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O economista Fernando de Holanda reflete sobre a ata do Copom que manteve a taxa Selic em 15%. Ele critica a inação das políticas fiscais, o que pressiona o Banco Central a manter os juros altos por mais tempo.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/RDCYmq_ewIw

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Transcrição
00:00A gente continua nesse assunto porque, como acompanhamos, a ata do Copom, divulgada nessa terça-feira,
00:05indica a necessidade de juros altos por mais tempo e reforça ainda a preocupação fiscal e também os temores com a inflação.
00:13O nosso entrevistado é o economista e professor da Fundação Getúlio Vargas, Fernando de Holanda.
00:18Tudo bem, professor? Muito obrigado pela participação mais uma vez aqui na programação da Jovem Pão.
00:23O professor está aqui com a gente chegando para falar sobre a ata do Copom.
00:27Tudo bem, professor? Boa noite.
00:28Boa noite, Tiago. Tudo bom?
00:31Tudo bem.
00:32Bom, professor, para esclarecer a nossa audiência, pode parecer talvez um contrassenso do Comitê de Política Humanitária do Banco Central,
00:40ou não é um contrassenso, dizer que os juros vão permanecer altos por mais tempo do que se imaginava,
00:47mas não necessariamente isso quer dizer que os juros vão subir ainda mais. É isso, professor?
00:51Exatamente. O que acontece, em geral, é que a política monetária demora um tempo para gerar um impacto na economia.
01:00O horizonte relevante para a política monetária é em torno de 18 meses,
01:04porque com o aumento dos juros hoje, ele só vai impactar totalmente a economia daqui a um ano e meio.
01:10Então, a economia, quando o Banco Central mexe nos juros, é como se fosse um grande transatântico que está olhando lá na frente,
01:17que não está olhando pertinho do navio.
01:20Então, o que eles estão anunciando é, olha, a gente acabou o ciclo de elevador das juros,
01:25achamos que o aperto monetário é forte,
01:28e agora vamos aguardar os efeitos dele para saber os próximos passos da política econômica,
01:34em vez de ficar aumentando sucessivamente.
01:39O recado do Banco Central é, já fizemos o aperto monetário,
01:42agora vamos aguardar o seu impacto na economia,
01:45e a partir daí vamos ver quais serão os próximos passos.
01:49A inflação sedenta, daqui a um período de tempo,
01:51a gente se inicia um processo de redução gradual da taxa de juros.
01:55Caso a inflação demore mais, esse dia a gente vai manter esse mínimo de taxa de juros com um período mais prolongado.
02:02Professor, agora o ponto que eu queria tocar com o senhor é o seguinte,
02:06o Copom fala sobre a questão fiscal do Brasil.
02:10Hoje, a Instituição Fiscal Independente do Senado também divulgou um documento
02:15citando as preocupações fiscais aqui do país, que o Brasil precisa fazer a lição de casa,
02:21mas a gente sabe que politicamente, essa não é uma questão política,
02:24o próprio governo Lula já indicou que não deve fazer o ajuste fiscal
02:29ou os cortes que o mercado tanto espera.
02:33Aí como é que fica esse dilema, professor?
02:37Justamente o fato de você ter uma política fiscal que ela não está fazendo o dever de casa,
02:42ela aumenta a pressão sobre a política monetária.
02:45Ou seja, nos últimos anos a gente persistentemente teve o PIB acima daquele que foi esperado
02:52e a inflação também maior do que a esperada.
02:55Da onde que vem essa inflação maior e o PIB crescendo mais?
02:59Justamente das surpresas do lado fiscal, na qual o governo tem gastado persistentemente mais do que se esperava.
03:06Isso aumenta o nível de atividade da economia, faz com que o mercado de trabalho é muito forte,
03:12que é um dos motivos ressaltados hoje no Banco Central, a dificuldade da inflação do CD.
03:17Mas tem um efeito negativo que é, olha, dado que o fiscal está desamporado,
03:22dado que a gente tem um problema fiscal grave, a gente não tem um superávit primário,
03:26a nossa dívida está crescendo, isso aumenta o risco do país,
03:30porque aumenta a taxa de juros básica da economia.
03:33Por quê? Porque os juros da economia, ele tem um componente que é estrutural,
03:37que depende da taxa de juros real no longo prazo,
03:40e essa taxa é negativamente impactada, ou seja, aumenta quando o fiscal está fora do lugar.
03:47E justamente o Banco Central vem repetindo isso em diversas atas,
03:51falando, olha, a importância de ter um fiscal consistente com uma meta de inflação que a gente tem
03:56e para possibilitar uma taxa de juros mais baixa.
03:59Enquanto a gente chegar em uma política fiscal que não é consistente com uma dívida
04:05que saia de uma situação projetória atual, que é explosiva, que é de aumento sistemático da dívida,
04:11o trabalho do Banco Central vai ficar prejudicado e os juros tendem a ficar mais elevados.

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