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O irmão do suspeito de matar um policial da Rota no Guarujá, o que desencadeou onda de violência policial na Baixada Santista, no litoral de São Paulo, se entregou à polícia na madrugada desta quarta-feira (2).

Kauan (foto), de 19 anos, se entregou na Delegacia Seccional de Santos por volta das 2h. Ele foi encaminhado ao 5º Distrito Policial da cidade. Segundo a Polícia Civil, ele deverá passar por audiência de custódia em Santos a partir das 10h.

Kauan se apresentou à polícia como irmão de Erickson David da Silva, o “Sniper do Tráfico”. Da Silva, que foi preso no domingo (30), é apontado como responsável pela morte do soldado Patrick Bastos Reis, da Rota, a tropa de choque da PM que opera principalmente na região metropolitana de São Paulo. Reis morreu baleado durante patrulhamento na comunidade Vila Zilda, no Guarujá, na quinta (27).

Em resposta à morte de Reis, a PM executa a Operação Escudo desde a sexta-feira passada. As ações devem durar por pelo menos um mês. Pelo menos 14 pessoas morreram em confronto com a polícia no Guarujá e na vizinha Santos desde então até a manhã desta quarta (2), informou a Ouvidoria da PM.

As operações se estenderam para Santos ontem, após uma cabo da PM ser baleada a tiro de fuzil por três criminosos pela manhã. Ao final da manhã, depois do começo das operações em Santos, que já resultaram em uma morte, a PM informou que um segundo policial fora baleado na cidade.

Ambos os policiais baleados foram socorridos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, foram detidos 32 suspeitos e apreendidos 20,3 quilos de drogas e 11 armas.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que a reação da polícia paulista “não parece ser proporcional”, acrescentando que o assunto deve ser apurado. Após garantir que não houve excesso da polícia no caso, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. modelou o discurso: “Se houver desvio de conduta, ele será punido”.

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Transcrição
00:00E vamos falar agora sobre a violência no litoral de São Paulo.
00:04Houve uma prisão agora de madrugada, na madrugada de ontem para hoje,
00:10e que envolve a última pessoa, que seria uma das manantes dos crimes,
00:16dos assassinatos de policiais militares lá no Guarujá.
00:20Guilherme Mendes, de São Paulo, vai falar com a gente para dar os detalhes.
00:23Guilherme, boa tarde para você e desculpa por estar atrapalhando teu almoço.
00:27Então, afinal de contas, são uma hora e dez minutos.
00:31Boa tarde, Guilherme.
00:32Boa tarde, Wilson. Boa tarde a todos os antagonistas.
00:35Comigo é mais tranquilo, porque eu almoço só depois das duas da tarde.
00:39Então, ainda bom dia para quem não almoçou.
00:42Boa tarde a você que nos acompanha.
00:45Essa prisão, que foi o do quarto membro responsável pela morte do policial da rota, o Patrick Reis,
00:51ela foi comemorada pelo governador Tarcísio Gomes de Freitas,
00:57nas suas redes sociais, mas agora o Tarcísio é obrigado a lidar com o custo de ter preso esse quarto oficial,
01:05que foi a Operação Escudo que está rolando no litoral de São Paulo,
01:10e que até o momento tem 16 mortes confirmadas.
01:15Isso vai servir de muita munição até usando o trocadilho contra o próprio Tarcísio,
01:20uma vez que a operação é considerada violenta e criticada não só pela oposição,
01:27mas por ONGs e entidades de defesa dos direitos humanos.
01:32Ontem o Tarcísio falou um pouco sobre a operação.
01:38Na segunda-feira ele se disse bastante satisfeito com a ação da polícia militar,
01:42quando já se havia aí a confirmação de 10 mortos.
01:46Ontem ele deu um passo atrás ao falar que se houver excessos,
01:51os excessos da polícia serão investigados,
01:55mas ele também centrou o seu discurso linha dura e tentou voltar ali um pouco
02:01a atenção para o público bolsonarista ao manter um discurso linha dura
02:07e falar que a polícia não pode se curvar ao tráfico de drogas e ao PCC.
02:13Então a polícia cumpriu o objetivo,
02:16prendeu o quarto envolvido na morte desse policial da Rota,
02:22mas agora o Tarcísio vai ter que lidar com o custo político
02:26de ter ao menos 16 mortes durante essa operação.
02:31É, de fato, aí vamos trazer agora para análise política sobre esse fato.
02:37É importante que a gente fale que o Tarcísio de Freitas,
02:41nesse momento, ele busca uma aproximação com o ex-presidente Jair Bolsonaro,
02:46não só de olho em 26 em uma eventual candidatura presidência da República,
02:50como até para conseguir um apoio da direita,
02:53caso ele opte por ter mais quatro anos à frente do Palácio dos Bandeirantes.
02:58Então, qualquer passo nesse momento,
03:00qualquer sinalização do Tarcísio de Freitas à direita,
03:04ela é uma sinalização importante,
03:06porque mostra justamente para aquele eleitor
03:11que ele é mais próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro,
03:14para aquele aliado de primeira hora,
03:17do ex-chefe, do ex-mandatário,
03:21do ex-detentor do aluguel lá do Palácio do Planalto,
03:24que o Tarcísio, sim, está do lado do Jair Bolsonaro
03:27e que coaduna com todas as bandeiras do governo Jair Bolsonaro.
03:31O professor Guilherme Ossarginho até fala sobre isso,
03:33qual é o custo político.
03:35Então, o Tarcísio de Freitas,
03:37ele caminha nesse momento em uma linha muito tênue.
03:40Por quê?
03:41Porque ele precisa adotar um discurso
03:44um pouco mais à direita,
03:47só que tem toda uma discussão, não é, Guilherme,
03:49sobre a questão do uso das câmeras dos policiais,
03:51que tem sido criticada pela direita
03:53e tem sido utilizada como bode expiatório
03:56dessa ação do policial no Guaranajá.
03:57Enfim, há toda uma discussão técnica
04:01e que também tem de caráter político sobre esse caso.
04:06E, especificamente, sobre o Tarcísio,
04:09é bom a gente também lembrar que é o seguinte,
04:11que o secretário de Segurança,
04:14ele é o capitão De Ritch,
04:16que foi deputado federal,
04:19que ele fazia parte da tropa de choque
04:20do ex-presidente Jair Bolsonaro na Câmara,
04:22na gestão passada.
04:23Então, o De Ritch foi ali escalado
04:27para ser o secretário de Segurança Pública.
04:28Então, ele é um aliado de primeira hora.
04:32Então, o Tarcísio faz esse tipo de sinalização
04:35junto ao eleitor bolsonarista,
04:38justamente para não perder essa base de apoio
04:39da direita em São Paulo.
04:41É mais ou menos por aí, não é, Guilherme?
04:43Exatamente.
04:44O Tarcísio acabou de completar o seu sétimo mês de governo
04:48e ele tem feito uma espécie de um balé
04:51dentro de um salão lotado,
04:54onde ele tem que agradar o dançarino que está com ele,
04:59que seria o eleitor bolsonarista,
05:01o eleitor conservador no Estado,
05:02que o elegeu.
05:04Mas ele também, durante todos esses meses,
05:06ele tentou também acenar para um eleitorado mais amplo,
05:14sempre pagando o preço político.
05:15Então, ao mesmo tempo que ele tentou vetar o nome
05:19de uma sotação em homenagem a Paulo Freire,
05:22ele autorizou a distribuição de remédios
05:27com o cannabis medicinal
05:29e ele sempre tentou pisar nos dois barcos ao mesmo tempo.
05:36Agora, nesse caso da polícia,
05:38ele foi obrigado a escolher um barco
05:39porque ele corria o risco de cair dentro d'água.
05:43No caso do Capitão de Ritchie,
05:46o Capitão de Ritchie é quase literal
05:50que ele era da Tropa de Choque,
05:51na verdade, ele era da própria Rota
05:53e ele é policial militar de carreira de São Paulo,
05:57foi deputado da Tropa de Choque do Bolsonaro
06:00durante todo o primeiro mandato
06:02e ao se reeleger para um segundo mandato agora,
06:04acabou sendo escolhido pelo Tarcísio
06:08para ser o secretário de Segurança Pública.
06:11Como ele é um secretário de Segurança Pública
06:14que é policial,
06:15ele está muito próximo dessa operação,
06:18ele chegou ao litoral
06:20para estar ali uma solidariedade,
06:23está muito próximo dos policiais
06:26que estão fazendo a operação
06:27e tudo isso contribui para uma mise-en-scene,
06:31um cenário geral
06:33onde o Tarcísio tenta mandar essa mensagem
06:37não apenas que ele ainda é um bolsonarista,
06:39como ele ainda está ao lado do Bolsonaro
06:42e ainda quer o apoio para o futuro.
06:45A gente ainda está na metade do primeiro ano,
06:48são quatro anos à frente,
06:50mas ele quer mostrar que ele quer manter
06:53esse cenário favorável a ele,
06:56que o vento ainda bate em Poupa.
06:57Só para fechar esse assunto, Guilherme,
07:01porque a gente precisa te liberar,
07:04e tem um comentário do professor que virou sardinha,
07:08que eu acho que é um comentário pertinente,
07:09é que o Silvio Almeida,
07:11o ministro de Direitos Humanos,
07:14ele não viu o Silvio Almeida
07:16quando a Segurança de Maduro
07:18agrediu uma jornalista,
07:19ele fala fazendo referência
07:20a uma agressão a uma colega da Rede Globo.
07:23E aí isso definitivamente tem também
07:26uma discussão de uma briga política
07:28entre o governo Lula,
07:29uma visão diferente do governo Lula,
07:32e do governo Jair Bolsonaro.
07:34O próprio ministro da Justiça,
07:35Flávio Dino,
07:36ele fez uma manifestação essa semana
07:39contrária às ações do Tarcísio de Feira
07:42que está em São Paulo.
07:44E a Paola falando que ela acha estranho
07:46defender a violência policial.
07:47Quer dizer, é um assunto que desperta paixões,
07:51tem visão para todo mundo,
07:53então eu acho que nesse tipo de caso
07:55eu sempre prego cautela.
07:57Vamos esperar os fatos,
07:59vamos esperar as investigações
08:00mostrarem quem de fato abusou,
08:03se houve abuso, se não houve abuso,
08:05ou se houve uma ação de fato proporcional
08:08ou desproporcional dos policiais.
08:12Guilherme, obrigado pela atenção,
08:14boa tarde para você e bom almoço.
08:15Obrigado, meu querido,
08:16e um abraço a todos no Magen Brasília.
08:18Magen Brasília O
08:20Magen Brasília
08:22Magen Brasília
08:23Magen Brasília
08:25E aí

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