciclo de medicamentos.
00:40:51Então,
00:40:51o que é muito mais caro
00:40:52do que fazer uma mamografia.
00:40:53Então,
00:40:54pra dizer o seguinte,
00:40:54quando você faz
00:40:55uma prevenção cirúrgica,
00:40:58se a gente tivesse feito
00:40:59essa mamografia
00:41:00pra todas as mulheres,
00:41:01seria um procedimento
00:41:02altamente ineficiente.
00:41:04Mas se eu consigo desenhar
00:41:05qual que é o público-alvo
00:41:06com bons dados
00:41:08e eu faço
00:41:09essa intervenção
00:41:11cirúrgica ali,
00:41:13a chance
00:41:13de a gente
00:41:14ser deficiente
00:41:15e conseguir entregar
00:41:16um serviço
00:41:17ao custo mais acessível
00:41:18pras pessoas
00:41:19melhora bastante.
00:41:20Mas,
00:41:21resumindo pra você,
00:41:21infelizmente não tem
00:41:22bala de prata,
00:41:23é uma construção
00:41:24que a gente vai ter que fazer
00:41:25enquanto colaborativa
00:41:27com os médicos,
00:41:29com os provas beneficiadas,
00:41:30com os contratantes
00:41:31e, em alguma medida,
00:41:32com o setor público também,
00:41:33que eu acho que tem
00:41:33algumas oportunidades
00:41:34que a gente pode explorar
00:41:34depois também.
00:41:36Renato,
00:41:36ainda vou voltar com você,
00:41:37com a questão
00:41:38de se os planos de saúde
00:41:40precisam ser
00:41:41só pra um extrato
00:41:42da sociedade
00:41:42ou se todo mundo
00:41:43precisa ter...
00:41:44Gastei esse tempo todo
00:41:46pra responder
00:41:46a sua segunda pergunta,
00:41:47mas eu respondo depois.
00:41:49Vamos girar aqui,
00:41:50vamos girar.
00:41:51Eu vou colocar
00:41:52um outro tema aqui também
00:41:54que pode ser,
00:41:55e aí eu quero saber
00:41:56se ele de fato
00:41:57pode ser eficiente,
00:41:59tanto pra aumentar
00:42:00acesso à saúde
00:42:02como também
00:42:02pra conter gastos
00:42:04e até pra conter fraudes.
00:42:06por exemplo,
00:42:07no caso de sistema
00:42:08de...
00:42:09tanto no sistema
00:42:10de saúde público
00:42:11como na saúde suplementar,
00:42:13que é a questão
00:42:13da tecnologia.
00:42:15A gente viu muito
00:42:16durante a pandemia
00:42:17consultas feitas
00:42:18à distância,
00:42:20tem também a questão
00:42:22do prontuário eletrônico,
00:42:24que seja um prontuário comum
00:42:25pra que o sistema
00:42:26público de saúde,
00:42:28todos os profissionais
00:42:28tenham acesso
00:42:29ao prontuário
00:42:30daquele paciente,
00:42:31ou seja,
00:42:31quando ele chega
00:42:32num determinado
00:42:33equipamento
00:42:36de atendimento
00:42:37à população,
00:42:38o médico profissional
00:42:39que vai atendê-lo aí,
00:42:41que vai atender
00:42:41a pessoa,
00:42:42já sabe do histórico
00:42:44dessa pessoa,
00:42:45o que facilita
00:42:46também o atendimento.
00:42:48A minha pergunta é,
00:42:49e vou começar
00:42:49com o doutor Zamarco,
00:42:51a tecnologia,
00:42:53em que ela pode
00:42:54ser aplicada
00:42:55pra garantir
00:42:56acesso
00:42:57e prevenção
00:42:57à saúde?
00:42:58Bom,
00:42:59na cidade de São Paulo,
00:43:00se você olhar
00:43:01aqui atrás,
00:43:02meu painel,
00:43:02você tá vendo ali,
00:43:03né,
00:43:03saúde digital.
00:43:04Exatamente.
00:43:05nós estamos investindo
00:43:07muito na cidade de São Paulo,
00:43:08até complementando
00:43:09aí a fala do Renato,
00:43:11hoje nós temos
00:43:12o e-saúde,
00:43:14que é um aplicativo nosso,
00:43:15onde nós,
00:43:16todo paciente
00:43:17que passa
00:43:18nas nossas unidades,
00:43:20nós estamos implantando,
00:43:21nós estamos colocando
00:43:22um prontuário eletrônico,
00:43:23já temos em 80%
00:43:24das nossas unidades
00:43:25com um prontuário eletrônico,
00:43:27foi um desafio grande,
00:43:28dessa gestão,
00:43:30e como São Paulo,
00:43:31ele tem 80%
00:43:34da sua gestão
00:43:35está sendo administrada
00:43:37por organizações sociais,
00:43:39e cada organização social,
00:43:41ela tem um sistema
00:43:43de tecnologia
00:43:43que ela utiliza,
00:43:45então foi um desafio
00:43:46pra Secretaria da Saúde
00:43:47integrar
00:43:49todos esses sistemas.
00:43:51Então,
00:43:51a princípio,
00:43:52quando a gente
00:43:52conheceu,
00:43:53eu tô aqui na Secretaria,
00:43:54sou secretário
00:43:55faz um ano e meio,
00:43:56mas antes
00:43:57eu era de junho,
00:43:58fui secretário
00:43:58executivo
00:44:00da hospitalar,
00:44:01enfim,
00:44:02tô aqui na administração
00:44:02já tem uns 20 anos.
00:44:04E é uma coisa
00:44:05que a gente sempre discutiu,
00:44:06né,
00:44:06como implementar a saúde
00:44:08numa cidade desse tamanho,
00:44:09a gente precisa ter
00:44:10a tecnologia
00:44:10até pra evitar
00:44:11esses desperdícios
00:44:12que o Renato citou,
00:44:13que na saúde pública
00:44:15ainda é pior
00:44:16do que na saúde
00:44:16suplementar,
00:44:17é porque o paciente,
00:44:20ele vai na UPA,
00:44:22o médico pede um monte
00:44:23de exame,
00:44:24vai no UBS,
00:44:24pede um monte de exame,
00:44:25ele não gostou desse médico
00:44:26dessa UPA,
00:44:27ele foi na outra UPA,
00:44:28às vezes no mesmo dia,
00:44:30e é feito duas vezes
00:44:32todo esse monte de exame.
00:44:33Então,
00:44:33como é que a gente tem feito
00:44:34com a tecnologia
00:44:36utilizada a nosso favor?
00:44:39Hoje nós temos
00:44:40o aplicativo
00:44:40e-saúde,
00:44:41dentro do aplicativo,
00:44:42hoje nós temos
00:44:433 milhões e 200 mil
00:44:45pessoas dentro do aplicativo,
00:44:47e quando ele passa
00:44:48no equipamento,
00:44:50é registrado
00:44:51dentro do aplicativo,
00:44:52então os exames
00:44:53que ele faz
00:44:53estão lá dentro do aplicativo,
00:44:55a consulta médica dele,
00:44:57e isso tem facilitado
00:44:59você diminuir o custo,
00:45:02é uma forma
00:45:02que o São Paulo encontrou,
00:45:04ele fez um hemograma
00:45:06ontem,
00:45:08ele foi no médico hoje,
00:45:10vai ter que ter,
00:45:11o médico vai pedir
00:45:12o hemograma
00:45:12se tiver alguma coisa nova
00:45:14no diagnóstico dele,
00:45:16e aí assim,
00:45:19a tecnologia
00:45:20tem nos ajudado
00:45:20nesse aspecto,
00:45:22e com a implementação
00:45:24do prontuário eletrônico,
00:45:27que é uma meta
00:45:28dessa gestão,
00:45:30o que nós fizemos?
00:45:33Fizemos um barramento,
00:45:35o e-saúde,
00:45:36ele é um barramento,
00:45:37é um sistema
00:45:38extremamente robusto,
00:45:40porque São Paulo
00:45:42tem 12 milhões de habitantes,
00:45:44e ele está preparado
00:45:46para que os 12 milhões
00:45:47de habitantes
00:45:48tenham o aplicativo
00:45:49e consigam se conectar,
00:45:52e dentro do aplicativo,
00:45:53ele tendo linkado
00:45:55ao prontuário eletrônico
00:45:56desse paciente,
00:45:57então esse paciente,
00:45:58ele passou na zona norte,
00:45:59ou ele passou lá na zona sul,
00:46:01esse,
00:46:02o prontuário dele,
00:46:04o médico,
00:46:04o médico que estiver atendendo
00:46:06vai poder abrir
00:46:07esse prontuário,
00:46:08mesmo ele sendo
00:46:09de uma outra região,
00:46:11sendo uma outra organização social,
00:46:12que está atendendo ele naquele momento,
00:46:14os dados deles
00:46:15vai estar tudo dentro
00:46:16do repositório e-saúde,
00:46:18que é da Secretaria da Saúde,
00:46:20então a informação
00:46:21fica toda para nós
00:46:22dentro do repositório,
00:46:24e ela pode transitar
00:46:25de uma região para outra,
00:46:28para que os médicos
00:46:30tenham acesso.
00:46:31Secretário,
00:46:31uma dúvida,
00:46:32esse prontuário
00:46:34que existe na cidade de São Paulo,
00:46:35ele conversa com o SUS,
00:46:38quer dizer,
00:46:38se esse paciente estiver
00:46:39em outra cidade
00:46:41aqui do estado,
00:46:42ou em outro estado,
00:46:43é possível acessar também
00:46:46esses dados
00:46:46e inserir dados também?
00:46:49O aplicativo,
00:46:51o paciente pode inserir,
00:46:54o paciente pode inserir exames,
00:46:56se, por exemplo,
00:46:57ele passar na medicina privada
00:46:59e fizer os exames,
00:47:02ele pode inserir no aplicativo,
00:47:04e quando ele for em algum lugar,
00:47:05ele pode abrir o aplicativo
00:47:07para que o médico
00:47:07olhe esse aplicativo.
00:47:09Agora,
00:47:10o repositório,
00:47:12ele fica só dentro
00:47:12da cidade de São Paulo,
00:47:13então a gente,
00:47:14inclusive,
00:47:14está conversando
00:47:15com o Ministério,
00:47:16para a gente poder fazer
00:47:18a cobrança,
00:47:19eu não ter que,
00:47:20dentro do meu repositório,
00:47:22eu puder,
00:47:23que eu possa subir
00:47:24a consulta
00:47:26para eu poder receber
00:47:27o recurso SUS
00:47:29referente
00:47:30àquele procedimento.
00:47:32Então,
00:47:32isso aí nós estamos conversando
00:47:33com o Ministério,
00:47:35porque o próprio Ministério
00:47:36está tendo uma dificuldade
00:47:37com a quantidade de dados
00:47:39que a Prefeitura de São Paulo
00:47:40hoje tem.
00:47:42Dentro do nosso e-saúde,
00:47:46nós temos
00:47:463 milhões e 200
00:47:49pacientes que estão cadastrados,
00:47:53que estão utilizando,
00:47:55e nós já cadastramos,
00:47:57por que acontece
00:47:57na cidade de São Paulo?
00:47:58Na cidade de São Paulo,
00:47:59ela é muito grande,
00:48:01o Ministério da Saúde
00:48:03não conseguia
00:48:04dar um número SUS
00:48:05para a nossa população.
00:48:07Então,
00:48:07ele criou
00:48:08um sistema
00:48:10apartado de numeração.
00:48:12Então,
00:48:13a população,
00:48:14ela vai no médico
00:48:15precisar do cartão SUS,
00:48:16ela esqueceu o cartão SUS,
00:48:18em casa,
00:48:18ela faz outro cartão SUS,
00:48:19porque ele não está linkado,
00:48:21não estava linkado
00:48:22ao CPF.
00:48:24Então,
00:48:24a gente fez uma limpeza
00:48:25disso,
00:48:25hoje nós temos
00:48:26dentro da nossa plataforma
00:48:30cadastrado,
00:48:3110 milhões e 200 mil CPFs.
00:48:34Então,
00:48:34nós tiramos o cartão,
00:48:35desvinculamos o cartão SUS
00:48:37para colocar na plataforma
00:48:39e-saúde,
00:48:40e vinculamos ao CPF
00:48:41do paciente,
00:48:43para a gente poder ter
00:48:43um controle
00:48:45da nossa população,
00:48:47e o controle da população
00:48:48que está utilizando
00:48:49o serviço de saúde público.
00:48:51Então,
00:48:51a gente tem avançado
00:48:53bastante nesse aspecto.
00:48:54e melhorando
00:48:56o prontuário eletrônico,
00:48:58como você falou,
00:48:59a gente começou
00:48:59em 2021
00:49:00utilizar
00:49:01a telemedicina,
00:49:04inclusive para fazer
00:49:04aquilo que eu falei
00:49:05lá no nosso início
00:49:06da conversa,
00:49:06para poder fazer
00:49:07o monitoramento
00:49:09dos pacientes
00:49:10que estavam em casa,
00:49:11às vezes para fazer
00:49:12uma consulta remota
00:49:14com esse paciente,
00:49:14a gente começou
00:49:15a fazer consulta remota,
00:49:16que era o
00:49:16arroba COVID
00:49:17que nós tínhamos
00:49:18no município de São Paulo,
00:49:19onde o paciente
00:49:20da casa dele,
00:49:21ele podia fazer
00:49:22uma consulta com o médico,
00:49:23e nós estamos ampliando.
00:49:25Hoje,
00:49:26na cidade de São Paulo,
00:49:27nós estamos
00:49:28implantando
00:49:28a estratégia de saúde
00:49:30da família digital
00:49:31para levar
00:49:34nas regiões
00:49:35mais remotas,
00:49:36como você falou,
00:49:37para a população
00:49:38ter acesso.
00:49:39Você,
00:49:39por exemplo,
00:49:40hoje,
00:49:40às vezes você não consegue
00:49:41colocar um médico
00:49:42lá em Marcilac,
00:49:44mas se você colocar
00:49:45um médico remoto,
00:49:46você consegue dar
00:49:47um atendimento
00:49:48para aquela população.
00:49:49e a Juliana
00:49:50deve estar sabendo,
00:49:51por exemplo,
00:49:51onde mais avançou
00:49:54a telemedicina
00:49:55foi na saúde mental.
00:49:57Nós investimos
00:49:59bastante,
00:50:00a gente tem
00:50:00a saúde mental
00:50:01hoje contemplada
00:50:03com a telemedicina
00:50:04e é onde teve
00:50:05a maior adesão,
00:50:07tanto dos pacientes
00:50:08quanto dos próprios
00:50:08profissionais.
00:50:09A gente conseguiu
00:50:10melhorar o atendimento
00:50:12da saúde mental
00:50:13e o acesso
00:50:13da saúde mental
00:50:14no serviço público
00:50:16através da telemedicina.
00:50:18Aproveitando um pouquinho,
00:50:19só para eu também
00:50:20falar um pouquinho
00:50:20da prevenção
00:50:21da saúde mental,
00:50:22desde o início
00:50:24com as crianças,
00:50:24a gente tem feito
00:50:25um trabalho
00:50:26com a saúde na escola,
00:50:28enfatizando a saúde mental,
00:50:29até por conta
00:50:30de vários eventos
00:50:31que aconteceram
00:50:32nas escolas,
00:50:33fazendo uma capacitação
00:50:36para os professores
00:50:37em termos de saúde mental
00:50:39para ele,
00:50:39se ele identificar
00:50:40algum comportamento
00:50:42diferente
00:50:43com algum dos alunos,
00:50:44ele aciona
00:50:45a unidade básica
00:50:46e cada,
00:50:48mais ou menos,
00:50:48cada UBS nossa,
00:50:49nós temos 470,
00:50:51alguma parede no início,
00:50:52está vinculada
00:50:53entre quatro
00:50:54a seis escolas
00:50:55e aí o professor
00:50:56identificou alguma coisa,
00:50:57ele aciona a UBS
00:50:58que ele está vinculado
00:50:59e aí a equipe da UBS
00:51:01vai fazer
00:51:02uma visita
00:51:03nessa escola
00:51:04se for necessário
00:51:05uma intervenção
00:51:06da saúde mental
00:51:07e que encaminha
00:51:09para o CAPES
00:51:10Infanto e Juvenil
00:51:10mais próximo da região.
00:51:12Então,
00:51:12a tecnologia
00:51:13tem ajudado muito
00:51:14assim a gente
00:51:15aqui na saúde pública
00:51:16e na cidade de São Paulo.
00:51:17Deixa eu aproveitar
00:51:18então,
00:51:19perguntar
00:51:20para a doutora Juliana
00:51:21como é que a tecnologia
00:51:22está presente hoje
00:51:25e tem facilitado
00:51:26a questão do acesso,
00:51:27a questão da prevenção
00:51:28do ponto de vista
00:51:29mesmo da prática médica
00:51:31de quem está ali
00:51:31com a mão na massa,
00:51:33com o contato mesmo
00:51:34com o paciente.
00:51:35Antes de falar
00:51:37da tecnologia,
00:51:38eu queria só fazer
00:51:38um comentário
00:51:39na fala dos dois colegas
00:51:41porque a gente fala
00:51:42de aumento
00:51:44de unidades
00:51:45de saúde,
00:51:46aumento do atendimento,
00:51:47aumento de cobertura,
00:51:48mas a gente tem que pensar
00:51:49também
00:51:50no capital humano,
00:51:52que são as pessoas
00:51:55que trabalham lá.
00:51:56Como que esse médico
00:51:57está trabalhando,
00:51:58quais são as condições
00:51:59de trabalho,
00:52:00remuneração,
00:52:01como que os enfermeiros,
00:52:03os auxiliares,
00:52:05a gente vê crescendo,
00:52:08por exemplo,
00:52:09a insegurança
00:52:10nos locais de trabalho,
00:52:12não só nos atendimentos públicos,
00:52:16mas também em muitos privados,
00:52:18que os pacientes,
00:52:19os médicos estão sendo agredidos,
00:52:23a equipe às vezes é maltratada,
00:52:26então a gente tem que pensar
00:52:27também no capital humano
00:52:28que a gente está empregando
00:52:29para fazer esse atendimento,
00:52:31quais as condições
00:52:32de trabalho e de segurança
00:52:33que esse profissional tem
00:52:35ali na ponta
00:52:36para fazer o atendimento,
00:52:38né?
00:52:38Em relação ao excesso
00:52:41de pedido de exame,
00:52:42o que a gente vê
00:52:42é que muitas vezes
00:52:43o profissional,
00:52:45ele tem um tempo
00:52:46muito limitado
00:52:47para fazer o atendimento,
00:52:48então algumas unidades
00:52:51colocam um paciente
00:52:53a cada oito minutos,
00:52:54por exemplo,
00:52:55é impossível você fazer
00:52:56um exame médico
00:52:57em oito minutos,
00:52:59o que dá tempo
00:52:59de fazer em oito minutos
00:53:00é preencher um monte
00:53:01de guia para pedir exame,
00:53:03então eu vejo principalmente
00:53:04dos colegas mais jovens,
00:53:07assim,
00:53:07um excesso de pedido de exames,
00:53:10muitas vezes eles pedem exames
00:53:11que eles nem sabem interpretar,
00:53:13né?
00:53:14Pede muito,
00:53:15repete o mesmo exame
00:53:16que o paciente já fez,
00:53:18mas eu fico pensando
00:53:19o quanto isso não tem
00:53:20uma origem mais profunda,
00:53:23desde uma má formação
00:53:25mesmo nas escolas,
00:53:26então a gente vê aí
00:53:27um número crescente
00:53:28de escolas de medicina,
00:53:30muitas que não tem
00:53:31qualificação,
00:53:33até esse,
00:53:34o ambiente de trabalho
00:53:36que às vezes não propicia
00:53:37uma medicina ideal
00:53:39e vai girando aí
00:53:40esses vícios crônicos,
00:53:43né?
00:53:44É mais fácil eu pedir
00:53:44um monte de exame,
00:53:45depois eu vejo
00:53:46o que vier errado,
00:53:47do que fazer um exame clínico,
00:53:49do que fazer uma boa anamnese
00:53:50e fazer um exame direcionado.
00:53:53Então, eu acho que tem
00:53:54esses dois lados também,
00:53:56né?
00:53:57Que estão,
00:53:57que tem uma falha aí
00:53:59do sistema
00:54:00mais profunda
00:54:01que acaba levando
00:54:02a esses erros
00:54:03e esses excessos.
00:54:05Em relação à tecnologia,
00:54:07eu acho que foi
00:54:08uma revolução realmente
00:54:10durante a pandemia
00:54:10e eu espero que isso
00:54:12não retroceda,
00:54:13porque foi um avanço
00:54:14para a gente.
00:54:15É lógico que não dá
00:54:16para fazer sempre
00:54:17todas as consultas
00:54:19via telemedicina,
00:54:20mas facilitou o acesso
00:54:23dos pacientes,
00:54:25principalmente pacientes
00:54:26que vivem em regiões
00:54:27mais afastadas,
00:54:28que têm dificuldade
00:54:29de se locomover.
00:54:31Na cidade de São Paulo,
00:54:33a gente não precisa nem falar,
00:54:34a locomoção é muito difícil,
00:54:37às vezes o paciente
00:54:37demorava uma, duas horas
00:54:39para chegar no seu local
00:54:40de atendimento
00:54:41e ele tendo essa facilidade
00:54:43ele vai usufruir
00:54:46e vai ser muito mais efetivo
00:54:49do meu atendimento,
00:54:50porque muitas consultas
00:54:53você realmente não precisa ali,
00:54:55principalmente na área
00:54:56da saúde mental,
00:54:57que a gente não tem
00:54:58a necessidade
00:54:59de um exame físico
00:55:00em todas as consultas,
00:55:02que o exame é psíquico,
00:55:04é através da conversa,
00:55:05você pode fazer
00:55:06esse teleatendimento
00:55:08com muita eficiência,
00:55:10com muita eficácia.
00:55:11Então, eu acho que a tecnologia
00:55:12veio para ficar,
00:55:14eu espero que fique,
00:55:15e ela é muito bem-vinda,
00:55:17porque realmente agilizou
00:55:19muito o lado dos pacientes,
00:55:22do atendimento.
00:55:23Renato, você já tinha
00:55:25trazido para a gente
00:55:27um pouco da questão
00:55:28dos dados,
00:55:29da questão, né,
00:55:30do quanto as pesquisas,
00:55:33os planos de saúde
00:55:33vão usando os dados aí,
00:55:36até para saber
00:55:37se está tendo
00:55:38alguma distorção,
00:55:39por exemplo,
00:55:40em pedidos de exames.
00:55:42Em termos de acesso
00:55:43aos planos de saúde,
00:55:45prevenção da saúde das pessoas,
00:55:49como é que os planos de saúde
00:55:50avançam nessa questão
00:55:51da tecnologia?
00:55:54Acho que tem caminhos
00:55:54super interessantes,
00:55:55tem coisas que já são
00:55:56uma realidade, sabe,
00:55:57Mauro,
00:55:58e outras que vão
00:55:59avançar primeiro,
00:56:00mas só para tocar
00:56:00no ponto que a doutora
00:56:01Juliana trouxe,
00:56:02que eu acho super,
00:56:03são ponderações
00:56:04muito importantes,
00:56:05de qualidade de trabalho,
00:56:07né,
00:56:07a gente fala que é o quarto
00:56:09pilar da saúde,
00:56:10que é o pilar de cuidar
00:56:12de quem cuida,
00:56:13é fundamental,
00:56:15e acredito sim,
00:56:16doutora,
00:56:16que existem as duas coisas,
00:56:18e é uma combinação
00:56:18perversa,
00:56:19uma pressão por entregar
00:56:20mais eficiência,
00:56:22e a gente precisa entender
00:56:23qual que é o equilíbrio
00:56:24de uma consulta,
00:56:25né,
00:56:26acho que o aspiracional
00:56:28de uma consulta
00:56:29de uma hora,
00:56:29infelizmente,
00:56:30não vai ser a realidade
00:56:31para a maioria dos sistemas,
00:56:32porque ele não é incompatível
00:56:33com a eficiência que a gente busca,
00:56:35que a gente precisa entregar,
00:56:36mas uma consulta de oito minutos
00:56:37também não vai ser efetiva,
00:56:39e melhorar a qualidade
00:56:39de formação,
00:56:41que a gente percebe realmente,
00:56:42tem uma proliferação
00:56:44de escolas de medicina,
00:56:45muitas de qualidade questionável,
00:56:47o profissional que está chegando
00:56:48no mercado também,
00:56:49chega pressionado
00:56:50e mal formado,
00:56:52a tendência é não entregar
00:56:53um cuidado de qualidade,
00:56:54acho que é um ponto importante
00:56:55que a senhora traz sim.
00:56:57De tecnologia,
00:56:58Mauro,
00:56:58eu tenho uma experiência
00:56:59que ela me deixou dividido,
00:57:02vou ser extremamente franco
00:57:05com vocês,
00:57:05que foi a questão
00:57:06da teleconsulta,
00:57:07sou um grande defensor,
00:57:10os colegas aqui lembram
00:57:11que antes da pandemia
00:57:12a teleconsulta
00:57:13era proibida pelo CFM,
00:57:15ela era,
00:57:16se falasse em teleconsulta,
00:57:18era pedir para apaiar,
00:57:19e acabou virando
00:57:21uma realidade
00:57:22por necessidade,
00:57:23na pandemia veio para ficar,
00:57:25ela sempre teve um componente
00:57:27que ela ainda entrega muito bem,
00:57:28que era de entregar acesso
00:57:30a especialidades
00:57:31para áreas remotas,
00:57:32como o secretário Zamarco
00:57:34falou,
00:57:35mas tinha um outro componente
00:57:35que eu depositava
00:57:36muita esperança
00:57:37e que infelizmente
00:57:38ele foi e depois se agrediu,
00:57:40a telesaúde
00:57:41ela teria o condão
00:57:42de nos ajudar
00:57:43a esvaziar
00:57:44pouco os prontos-socorros,
00:57:46o pronto-socorro
00:57:47ainda é,
00:57:49menos no público,
00:57:50mas tem que ter bastante,
00:57:51o doutor Zamarco
00:57:51pode comentar depois,
00:57:52mas no privado
00:57:52com certeza
00:57:53ainda é a principal porta de acesso,
00:57:55né,
00:57:56antes da pandemia
00:57:57era demais,
00:57:58todo mundo,
00:57:58a primeira busca
00:57:59era no pronto-socorro,
00:58:01não era nem a consulta
00:58:02de especialidade,
00:58:03era direto
00:58:03no pronto-socorro,
00:58:04que é um equipamento
00:58:06que não é feito
00:58:07para isso,
00:58:07onde você está convivendo
00:58:08a pacientes que tem
00:58:09uma complexidade
00:58:10baixíssima
00:58:11com outros de altíssima
00:58:12complexidade,
00:58:14enrola a fila,
00:58:15é fácil você ir no pronto-socorro
00:58:16e ver aquela classificação
00:58:17por nível de urgência,
00:58:18você percebe que 95%
00:58:20vão estar lá
00:58:21com o verdinho,
00:58:24tipo o G,
00:58:24essa é nenhuma,
00:58:26esse é um paciente
00:58:26que não teria que estar lá.
00:58:27Na pandemia,
00:58:28a teleconsulta ajudou demais,
00:58:31porque ela era
00:58:32extremamente resolutiva,
00:58:33principalmente com
00:58:34enfermeiros e enfermeiras
00:58:36bem informadas
00:58:37fazendo esse atendimento,
00:58:38altamente resolutiva
00:58:39e ajudava
00:58:41a você direcionar
00:58:42os 20%
00:58:43que sobrava
00:58:44do que não era resolvido
00:58:44no primeiro contato,
00:58:4615%
00:58:47e ela ajudava
00:58:48a marcar uma consulta
00:58:49de especialidade
00:58:50na semana seguinte,
00:58:51dará para esperar,
00:58:525% você tem que direcionar
00:58:53para um serviço
00:58:54de urgência mesmo.
00:58:54isso caminhou bem
00:58:56na pandemia,
00:58:58no pós-pandemia,
00:58:59Mauro,
00:58:59praticamente regrediu,
00:59:01a questão cultural
00:59:01está tão arraigada
00:59:03na gente
00:59:03que os PS,
00:59:05se você voltar no PS hoje,
00:59:06ele vai estar lotado
00:59:07de novo,
00:59:08com um agravante,
00:59:09não reduziu
00:59:10a teleconsulta.
00:59:12Aí eu ponto,
00:59:13ela acabou vindo
00:59:14meio que para agregar
00:59:15uma produção de cuidado
00:59:16sem qualidade.
00:59:18Hoje você pode
00:59:18entrar na internet,
00:59:19você vai ver um monte
00:59:20de serviços de teleconsulta,
00:59:21banco vendendo teleconsulta,
00:59:23agora tem até
00:59:24rede de varejo,
00:59:25não vou falar o nome aqui
00:59:26para não ser descrível,
00:59:27vendendo teleconsulta.
00:59:29Então assim,
00:59:30ela adquiriu
00:59:30um aspecto mercadológico
00:59:31de ela não estar
00:59:32entregando cuidado
00:59:33e o cuidado
00:59:33que ela entrega
00:59:34é fragmentado.
00:59:35Essa teleconsulta
00:59:36feita em uma rede
00:59:37de varejo,
00:59:38esse resultado
00:59:39não vai parar
00:59:40nem no sistema público
00:59:41e nem no hospital
00:59:42do sistema suplementar.
00:59:44Então assim,
00:59:45existe um aspecto
00:59:46cultural
00:59:47que a gente precisa mudar
00:59:47que não é fácil,
00:59:49apesar que a gente percebe
00:59:50que as novas gerações
00:59:52são mais abertas
00:59:54a fazer uma teleconsulta,
00:59:55a fazer uma sessão
00:59:56de terapia
00:59:57por telefone
00:59:58e tem um aspecto
00:59:59também o seguinte,
00:59:59nós criamos teleconsulta
01:00:01e boa parte
01:00:02dos profissionais
01:00:03que estão ministrando
01:00:04esse cuidado
01:00:04não estavam preparados
01:00:06para isso.
01:00:07Então tem outro ponto,
01:00:08não é a mesma coisa
01:00:08você fazer a consulta presencial
01:00:10que fazer a teleconsulta.
01:00:11Existe uma necessidade
01:00:12de habilidades diferentes
01:00:13para você poder
01:00:14tirar o máximo
01:00:15da teleconsulta.
01:00:16Agora vou dar um exemplo
01:00:17positivo que eu vi
01:00:18do projeto do Einstein
01:00:19com o governo
01:00:20do estado de São Paulo
01:00:20que eu acho que ainda
01:00:21está evoluindo devagar.
01:00:23Mas é você aplicar
01:00:26a tele dermatologia
01:00:27para acelerar
01:00:29o processo de jornada.
01:00:31Porque o processo natural
01:00:32no sistema público,
01:00:33o Dr. Zamarco sabe
01:00:34a lógica perfeitinha
01:00:36quando você não vai
01:00:36direto no serviço
01:00:37de urgência,
01:00:38você passa na UPA
01:00:39com o médico de família
01:00:41ou um generalista
01:00:41faz uma primeira avaliação
01:00:43indica para o especialista
01:00:44vai marcar o especialista
01:00:46e isso tem um caminho.
01:00:48Só que tem algumas especialidades
01:00:49que você poderia cortar
01:00:50esse caminho.
01:00:51Essa é da teledermatodologia
01:00:52eu achei maravilhoso
01:00:53que o médico generalista
01:00:54na UPA
01:00:55tira uma foto
01:00:56daquela lesão
01:00:58e por inteligência artificial
01:01:01óbvio que não sei
01:01:03se é 100% preciso
01:01:04mas eu acredito
01:01:05que vai ficar
01:01:05cada vez mais preciso
01:01:07a inteligência consegue
01:01:08detectar rapidamente
01:01:09e dizer o seguinte
01:01:10olha,
01:01:11isso muito provavelmente
01:01:12não é nada
01:01:12ou é uma micose
01:01:14ou não.
01:01:15Aqui existe uma probabilidade
01:01:16alta de uma neoplasia
01:01:17de um câncer de pele
01:01:18acelere o agendamento
01:01:21da especialidade
01:01:22para essa pessoa
01:01:22essa pessoa não pode esperar
01:01:24um mês
01:01:25ou dois meses
01:01:26você tem que ser essa semana
01:01:28a da micose
01:01:29pode esperar mês que vem
01:01:30fica tranquilo
01:01:31então assim
01:01:32o uso da tecnologia
01:01:34nessa capacidade
01:01:36eu acho que tem de avançar demais
01:01:38e ela vai nos ajudar
01:01:39a trazer eficiência
01:01:41né?
01:01:42Quando a gente fala
01:01:42muito de tecnologia de saúde
01:01:43a gente fala de procedimento
01:01:44fala de medicamento
01:01:45invadualmente
01:01:46ela agrega valor
01:01:46mas agrega muito custo
01:01:48dificilmente
01:01:49uma tecnologia nova
01:01:50vai ser mais barata
01:01:51do que a antiga
01:01:51mas quando você começa
01:01:53a ver aplicação
01:01:53de inteligência artificial
01:01:54aplicação de teleconsulta
01:01:57internet das coisas
01:01:58eu começo a ver
01:01:59com muita esperança
01:02:00que essa tecnologia
01:02:01que vem
01:02:01vai nos ajudar
01:02:02a reduzir
01:02:04o custo da saúde
01:02:05mantendo a entrega
01:02:07de valor
01:02:07que a gente precisa
01:02:08A nossa produção
01:02:10aqui já está
01:02:11me cobrando
01:02:12porque
01:02:12O Dr. Zamarco
01:02:14levantou a mão ali
01:02:15eu só estou vigiando
01:02:16aqui
01:02:16Dr. Zamarco
01:02:17vou conceder
01:02:18um minuto
01:02:19para o senhor aqui
01:02:20porque a gente já está
01:02:21chegando no finalzinho
01:02:22por favor
01:02:22É só para falar
01:02:24um pouquinho
01:02:24dessa experiência
01:02:27que ele citou
01:02:27da telemedicina
01:02:28que ela regrediu
01:02:30a gente está fazendo
01:02:31uma experiência
01:02:32viu Renato
01:02:33um piloto
01:02:35na nossas UPAs
01:02:37com consultório digital
01:02:38que é para atender
01:02:40esse paciente
01:02:41porque que vai na UPA
01:02:43ele pode fazer
01:02:44pela digital
01:02:44da residência dele
01:02:46mas que ele não faz
01:02:47e vai até a UPA
01:02:48na hora que ele é
01:02:50classificado como verde
01:02:52e que ele vai esperar
01:02:538 horas
01:02:55ele estava me dando
01:02:56muita imprensa
01:02:57eu tive que responder
01:02:58nós fizemos um piloto
01:03:00e já estamos agora
01:03:01com 108 unidades
01:03:02fazendo isso
01:03:03onde esse paciente
01:03:04é oferecido
01:03:05a consulta digital
01:03:06para ele
01:03:07para educar
01:03:08esse paciente
01:03:09que ele pode passar
01:03:10com um médico digital
01:03:11e tem funcionado
01:03:13porque aí
01:03:13para ele não ficar
01:03:13esperando 8 horas
01:03:15ele aceita
01:03:15um consultório digital
01:03:17dentro da unidade
01:03:18e aí
01:03:19a nossa experiência
01:03:20tem sido tão
01:03:21curiosa
01:03:23que alguns pacientes
01:03:24gostaram tanto
01:03:25do médico digital
01:03:26porque ele tem
01:03:27uma consulta
01:03:27mais demorada
01:03:28porque ele
01:03:29para poder fazer
01:03:30o diagnóstico
01:03:30ele tem que conversar
01:03:31bastante com o paciente
01:03:32e que vários pacientes
01:03:35tem ido
01:03:36naquele dia
01:03:37do médico
01:03:37a gente
01:03:38pediu
01:03:39para manter
01:03:40os médicos
01:03:41nos mesmos dias
01:03:42dentro da UPA
01:03:43ele vai na UPA
01:03:45naquele dia
01:03:45do médico digital
01:03:46e pede
01:03:48para passar
01:03:48no médico digital
01:03:49então essa é uma
01:03:49experiência positiva
01:03:51eu acho que eu tenho
01:03:52o seu contato
01:03:52da época da pandemia
01:03:53mandar o zap
01:03:54que eu quero marcar
01:03:54uma visita
01:03:55para conhecer
01:03:55essa experiência
01:03:56de vocês
01:03:56eu fiquei super interessado
01:03:58já aprendi
01:03:59já aprendi mais uma coisa
01:04:00a gente vai ver
01:04:02você vai ver a experiência
01:04:03inclusive conversar
01:04:04com os pacientes
01:04:04que acabam
01:04:05de passar
01:04:05na minha consultória
01:04:06e alguns pacientes
01:04:08que tem uma certa
01:04:10dificuldade com a tecnologia
01:04:11é uma forma
01:04:13de você apresentar
01:04:14a tecnologia
01:04:14para ele
01:04:15porque aí ele não vai
01:04:15fazer a consulta
01:04:16sozinho
01:04:17vai ter uma pessoa
01:04:17da enfermagem
01:04:18que vai mexer
01:04:19nos equipamentos
01:04:20para ele
01:04:20vai ensinar
01:04:21a usar o equipamento
01:04:22para fazer com que
01:04:25o paciente
01:04:25tenha uma adesão
01:04:26à telemedicina
01:04:27em uma outra ocasião
01:04:28inclusive possa fazer
01:04:29da casa dele
01:04:29sensacional
01:04:31já estabelecemos
01:04:32já uma conexão
01:04:34aqui
01:04:34para a gente avançar
01:04:35e eu acho que
01:04:35só esse capítulo
01:04:36da tecnologia
01:04:37renderia um encontro
01:04:38de uma hora
01:04:39para a gente conversar
01:04:40sobre isso
01:04:41infelizmente
01:04:42o nosso tempo
01:04:42está chegando ao final
01:04:43eu queria pedir
01:04:45que cada um de vocês
01:04:46falasse uma palavrinha
01:04:48final
01:04:48um minutinho
01:04:48de considerações
01:04:50finais
01:04:50daquilo que achou
01:04:51mais importante
01:04:52daquilo que a gente
01:04:53discutiu aqui
01:04:54vou começar
01:04:54pela doutora Juliana
01:04:55eu achei que foi
01:04:59muito boa a discussão
01:05:00existem
01:05:01grandes ideias
01:05:03voltando um pouco
01:05:05na prevenção
01:05:05eu acho que
01:05:06a nossa medicina
01:05:07ainda é muito
01:05:08resolutiva
01:05:09e pouco preventiva
01:05:10quando a gente
01:05:11conseguir tornar
01:05:12essa medicina
01:05:13mais preventiva
01:05:14acho que a gente
01:05:14vai ser mais eficaz
01:05:16mas tem essa
01:05:17questão cultural
01:05:17vocês estavam falando
01:05:19do pronto-socorro
01:05:19isso é uma coisa
01:05:20que eu tenho
01:05:2030 anos de formado
01:05:22e nada mudou
01:05:23o paciente acha
01:05:24que se ele for
01:05:25no pronto-socorro
01:05:26ele vai ser atendido
01:05:27imediatamente
01:05:27se ele for
01:05:28marcar uma consulta
01:05:29ele vai ter que esperar
01:05:30um mês
01:05:31então acho que a gente
01:05:32tem muito
01:05:32que avançar
01:05:33ainda na área
01:05:35de educação
01:05:36na área
01:05:37de psicoeducação
01:05:41na minha área
01:05:41explicando o que é
01:05:43a doença mental
01:05:44para facilitar
01:05:46tanto o acesso
01:05:47quanto a prevenção
01:05:48das doenças
01:05:49no Brasil
01:05:50e olha
01:05:51dessa conversa
01:05:53toda que a gente
01:05:53teve
01:05:54também me ficou
01:05:54muito essa sensação
01:05:56de que nós
01:05:57pacientes
01:05:57nós usuários
01:05:58do sistema de saúde
01:05:59seja público
01:06:00ou privado
01:06:01precisamos ser
01:06:02mais educados
01:06:03que a gente
01:06:04precisa aprender
01:06:05a usar melhor
01:06:06o sistema
01:06:06para que o sistema
01:06:07também possa nos atender
01:06:09de uma forma melhor
01:06:10doutor Zamarco
01:06:12suas últimas palavras
01:06:13aqui nesse debate
01:06:14por favor
01:06:15foi um debate
01:06:17muito interessante
01:06:17a gente poder discutir
01:06:18um pouquinho
01:06:19falar um pouquinho
01:06:20do que nós avançamos
01:06:21na saúde preventiva
01:06:23na cidade de São Paulo
01:06:24com esses equipamentos
01:06:28novos
01:06:29com a telemedicina
01:06:30enfim
01:06:31a gente tem muito
01:06:31o que fazer
01:06:32eu acho que
01:06:33São Paulo
01:06:33avançou muito
01:06:35a gestão do prefeito
01:06:35Ricardo Nunes
01:06:36investiu muito
01:06:37na saúde
01:06:38a população
01:06:41ela ainda
01:06:42se reclama bastante
01:06:43mas o resultado
01:06:44você vê que
01:06:45pelo terceiro ano
01:06:46consecutivo
01:06:47pela população
01:06:50o serviço público
01:06:51mais bem avaliado
01:06:53foi o serviço de saúde
01:06:54coisa que nunca
01:06:54tinha acontecido
01:06:55anteriormente
01:06:56isso demonstra
01:06:57que nós estamos
01:06:58no caminho certo
01:06:59e a gente tem investido
01:07:00fortemente
01:07:01na prevenção
01:07:02na atenção primária
01:07:03na cidade de São Paulo
01:07:05em todos os equipamentos
01:07:06muito obrigado
01:07:08e Renato
01:07:09não pense que eu esqueci
01:07:10só que eu vou te dar
01:07:10um minuto
01:07:11para você responder
01:07:12para mim
01:07:13saúde suplementar
01:07:15plano de saúde
01:07:16é para todo mundo
01:07:17ou ele devia ser destinado
01:07:19só a uma faixa
01:07:19da população
01:07:20usando meu minuto
01:07:22de forma inteligente
01:07:24aqui
01:07:24eu ainda
01:07:25eu sou
01:07:26uma pessoa
01:07:27que acredita
01:07:27no modelo híbrido
01:07:28que a gente tem no Brasil
01:07:29ele não é assim
01:07:30em todos os lugares
01:07:31do mundo
01:07:31você tem países
01:07:32que é 100%
01:07:33a entrega
01:07:34é 100% privada
01:07:35o financiamento muitas vezes
01:07:36é público
01:07:36como os Estados Unidos
01:07:37mas a entrega
01:07:38é 100% privada
01:07:39tem países que a entrega
01:07:40é 100% pública
01:07:41nós criamos um modelo
01:07:43na nossa pequena jabuticaba
01:07:45aqui no Brasil
01:07:45que é esse modelo híbrido
01:07:46que tem a saúde suplementar
01:07:48junto com a saúde pública
01:07:49e eu acho que eles
01:07:50podem conviver
01:07:51acredito que
01:07:53dá para você pensar
01:07:54em aumentar o acesso
01:07:55à saúde suplementar
01:07:56de forma orgânica
01:07:58não artificial
01:07:58e à medida que isso acontece
01:08:01você de alguma forma
01:08:02desonera um pouco
01:08:04o sistema público
01:08:05a gente sabe que
01:08:06o crescimento de recursos
01:08:07para ajudar na saúde pública
01:08:09sempre vai ser limitado
01:08:10cada vez mais é um desafio
01:08:11e a pressão é enorme
01:08:13quanto mais a gente conseguir
01:08:14dividir esse desafio
01:08:16ou compartilhar esse desafio
01:08:18compartilhar é ser melhor
01:08:19do que dividir
01:08:20a gente tende a ser bem sucedido
01:08:22o que nós precisamos
01:08:24e aí é um desafio meu
01:08:25como gestor privado
01:08:26e junto com o doutor Zamar
01:08:28os representantes
01:08:29do sistema público
01:08:31ver de que forma
01:08:32nós podemos interagir melhor
01:08:35sermos os sistemas
01:08:38mais complementares
01:08:39como o prontuário
01:08:40é o único que está avançando
01:08:41tão bem
01:08:41o dia que a gente tiver
01:08:42a rede nacional de dados
01:08:43em saúde de fato
01:08:44implementada
01:08:45você possa fazer
01:08:46essa navegação mais fluida
01:08:47interagir
01:08:48e aprender um com o outro
01:08:50eu já saí daqui melhor
01:08:51do que eu entrei
01:08:52Mauro
01:08:52já aprendi
01:08:53já estou curioso
01:08:54para marcar
01:08:54para o doutor Zamar
01:08:55e conhecer essa experiência
01:08:56de engajamento do paciente
01:08:59para que ele seja menos paciente
01:09:00e mais protagonista
01:09:03da própria saúde
01:09:04já fiquei encantado
01:09:05e quero conhecer
01:09:05precisamos aprender
01:09:06mais uns com os outros
01:09:07e eu tenho certeza
01:09:09que quem acompanhou
01:09:10o antagonista meeting
01:09:11até agora
01:09:11também aprendeu muito
01:09:13quero agradecer muito
01:09:14a você Renato
01:09:16ao secretário Zamar
01:09:17com a doutora Juliana
01:09:18muito obrigado
01:09:19pelos ensinamentos
01:09:21pela experiência
01:09:21que vocês nos passaram
01:09:23muito obrigado
01:09:24pelo tempo
01:09:25que vocês disponibilizaram
01:09:26aqui para a gente
01:09:27e te agradeço também
01:09:28muito a você
01:09:28que nos acompanhou
01:09:29até aqui
01:09:30essa edição
01:09:31do antagonista meeting
01:09:32fica por aqui
01:09:33muito obrigado
01:09:34e até uma próxima oportunidade
01:09:35tchau tchau
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