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Notícias
Transcrição
00:00A gente teve hoje a prisão de uma das pessoas que é acusada, no caso, Marielle Franco.
00:08Lembrando, a morte da Marielle Franco, ex-vereadora do Rio de Janeiro, e do motorista dela, Anderson Gomes.
00:14O que é que acontece? O ex-policial militar, Elcio de Queiroz, em uma delação premiada,
00:21ele disse que o ex-bombeiro Matsuel Simões Correia, que é conhecido como Suel,
00:25teria feito campanhas para vigiar a vereadora e para participar da emboscada.
00:33Só que, de última hora, ainda segundo o depoimento do Elcio, o Maxwell teria sido trocado por uma outra pessoa.
00:41Isso, como eu disse, foi numa delação premiada do Elcio à Polícia Federal e ao Ministério Público do Rio de Janeiro.
00:47O Elcio também confessou que dirigiu o carro que foi usado no ataque e que contou com a ajuda do ex-policial reformado
00:55Rony Lessa. No caso, o Rony teria feito os disparos.
01:00O ministro da Justiça, Flávio Dino, ele concedeu uma coletiva, na manhã de hoje, aqui em Brasília.
01:07Como eu disse, esse dia começou super intenso e a gente vai ouvir um trechinho dessa coletiva.
01:12Nós tivemos a delação, a colaboração premiada do senhor Elcio.
01:20Nessa colaboração premiada, ele confirma a sua própria participação, ele confirma a participação de Rony Lessa
01:31e ele traz os elementos relativos ao senhor Maxwell.
01:36E com isso, nós temos o encerramento de um patamar da investigação relativo à execução do crime.
01:47Nós temos outros aspectos que constam dessa colaboração, dessa delação e derivados das buscas e apressões ocorridas hoje.
01:59É claro, portanto, que nós teremos dez dobramentos.
02:04Essa colaboração premiada ocorreu há aproximadamente 15, 20 dias atrás.
02:11Ela foi submetida aos procedimentos de homologação perante o Poder Judiciário do Rio de Janeiro.
02:18Houve a homologação e com isso foi possível esta operação de hoje.
02:23Como ele disse, só recapitulando, o ministro acabou de falar, essa delação, esse depoimento, ele ocorreu há 20 dias e foi homologado pela Justiça.
02:35A gente lembra que o Elcio está preso desde 2019.
02:39O Rony Lessa também está preso no mesmo período.
02:42E não tem como ser diferente, a gente começa o meio dia falando sobre isso.
02:47Eu vou chamar o Wilson Lima para comentar o que está acontecendo, Wilson.
02:53O que a gente tem de movimentação nesse caso?
02:56Você que está desde cedo aí ligando para Deus e o mundo, que a gente já sabe como é que está a repercussão acontecendo hoje, Wilson.
03:04Deixa eu só ajustar aqui.
03:05Não, hoje está sendo um dia bem caótico, mas faz parte da profissão.
03:08Juliana, a verdade é o seguinte, temos aí um movimento importante do Ministério da Justiça, o próprio Dino.
03:17Eu acho que esse caso, ele é um caso interessante porque ele é um caso simbólico.
03:21E o Dino tem uma relação direta ali com o presidente Lula e tem batalhado bastante por uma vaga no Supremo Tribunal Federal.
03:28Então, a continuidade do caso da Marielle Franco e a descoberta dos eventuais mandantes do crime,
03:40colocam o Flávio Dino em um outro patamar.
03:42Colocam ele em um patamar praticamente de ministro do Supremo Tribunal Federal, como prêmio.
03:48Eu vou lembrar que ele disputa aí essa vaga basicamente com o José Messias, que é hoje o advogado-geral da União.
03:55E tem um terceiro nome que agora me fugiu à memória.
04:00Mas é um movimento importante nesse sentido, porque ratifica também a narrativa petista de que houve aí uma tentativa,
04:11principalmente do Ministério da Polícia do Rio de Janeiro, de tentar encobrir quem eram os mandantes do caso da Marielle Franco.
04:17Então, você tem aí esses dois movimentos.
04:21A Polícia Federal intervindo nesse caso, algo que os petistas sempre defenderam, né?
04:28Quer dizer, defenderam e voltaram a defender agora, né?
04:30Porque durante um tempo do governo passado, o PT não defendeu muito a federalização do caso.
04:35Agora, quando o presidente Lula assumiu a presidência da República, agora voltou a se falar da federalização do caso.
04:46E aí, agora, se tem esse primeiro fato, né?
04:50Mas, na verdade, Julio, é bom lembrar o seguinte, né?
04:51Esse é o primeiro de vários.
04:53A gente não pode deixar de descartar.
04:55Então, aí, a expectativa que se tem dentro até da própria Polícia Federal é que você tenha um efeito cascata.
05:01A partir do ELSO, você conseguir puxar outros fios, né?
05:07Do caso da Marielle Franco, né?
05:09Até porque, enfim, né?
05:11Nós tivemos aí um caso de delação que, né?
05:15De novo, né?
05:16A tal da delação premiada que fez com que todo esse caso viesse à tona.
05:23Mas, de novo, a gente precisa parar um pouco, ter um pouco de serenidade nesse caso,
05:28porque ainda tem muita coisa para ser revelada.
05:31E tem um detalhe que eu acho que a gente também tem que botar aqui na roda de conversa.
05:39É que, tecnicamente, não foi revelado nada novo.
05:42Tivemos alguns elementos, né?
05:44Mas não tem nenhuma novidade, assim.
05:45O ELSO, o ELSO Queiroz, né?
05:49Ele já era apontado como mandante do crime.
05:53Então, a gente também tem que ver até que ponto que vai isso.
05:57Até que ponto que vai.
05:58Aí estão falando, já tem integrantes da PRF que falam que você pode ter uma ligação direta com milicianos,
06:05com eventuais mandantes, enfim.
06:08Então, a gente precisa ainda aguardar.
06:12Mas o fato é o seguinte, politicamente, foi um golaço do Flávio Dino, para ele.
06:19Politicamente, o Flávio Dino ganha um outro patamar a partir de agora.
06:23E até porque agora a pauta, ele entregou para o governo Lula uma pauta extremamente positiva.
06:28Então, acho que é um ponto que, politicamente, ele vai ser bem explorado pelos aliados do presidente Lula
06:40para tentar virar a agenda, justamente no momento que o governo estava nas cordas, né?
06:45Estava sendo, estava levando vários, sofreu várias derrotas, tem essa negociação com o Centrão.
06:50Então, o governo precisava de uma pauta positiva.
06:53E o Flávio Dino entregou essa pauta positiva.
06:56Então, é um momento importante.
07:00Mas, enfim, precisamos ver até que ponto que essas investigações vão comandar,
07:05até que ponto que eles vão conseguir puxar esse fio, e quais serão os próximos passos, né?
07:10E como eu falei no início, só para fechar,
07:14o resultado da operação de hoje, de certa forma, também confirma
07:18uma descrença em relação à Polícia Civil do Rio de Janeiro e ao Ministério Público do Rio de Janeiro,
07:26o que é ruim, né?
07:28Porque você praticamente tirou toda a credibilidade de uma primeira fase da investigação,
07:32que estava parada ali há aproximadamente dois, três anos.
07:34Eu vou voltar no assunto Flávio Dino, Wilson, que eu queria falar contigo também,
07:41mas, assim, tem uma coisa que, logo de manhã, quando eu estava ouvindo a notícia, me chamou a atenção,
07:47e aí muita gente aqui no chat está comentando, se a gente puder até separar alguns comentários,
07:53a Kênia Monteiro falou sobre isso, César Vieira Júnior, Carlos Toledo, enfim,
07:58uma série de pessoas falando delação, por exemplo, a Kênia disse assim,
08:02delação, no caso Marielle, o PT aceita.
08:08Ou seja, muita gente está comentando justamente o fato disso ter surgido por uma delação premiada,
08:13que foi algo que a gente lembra.
08:15Na Operação Lava Jato era muito criticado.
08:18Com as pessoas com quem você falou, esses assuntos chegou a ser abordados,
08:22abordados, é uma ironia do destino, enfim, como é que o pessoal vê isso, ou não?
08:27É, de fato, uma validação da própria delação.
08:33A gente precisa separar as coisas, né?
08:36O instrumento da delação premiada é um instrumento que auxilia a investigação.
08:40Agora, aí que vem a filigrama jurídica desse processo.
08:44Não adianta só você fazer uma delação premiada se você não apresenta provas.
08:47E, nesse caso específico, até o momento, não foi apresentada a prova,
08:51do envolvimento do Rony e também da relação do Elcio, né?
08:59Do Elcio Queiroz, nesse caso.
09:02Então, a gente precisa saber, e aí, está tudo muito nebuloso, Júlia.
09:06Neste instante, 12 horas e 22, está tudo muito nebuloso,
09:11porque a gente não tem ideia qual foi o elemento de prova
09:13que fundamentou uma operação na Política Federal.
09:15A gente não teve acesso ainda aos autos,
09:17a gente não teve acesso ainda à íntegra da investigação.
09:20Porque, delação por delação, a delação por si só,
09:24ela é um elemento de prova, mas ela não é o elemento de prova.
09:27Inclusive, o PT falou muito bem disso, e aí que o chat tem a absoluta razão
09:31de ter falado que, durante a Operação Lava Jato,
09:36o PT bateu muito nessa tecla e, ironicamente, agora,
09:39o PT é beneficiado sobre esse caso.
09:42Agora, o avanço das investigações do caso da Maria L. Franco,
09:49ele também remete a outros casos nebulosos que também ficaram aí no canto.
09:56Como o caso do Celso Daniel, hoje, durante a manhã, muitos já falaram
10:02ah, porque o PT também não investigou com o mesmo afim com o caso do Celso Daniel.
10:07Tá certo, é verdade.
10:08Não é uma mentira.
10:11O PT nunca foi partidário da Operação Lava Jato.
10:15Ele nunca queria que o esquema de corrupção da Petrobras
10:18fosse, de fato, revelado, fosse desacordinado,
10:22como foi pela tal da República de Curitiba.
10:25Então, temos uma ironia, fato,
10:28mas a gente também não pode criminalizar o Instituto da Delação Premiada.
10:31Eu acho que, de novo, o fato de você criminalizar a Delação Premiada no passado
10:38não te dá subterfúgios para também criminalizar agora.
10:43Então, eu acho que é um elemento importante.
10:46A gente não pode, de fato, ignorá-lo.
10:50É uma bela de uma ironia.
10:52O roteirista de Brasil, mais uma vez, atuando na sua plenitude,
10:58mostrando que o Brasil é um...
11:01essa série chamada Brasil é uma série complexa.
11:04Agora, a gente tem que ver a questão das provas.
11:07Durante, é bom lembrar que esse crime aconteceu há seis anos, se não me engano.
11:13Preciso checar aqui. Seis anos.
11:14Então, quanto mais se passa esse tempo de um crime,
11:19o mais difícil é para você obter provas.
11:21Então, tem que ver quais são as provas.
11:23Se teve conversa telefônica, troca de WhatsApp.
11:29Porque, de novo, se for só a Delação Premiada,
11:32você pode criar uma...
11:33De novo, aí você pode ter um problema.
11:36Você pode fragilizar uma prova no processo.
11:38E aí, lá para frente, caso chegar no Supremo, STJ,
11:43esse caso, essa operação de hoje, ela pode ser, de fato, anulada.
11:46Mas tem que perder, de novo, precisamos saber, precisamos observar,
11:49e precisamos entender quais são as provas que fundamentam essa Delação Premiada.
11:54Até agora, essas provas não chegaram.
11:57Perfeito.
11:58Só complementando, a data foi 14...
12:01Fui ver a data exata.
12:0214 de março de 2018.
12:05Foi no Rio de Janeiro.
12:06Lembrando que ela era vereadora pelo Rio.
12:09E aí, eu até nem comentei no início do programa,
12:12mas a gente também ressalta aqui o irmão do SPM, Rony Lessa,
12:16o Denis Lessa.
12:17Ele também prestou depoimento hoje de manhã.
12:20Ou seja, a PF está circundando todos os lados.
12:26Como eu disse, eu queria falar sobre Flávio Dino, Wilson, que você comentou.
12:31Você falou que Flávio Dino, ele deu um...
12:34Como é que a gente pode dizer?
12:35Um gol de mestre, uma bela de uma tacada, no momento...
12:38Não, marcou um gol de placa.
12:40Marcou um gol de mestre.
12:41No momento que o governo precisava de algum assunto.
12:44E a gente lembra que Flávio Dino, ele é do PSB,
12:48que é um partido que está meio que também na berlinda,
12:50por conta dessa fome de cargos.
12:53Agora, existe uma história, isso foi até apuração minha na semana passada,
12:57eu estava vendo que, em princípio, o Flávio Dino seria o que mais agradava,
13:01por um lado, o governo, apesar de desagradar muitos petistas.
13:05Porque, justamente por toda essa movimentação dele,
13:08que às vezes chama mais atenção do que outros nomes do PT.
13:13Será que essa ação do Dino dá mais força para ele se manter no cargo?
13:20Ou não?
13:21Acaba que ele acaba ganhando mais visibilidade do que nunca.
13:24Essa visibilidade também pode se reverter contra ele.
13:26Julio, eu acho que no caso do Dino, ele é da cota pessoal do presidente da República.
13:32Então, o Ministério da Justiça, ele não necessariamente entrou nessas negociações do PSB
13:36para você diminuir o espaço.
13:38Isso é um fato curioso, porque você falava muito de você tirar o ex-presidente Gerardo Alckmin
13:44ou até o Márcio França, e o Dino ficava lá no cantinho dele,
13:47porque ele era um pouco da cota pessoal.
13:49E, inclusive, isso é algo que tem incomodado bastante alguns integrantes ali do Centrão,
13:54porque quando o presidente da República não quer entregar um cargo
13:58para certo segmento, para certo grupo político,
14:03ele coloca, não, esse cargo aqui é da minha cota pessoal,
14:05mesmo a pessoa fazendo parte do partido.
14:07Então, o Flávio Dino, ele está nessa situação,
14:09o Valde Góes também está lá no que está no PDT,
14:13e aí não é necessariamente da cota do partido.
14:17Enfim, então, o Flávio Dino, especificamente,
14:20ele não era um desses nomes que estavam sendo ventilados aí
14:26para ser rifado agora.
14:31O Flávio Dino, e aí você falou de forma magistral,
14:37o Júlio é o seguinte, o Flávio Dino sempre teve esse problema
14:39de querer ser mais ministro do que o próprio presidente da República,
14:44de apresentar, de pelo menos fazer uma...
14:48de aparecer mais que o presidente da República.
14:50Isso, de fato, incomodava vários setores do PT,
14:52porque já estavam dizendo que o Flávio Dino
14:55queria ser presidente da República em 2026.
14:58O Lula já deixando claro que ele vai ser candidato à reeleição,
15:02então o Dino agora, ele submergiu,
15:04e a luta do Dino agora, a briga do Dino,
15:07é ser ministro do Supremo Tribunal Federal.
15:10Ele fala que não, que não quer, que não está afim,
15:12que ele quer continuar como ministro da Justiça,
15:14que para ele é mais importante, etc, etc, etc.
15:18Mas todos sabem que em Brasília,
15:21que aquela cadeira da Rosa Weber,
15:22ela é uma cadeira cortejada.
15:25E o Dino não vai deixar, ele não vai...
15:28simplesmente não vai ignorar o fato de que ele,
15:31agora ele lidera a bolsa de apostas
15:34para essa cadeira da Rosa Weber.
15:39É bom lembrar aqui de novo,
15:40quando é que ele disputa diretamente com o José Messias,
15:43aquele Messias, né?
15:45Se alguém lembra daquele grampo da Lava Jato.
15:48Então, a relação do Dino com o Lula,
15:52ele ganha outro patamar,
15:54ele agora vira,
15:55ele tem tudo para virar o queridinho ali da esquerda,
15:58inclusive para uma cadeira do Supremo Tribunal Federal.
16:00E ele realmente marcou um gol para o governo federal,
16:04que era o que o governo precisava,
16:05precisava de uma pauta positiva,
16:07e é uma pauta mais sua,
16:09coisa que o governo não tem feito nos últimos seis meses.
16:12Isso é importante.
16:13Essa seria a primeira pauta, literalmente,
16:16do próprio governo Lula,
16:18nos três, agora, sete primeiros meses do governo.
16:22Outra coisa, na verdade,
16:25um outro personagem que eu queria te ouvir,
16:28Wilson, é sobre a Polícia Federal.
16:31Como você disse,
16:32havia uma crítica inicial à federalização desse caso,
16:35e hoje a gente viu a Polícia Federal tomando a frente.
16:38O que mudou na relação entre o governo e a PF?
16:41Então, Juliano, assim,
16:47a gente precisa entender,
16:48quando a gente fala especificamente de Polícia Federal,
16:52é que, assim,
16:53ela é um órgão subordinado ao Ministério da Justiça.
16:56Então, eu posso falar,
16:58ah, houve uma mudança ali na cúpula da PF?
17:01Não.
17:02Entendeu?
17:04Só um parênteses,
17:04Renato, que está perguntando,
17:05seria o passaporte dele para o STF?
17:08Renato, olha,
17:08eu hoje colocaria com o passaporte dele
17:11para o STF.
17:12Eu e o Wilson colocaria isso como passaporte.
17:16Agora, se ele precisava de alguma coisa
17:17para mostrar que ele é confiável,
17:19que ele trabalha para o governo,
17:21essa operação de hoje,
17:23ela,
17:23eu acho que ela dá um bom,
17:25dá esse indício para o Dino,
17:28dá essa certeza para o governo federal.
17:31Voltando,
17:32Juliano, só me recupero agora,
17:35porque me deu um branco agora.
17:38Do comando da PF.
17:40Ah, vamos lá,
17:40comando da PF.
17:42Então,
17:42é,
17:43é,
17:43que é a segunda-feira,
17:45é o feito da segunda-feira,
17:46daquela cachaça que você toma
17:48no final de semana,
17:49você vai desaguar,
17:50então,
17:50acaba acontecendo isso.
17:52Mas, vamos lá.
17:53Sobre a questão da Polícia Federal,
17:55como,
17:56lógico,
17:57a PF,
17:58ela é subordinada diretamente
17:59ao Ministério,
18:00ao Ministro da Justiça.
18:01Então,
18:02há uma interferência direta?
18:05Não.
18:05Mas o Ministro da Justiça
18:06pode fazer a sua,
18:07o seu aprocho ali
18:08para falar, olha,
18:09vamos intensificar a investigação aqui,
18:12vamos intensificar a ação ali.
18:15Então, assim,
18:17durante o governo passado,
18:19o caso Mariela e Franco,
18:20ele foi tratado como uma questão
18:22tipicamente do Ministério Público do Rio de Janeiro.
18:25Uma questão puramente
18:27da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
18:30E aí,
18:33a gente também tem que pensar
18:34da seguinte forma,
18:36Júlia.
18:37Em termos de jurisprudência,
18:39não estava errado
18:40o governo interior.
18:42Porque, assim,
18:43é um crime que ocorreu
18:44no Rio de Janeiro,
18:45tudo bem que foi uma vereadora,
18:47mas não foi uma deputada federal,
18:48foi uma vereadora.
18:49Então, assim,
18:51em situações normais,
18:52temperatura e pressão,
18:53é um caso que deveria ser tratado
18:54literalmente no âmbito da Polícia Judiciária Estadual.
18:57Então, não é um caso
18:58para você federalizar.
19:01Só que,
19:02o que ocorreu?
19:04Agora,
19:04quando o Lula assume o governo,
19:06você resolve federalizar o caso.
19:08E aí vem o componente político.
19:10Você federaliza o caso,
19:12não é porque é uma vereadora,
19:14é porque é uma vereadora aliada
19:15do governo federal.
19:17Então, se você tivesse um caso desse,
19:19com um vereador,
19:20um assassinato como esse,
19:21de um vereador ligado ao PL,
19:24por exemplo,
19:25o governo Lula,
19:25provavelmente não iria federalizá-lo.
19:28Mas, por exemplo,
19:29o governo Bolsonaro poderia.
19:31Então, tem uma questão aí,
19:33que é,
19:34essa entra a questão política,
19:35quando você traz um crime,
19:38ah, é um crime político,
19:39é um crime político,
19:41mas não existe nada na legislação
19:43que faça que a justiça,
19:45que a Polícia Federal,
19:46seja a polícia de competência
19:49de investigação de crime político.
19:53Esse é o ponto.
19:54Quando você tem investigações
19:56do Supremo Tribunal Federal,
19:58aí sim,
19:59mas essa é porque é uma investigação
20:00que é tocado pelo Supremo Tribunal Federal,
20:03e que a competência é do Ministério Público Federal
20:05por se tratar de parlamentar federal,
20:07não necessariamente por se tratar
20:09de crime político.
20:10Então, é bom a gente fazer
20:12essa distinção,
20:14e quando,
20:16como eu falei no início,
20:16quando você trouxe o caso
20:18da Maria L. Franco
20:19para o âmbito da Polícia Federal,
20:22você literalmente isolou
20:23a Polícia Civil,
20:25você isolou o Ministério Público
20:26do Estado do Rio de Janeiro,
20:28e aí você
20:29pode ter um pouco mais de liberdade
20:31para poder,
20:32enfim,
20:34avançar nesse caso,
20:35e avançar nessa
20:36investigação.
20:38Ok, Wilson,
20:41queria te agradecer.
20:43Se a gente tiver alguma novidade,
20:44eu volto a te chamar ainda hoje,
20:46se o programa não terminar,
20:48porque provavelmente
20:49a gente ainda deve ter
20:50alguns desdobramentos
20:51ao longo do dia.
20:53Obrigada, viu?
20:55Nada, Júlia.
20:56O caso vai ter desdobramentos,
20:57e aqui no Calunista
20:58você fica bem informado
20:59sobre essa investigação.
21:01E, de novo,
21:01é bom lembrar que
21:03é isso,
21:05agora vai ter muita discussão
21:07sobre o caso,
21:08sobre o...
21:09Ó, o Renato Nogueira
21:10falou uma coisa importante aqui,
21:11lembrando que o PT
21:12não queria isso no passado,
21:13pois o Moro foi questionando
21:14várias vezes
21:14sobre a interferência
21:16de Brasília no caso.
21:17Exatamente isso, Renato.
21:19No caso passado,
21:21quando você tinha
21:22a Polícia Federal
21:23sob o comando
21:24do Sérgio Moro,
21:25o PT se falou também
21:27da federalização do caso,
21:28e o PT foi contra
21:29naquele período.
21:31Porque justamente
21:32porque ele tinha medo
21:34de que com o Sérgio Moro,
21:37não fosse dado
21:39o tratamento
21:39que o PT queria
21:40que fosse dado
21:41a esse caso.
21:42E só para fechar,
21:43Júlio,
21:43eu acho que, assim,
21:45independentemente
21:45da situação,
21:46de novo,
21:47vou fazer uma análise
21:48muito pontual
21:50sobre jurisprudência
21:52e sobre esse jeitinho
21:53brasileiro
21:53de resolver problemas.
21:56Esse caso
21:56é um caso
21:57da Polícia
21:58do Rio de Janeiro.
22:00Você querendo ou não,
22:02quem tem que dar resposta
22:03é a Polícia do Rio de Janeiro.
22:04Lógico,
22:04porque a polícia
22:05tem ligação com a milícia,
22:07etc.
22:07Mas é um problema
22:07da Polícia do Rio de Janeiro.
22:09Quando você traz o caso
22:10para a Polícia Federal,
22:12você precisa de um elemento
22:14que, de fato,
22:14justifique isso.
22:15E, de fato,
22:16isso não foi apresentado.
22:17Então,
22:18esse é um problema.
22:19Porque agora
22:20a gente pode também
22:21utilizar a Polícia Federal
22:22como instrumento
22:22para investigar qualquer crime
22:24ligado a um aliado
22:25do Palácio do Planalto.
22:26Isso está errado.
22:27Então, assim,
22:28é cada um na sua caixinha
22:29e o brasileiro,
22:31o poder público,
22:32precisa parar
22:32de criar esse tipo
22:33de subterfúgio
22:34para, enfim,
22:37para criar uma claque,
22:38para afagar o ego
22:40dos seus aliados políticos.
22:44Ok.
22:45Tá bom, Wilson.
22:46Obrigada.
22:47E, talvez,
22:48até daqui a pouco.
22:50Tá bom.
22:50Tchau.
22:59Tchau.

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