00:00A história de Keynes é o seguinte, eu vou contar, já que eu falo. Keynes foi um cara assim, brilhante, fora dos padrões, tinha um amante, um amante antes, depois casou com uma bailarina russa, 25 anos mais nova do que ele, tem toda uma história dele, mas ele ficou milionário, fez a universidade ficar milionário.
00:24E aí ele escreveu que uma solução para a crise dos anos 30 era enterrar garrafas com dinheiro nos dumps, nos lixões.
00:33Aí, como assim? Não, porque você ia lá, se enterrava as garrafas, os desempregados iam lá, desenterravam as garrafas, desenterrando as garrafas eles iam gastar, gastando as fábricas, acabavam os estoques das lojas, as lojas produziam mais, geravam emprego, e isso ia ativar a economia.
00:52Num contexto com deflação, como era o contexto da Inglaterra nos anos 30, sem dívida, como foi o contexto aqui nos anos 30 também, Getúlio Vargas queimou os estoques de café.
01:07É uma estratégia inteligente, sabe? É paradoxal, mas gastando mais você arrecada mais.
01:12Num contexto como o atual, que você tem pressões inflacionárias e você gasta mal aqui, ninguém clama dos gastos, por exemplo, da Suécia, gasta muito mais que o Brasil, mas você tem bons serviços.
01:25Então, não funciona, não funciona nesse quadro, né? Então, o keynesianismo, bom, Keynes adaptou a economia para uma realidade, né? Os princípios gerais, eles valem hoje, né? Bom, mas...