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00:00Milor Fernandes faria 100 anos hoje, 16 de agosto de 2023.
00:05No centenário do jornalista, desenhista, humorista, colunista, tradutor, poeta, escritor, dramaturgo
00:12e pioneiro do frescobol que ele jogava à beira d'água
00:15antes de haver restrições de horário local na Praia do Arpoador, aqui no Rio de Janeiro,
00:22o Estadão publicou uma matéria sobre o seu legado.
00:25Lembrando que o também cofundador do Pasquim foi censurado e por pouco visitou a cadeia
00:31quando os dirigentes do jornal satírico e de oposição foram presos em 1971, época da ditadura militar.
00:39A reportagem destaca a inteligência rápida, a abrangência de interesses, a pena mordaz,
00:45a disposição para polêmica, o misto de elegância e irreverência,
00:49o humor ácido quase sempre crítico, implacável, que faz pensar,
00:53além do horror ao comportamento de manada e às frases feitas,
00:59considerando a obra de Milor uma boa vacina contra a bobeira e o cacoete politicamente correto.
01:05Ou seja, digo eu, tudo que em vida rende patrulhas, boicotes, perseguições,
01:11maledicências de medíocres, invejosos e oportunistas,
01:14além do silêncio cúmplice dos contemporâneos que não querem se arriscar
01:18em defesa de liberdade de imprensa, expressão, crítica e sátira ao poder.
01:24Não à toa o texto do Estadão conclui corretamente que no Brasil os mortos,
01:29mesmo polêmicos, fazem muito sucesso,
01:32e que algumas das frases de Milor seguem tão conectadas ao país atual
01:36quanto no tempo em que foram elaboradas.
01:39A mais famosa delas, e nem por isso colocada em prática por emissoras de TV e rádio do país,
01:45talvez seja imprensa é oposição, o resto é armazém de secos e molhados.
01:52Eu, Felipe, que não fui contemporâneo do Milor,
01:55mas li as suas crônicas, as suas últimas colunas na minha juventude,
02:00depois me aprofundei em seu trabalho,
02:02e escrevi no dia mesmo da sua morte, em 2012, a minha homenagem,
02:07intitulada Poeminha para o Milor, que releio agora.
02:13Morreu Milor, morreu a síntese,
02:15Sinta-se órfão da brevidade.
02:18Morreu Milor, morreu a sátira,
02:19Riso da pátria, sem piedade.
02:22Morreu Milor, morreram clássicos,
02:24Shakespeare, Brash,
02:26Pobres de bis.
02:27Morreu Milor, morreu a crítica,
02:29Crítico Estado, fica o país.
02:31Morreu Milor, morreu a crônica,
02:33Texto corrido, nunca cansado.
02:36Morreu Milor, morreu a fábula,
02:38E o frescobol, já censurado.
02:41Morreu Milor, morreu a máxima,
02:43Perde o Brasil, o rei do adagio.
02:45Morreu Milor, morreu inédito,
02:47O original do nosso plágio.
02:50Fecho aspas.
02:51Parabéns para ele, autor independente,
02:54Pelo primeiro século de um eterno legado.
03:01Morreu Milor, morreu a carja,

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