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O ex-ministro da Fazenda conversou com Rodrigo Oliveira no Morning Call.

Assista à íntegra: https://youtu.be/jv71ZGv0icA

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Notícias
Transcrição
00:00Para que ninguém sai daqui chorando?
00:02É, eu ia falar isso,
00:03você está acabando com as expectativas de se ocuparem.
00:06Pois é, pois é.
00:08Olha, o Brasil não vai virar Argentina,
00:11a Argentina é um caso patológico,
00:13desde 1946 ele vem errando,
00:17para a sorte dele ele tinha muito capital para consumir,
00:21mas a Argentina é o quarto país na história,
00:26desde o século XV, que declina.
00:28Primeiro foi a China,
00:31que era 30% do PIB mundial no século XV,
00:34e entrou no século XX representando só 3% do PIB mundial.
00:38E hoje ela está voltando ao que era,
00:40a China foi a maior economia do mundo
00:43em 18 dos últimos 20 séculos.
00:47No século XVIII, ela estava declinando,
00:50mas no século XVIII a China tinha indústria em volume maior
00:55do que a Inglaterra, que estava na evolução industrial.
00:58O segundo país a declinar foi Portugal,
01:01que era uma potência e foi declinando
01:05até se tornar, na proximidade do século XX,
01:08o fornecedor de mão de obra barata para as Américas.
01:13A gente recebeu aqui muitos portugueses, como a gente sabe.
01:15Na mesma época a Espanha, a Espanha foi considerada no século XVII
01:21uma potência maior do que Roma e terminou o século XX,
01:26desculpa, o século XIX e início do século XX nessa mesma situação.
01:30E agora a Argentina.
01:31A Argentina nos anos 1920 era a quinta renda per capita do mundo,
01:36era maior do que a da França.
01:37A Argentina era considerada um dos cinco países promissores do século XX.
01:42eram Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Argentina.
01:47Sabe qual é o lugar da Argentina hoje em renda per capita?
01:49É o número 73, 73ª renda per capita do mundo.
01:55Ora, a gente precisaria ter 80 anos de maus governos aqui
01:59para acontecer a mesma coisa na Argentina.
02:00Venezuela?
02:03Isso não é obra da fácil, né, ministro?
02:04Isso não é obra da fácil.
02:06Isso é coisa de profissional, né?
02:07São 80 anos de maus governos aqui para acontecer a mesma coisa na Argentina.
02:10É, como eu dizia, o subdesenvolvimento não é um produto fácil de...
02:18De construir.
02:20De construir.
02:21A Venezuela, sabe qual...
02:24O PIB da Venezuela este ano será apenas 16% do que era 10 anos atrás.
02:31Não sei se tem paralelo na história.
02:33É um país sem instituições fortes.
02:35O sistema financeiro não é primitivo, mas não é o brasileiro, né?
02:4190% do setor público depende de petróleo, né?
02:44Ainda teve mais essa patacoada que teve na campanha
02:47que o Brasil ia virar um país comunista, tá certo?
02:50Então, quem falou isso não leu o primeiro parágrafo
02:54da história e das ideias do comunismo.
02:56Comunismo é a propriedade estatal dos meios de produção.
02:59Portanto, para o país virar comunista,
03:01você tem que fazer uma emenda constitucional
03:03para determinar o confisco de todas as propriedades privadas.
03:07A residência, casa na praia, automóvel, barco, né?
03:12As empresas teriam que ser todas estatizadas.
03:14Zero de chance.
03:16Então, o Brasil, só para concluir, então,
03:18o Brasil tem um conjunto de vantagens estruturais
03:21que outros países da América Latina não têm.
03:24Nós temos um sistema financeiro muito sólido,
03:26muito sofisticado,
03:27temos contas externas em ordem,
03:29o Brasil tem reservas internacionais
03:32que equivalem a cinco vezes a dívida pública externa do Brasil, né?
03:38O Brasil tem um agronegócio, um setor mineral,
03:40altamente competitivo e fonte de exportação
03:43que dá tranquilidade cambial para o Brasil de hoje.
03:46O Brasil tem sete das dez melhores universidades da América Latina,
03:50tem 20 unicórnios, tem empresas de classe mundial
03:55que se tornaram multinacionais.
03:57Sem nenhum desejo de fazer propaganda,
04:00mas eu gosto de mencionar três casos.
04:03JBS, por exemplo, para não mencionar só Embraer, Vale, né?
04:10Três casos aqui.
04:11A JBS, este ano, assumiu a posição
04:14de maior produtora mundial de alimentos.
04:17A JBS passou a Nestlé.
04:19é uma multinacional de respeito no mundo.
04:22O Brasil tem uma empresa de Santa Catarina
04:24chamada Duas Rodas.
04:27Não é uma fábrica de bicicletas.
04:29É uma empresa fundada por imigrantes alemães
04:31em Jaraguá do Sul,
04:33que é uma potência mundial na produção
04:35de sabores,
04:37coisa para fazer sorvete,
04:40bolo, essas coisas todas,
04:41com fábrica na América Latina,
04:42fábrica nos Estados Unidos, né?
04:44E tão caladinho lá, ninguém sabe quem são eles,
04:46pelo menos na grande mídia.
04:47O Brasil tem uma empresa em Fortaleza
04:49chamada AERES,
04:51que produz pais de energia eólica.
04:56Isso é sofisticadíssimo.
04:58E sabe quando eles estão exportando?
04:59Para Israel,
05:00que é um país muito competitivo.
05:03Então, eu acho que esse conjunto,
05:06essas empresas,
05:08eu tenho me perguntado,
05:09por que essas empresas continuam dando certo?
05:11Porque elas são mal geridas,
05:13elas sabem identificar risco,
05:15sabem se comportar na crise,
05:16sabem proteger o caixa,
05:18sabem pensar melhor os seus investimentos, né?
05:20E, portanto, elas vão ficar por aí,
05:22brilhando, né?
05:23E talvez até com capacidade de comprar
05:25as empresas que não se modernizaram,
05:30não se prepararam para a turbulência.
05:31Então, eu acho que o Brasil vai,
05:33se a crise vier,
05:35o senso financeiro não vai quebrar,
05:37não vai ter crise bancária.
05:39O Brasil está sem crise bancária
05:41desde 1995, Rodrigo.
05:44É o maior período sem quebras
05:45generais de banco da nossa história.
05:48Então, você tem umas amarras,
05:52uma certa resiliência econômica
05:54e institucional
05:56que permita ao Brasil,
05:58se a crise vier,
06:00enfrentá-la, navegar.
06:02E, por outro lado,
06:03não é uma crise súbita.
06:05Como você mencionou em algum momento aqui,
06:07você vai identificando,
06:09à medida que o tempo passa,
06:10você vai identificando
06:12o risco da deterioração.
06:15Os mercados se preparam,
06:16porque os mercados são covardes,
06:18como você sabe, né?
06:18O mercado não enfrenta o governo.
06:22Se o risco vem,
06:23tudo bem,
06:23vocês estão aí,
06:25eu vou embora.
06:25O mercado reage,
06:28digamos assim,
06:29ao risco com os pés.
06:31Ele foge,
06:32ele anda e sai do mercado.
06:34E, portanto,
06:35o Brasil não corre nenhum risco
06:37de andar para trás,
06:40de ter um colapso
06:41que o leve
06:41a essas situações
06:43como as da Argentina
06:44e da América Latina.
06:46Eu acho que isso é uma esperança.
06:48E aí

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