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Marcos Flávio Rolim, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e o diretor de operações da PRF, Djairlon Henrique Moura, debatem a segurança da cerimônia.

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Transcrição
00:00E olha, o Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou o uso da Força Nacional em apoio à PRF
00:07na Operação Posse Presidencial 2023, que foi iniciada terça-feira ontem.
00:13A segurança do evento é uma das preocupações da equipe de transição,
00:18desde as tentativas de atentado à bomba que ocorreram aqui na capital federal.
00:23Ontem, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que o roteiro da posse será mantido.
00:29Mas o evento terá a mobilização integral das forças de segurança.
00:34E para comentar esse assunto e quais serão as medidas de segurança adotadas na posse do presidente eleito,
00:41trouxemos ao Meio Dia em Brasília o diretor de operações da Polícia Rodoviária Federal,
00:46de Jair Lom Henrique Moura, e o doutor em Sociologia e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública,
00:53Marcos Rolim. Eles já estão aqui com a gente. Sejam bem-vindos ao Meio Dia em Brasília.
00:57Obrigada pela participação, obrigada pela audiência, obrigada por vir aqui ao Meio Dia em Brasília.
01:04Obrigado, Kis.
01:08Obrigado também pelo convite.
01:12Eu que agradeço a disponibilidade de vir conversar com a gente e esclarecer,
01:16especialmente acalmar os ânimos de quem foi a ocupada aposta do presidente eleito,
01:21que está meio reticente por conta desses atentados que ocorreram na capital.
01:25E eu começo esse debate conversando com o inspetor da PRF, que é o diretor de operações, Jair Lom,
01:32sobre as medidas de segurança que serão adotadas durante a posse.
01:38Boa tarde, Kis, boa tarde, ouvintes.
01:41Nós, desde o final do segundo turno, resolvido a eleição,
01:46a Polícia Rodoviária começou a trabalhar no seu plano para a operação posse.
01:49Ela já tem um histórico de atuação, mas certamente essa talvez seja a mais desafiadora operação que a gente tem,
01:56de operação posse, porque vai envolver todas as 27 unidades federativas.
02:00Não somente aqui o Distrito Federal, mas todos os estados.
02:04Então, nós distribuímos o Brasil em áreas de interesse.
02:08Uma área de interesse é esse núcleo aqui de Brasília,
02:11onde a gente vai atuar com atividade de motociclistas e batedores,
02:15na escolta de autoridades e chefes de estados,
02:18sobre a coordenação do CMP, que é o Comando Militar do Planalto,
02:23que coordena toda a segurança de área.
02:25Então, nós estamos aqui com um efetivo razoável,
02:28cerca de 25 equipes para desenvolver essa atividade,
02:31integradas e em cooperação com outras agências,
02:34como as Forças Armadas e órgãos do Distrito Federal,
02:36além da Força Nacional de Segurança Pública.
02:39Uma outra área que a gente identificou como área de interesse operacional
02:43e que tem uma atenção diferenciada é o entorno do Distrito Federal,
02:46que a gente fez uma operação que chamamos de cinturões,
02:49ali em torno desse distrito, dois cinturões,
02:52com reforço do policiamento.
02:54E uma outra área de operações, de interesse operacional,
02:57são as outras, os 26 unidades federativas,
03:00que a gente, desde o final ali do segundo turno,
03:03tem providenciado a articulação com órgãos de segurança,
03:06com o Ministério Público Federal, com o Ministério Público Estadual
03:08e com reforço do policiamento, que já iniciou desde o dia 26 agora.
03:14Então, essa de uma forma geral, bem genérica,
03:17é como a Polícia Rodoviária Federal tem se organizado,
03:20temos mantido contato com a equipe de segurança de transição,
03:24já apresentamos todo o planejamento há cerca de 10 dias para eles
03:27aqui na nossa sede, não fizeram nenhum apontamento,
03:31então já oficializamos aos órgãos que deveríamos oficializar
03:35e agora já estamos na fase de execução.
03:37Toda a fase de mobilização dos recursos já foi feita
03:39e agora já entramos na fase de execução do plano
03:42e eu acredito que no dia 30 esse plano ainda cresce mais um pouco,
03:46esse reforço ainda cresce mais um pouco,
03:48até espero, o dia 2 está tudo resolvido e o novo presidente impulsado.
03:52Perfeito.
03:55E eu devolvo a palavra agora para o doutor Marcos Rolim
03:59com outro questionamento.
04:01Doutor Marcos Rolim, é um cenário preocupante de tensão mesmo,
04:05especialmente para quem está aqui na capital federal
04:07e para a população brasileira como um todo.
04:09Quais são os riscos que o país está enfrentando
04:12com essa tentativa já pensada
04:14e quais os desafios para enfrentar esse problema?
04:18Olha, que inicialmente satisfação participar dessa conversa,
04:24saudar aqui o Jairlon sobre esse tema.
04:28Eu tenho certeza, sim, que nós vamos ter no dia da posse do novo presidente
04:32um sistema de segurança muito amplo, muito bem construído,
04:35muito bem estruturado com todas as forças policiais
04:38e as suas devidas responsabilidades,
04:41cumprindo as suas funções em Brasília.
04:43Então, as possibilidades de que aconteça alguma coisa mais séria,
04:46mais grave, parecem ser pequenas nesse dia.
04:48É claro que os riscos existem,
04:51e nós percebemos isso a partir desse episódio
04:54da tentativa de uma explosão de uma bomba num caminhão-tanque
04:57que, se tivesse ocorrido, poderia ter produzido efeitos catastróficos,
05:01não só do ponto de vista das vítimas,
05:04mas também do ponto de vista político.
05:06E aqui eu quero sublinhar o que me parece ser a principal questão
05:09que a gente está enfrentando hoje.
05:11O terrorismo tem sempre como objetivo a produção do medo.
05:15E a partir da produção do medo, ele busca, então, alcançar objetivos políticos.
05:21De alguma forma, esse objetivo já foi alcançado,
05:23porque nós estamos agora, por exemplo, discutindo a segurança nesse programa
05:27e as providências tomadas pelas polícias, pelo sistema de segurança,
05:31por conta das apreensões que surgiram a partir desse episódio
05:35desbaratado em Brasília recentemente, essa semana.
05:38Então, de alguma forma, nós já estamos lidando com esse fenômeno.
05:42O que eu acho apenas, que, Zé, isso é um ponto como um desafio
05:46para as forças policiais no Brasil,
05:48é que o tema não será resolvido depois da posse.
05:51A posse é só um episódio mais agudo,
05:54que demanda maior providência de policiamento, de segurança.
05:58Mas, a partir da posse, a partir do novo governo,
06:01tudo leva a crer que nós teremos o prosseguimento de ações
06:05que poderão implicar em ações de terrorismo doméstico.
06:07Assim tem acontecido em vários lugares do mundo,
06:09onde há processos de radicalização,
06:11como aqueles que nós estamos vendo no Brasil,
06:13produzidos pela extrema direita.
06:15Então, isso poderá acontecer.
06:17Eu acho, especialmente a PRF, por exemplo,
06:19talvez tenha um desafio muito grande
06:20de enfrentar, por exemplo, tentativas de bloqueio de rodovias
06:23e de desabastecimento logo no início do novo governo.
06:26Então, tudo isso, é claro que a inteligência das polícias
06:29deve estar se preparando para procurar impedir que aconteça
06:32o que se viabilize.
06:33Mas o problema não estará resolvido a curto prazo.
06:36Me parece que essa é a primeira grande questão
06:38que a gente deve estar presente nesse momento.
06:42Perfeito.
06:42E eu devolvo a palavra para o diretor de operações da PRF
06:46com o similar treinamento.
06:48Quais são os desafios, especialmente a PRF?
06:51A gente tem visto a PRF atuando aí
06:53desde o finalzinho do segundo turno.
06:56É uma atuação intensa.
06:57Eu imagino que todo o corpo da Polícia Rodoviária Federal,
07:02seja mobilizada aí para tentar acalmar os ânimos.
07:06E quais são os desafios para a própria PRF nesse momento?
07:14Acho que a imagem dele travou.
07:16Estamos aqui, Jailon Henrique, acho que travou.
07:22Eu devolvo a palavra, enquanto ele arruma esse programa aí
07:26para voltar de novo, com mais um questionamento
07:29para o senhor, o doutor Marcos Rolim.
07:32Essas ameaças à posse do Lula também tendem a afastar o pessoal
07:37de comparecer aí no dia 1º de janeiro a esse evento
07:41e também desmobilizar o pessoal na sua avaliação?
07:43Olha, talvez a intenção, inclusive, dessas ameaças
07:47tenha a ver com isso também, né?
07:48Procurar diminuir o número de pessoas que vão acompanhar,
07:51procurar descaracterizar aquilo que deve ser uma festa da democracia.
07:54Isso é uma coisa importante, né?
07:55Que, assim, na história brasileira,
07:57na história da democracia brasileira,
07:58que tem pouco mais de 30 anos, né?
08:00Desde a Constituição de 88,
08:02todas as posses presidenciais,
08:04independentemente de quem foi o eleito,
08:06quem foi o derrotado,
08:07mas todas as posses dos presidentes eleitos
08:09e da presidente Dilma eleita
08:11foram posses festivas,
08:13foram rituais da democracia brasileira, né?
08:16Então, é um momento onde se renovam as esperanças,
08:18onde há expectativas sobre o novo governo.
08:20Repito, independentemente de quem seja o eleito,
08:23essa posse é sempre esse momento marcante
08:25de um recomeço,
08:26de uma nova definição de agenda,
08:28de novas expectativas,
08:29portanto, de muita esperança.
08:32Infelizmente, nesse caso, agora,
08:34nós temos, além disso,
08:35também um conjunto de apreensões, né?
08:37Esse é o efeito que as práticas terroristas acabam produzindo.
08:41O que eu acho,
08:42que eu tenho insistido nisso,
08:44sempre que eu posso falar a respeito, né?
08:46De que o Brasil está enfrentando um fenômeno novo, né?
08:49Nós sabemos que radicalização pode acontecer
08:52a partir de qualquer plataforma política ideológica, né?
08:55Qualquer ideia, qualquer ideologia,
08:57qualquer convicção religiosa, enfim,
08:58pode permitir plataformas de radicalização,
09:01processos de radicalização.
09:02Mas hoje em dia, no mundo moderno,
09:05os processos de radicalização
09:07são basicamente de duas naturezas.
09:09Nós temos aquela vertente jihadista,
09:11de natureza islâmica, né?
09:12De grupos radicais terroristas,
09:14e nós temos perspectivas de extrema-direita,
09:16como os grupos neonazistas,
09:18neofascistas, supremacistas brancos, né?
09:21Que existem em vários lugares do mundo.
09:22São essas duas possibilidades presentes de radicalização.
09:27E nós estamos vivendo no Brasil isso,
09:29já há muitos anos, né?
09:30Há grupos de extrema-direita
09:31que têm essa perspectiva radical,
09:34o que leva, basicamente, à seguinte ideia.
09:37Diante da frustração política,
09:38diante de um problema político não alcançado,
09:41não solucionado,
09:42eles passam a imaginar que a violência
09:44é um recurso legítimo
09:46para alcançar a solução dos seus problemas,
09:48para alcançar os seus objetivos políticos.
09:50E esse fenômeno é novo na história brasileira.
09:53Nós precisamos ter uma política de prevenção
09:54à radicalização, Kis.
09:56E eu espero que o próximo governo
09:58coloque isso no centro das suas preocupações também, né?
10:00É preciso que as próprias polícias brasileiras
10:03sejam envolvidas nesse esforço,
10:05por exemplo, de apuração dos responsáveis
10:07por crimes contra a democracia.
10:09E, eventualmente, apuração de responsáveis
10:11por crimes de terrorismo,
10:13que é aquilo que nós, possivelmente,
10:15passaremos a ver com uma certa frequência,
10:17grupos independentes
10:19que acabam se articulando
10:20e produzindo ações como essa
10:22desse senhor aí em Brasília,
10:23que, felizmente, foi preso
10:24e responderá pelo seu crime.
10:26E ainda tem...
10:28Há mais outros dois envolvidos aí,
10:31a gente que está acompanhando aqui
10:32no Antagonista.
10:35O Alain, que foi já identificado,
10:38e há um outro nome que já foi também identificado,
10:40mas não foi divulgado ainda.
10:42E eu devolvo a palavra
10:43para o diretor de operações especiais da PRF,
10:46justamente falando sobre esses desafios
10:48para a própria PRF,
10:50que vem enfrentando aí diversos tipos de ações
10:53desde o final do segundo turno das eleições.
10:57Peço desculpas aí,
10:59tivemos um probleminha com a internet.
11:01Como se bem falou,
11:02são desafios enormes, né,
11:03de um país continental,
11:05onde a polícia rodoviária,
11:06ela atua mais de 75 mil quilômetros
11:08de rodovias federais.
11:10Em muitas localidades,
11:11a complexidade de você chegar lá
11:13e fazer uma desobstrução com segurança,
11:16não só para os policiais,
11:17mas também para aquelas pessoas
11:19que estão manifestando,
11:20ela é realmente bem desafiadora.
11:22Então, isso a gente viu agora,
11:24não só nessa manifestação, né,
11:26e, aliás, aproveito agora
11:27para dizer que essa manifestação,
11:29inclusive, a polícia rodoviária
11:30atuou muito rapidamente,
11:32como ela jamais tinha atuado.
11:34Somente em 2018,
11:35para você ter um comparativo,
11:36no sexto dia,
11:37em 2018,
11:38que nós tivemos aquela maior greve, né,
11:41no sexto dia,
11:42nós chegamos ao pico das manifestações
11:44com mais 630 pontos de bloqueio.
11:47Agora, em menos de 24 horas,
11:49nós chegamos a 454 pontos de bloqueio,
11:51mas já no terceiro dia,
11:52a polícia rodoviária só restava 25 pontos de bloqueio
11:55em todo o país.
11:57Então, atuou muito rapidamente,
11:58muito embora tenha esses desafios
12:00das grandes distâncias.
12:03Uma outra dificuldade que a gente percebeu
12:05é um engajamento de autoridades políticas
12:10nesse evento.
12:12E aí, eu me refiro especificamente aqui
12:14às prefeituras, né,
12:16algumas prefeituras que a gente viu
12:17como dando suporte logístico,
12:19como não fazendo nenhum tipo de impedimento
12:22para aquela localização dos manifestantes,
12:24inclusive,
12:26provendo banheiros,
12:27provendo estrutura
12:28para que se permanecesse por mais tempo.
12:30Isso foi tudo notificado
12:32devidamente ao Ministério Público Federal,
12:33aos Ministérios Públicos Estaduais.
12:35Então, eu vejo que a polícia
12:38se aperfeiçoou na sua engrenagem de logística,
12:41ela fez grandes movimentações,
12:43ela tem um plano de contingência,
12:44logicamente que muitas vezes é difícil
12:46você chegar num rápido período de tempo
12:48em determinados locais,
12:50mas eu vejo que mecanismos de integração
12:52têm que ser aperfeiçoados
12:53entre as instituições,
12:54não só de segurança pública,
12:56mas outras instituições
12:57que têm uma participação ativa.
13:00E aí eu falo União, Estado e municípios,
13:03e nós temos que ter um aprimoramento
13:05da legislação,
13:06porque senão haverá muitas outras,
13:09como o próprio Tomás falou,
13:11muitas outras manifestações
13:13e que o que a polícia pode fazer
13:15é o que ela está fazendo.
13:17Evitar o bloqueio,
13:18chegando antes no terreno,
13:20após uma medida,
13:22após talvez alguma intervenção
13:24dos manifestantes,
13:24a gente tentar o diálogo,
13:25a negociação e, por fim,
13:27o uso da força.
13:28Porque quando você emprega a força,
13:30normalmente você tem um efeito colateral
13:32indesejado,
13:33tanto para a polícia
13:34como para o manifestante.
13:35É impossível você empregar a força
13:37e não sair, pelo menos,
13:39alguém lesionado,
13:39mesmo que seja minimamente.
13:41Então, mesmo assim,
13:42mesmo assim,
13:43mais um comparativo com 2018.
13:45Em 2018, nós empregamos
13:47as forças de choque
13:48quatro vezes
13:49nos seis primeiros dias
13:50de manifestação.
13:52Somente agora, em 2022,
13:54nós empregamos a força de choque
13:5532 vezes.
13:57Ou seja,
13:58uma ampliação aí
13:58de quase 800%
14:01em relação a 2018.
14:03E isso nos traz
14:04uma preocupação,
14:05porque, como eu disse,
14:07ao empregar uma força de choque,
14:08nós temos, normalmente,
14:09um efeito colateral.
14:12Perfeito.
14:13Eu aproveito o gancho
14:14na sua fala, diretor,
14:16e voltando a palavra
14:17para o doutor Márcio Rolim,
14:19o que precisa ser feito
14:21pelas autoridades políticas,
14:23principalmente,
14:23como disse o próprio diretor
14:25da PRF,
14:26para amenizar isso?
14:27Porque a gente sabe
14:28que a polícia
14:28é a rodoviária federal
14:29e as polícias, como um todo,
14:31exercem e fazem
14:32o seu trabalho.
14:33Mas aí é um trabalho
14:35não só de tentar
14:37conter esses atos,
14:39como também de
14:39não acirrar mais os ânimos.
14:42É um trabalho intenso.
14:43O que é que as forças políticas
14:45e os próprios políticos,
14:47os deputados,
14:47podem fazer
14:48para tentar amenizar
14:49e fazer com que esses atos
14:50não se prolongue
14:52por mais tempo
14:53nos próximos meses?
14:55Kis, deixa eu só dar
14:57duas observações
14:58a respeito disso.
14:59Primeiro,
15:00eu acho que,
15:00independentemente
15:01das posições políticas,
15:02ideológicas,
15:03que são diferentes,
15:04o que diz respeito
15:05à democracia,
15:06diz respeito ao debate
15:07político-partidário,
15:08é salutar
15:09quando nós temos
15:10várias posições diferentes
15:12em disputa.
15:13Isso faz parte
15:13do jogo democrático.
15:14Mas, independentemente disso,
15:16o respeito à lei,
15:17o respeito à vida
15:18das pessoas,
15:18as garantias fundamentais
15:20devem estar acima
15:20de qualquer divergência
15:21político-partidária.
15:23Então, a primeira exigência
15:24que eu acho que nós todos
15:25devemos fazer
15:25às lideranças políticas
15:26do Brasil
15:27é que elas tenham
15:28mensagens de paz,
15:29mensagens de consideração
15:30e de respeito pela lei.
15:31O que não vem acontecendo.
15:33O que nós temos visto
15:34nesses últimos anos,
15:35especialmente ao longo
15:36dos quatro anos
15:36do governo Bolsonaro,
15:38a partir da própria
15:38presidência da República,
15:39há um conjunto
15:40de mensagens de ódio,
15:42um conjunto de mensagens
15:42de intolerância.
15:43Isso acaba estimulando
15:44esses movimentos.
15:45É evidente que,
15:46lá na ponta,
15:47os apoiadores do presidente
15:49se sentem autorizados.
15:50Não há sequer
15:51uma mensagem até agora
15:52do presidente Clara
15:53dizendo,
15:53olha, gente,
15:54eu perdi as eleições,
15:55vamos voltar para casa,
15:56vamos continuar na oposição,
15:58vamos continuar a luta
15:58dentro dos meios democráticos.
16:00Ele nunca disse isso.
16:01É uma enorme responsabilidade
16:03da presidência da República
16:04não ter desaconselhado
16:05esse tipo de manifestação,
16:07não ter conclamado
16:08os seus apoiadores
16:09a respeitar a lei.
16:10Então,
16:10esse é o primeiro ponto.
16:11O segundo ponto,
16:12aproveitando a presença
16:13do nosso representante
16:15da PRF aqui,
16:16é o seguinte,
16:17a experiência internacional
16:18demonstra que,
16:19a partir do momento
16:20em que há esses atos
16:21de terrorismo doméstico,
16:23onde há processo
16:23de radicalização,
16:24as forças policiais
16:26passam a ser também um alvo.
16:28Então,
16:29quando os policiais
16:29forem fazer desobstrução,
16:31quando eles forem fazer
16:31a sua missão
16:32de cumprimento da lei,
16:33muitas vezes
16:34eles vão enfrentar
16:35resistência,
16:35resistência armada.
16:37Esses grupos
16:37estão armados.
16:38Então,
16:39é importante que a polícia
16:40tenha muito claro
16:41que há aqui uma tensão
16:42que precisará
16:43de muita inteligência,
16:44por exemplo,
16:45especialmente na investigação,
16:47me parece,
16:47para que essas redes
16:48sejam desmontadas
16:50e para que os seus financiadores
16:51sejam identificados.
16:53Tudo que está acontecendo
16:54hoje no Brasil
16:54está sendo financiado
16:56e financiado fortemente
16:57por empresários.
16:58Então,
16:59quem são esses empresários?
17:00Como esse dinheiro
17:01está chegando
17:01até essas manifestações?
17:03Eu vi, por exemplo,
17:04aí em Brasília,
17:05cenas de ceia de Natal
17:06no acampamento.
17:07Quem é que pagou
17:07a ceia de Natal?
17:09A polícia deve saber,
17:09e a partir dessas informações
17:11eu acho que se pode
17:12cortar esse tipo
17:14de manifestação
17:15antidemocrática.
17:16Uma última palavra
17:17aqui,
17:17só para não sobrar
17:18nenhuma dúvida
17:19a respeito
17:19do que eu estou dizendo
17:20com manifestações
17:21antidemocráticas.
17:22As pessoas têm
17:23todo o direito,
17:24é uma garantia fundamental,
17:26protestar contra aquilo
17:27que elas bem entenderem,
17:28desde que de forma pacífica.
17:29O que elas não podem
17:30é pedir golpe do Estado.
17:32Golpe de Estado
17:32elas não podem pedir.
17:33O Código Penal Brasileiro,
17:35o artigo 276,
17:37parágrafo único,
17:37criminaliza esse tipo
17:39de postura.
17:40Incentivar as Forças Armadas
17:41a serem hostis
17:43aos poderes constituídos
17:44é crime no Brasil.
17:45Então,
17:46o que está acontecendo hoje
17:47quando as pessoas
17:47pedem SOS,
17:48Forças Armadas,
17:49quando elas pedem
17:50intervenção militar,
17:51é crime
17:52na legislação brasileira.
17:53Nós temos que dar uma,
17:54tem uma forma
17:55de responder a isso.
17:56Perfeito.
17:59E eu,
17:59para a gente encerrar
18:00esse debate,
18:01que está muito bom,
18:02está excelente,
18:02mas nosso debate
18:03é curtinho mesmo,
18:04a gente faz um apanhado geral
18:05sobre o principal tema
18:07do dia.
18:08Eu devolvo a palavra
18:09para o diretor de operações
18:10da Polícia Rodoviária Federal
18:11para que ele passe
18:13uma mensagem
18:13para quem quer
18:14ir participar
18:15da posse
18:16do presidente
18:17no dia 1º.
18:19O pessoal pode ir tranquilo,
18:21há motivo
18:22para preocupação,
18:23há alguma medida
18:24que deve ser adotada
18:25para evitar,
18:26qual vai ser o estômago
18:27para o pessoal
18:28não se sentir
18:29receoso,
18:30reticente
18:30em relação à porta.
18:32Isso,
18:33a mensagem que a gente
18:33tem que deixar
18:34é de tranquilidade,
18:35de paz,
18:36como o Dr. Marcos falou.
18:38A Polícia Rodoviária
18:38está se preparando,
18:39ela já se reuniu
18:40com vários grupos,
18:41não só de oposição
18:43como de situação.
18:47Temos uma preocupação
18:48do deslocamento
18:49de várias caravanas
18:50em direção à Brasília.
18:52A gente está monitorando
18:53essas caravanas
18:54com as nossas atividades,
18:55de inteligência
18:56e com a nossa atividade
18:57de operações.
18:59Temos preocupação,
19:00sim,
19:00como foi falado
19:01até no questionamento
19:02anterior que eu vendei passando,
19:03que é com os corredores
19:05logísticos estratégicos
19:06do Brasil
19:06para que se evite
19:07qualquer tipo
19:08de desabastecimento
19:09em caso de interdição.
19:10Isso é uma preocupação
19:11nossa,
19:12e a gente viu isso
19:13muito evidente
19:14nas diversas greves.
19:16Então,
19:16a gente tem um olhar
19:17diferenciado
19:18para esses corredores
19:19estratégicos.
19:21Mais uma vez,
19:22retornando aqui
19:24uma fala do Dr. Marcos,
19:25é de fato
19:26a gente perceber
19:26um nível
19:27de agressividade
19:28muito grande
19:29nesse movimento,
19:30especialmente localizado
19:31na região norte
19:32e centro-oeste
19:33do país,
19:34onde algumas equipes
19:35nossas,
19:35inclusive,
19:35sofreram ataques
19:37com armas de fogo.
19:40Então,
19:40essa preocupação existe
19:41na instituição
19:42e a gente tem trabalhado
19:43nesse sentido
19:44para identificar lideranças,
19:46comunicar o TSE,
19:47comunicar o Ministério
19:48Público Federal,
19:49comunicar a Polícia Federal,
19:51cortar,
19:51seccionar a logística
19:52desses movimentos,
19:54certo?
19:54Para que não chegue
19:55alimentação,
19:56combustível,
19:57a estrutura
19:58que faça
19:59com que eles permaneçam
20:00mais tempo.
20:01Então,
20:01todas essas medidas,
20:03elas estão sendo tomadas
20:04para que o trânsito,
20:06a segurança,
20:07a segurança viária,
20:08a segurança do cidadão
20:09queira se deslocar,
20:10seja para protestar
20:11de uma forma pacífica,
20:12seja para comemorar também
20:14aquele partido,
20:15então,
20:15que ele venha para Brasília,
20:16que a Polícia Federal
20:17está fazendo tudo
20:18com estrutura,
20:18inclusive,
20:19montada nos seus postos
20:20aqui no entorno de Brasília
20:21para direcioná-los,
20:22quem chegar aqui
20:23não souber para onde ir,
20:24para direcioná-los
20:25em integrados,
20:27de forma integrada
20:28com o pessoal
20:29que está cuidando
20:30dessas caravanas
20:31que estão vindo para Brasília.
20:32Então,
20:32é essa a nossa mensagem,
20:34nós temos um contato,
20:35temos uma rede
20:37de comando e controle
20:39nos estados
20:40e aqui no departamento,
20:42ela é acionada
20:44pelo 191,
20:45pelo telefone,
20:46pelo tridígito 191,
20:47qualquer pessoa
20:48que se sinta ameaçada,
20:49qualquer pessoa
20:49que tenha alguma informação
20:50a nos repassar,
20:51ela pode utilizar
20:52essa rede de contato
20:53e fazer sua denúncia,
20:54fazer seu alerta,
20:56e nós estamos recebendo,
20:57estamos catalogando,
20:58encaminhando para os meios
20:59adequados para tratamento
21:00dessa informação,
21:01de forma,
21:02mais uma vez,
21:03que o cidadão
21:04se sinta seguro
21:05ao transitar
21:05pelas rodovias federais.
21:08Perfeito,
21:09já há algum levantamento
21:10do número de caravanas
21:12ou algo nesse sentido?
21:14Sim,
21:14o Partido dos Trabalhadores
21:16abriu um aplicativo
21:18onde essas caravanas
21:19se inscreviam,
21:22e aí a gente até sugeriu,
21:23a gente chama aqui
21:23de matriz de partidas e chegadas,
21:25identificando o local
21:27de onde parte,
21:27o horário de onde parte,
21:28a quantidade de veículos
21:29que estão nessa caravana,
21:30certo?
21:31Nós também temos acesso
21:32a dados da NTQ,
21:34a NTT,
21:34que é a Agência Nacional
21:35do Transporte Terrestre,
21:36que ela,
21:37obrigatoriamente,
21:38esses veículos,
21:39ônibus e micro-ônibus,
21:40eles têm que se cadastrar
21:41quando eles fazem
21:42uma viagem entre estados,
21:44então esses dados,
21:45a área de inteligência,
21:46ela tem,
21:47e a gente fica monitorando,
21:49né,
21:49o trânsito,
21:51dessas caravanas
21:53em direção à Brasília.
21:54Aqui em Brasília,
21:55a gente já tem uma articulação
21:56com a Polícia Militar
21:56do Distrito Federal,
21:57para que chegando
21:59ao Distrito Federal,
22:00dentro do DF,
22:02a PM faça o deslocamento,
22:03a condução dessas caravanas
22:05para o local
22:05onde elas estão
22:07destinadas a permanecer.
22:09No fim das contas,
22:10vai ser um trabalho
22:11articulado
22:11entre todas as polícias,
22:13né,
22:13para evitar e fazer
22:14com que a segurança
22:15seja tranquila
22:17aí para quem vai
22:17estar participando da posse.
22:19Segurança pública
22:20se faz com integração,
22:21com cooperação,
22:22certo?
22:23Não há outra forma
22:24de se fazer segurança pública.
22:25Então,
22:25a Polícia Rodoviária
22:26tem buscado,
22:27assim como a Polícia Militar
22:28dos Estados,
22:29a Polícia Federal,
22:30a Polícia Civil,
22:31certo?
22:32O Ministério Público Federal
22:33e Estadual,
22:34todos esses órgãos
22:35estão integrados,
22:36certo?
22:36Cada um desenvolvendo
22:37o seu papel
22:37na sua área de atuação,
22:39mas não pode haver
22:40de forma alguma,
22:41principalmente,
22:41uma operação
22:42com essa envergadura,
22:43com essa dimensão,
22:44sem integração,
22:45certo?
22:45Então,
22:46é essa
22:46o nosso grande mote,
22:48é assim que a gente
22:48está seguindo.
22:49Todas as superintendências,
22:51todos os superintendentes,
22:52eles foram orientados
22:54e determinados em ordem
22:55de serviço a oficiar
22:57a todos esses órgãos
22:58que eu mencionei,
22:59solicitando apoio
23:00e mantendo o canal
23:02de comunicação fluido
23:03para rapidamente
23:05a gente agir.
23:06Esqueci também,
23:07a AGU,
23:07a Advocacia Geral da União,
23:08está envolvida
23:09no nosso plano aqui,
23:10certo?
23:10Também está atuando
23:11para caso de alguma interdição
23:13a gente rapidamente
23:13conseguir ali
23:14ter um interdito
23:15proibitório.
23:15Enfim,
23:16são situações,
23:17o que não impede
23:17de uma atuação nossa
23:19com energia
23:19antes do interdito.
23:21Mas são fortalezas
23:23que a gente vai criando
23:24e dificultando
23:25a atividade
23:26de alguma pessoa
23:27que ainda
23:28queira se manifestar
23:30nesse sentido
23:30de inibir
23:31o direito de viver.
23:33Perfeito.
23:34Eu devolvo a palavra
23:35para o professor
23:35doutor Marcos Rolim
23:37para uma palavra
23:38para acalmar os ânimos
23:40de quem,
23:41até quem está
23:42se manifestando também,
23:43porque a gente viu aí
23:44os QGs estão quase no fim,
23:46as mobilizações
23:46de frente aos QGs,
23:48mas muita gente
23:48ainda segue
23:49aquela sensação
23:50de que poderia
23:51ter feito mais
23:52para tentar reverter
23:53esse segundo turno
23:55das eleições.
23:56Qual a sua mensagem,
23:57professor?
23:58Olha,
23:58eu acho que é muito importante
24:00que nesse momento
24:00todos nós,
24:02brasileiros,
24:02de todos os matizes
24:03políticos,
24:04ideológicos,
24:05estejamos unidos
24:07no reconhecimento
24:08do trabalho
24:09da democracia brasileira.
24:10Houve uma eleição,
24:11houve um processo eleitoral,
24:12os vitoriosos
24:13foram selecionados
24:14pelos eleitores,
24:15eles estão no parlamento,
24:17aliás,
24:17em maioria
24:17para a oposição
24:18em várias situações.
24:19então não há porquê
24:21duvidar das eleições,
24:22não há porquê
24:22ter qualquer tipo
24:23de postura violenta,
24:24eu acho que esse tema,
24:26muitas pessoas
24:26estão iludidas
24:27com relação
24:28ao que está acontecendo.
24:29Eu vejo assim
24:30nessas manifestações
24:31na frente dos quartéis
24:32um grau de ingenuidade
24:33muito grande
24:34das pessoas,
24:35que estão sendo
24:35na verdade enganadas,
24:36porque os seus líderes
24:37não as esclareceram,
24:38não as orientaram.
24:39Então é importante
24:40que elas sejam desmobilizadas
24:42e que façam o trabalho
24:43de controle,
24:44de oposição,
24:45de disputa política
24:46dentro dos marcos
24:47da democracia.
24:47As polícias brasileiras
24:49cabem aquilo
24:50que foi dito aqui,
24:51a garantia da segurança,
24:52o direito de ir e vir,
24:53e eu tenho certeza
24:54que tudo será feito
24:55para que nós tenhamos
24:56esse direito observado.
24:58Cabe agora
24:58o desafio
24:59de enfrentar
25:00esse fenômeno
25:00da radicalização
25:01com a política pública
25:02nacional
25:03de desradicalização,
25:04que possa,
25:05inclusive,
25:06também contribuir
25:07para que a infiltração
25:09dessa radicalização,
25:10que já aconteceu
25:10em algumas polícias
25:11brasileiras,
25:12também seja revertida.
25:13As polícias
25:14não podem estar a serviço
25:15de qualquer ideologia,
25:16de qualquer partido.
25:17Elas são órgãos técnicos
25:18a serviço do Estado,
25:19a serviço da lei.
25:22Perfeito.
25:23Muitíssimo obrigada
25:24pelo comentário,
25:25pelas ponderações
25:25em relação a esse tema
25:27e especialmente
25:28pelos esclarecimentos
25:29em relação às medidas
25:30de segurança
25:31que serão adotadas.
25:32Quero agradecer muito
25:33ao diretor de operações
25:34da Polícia Rodoviária Federal
25:36que esteve aqui com a gente,
25:37ao professor Marcos Rolim
25:38que também esteve aqui com a gente,
25:39esclarecendo e trazendo
25:40luz a esse tema
25:43que é tão importante.
25:43Se me permite,
25:46um segundo,
25:47foi falado do doutor Marcos
25:48aí,
25:49a politização das polícias,
25:50isso foi muito tocado
25:52sobre a Polícia Rodoviária Federal
25:53e a gente quer reforçar aqui
25:54o nosso papel
25:55de uma polícia de Estado.
25:56Em momento algum
25:57a polícia se furtou
25:59e direcionou seus esforços
26:00para a área ou para a área
26:01desde o início.
26:02Infelizmente,
26:03alguns vídeos publicados
26:05deram a entender esse sentido,
26:07mas que totalmente isolados
26:08e pontuais
26:09e de atitude isolada
26:10de servidores.
26:11Não é o papel
26:12da Polícia Rodoviária,
26:13certo?
26:13Ser uma polícia
26:14tendenciosa.
26:15Ela é uma polícia de Estado
26:16e assim ela está agindo
26:17desde o início
26:17das eleições
26:19e agora
26:20com vistas
26:21a garantia da posse,
26:22da operação posse.
26:24Perfeito.
26:25É sempre bom esclarecer
26:26e trazer isso aí
26:27para a população.
26:29Obrigada,
26:29doutor
26:30de Jair Lundin,
26:31e obrigado,
26:32doutor Marlon,
26:32pela gentileza.
26:35Obrigado,
26:35um abraço.
26:35Obrigado,
26:36doutor Marlon.
26:36Obrigado,
26:37doutor Marlon.
26:38Obrigado,
26:40por favor,
26:41doutor Marlon.
26:42Obrigado,
26:42doutor Marlon.
26:43Obrigado,
26:43doutor Marlon.
26:43Obrigado,
26:43doutor Marlon.
26:44E aí

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