- anteontem
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NotíciasTranscrição
00:00Deixa eu dar boa noite para o jurista Walter Mairovic, que já está conectado conosco.
00:06Muito boa noite, Mairovic. Muito obrigado aqui pela sua presença no Papo Antagonista.
00:10Boa noite, Cláudio. É um prazer estar com vocês.
00:14Excelente. Bom, eu já queria pedir a tua opinião aí com os desdobramentos das investigações.
00:20Nós temos várias frentes de investigação abertas em função do 8 de janeiro.
00:25Nós tivemos aí uma ofensiva judicial bastante importante.
00:29Na semana passada passamos por uma discussão sobre a prisão em lote de milhares de manifestantes.
00:36Alguns depois foram enviados para casa, outros continuarão sendo processados.
00:41Outros foram para Papuda e já temos lá um problema de superlotação.
00:47É uma situação inédita. Todo mundo está sendo enquadrado como terrorista.
00:51Eu queria a sua opinião sobre isso.
00:53Em virtude de duas questões mais recentes, manifestações inclusive do interventor do Distrito Federal e até do secretário de comunicação do governo Lula, o Paulo Pimenta.
01:05E o interventor aqui, o Capelli, também fizeram ali algumas pontuações dizendo que tinha gente profissional no meio aí de manifestantes em geral.
01:16Então a gente fica aqui, então começa a gente se questionar.
01:20Duas coisas.
01:21Uma, naturalmente essas pessoas estão sendo manipuladas, mas até que ponto?
01:27Você dá para enquadrar todo mundo como terrorista?
01:30Manifestantes que estavam lá no acampamento e outros que foram preparados, que se prepararam para essa invasão,
01:35que sabiam onde era o GSI, que sabiam onde era a sala de armas, que sabiam onde tinha cada coisa ali no Palácio do Planalto, enfim, e nos outros prédios.
01:48Como é que você vê isso?
01:50Olha, por partes.
01:53Com relação ao terrorismo, à luz do direito internacional, não há dúvida alguma quanto à consumação de terrorismo.
02:02Porque no direito internacional e também numa resolução das Nações Unidas, que tem um sugestivo título de quem é terrorista,
02:13nós temos que examinar o seguinte.
02:16Vamos pensar em duas coisas.
02:18A primeira, já passada, das torres gêmeas, do ataque também nos Estados Unidos.
02:27E a segunda coisa, vamos pensar no domingo que aconteceu em Brasília, com a invasão de duas sedes de poder, Câmara, Senado e Supremo.
02:41E partir para essa definição à luz do direito internacional.
02:46Existe um ato de violência visível, então, torres gêmeas, domingo em Brasília,
02:54mas não é esse ato de violência o principal.
03:00Existe um outro ato ou ação principal.
03:05E no caso de Brasília, qual esse outro elemento a fechar a definição de terrorismo, a tipificação de terrorismo?
03:17É o ataque à democracia, ao Estado de Direito, que é aquele Estado que tem Constituição, que tem leis, não é um Estado arbitrário.
03:28E a derrubada do presidente Lula com a intervenção das Forças Armadas.
03:35Veja que o alvo principal, os ataques de Brasília, não representam o alvo principal.
03:44Isso é muito claro com o pessoal, como você lembrou, que é usado, eu diria, usado até como massa de manobra.
03:53E à luz da legislação brasileira, Cláudio, eu também acho que há tipificação legal.
04:00Porque a lei fala em terror, de modo a causar intimidação, a quebrar a paz e a harmonia, a tranquilidade social.
04:13Mas a lei também fala das hipóteses.
04:18E lá ela coloca discriminação.
04:22Tem esse termo que é aberto.
04:25Se a gente olhar um pano de fundo do que é o terrorismo internacionalmente,
04:30então, para entrarmos numa interpretação doutrinária, mais a interpretação literal da lei,
04:35o que é discriminação?
04:37Durante o governo Bolsonaro, nós tivemos o tempo inteiro tentativas de golpe,
04:42que representam atos antidemocráticos e atos discriminatórios
04:47a quem defende a legalidade, a constitucionalidade, a legitimidade.
04:52Nós tivemos, por exemplo, no 7 de setembro de 2021,
04:56ministros chamados de canalha, depois outros ministros ofendidos,
05:00sempre discriminando aqueles que se posicionam pela democracia.
05:07Então, minha primeira colocação é essa, terrorismo, terrorismo sim.
05:14E lembrando o código penal nosso, que quem, de qualquer forma, concorre para o crime,
05:21incide nas penas a ele culminadas.
05:24Evidentemente que os financiadores, os organizadores, vão ter uma pena mais exacerbada
05:32do que aqueles que foram usados como massa de manobra.
05:35Sobre isso, a hora da individualização dessas condutas é na denúncia,
05:43que deve ser feita pelo Ministério Público, ou a gente vai...
05:47A individualização na sentença, Cláudio.
05:50Na sentença, mas quando você faz a denúncia, você não tem que dizer...
05:54Tem que classificar, tem que dizer quais os crimes.
06:00Tem que dizer quais os crimes e quem cometeu o quê, né?
06:03Sim, sim, exatamente isso.
06:06Então...
06:07É porque eu já vi muitos processos que eu acompanho esse negócio aqui em Brasília.
06:13Vi vários processos aqui, inclusive de corrupção, etc.
06:16Muitas das sentenças até...
06:19Perdão, das denúncias até anuladas recentemente, denúncias da Lava Jato,
06:23elas caíram justamente pela falta dessa individualização da conduta.
06:28Eu acho que não tem um entendimento já do Supremo em relação a isso e do STJ.
06:32A individualização da conduta, senão a pessoa não pode nem se defender.
06:35Vai se defender do quê?
06:37Exato.
06:37Isso, então, em muitos casos...
06:41Isso aí, Cláudio, vamos deixar bem claro.
06:43Isso é inépcia da denúncia, né?
06:45Denúncia inepta.
06:47Tem que dizer um mínimo qual foi a conduta,
06:50e se forem vários réus, apontar a conduta de cada um,
06:53para que eles possam se defender.
06:55É importante a gente lembrar que essa que você lembrou,
07:02que essa tipificação, é dada provisoriamente, atenção,
07:07provisoriamente pela polícia judiciária que conduz o inquérito.
07:11No caso, a Polícia Judiciária Federal,
07:14que já está enquadrando esse pessoal em terrorismo,
07:17está sim em tipificação de ataque contra o Estado Democrático de Direito,
07:25que é aquela lei que foi para o Código Penal
07:27e que substituiu a Lei de Segurança Nacional,
07:30a velha Lei de Segurança Nacional.
07:33Então, essas duas tipificações,
07:36e várias outras, várias outras como associação delinquencial,
07:42como dano patrimonial, etc.
07:46Isso no campo penal, e a gente tem o campo civil,
07:50e aí as indenizações e tudo mais.
07:56A gente tem visto, já com os depoimentos de quem foi preso,
08:00o ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal,
08:03a gente ainda está aguardando o depoimento do Anderson Torres,
08:07ex-secretário de Segurança,
08:09mas o próprio ex-comandante jogou a culpa,
08:14parte da culpa de tudo que aconteceu no 8 de janeiro,
08:19no Exército.
08:24Então, o Ibanez também, depois, na semana passada,
08:28também disse, ele disse que tentou desmobilizar os acampamentos,
08:33e o Exército não deixou.
08:34E aí o chefe da PM, o ex-chefe da PM, também foi preso,
08:39falou a mesma coisa,
08:40disse que o Exército impediu a prisão dos golpistas.
08:45São acusações graves.
08:47A gente tem...
08:50Qual é o caminho aí?
08:51Porque aí, eu me lembro que o Exército,
08:54várias fontes, no decorrer dos últimos meses,
08:57falavam e reclamavam até quando eram cumpridos
09:01alguns mandatos de prisão,
09:02ou de busca e apreensão lá dentro do acampamento.
09:05Às vezes, a polícia aí é descaracterizada,
09:08porque ali tem uma questão de jurisdição,
09:11ali na frente do quartel-general.
09:14Como é que funciona isso?
09:16O Exército, talvez, essa história de impedir,
09:19você acha que tem a ver com,
09:22talvez, uma intenção de manter aquilo ali vivo,
09:24aquele movimento vivo,
09:26ou é uma disputa de poderes,
09:29olha, você não tem jurisdição aqui,
09:31quem domina sou eu, então não se meta.
09:33O fato é que isso complica um pouquinho as investigações
09:36e pode ter consequências institucionais, não?
09:38Sim.
09:39Um primeiro ponto, eu lembraria,
09:41com relação a essas alegações
09:45de que a culpa é do outro,
09:49que houve sabotagem,
09:51que foi até o termo usado pelo governador,
09:53à luz do direito,
09:55nós estamos no campo do processo penal,
09:58estamos no campo de atos tipificados como crimes,
10:04o campo do direito,
10:05do direito processual,
10:07funciona da seguinte maneira.
10:09A gente alega fato extintivo da sua responsabilidade,
10:13por exemplo, não fui eu,
10:15é outro,
10:17o que acontece?
10:18Ele adquire, é dele,
10:22ele fica obrigado,
10:24o ônus da prova é dele.
10:27Então, esse tipo de alegação,
10:29que é muito fácil de dizer,
10:30ah, mas o outro não quis cumprir a ordem e tal,
10:34não,
10:35aquele que alega tem que comprovar isso.
10:40Então, não vai se tratar do Ministério Público
10:42ter que provar esse tipo,
10:45olha, se houve ou se não houve chantagem,
10:50se houve ou não houve culpa de terceiro.
10:55Esse é o primeiro ponto.
10:57O segundo ponto,
10:58que me parece que ficou,
11:00que está muito claro,
11:02eu diria até que uma clareza de sol do meio-dia,
11:06que é o seguinte,
11:09vamos analisar,
11:11focar e olhar um pouquinho no retrovisor,
11:16você lembra bem, Cláudio,
11:17até o antagonista escreveu várias coisas a respeito,
11:22e eu acompanho,
11:23que é o seguinte,
11:25lembra daquele general comandante em Fortaleza?
11:29Ele deu declarações
11:32de que dentro daquela área de segurança
11:36ele não iria fazer absolutamente nada
11:41porque havia na Constituição
11:43uma garantia chamada direito de reunião
11:47e liberdade de expressão,
11:49e assim ele entendia.
11:53Esses acampamentos já tem bastante tempo,
11:57e um deles até muito simbólico
12:00porque fica na frente,
12:01na área de segurança do QG do Exército.
12:08Esse tempo para providências,
12:12para verificações,
12:14foi muito longo,
12:15eles estão lá há bastante tempo,
12:17e o que, no caso,
12:19nós estamos falando do Exército,
12:21fez?
12:23Absolutamente nada,
12:24protelou,
12:25sendo que aquela é uma área,
12:29como você disse,
12:31da atribuição,
12:32é uma área reservada,
12:35não se pode nem parar um automóvel na porta,
12:38todo mundo sabe disso,
12:40então como é que vai ter um acampamento ali
12:42e o Exército,
12:44que tem a sua polícia,
12:45tem a polícia do Exército,
12:47não toma providência?
12:49A polícia do Exército
12:51poderia ter agido,
12:52por ordem, evidentemente,
12:53de quem de direito,
12:54do comandante,
12:56como também poderia ser
12:57expedido um ofício
12:59autorizando a polícia
13:02dos Estados,
13:03ou a polícia do Distrito Federal,
13:06a entrar nessa área
13:07para retirar
13:09e para
13:11colocar para fora dessa área
13:15os manifestantes.
13:18Então,
13:18deve ser bem apurada
13:21essa responsabilização.
13:24A lembrar também,
13:25e volto a dar como fonte
13:27vocês aí
13:28do antagonista,
13:30mas também
13:30em outros locais,
13:32em outros
13:33veículos,
13:35o seguinte,
13:37tendo em vista
13:38aquele quebra,
13:39aquele bate-cabeça,
13:41entre o ministro da Justiça,
13:43me refiro ao Flávio Dino,
13:46e o ministro
13:47da Defesa,
13:50me refiro a José Múcio,
13:52aquele bate-cabeça,
13:55um entendendo
13:55pelas providências imediatas
13:58dentro da legalidade,
14:00e o outro
14:00entendendo,
14:02dizendo que tinha até parentes
14:03em acampamentos,
14:05dizendo que
14:07era liberdade de expressão,
14:09era direito de reunião.
14:10e quando os dois
14:12bateu a cabeça,
14:13o que fez
14:14o novo comandante
14:15do exército,
14:16que tinha dito
14:17já
14:18horas depois
14:20da sua
14:21posse,
14:23tinha dito
14:25que o exército
14:26ia atuar
14:27rapidamente
14:28e tirar
14:28aqueles manifestantes.
14:30E ele recuou.
14:31Recuou em razão do quê?
14:33Desse bate-cabeça
14:34do governo federal,
14:36e evidentemente
14:37da falta de impulso
14:38o atual presidente Lula.
14:43Esse é um tema,
14:44essa responsabilização
14:46até de demais autoridades,
14:48é uma coisa que
14:49eu realmente estou aqui
14:50me questionando até agora.
14:51Na sexta-feira
14:52eu publiquei
14:53um ofício
14:54que o Flávio Dino
14:55enviou ao Ibanez
14:56à véspera
14:57do 8 de janeiro,
15:00ali do domingo,
15:01no sábado ainda,
15:02quase 8,
15:02praticamente às 8 da noite,
15:04ele envia
15:05um ofício ao Ibanez
15:06dizendo que estava
15:07sendo informado
15:08pela Polícia Federal,
15:09inclusive de toda
15:12a movimentação
15:13desses manifestantes,
15:16até então
15:16chamados de manifestantes,
15:18em que ele tinha
15:20a informação
15:21de que eles
15:22queriam danificar
15:24o patrimônio,
15:25queriam invadir,
15:26queriam depredar.
15:27Ele cita até no ofício,
15:30cita ali
15:30o Congresso,
15:32o Palácio do Planalto,
15:33o Supremo,
15:34até os TSE,
15:35como possível
15:37alvo também
15:38dos golpistas,
15:40ministérios,
15:41enfim,
15:41a esplanada
15:42toda
15:43e até prédios
15:44que estão até
15:45distantes da esplanada,
15:46enfim,
15:46ele tinha informação,
15:47a minha questão é a seguinte,
15:49ele tinha informação,
15:50ele disse que ia
15:51continuar monitorando,
15:52ia continuar acompanhando
15:53a situação,
15:55e aconteceu
15:56o que aconteceu
15:56e não foi tomada
15:57nenhuma medida
15:58preventiva.
15:59E aí é muito curioso,
16:00porque no sábado
16:01a assessoria dele
16:02não havia se posicionado,
16:04a gente fechou a matéria,
16:05publicou,
16:06ele foi se posicionar
16:07no sábado,
16:08inclusive englobando,
16:10eu não sei,
16:11chamando toda a direita
16:12de golpista,
16:13tentando sair
16:15pela tangente
16:15sem dar uma justificativa,
16:19dizendo que não era
16:19a responsabilidade dele
16:20que dependia
16:21da ação do GDF.
16:23Olha,
16:24eu não sei
16:25como é que você
16:26entende isso,
16:26mas assim,
16:27eu sei que tem
16:28protocolo
16:28de atuação
16:30integrada
16:31das forças federais
16:32com as distritais,
16:34isso desde 2017,
16:35em função
16:36das invasões
16:37que aconteceram
16:37em 2016,
16:38invasões até lideradas
16:40por grupos de esquerda
16:41que foram ao Congresso
16:41e quebraram tudo,
16:43essa invasão
16:44dessa vez
16:44realmente foi inédita,
16:45a motivação
16:47golpista
16:48de derrubar o poder
16:49e tal,
16:50ela é inédita também,
16:51a gente não via isso
16:52nas outras anteriores,
16:54o que você frisou bem
16:55ao enquadrar
16:58nesse terrorismo.
17:01Ao longo do fim
17:01de semana,
17:02outros veículos
17:03de comunicação
17:03também publicaram
17:05informações
17:06que dão conta
17:07da inação
17:09do GSI,
17:11que tinha ali
17:12do Comando Militar
17:13do Planalto,
17:14do Batalhão
17:14da Guarda Presidencial,
17:15que eles têm
17:16inclusive protocolos
17:17de atuação,
17:17em caso,
17:18tem até na garagem,
17:19tem um caminhão
17:20antidistúrbio
17:21para ser utilizado
17:22de forma preventiva,
17:23podia estar jogando
17:24jato de água
17:25nessa multidão toda,
17:26não tinha acontecido
17:27nada do que aconteceu,
17:28já até utilizaram
17:29antes em algumas
17:31das manifestações
17:31que eu acompanhei
17:32aqui na Esplanada.
17:33A minha pergunta
17:34é o seguinte,
17:35só tem na sua avaliação,
17:38é só o GDF
17:39que tem culpa,
17:40é só o Ibanez,
17:40o Anderson Torres,
17:42o Ministro da Justiça
17:42pode lavar as mãos,
17:44o Ministro da Justiça
17:44da Segurança Pública
17:45pode lavar as mãos
17:46porque ele é
17:48ministro do Lula,
17:49o GSI,
17:50que é o general do Lula,
17:51o general Gonçalves Dias
17:53foi colocado lá,
17:54ele também pode lavar as mãos,
17:56a Justiça não precisa
17:58também apurar
17:59as responsabilidades
18:01dessas autoridades
18:02ou só cabe
18:04a punição
18:05aos
18:06autoridades do GDF?
18:09Olha,
18:11como eu lembrei,
18:13todos aqueles
18:14que por ação
18:15ou inação
18:16não reprimem,
18:21vêm a cometer atos,
18:23pode ser que ocorra
18:24ou não ocorra
18:25uma prevaricação.
18:27Então,
18:28mas nós temos que ver
18:29a emergência.
18:31Mas um ponto,
18:32Cláudio,
18:32me chama muito a atenção
18:34a entrar
18:36numa linha
18:39de raciocínio
18:40que muita gente
18:42falhou,
18:43mas tem
18:44graus de falhas.
18:47E por que
18:48que eu falo
18:48muita gente
18:50e muitos
18:51ministérios,
18:52inclusive
18:53o da Justiça,
18:55teve uma falha
18:56grave?
18:57Por quê?
18:58Porque
18:58nós estávamos
19:00perante
19:01o quê?
19:02Um terrorismo.
19:04Terrorismo
19:05pela Constituição
19:06é crime hediondo.
19:08Não dá
19:09para ficar
19:09discutindo
19:10competência
19:11se aqui
19:11ou acolá.
19:13Existem
19:13medidas
19:14urgentes.
19:15Como o Gilmar
19:16Mendes
19:17inventou
19:18uma vez,
19:19você deve
19:20lembrar bem,
19:22o habeas corpus
19:23canguru
19:23para pular
19:25as instâncias
19:26e o Supremo
19:27decidir,
19:28a mesma
19:29coisa fez
19:30e foi
19:31confirmado
19:31por nove votos
19:32a dois,
19:33o Alexandre
19:34de Moraes
19:35passando,
19:38pulando
19:38a competência,
19:39porque tinha
19:39um governador
19:40envolvido
19:41do Superior
19:43Tribunal
19:43de Justiça.
19:46Então,
19:46eu estou falando
19:47de emergência,
19:49de urgência,
19:50então,
19:51vamos fazer,
19:51vamos exagerar
19:52a coisa,
19:53até ele já morreu,
19:54mas,
19:55olha,
19:55o Bin Laden
19:56está aqui,
19:57mas não sou eu
19:58que vou prender ele.
19:59Ele acabou
20:00de estourar
20:00a Torre Gê,
20:01mas não sou eu,
20:02tá?
20:03Existem situações,
20:05e basta ver
20:06a Constituição,
20:07nós estávamos
20:08diante
20:09de terrorismo,
20:11que aqueles
20:12atos de violência,
20:13eu volto
20:14à definição
20:15do direito
20:15internacional,
20:17não eram
20:18os atos
20:19principais,
20:20não era
20:21o objetivo
20:22principal
20:23da violência,
20:25não era,
20:25vou repetir,
20:26não era o objetivo
20:27principal da violência,
20:28o objetivo
20:29era o outro,
20:31era atentar
20:32o Estado
20:32democrático,
20:35rasgar a
20:35Constituição,
20:36ter intervenção,
20:38intervenção militar,
20:40a volta do
20:40Bolsonaro,
20:41o fora Lula,
20:43tudo isso,
20:43então,
20:44isso é terrorismo,
20:45com terrorismo
20:46dá pra brincar,
20:47dá pra parar
20:49e falar,
20:49olha,
20:50vamos fazer aqui
20:51uma reunião,
20:53é como
20:54comissão política,
20:56vamos montar aqui
20:57uma comissão
20:57para apurar o ocorrido,
20:58que não gera nada
21:00e não termina nunca
21:01como a gente está
21:02cansado de saber,
21:03então,
21:04não dava,
21:05não dava
21:06pra ficar
21:08batendo
21:08cabeças,
21:10e nós vimos
21:10o bater cabeça
21:12em todos os níveis,
21:14e volto,
21:16e volto
21:16ao pulso
21:17do Lula,
21:19manter
21:19esse ministro
21:21da defesa,
21:24que
21:24adoçou
21:26essa situação,
21:26como se ele fosse
21:27um múcio,
21:28não um múcio,
21:29um múcio de chocolate,
21:30ele adoça
21:31tudo isso,
21:33para que fim?
21:36Ele não estava vendo
21:37o que estava acontecendo,
21:39por que
21:40que um ministro
21:41da justiça,
21:42que teve medidas
21:44todas na legalidade,
21:46o Lula
21:47não tomou partido,
21:48não tomou posição,
21:50também atrasou,
21:52e que posição
21:53ele tomou?
21:53de manter
21:54um múcio.
21:56Então,
21:58e bate cabeça,
21:59e mais bate cabeça,
22:00e o que
22:00que a gente
22:00está assistindo,
22:01até pela falta
22:02de pulso,
22:04está assistindo
22:05que nada
22:06terminou,
22:07tudo está
22:07continuando,
22:08pelas redes sociais,
22:10manifestações,
22:12grupos já
22:14preparando
22:15outros atos,
22:16é muito curioso,
22:19esse quadro,
22:20esse quadro,
22:22é o que falta,
22:23quando,
22:24eu não tenho filiação
22:25partidária,
22:26nunca tive,
22:27tá?
22:29É,
22:29a gente,
22:30o que a gente
22:31fica sempre aqui
22:32cobrando,
22:34é,
22:35é,
22:36que a lei
22:37seja aplicada,
22:38né,
22:38que se respeite
22:39a Constituição,
22:40não de forma
22:40seletiva,
22:42porque o que
22:42me parece
22:44é que a solução
22:45jurídica seletiva
22:46que se impõe,
22:48que está sendo
22:49imposta,
22:50né,
22:50diante da omissão
22:51de outros personagens,
22:53de outras autoridades,
22:54sem a devida
22:55responsabilização,
22:56ela dá um cheirinho
22:57de perseguição política,
22:59de uso político
23:00de uma situação
23:01que a última coisa
23:02que se deveria fazer
23:04pelo governo
23:05de plantão
23:05é usar
23:06politicamente
23:07esta situação,
23:09este caso,
23:10esse evento
23:10dramático
23:11do 8 de janeiro,
23:13imagina,
23:13né,
23:14a gente
23:14veio voltar
23:15a falar
23:15de terrorismo,
23:17né,
23:17terrorista,
23:18eu me lembrei,
23:19porque assim,
23:19o Bolsonaro
23:20não gostava muito
23:20de falar,
23:21né,
23:21e os próprios
23:22militares
23:22sempre se referiram
23:23aos grupos
23:26armados de esquerda
23:27da ditadura
23:27como grupos
23:28terroristas,
23:28né,
23:29então assim,
23:29e estão certos,
23:31porque o objetivo
23:32deles era também
23:33tomar o poder,
23:33então agora
23:34é a mesma coisa,
23:35né,
23:36só que a moeda...
23:37Eu não acho assim,
23:37agora é o outro lado
23:40da moeda.
23:41Eu não acho assim,
23:43eu acho que aquele
23:43pessoal que reagiu
23:45à ditadura militar,
23:46a ditadura militar
23:47era ilegal,
23:48era inconstitucional,
23:50era atentatória,
23:52então é um grupo
23:53que reagiu a isso.
23:55Então,
23:56tem uma outra discussão,
23:59né,
23:59mas eu...
24:00Eu digo assim,
24:00eles,
24:01o próprio bolsonarismo
24:02e os militares,
24:04eles enquadraram,
24:06enquadravam esses grupos
24:07como grupos terroristas,
24:08isso era usado
24:10politicamente,
24:11o que eu estou dando aqui
24:12assim,
24:12eu estou aqui ilustrando
24:14é que agora,
24:16se você direciona
24:18a justiça
24:18a determinados
24:21alvos políticos,
24:22você está repetindo
24:23o que,
24:24aliás,
24:24o que a ditadura fez
24:25e você não está,
24:27e você não está,
24:28não está produzindo
24:29uma saída
24:30para esse,
24:32para esse conflito
24:35que nós estamos vivendo,
24:35é isso,
24:37é o que reanima
24:38e realimenta,
24:39eu tenho certeza
24:39que se as pessoas virem
24:40acontecer
24:41uma justiça,
24:43né,
24:44equilibrada
24:45e as pessoas serem
24:46processadas
24:47e terem aí
24:48o seu direito
24:49ao devido processo legal,
24:51mas que todos
24:52sejam responsabilizados
24:53em menor ou maior grau,
24:54não importa,
24:55de acordo com
24:56a atribuição de cada um,
24:58eu acho que a sociedade,
24:59eu acho até que
25:00os apoiadores do presidente
25:02se sentirão,
25:04vamos dizer assim,
25:04satisfeitos
25:06porque está sendo
25:07realmente feita a justiça,
25:09o que eu acho
25:10que não vai satisfazer
25:12e que vai acabar
25:12retroalimentando
25:13esse problema,
25:13como o senhor mesmo
25:14acabou de citar,
25:16é a justiça seletiva,
25:18né?
25:20Veja,
25:20tem um dado
25:22que eu fiquei aqui
25:25a pensar,
25:26a refletir,
25:29veja,
25:30com relação,
25:31eu tinha falado
25:32lá atrás do Bin Laden,
25:33quando se fala
25:34em Al-Qaeda,
25:36a gente verifica
25:37quem era o líder,
25:38quem era o grande
25:39responsável pelos atos,
25:41então,
25:41Bin Laden.
25:43Se a gente voltar atrás,
25:44vamos voltar
25:45aos anos 70,
25:47nós temos
25:48o terrorismo
25:49na Alemanha
25:50e a organização
25:51chamada
25:52Bader-Mannhof.
25:54E o que é essa
25:57organização terrorista?
25:59Que nome é esse?
26:01Bom,
26:01o Bader
26:02é o Andréas Bader
26:05e o Mannhof
26:07é o Jürich
26:09Mannhof.
26:11Então,
26:11ela leva o nome
26:12dos dois líderes,
26:14dos dois grandes
26:15responsáveis,
26:17daqueles que colocam
26:18o ideário
26:19que vai ser seguido.
26:21esse tipo
26:22de organização
26:24que a gente viu
26:24atuar em Brasília,
26:26naquele domingo 8,
26:28que tipo
26:29de organização é?
26:30É uma organização
26:31bolsonarista.
26:34Então,
26:35as organizações
26:37levam o nome
26:38dos seus ideólogos,
26:40dos seus
26:41impulsionadores.
26:43Daí a grande
26:44responsabilidade
26:45do Bolsonaro
26:46com relação
26:47ao terrorismo,
26:49ao ataque
26:50ao Estado
26:50democrático
26:51de direito.
26:54Perfeito.
26:55Muito bem.
26:57O tempo é curto.
26:58Eu queria só,
26:59só que você deixou
27:00no ar,
27:01sobre a necessidade,
27:04sobre a prisão
27:05preventiva
27:06do ex-ministro,
27:07tá?
27:08A lembrar só,
27:09só,
27:10que toda
27:11a prisão
27:12preventiva,
27:14cautelar,
27:15constitucionalmente,
27:16tem por base
27:17o princípio
27:18da necessidade.
27:21E
27:21eu acho
27:24efetivamente
27:25que diante
27:26do acontecido,
27:28diante
27:28da atuação
27:29do ex-ministro
27:30como secretário
27:31que ficou lá
27:32por poucos dias,
27:33acho que até
27:33cinco dias,
27:35e desmontou
27:36um projeto
27:37que era de acompanhamento
27:38desse movimento
27:39que ia ter,
27:41os gestores
27:41foram afastados,
27:43além daquela
27:44minuta
27:45de conteúdo
27:46maluco,
27:47maluco mesmo,
27:48porque não tem
27:49base jurídica,
27:50imagina um poder
27:50se apropriando
27:51de outro,
27:52quando na Constituição
27:53os poderes
27:54são independentes,
27:56não dá para o executivo
27:57tomar conta
27:58como num golpe
27:59de mão.
28:00Então,
28:01eu acho que
28:01nenhum reprovado
28:02em exame
28:02da ordem
28:03dos advogados
28:04faria uma
28:04minuta igual.
28:06Então,
28:07diante de todos
28:08esse conjunto,
28:09se a gente
28:09olhar um mosaico
28:11e as pedrinhas
28:12desse mosaico
28:13vai,
28:14pelo menos
28:14no meu modo
28:15de ver,
28:16concluir pela
28:16necessidade
28:17da prisão,
28:19com um desdobramento.
28:21Normalmente,
28:22como ele não
28:22fugiu,
28:23retornou,
28:26o que acontece?
28:27Essa cautelar
28:28é sempre mudada
28:29de detentiva,
28:30de prisional,
28:32para uma
28:33medida cautelar
28:34ou outra
28:35não detentiva.
28:37Mas o que
28:38está em jogo?
28:39Está em jogo
28:39o terrorismo,
28:40o terrorismo
28:40é crime de hondo,
28:41não dá
28:42para mudar
28:43cautelar.
28:45Era só isso
28:45que eu queria acrescentar.
28:46Perfeito.
28:48Eu gostaria
28:49de já lhe convidar
28:51para um CD Talks,
28:52para o nosso podcast,
28:53aos domingos,
28:54a gente marca
28:55uma conversa longa
28:57para a gente falar
28:57do que não deu
28:58para falar aqui,
28:59mas para falar
28:59do seu livro,
29:00para falar de máfia.
29:01Eu acho que
29:02vai ser
29:03um programa
29:04muito importante
29:07para a gente fazer.
29:09Eu fico
29:10à disposição,
29:11hoje tivemos
29:12a prisão
29:12de um mafioso
29:13que precisa
29:14ser analisada
29:15melhor,
29:16porque todo mundo
29:17pensa,
29:18ah,
29:18prender um grande
29:19mafioso
29:20que ficou 30 anos
29:21foragido,
29:21porque ele tem
29:22controle de território
29:23e controle social
29:24como o PCC tem também,
29:25né?
29:26Mas tem um algo a mais,
29:28ele era da máfia
29:29terrorista,
29:31máfia terrorista
29:32que está prejudicando
29:33os negócios
29:34da máfia,
29:35da máfia tradicional.
29:37Está aí o jogo.
29:38Opa!
29:42Gostei da síntese.
29:44Walter Maiorovic,
29:45muito obrigado
29:45aqui pela participação
29:46no Papo Antagonista.
29:48A gente se fala.
29:49Foi um prazer
29:50muito grande.
29:50Muito obrigado
29:51pelo convite.
29:53Um abraço.
30:08E aí o que a gente se fala.
30:10E aí o que a gente se fala.
30:11E aí o que a gente se fala.
30:13E aí o que a gente se fala.
30:15E aí o que a gente se fala.
30:17E aí o que a gente se fala.
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