- 20/06/2025
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Felipe Moura Brasil entrevista o deputado estadual pelo NOVO em São Paulo Heni Ozi Cukier para tratar sobre a possibilidade do tabelamento de preços pelo Governo Federal.
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NotíciasTranscrição
00:00Ontem à noite, durante conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo não vai interferir nos preços de jeito nenhum.
00:10Bolsonaro garantiu que não vai haver canetaços. Tem um vídeo aí, produção? Se tiver pode soltar.
00:15Hoje eu conversei com duas autoridades dos supermercados. Na ponta da linha, o preço chega para eles e eles estão se empenhando para reduzir o preço da ciência básica, que dado o auxílio emergencial, houve um pequeno aumento no consumo, houve mais exportação por causa do dólar também, sabemos disso aí.
00:36Os recicultores, os plantadores de arroz estavam com prejuízo há mais de 10 anos, mas está sendo normalizado isso aí. Não vamos interferir no mercado de jeito nenhum. Não existe canetaços para resolver o problema da economia.
00:52Jair Bolsonaro, e aqui eu não posso deixar de fazer um parêntese, porque analisando bem as palavras, os termos que ele usou, ele usou mais uma vez a expressão na ponta da linha.
01:02Ele sempre usa essa expressão quando ele está se referindo a algo que ocorre para o cidadão comum diretamente nas cidades, nos estados.
01:12E eu quero lembrar que foi essa expressão que ele usou para se referir à superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, naquela reunião ministerial em que ele falou que ia se interferir, obviamente se referindo à Polícia Federal olhando para o Sérgio Moro.
01:28E aí tentou disfarçar depois, dizendo que estava se referindo à sua segurança física familiar, mas ele estava se referindo à Polícia Federal, da qual ele queria trocar o diretor-geral Maurício Valeixo,
01:39e também à superintendência da PF no Rio de Janeiro, lá na ponta da linha, da qual ele queria trocar também o chefe.
01:46Muito bem, o Ministério da Justiça, como eu havia noticiado ontem, havia notificado a Associação Brasileira de Supermercados e os representantes de produtores de alimentos para dar esclarecimentos sobre o aumento dos preços dos produtos que compõem a cesta básica.
02:01Os Ministérios da Agricultura e da Economia também foram chamados pela pasta de André Mendonça a debater medidas para reduzir o valor dos alimentos.
02:09Lembrando que o André Mendonça foi quem substituiu o Sérgio Moro no Ministério da Justiça e Segurança Pública.
02:15E hoje o Ministro das Comunicações, Fábio Faria, comentou a questão.
02:18Ele escreveu no Twitter,
02:20Encerrada a discussão, vamos para a próxima pauta.
02:22E compartilhou um print de uma notícia sobre as declarações do presidente.
02:26A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que não sabia da ação do Ministério da Justiça e que ela não fazia parte da estratégia.
02:35Até admitiu que talvez tenha havido um problema de comunicação, né?
02:39Vamos supor que foi só isso.
02:41O governador de São Paulo, João Dória, também reagiu ao aumento dos preços.
02:46No Twitter ele escreveu,
02:47Estamos preocupados com o aumento e a elevação de preços nos supermercados.
02:52O Procon de São Paulo fará uma análise cuidadosa sobre esta evolução.
02:56Vamos fiscalizar para que eventuais abusos contra os consumidores sejam combatidos.
03:02Daí a declaração do João Dória.
03:04E para quem está me acompanhando no Twitter, eu estava justamente desde o começo dessa polêmica
03:08apontando que o Bolsonaro estava repetindo aquilo que o João Dória fez em 2017
03:13em relação a serviços de streaming como Netflix e outros casos também.
03:18Ele citou a Amazon, se eu não me engano, falando que os proprietários eram bilionários
03:23e poderiam tirar da sua margem de lucro em vez de repassar aos consumidores finais
03:29aquele valor que estava sendo acrescentado para eles em razão de impostos sobre serviços de streaming.
03:35Então eu estava ali ironizando esse lado bolsodoriano, né?
03:39Às vezes é bolsolula, às vezes é bolsodória.
03:42Mas esse pessoal tem muita coisa em comum.
03:44O presidente da Associação Brasileira dos Procons, Felipe Vieira,
03:48afirmou que os órgãos de defesa do consumidor não controlam os preços
03:52nem defendem o tabelamento.
03:54Segundo ele, há um contexto que fez o preço de produtos da cesta básica subir
03:59como aumento da demanda interna, alta de exportação e subida do dólar.
04:05Muito bem, para falar sobre esse cenário comigo,
04:08eu recebo agora com prazer e alegria o deputado estadual Reni Ozzy Kukie do Partido Novo de São Paulo.
04:15Boa noite, deputado. Seja bem-vindo aqui ao Papo Antagonista.
04:19Boa noite, Felipe. Prazer estar aqui com vocês.
04:23É, realmente, acho que essas medidas aí de achar que é possível você controlar o preço na imposição
04:34não faz nenhum sentido. Aliás, os países que tentaram fazer isso fracassaram sempre.
04:40São modelos de fracasso completo, como a Venezuela, o nosso vizinho aqui.
04:45É como a história do Brasil.
04:46A gente lembra todos os problemas que tivemos com hiperinflação e governantes tentando,
04:53na canetada ou na força, mobilizar a população, dizer que vamos conter aumentos de preço.
05:00Isso não tem cabimento, não faz sentido. O próprio presidente colocou quais foram as razões do aumento de preço.
05:08O contexto político, o contexto da pandemia, o cenário todo que nós estamos vivendo,
05:14deixa claro quais foram as razões do aumento do preço.
05:17A subida do dólar, aumento das importações, em parte pela questão do dólar,
05:23outra parte porque os países estão preocupados com a questão alimentar.
05:26A China, por exemplo, está estocando comida, preocupada como seria uma pandemia mais longa,
05:33uma quarentena maior.
05:35E a ajuda econômica do governo federal fez o consumo aumentar.
05:40Uma parcela da população que antes não tinha acesso começou a comprar mais.
05:45E, óbvio, a pandemia mudou os hábitos de consumo do brasileiro.
05:50As pessoas não estão mais indo gastar e comer fora em restaurantes.
05:54Estão dentro de casa comprando mais comida.
05:57Então, tudo isso mexe com o preço das coisas.
06:01E não tem muito que possa ser feito.
06:03Quer dizer, tem.
06:04Mas o que normalmente governos não gostam de fazer.
06:07E uma medida muito efetiva para baixar o preço seria baixar os impostos.
06:13Baixando os impostos a gente resolveria isso.
06:16Mas, dentro da cartilha mais populista, o mais fácil não é fazer isso.
06:23Ao contrário, você simplesmente dizer que vai atrás daqueles que estão aumentando o preço.
06:29E o governo tem que ir atrás quando existem práticas ilegais.
06:34Quando existe a formação de cartel.
06:36Quando tem monopólio.
06:38Aí, sim, são medidas de vigilância econômica, de cuidados, de abusos econômicos, que o governo tem que atuar.
06:46Mas não é isso que está acontecendo agora.
06:49Ferir a liberdade econômica e querer tabelar preços, controlar, impor, só vai trazer catástrofes econômicas para o Brasil.
07:00Como a gente conhece bem pela nossa história.
07:02E olhar um pouquinho para os nossos vizinhos.
07:04É, aliás, esse foi o governo que chegou ao poder, dizendo que a nossa bandeira jamais será vermelha.
07:10Que o Brasil não poderia virar uma Venezuela.
07:12O que aconteceria caso os adversários vencessem.
07:16E a gente vê aí esses instintos vindo à tona nesse momento.
07:20E não é uma novidade.
07:21Em abril de 2019, o Jair Bolsonaro soube que a Petrobras iria aumentar o preço do diesel.
07:27E aí pegou lá o telefone, ligou para o presidente da estatal, ordenando o cancelamento do reajuste.
07:32Aí o Paulo Guedes teve de intervir para mostrar todas as consequências que isso teria.
07:37Quer dizer, tem um ímpeto populista aí, né, deputado?
07:40De querer posar de quem está do lado da população contra aqueles preços elevados.
07:46No entanto, talvez não fazendo a sua parte, o seu dever de casa, para que essa situação econômica melhore.
07:54É, isso é clássico.
07:58Você descreveu bem aí.
07:59O cenário da Petrobras sempre foi usada de forma política.
08:03O que é o uso político?
08:05Você medir ou usar medidas populistas para baixar os preços.
08:11E todo mundo fala, nossa, que ótimo.
08:12E se fosse tão simples assim, por que teríamos problemas?
08:16Bastaria comandos de líderes ou de políticos dizendo, eu quero que os preços baixem para que a população tenha coisas mais baratas.
08:26E não é assim que funciona.
08:27No final de todo esse ciclo de canetadas e autoridades e comandos de baixar preço, as coisas vão ficando mais caras.
08:38E quem vai pagar essa conta é a população.
08:40Foi isso que a gente assistiu com a Petrobras, quando os preços não foram repassados por uma mudança do custo do barril do petróleo.
08:49No final, a Petrobras estava absorvendo aquele custo e aquilo foi usado de uma forma que o brasileiro que teve que pagar esse custo,
08:59com impostos e com outros custos maiores para o cidadão.
09:02Então, a medida, ou as medidas a serem tomadas aqui, corretas, são aquelas que vão cortar, enxugar a máquina.
09:13Se nós temos um problema, se nós temos uma crise, se nós temos um déficit, não adianta a gente aumentar um imposto.
09:21Se nós queremos baixar o preço de alguma coisa, vamos baixar os impostos.
09:24Aqui em São Paulo, nós vamos entrar, estamos entrando em uma discussão dessa natureza também,
09:30sobre um projeto de lei que o governador enviou, onde ele fala de retirada de benefícios fiscais,
09:38quando, na verdade, tem vários aumentos de impostos embutidos nisso.
09:43E o que a gente precisa é enxugar a máquina, cortar gastos, cortar privilégios.
09:47Por exemplo, fazer alguma coisa que a Assembleia Legislativa aqui em São Paulo fez,
09:53que foi um exemplo para o Brasil inteiro e que ninguém seguiu,
09:57que foi cortar o salário dos deputados durante a pandemia.
10:02Isso aconteceu em São Paulo, a Assembleia Legislativa fez isso,
10:05deu o recado e mostrou como que você tem que fazer, e não com medidas populistas.
10:11Tem que cortar na própria carne.
10:13O Estado de São Paulo terá que fazer isso, o governo federal tem que fazer isso,
10:19mas aí precisa ver se tem vontade política, se não vai mexer nos seus feudos,
10:23nos seus aliados, nos seus amigos, naqueles grupos que te sustentam ali no poder.
10:30E, normalmente, quem sofre com isso é a grande maioria da população,
10:35que nunca está lá organizada, pronta para gritar e defender a sua parte,
10:39enquanto os grupos menores estão ali sempre organizados
10:43e fazem com que as necessidades de cortes e ajustes não cheguem até eles
10:49e sempre afetem o resto da população do Brasil.
10:53A gente estava até conversando aqui outro dia, deputado,
10:56eu com o Kim Kataguiri, que participou aqui do Papo Antagonista,
10:59sobre a desidratação da reforma administrativa justamente para afagar servidores,
11:04quer dizer, para não contrariar aqueles interesses dos grupos de pressão,
11:10falando também de como militares, políticos, de um modo geral,
11:13não foram incluídos aí nos abatimentos.
11:16E o senhor está dizendo que a Lespe fez a sua parte nesse sentido.
11:20Por outro lado, só aproveitando aqui uns ganchos que vieram na sua resposta,
11:25o senhor falou do populismo e de impostos também.
11:28E a gente tem visto essas propostas, essas iniciativas que sempre são rebatidas
11:34com pressão contrária por parte principalmente da imprensa,
11:37de tentativas de estabelecer novos impostos para financiar um programa de reeleição
11:43num caminho populista também.
11:46Então, falta cortar na própria carne, se coloca o peso dos impostos para que a classe média,
11:56para que os brasileiros paguem, enquanto se quer ter todo o crédito
12:02por aquelas vantagens obtidas pelo povão, é isso?
12:06O populismo funciona em oferecer soluções rasas, tentar comprar.
12:16Infelizmente, o Brasil tem uma situação social muito complicada
12:22e é muito fácil os líderes oferecerem a essas ajudas e cooptarem,
12:28criarem currais eleitorais.
12:30A gente assistiu isso na época do PT com o Bolsa Família.
12:35Isso não significa que o Bolsa Família não seja necessário.
12:39O problema é o impacto posterior, como isso é usado como uma ferramenta de poder.
12:45Isso não significa que o governo federal não tenha que ter ajudado os brasileiros
12:50numa pandemia como essa, onde ninguém podia trabalhar com esse programa da ajuda.
12:56Mas nós temos que estar atentos qual é a real utilidade final desses programas.
13:01É trazer mais renda?
13:04É ajudar o brasileiro a sair dessa condição?
13:06Ou ele é uma ferramenta de manutenção de projetos de poder?
13:10Então, esse é um elemento muito presente na história da política brasileira.
13:15E a gente tem que conseguir quebrar isso, tem que conseguir atrelar isso
13:19a talvez políticas de Estado e não políticas de governo.
13:23vamos ter consistência nas ações, vamos cortar onde a gente tem que cortar,
13:29vamos fazer o Estado funcionar de verdade.
13:32E se o Estado funcionar, nós vamos precisar menos desses programas.
13:36E quando nós tivermos que instituir, traz programas,
13:40que a gente faça isso de uma forma que seja uma política de Estado,
13:44com um projeto de começo, meio e fim,
13:48durante tanto tempo, para se conquistar certos objetivos econômicos e sociais,
13:54e depois ele tem a fim.
13:55Senão ele se torna uma ferramenta eleitoreira, como você colocou, Felipe,
14:00uma ferramenta de poder.
14:02E ela tem muita utilidade, mas ela acaba não resolvendo a raiz dos problemas do Brasil.
14:07Porque se todo gasto que o governo tem,
14:10ou todo dinheiro que o governo tem para gastar,
14:12vai somente para a folha de pagamento,
14:16ou dos funcionários públicos,
14:18ou para a previdência desse mesmo funcionalismo,
14:23não sobra nada para você investir em melhorar a educação,
14:27investir na saúde, investir na segurança,
14:30investir em infraestrutura,
14:31ou o que quer que seja necessário
14:33para o Brasil sair da situação que ele está.
14:36Então, a gente faz uma combinação das duas coisas erradas.
14:40Primeiro, a gente não ataca a raiz do problema.
14:43O Estado existe para fornecer alguns bens básicos,
14:47e não para sustentar ou cuidar apenas de pequenos grupos.
14:52E a segunda parte é,
14:53porque nós temos esse Estado disfuncional,
14:56aí você abre um precedente e um espaço
14:59para que esses governantes criem programas de salvamento
15:03que são necessários em muitas situações,
15:06como o da pandemia, repito, reitero,
15:09mas que são depois usados como uma ferramenta eleitoreira e política.
15:15E isso não aconteceria se a gente tivesse feito a primeira parte da lição melhor,
15:19e na segunda a gente tem que ter um projeto
15:22para lidar com esses programas como uma política de Estado,
15:26e não mais como uma política de governo.
15:29O senhor tem sido mais crítico em relação ao Jair Bolsonaro,
15:33em relação ao governador de São Paulo, João Dória,
15:36nessa retomada econômica para o cenário pós-pandemia,
15:41mesmo que a pandemia, lamentavelmente, ainda não esteja neutralizada,
15:45ainda não temos uma vacina, um medicamento propício,
15:50apesar de toda a propaganda governista em cima da cloroquina,
15:53ainda não se tem uma solução e as pessoas diariamente continuam morrendo no Brasil.
16:00Quais são os comportamentos dos dois?
16:02O que o senhor tem dito a respeito deles?
16:05Bom, a gente assistiu o presidente Bolsonaro,
16:10ele simplesmente brincou, ignorou, contestou, desafiou a pandemia
16:16e teve uma postura na contramão simplesmente do planeta inteiro.
16:22Até os modelos ou os líderes que ele exalta e segue, gosta,
16:29de Trump a Netanyahu recuaram, entenderam a gravidade da pandemia
16:34e agiram com mais cautela e responsabilidade.
16:39O Bolsonaro não fez isso, a gente sabe a postura dele,
16:43enfim, ele politizou no extremo a discussão da pandemia,
16:48isso foi muito grave, muito sério para o Brasil.
16:50E eu disse que ele perdeu uma oportunidade,
16:52porque o mundo inteiro achou que a pandemia era uma guerra,
16:56nós estávamos numa situação de guerra.
16:58E ele não é um militar, ele não exalta o papel das forças armadas,
17:01era uma oportunidade que ele tinha de trazer as forças armadas,
17:05organizar, criar um grande plano nacional.
17:08Não foi o que ele fez, ele preferiu ser irresponsável
17:12e brincar com a questão da pandemia.
17:15Isso foi gravíssimo, os resultados estão aí para o Brasil
17:17e mancharam não só a percepção aqui das pessoas que estão entendendo
17:23o que está acontecendo, mas em outros lugares do mundo.
17:27Então, esse foi um erro grave.
17:29Acho que acertou na hora da resposta do governo federal, ajuda.
17:34Não tinha como o Brasil continuar,
17:36continuar, nós não temos essa poupança, essa capacidade.
17:42Então, a ajuda era necessária.
17:44Acho que a ajuda foi acertada,
17:46mas aí com essa ressalva do que nós estamos falando há pouco,
17:49na questão de transformar isso num programa eleitoreiro
17:52ou num curral de dependência.
17:55E do ponto de vista aqui de São Paulo,
17:58acho que o Dória, apesar das críticas que as pessoas fazem
18:02ou fizeram muito ao seu estilo,
18:05as medidas adotadas tiveram resultado.
18:08A gente tinha que fazer isolamento.
18:11E, me desculpa, você pode ter as divergências que for
18:14com a personalidade, com o estilo do governador,
18:17mas as medidas foram acertadas.
18:19Agora, eu estou fazendo, eu faço outras críticas
18:22ao projeto recente que o governador enviou para a Assembleia aqui,
18:27que é o da retomada.
18:28O Estado de São Paulo tem uma previsão de um déficit de 10,
18:32pouco mais de 10 bilhões para o ano que vem.
18:34E, nas medidas para lidar com esse déficit,
18:38estamos falando do quê?
18:39Primeiro, o enxugamento da máquina.
18:41Ótimo, excelente, necessário.
18:44Mas, na sequência, veio junto aumento de imposto.
18:48Mexer em IPVA, ICMS, ITC-MD.
18:52Então, e aí eu acho inaceitável,
18:54porque nós não estamos fazendo a reforma administrativa
18:58que precisamos fazer.
19:00E os Estados podem fazer a sua reforma administrativa
19:04independente da federação.
19:06Porque tem uma série de questões aqui
19:08que dizem respeito às contas do funcionalismo do Estado.
19:13E a reforma administrativa é, simplesmente,
19:16mudar essa estrutura do funcionalismo.
19:20E você tem uma série de coisas,
19:21desde progressões e promoções automáticas,
19:24gratificações, avaliação de desempenho,
19:28licença-prêmio, procuradores do Estado,
19:32bônus de praia inativo,
19:34diminuir o número de carreiras.
19:36Assim, a lista é vasta.
19:38E o governo de São Paulo não escolheu
19:41atacar primeiro esta reforma,
19:44e sim enviar um projeto
19:46no qual haverá aumento de imposto.
19:49E aí, mais uma vez,
19:51quem vai pagar a conta é a população.
19:54É muito fácil aumentar o imposto,
19:56a população brasileira não está mobilizada politicamente,
20:00ela não vai para as ruas protestar
20:02porque está tendo aumento de imposto,
20:04ela não é engajada.
20:06Difícil é o quê?
20:07Você tocar nos privilégios,
20:10nas regras antiquadas do funcionalismo público,
20:13porque esses, sim, são organizados.
20:15E aí quem paga a conta é a grande parte da população.
20:19Então, aí, nessa medida de retomada,
20:24eu entendo que o governo de São Paulo está errando.
20:28Nós tínhamos que cortar muito mais
20:30e uma oportunidade única
20:32para fazermos uma reforma administrativa
20:35coerente com a modernização do Estado de São Paulo
20:40e a reforma federal também,
20:42então, falada que foi aquém do que a gente queria e imaginava.
20:46Agora, deputado, aproveitando aqui a sua presença
20:50para falar de um outro tema,
20:52eu vi recentemente, o senhor dá um comentário na rede social,
20:55numa linha que eu comento também,
20:58que é o seguinte,
20:59muita gente na política mesmo,
21:01e isso obviamente acontece no mercado da comunicação,
21:03mas na política mede a posição que vai ter
21:08e, às vezes, dá uma guinada na posição contrária,
21:10de acordo com o monitoramento de redes sociais,
21:13de acordo com pesquisas de popularidade dos políticos
21:17que estão com maior protagonismo.
21:20E a gente tem visto,
21:22em relação ao combate à corrupção,
21:23principalmente,
21:25não sei se foi, inclusive,
21:26a base do seu comentário,
21:27esse tipo de guinada,
21:29pessoas que antes repudiavam
21:31esquemas de desvio de dinheiro público
21:33em gabinete ou em estatal,
21:35em qualquer lugar,
21:36e agora passam pano,
21:38dependendo da quantia, inclusive,
21:40dependendo da pessoa envolvida,
21:42dependendo da popularidade da pessoa envolvida,
21:44e, obviamente,
21:45o caso mais emblemático
21:46é o do Jair Bolsonaro,
21:48beneficiário ali de um depósito,
21:50de um não,
21:50de vários depósitos,
21:51do Fabrício Queiroz e da esposa Marcia Aguiar,
21:54na conta da Michelle.
21:55Como é que o senhor tem visto
21:58esse fenômeno,
21:59o senhor que está dentro da política
22:01e que até conhece
22:02muitas dessas pessoas?
22:05Quer dizer,
22:05a opinião ficar embasada,
22:07aparentemente,
22:09de acordo com questões de marketing?
22:12É, isso é terrível,
22:15porque eu acho que
22:17os políticos
22:18ou as pessoas
22:19numa posição pública,
22:21você tem que conciliar
22:23ou equilibrar dois papéis.
22:25você é um representante,
22:27ou seja,
22:27você está representando a população.
22:30Então, claro,
22:31você tem que entender
22:32e ouvir
22:32o que a população
22:34quer e pensa
22:36e sente,
22:37para que lado,
22:38qual é o caminho
22:39que a nação brasileira
22:41está caminhando.
22:42Essa é uma função.
22:44Você está,
22:44eu estou
22:45na Assembleia
22:47representando pessoas,
22:48então,
22:49eu tenho que entender
22:49o que a população
22:53está pedindo,
22:54mas eu não posso
22:55ceder
22:56aos desejos
22:58e anseios
22:59momentâneos,
23:00seja
23:01do seu amor
23:04por alguém,
23:05ou da sua defesa
23:06incondicional,
23:07ou o que eu chamo
23:08de seita política,
23:10ou simples popularidade,
23:13ou desejo
23:14de ser aplaudido.
23:15eu tenho que ter
23:16uma responsabilidade
23:17e um equilíbrio
23:18entre critérios
23:20que eu entendo
23:21que são valores
23:22democráticos,
23:23valores éticos,
23:25valores
23:25de defesa
23:27do interesse
23:28público
23:29e nacional,
23:30não daquele
23:31pequeno grupo
23:31que votou em mim.
23:33Então, claro,
23:34eu tenho os meus eleitores
23:35das quais eu estou
23:37representando eles,
23:38mas eu não posso
23:39colocar
23:40os interesses
23:41desses meus eleitores
23:42acima dos interesses
23:44da nação
23:45ou do Estado inteiro.
23:48Então, eu tenho
23:48que fazer esse equilíbrio,
23:50eu tenho que estar
23:50medindo como que as coisas
23:52vão mudando,
23:53eu não posso ser oportunista
23:55e tentar
23:55ganhar
23:56visibilidade
23:58em cima do que as redes
24:00estão querendo.
24:01Tem um vídeo meu, Felipe,
24:02que eu até convido aqui
24:03todos a conhecerem,
24:05assistirem no meu canal
24:06do YouTube,
24:07do professor Roque,
24:08que chama
24:09Por que eu não quero ser amado?
24:11E que eu faço
24:12uma comparação
24:13com aquela famosa
24:14frase,
24:15aquele ditado popular
24:16brasileiro,
24:17que diz o seguinte,
24:18no Brasil não se discute
24:20futebol,
24:22religião e política.
24:23E eu digo
24:24que o que aconteceu?
24:26O brasileiro
24:26ouviu tanto isso
24:27que ele associou.
24:29Então,
24:29para o brasileiro,
24:30a política é igual
24:31ao futebol
24:32e à religião.
24:34E isso provoca
24:35esses tipos
24:35de fenômenos
24:36que você está colocando,
24:38seja por parte
24:39do jornalismo
24:40ou por parte
24:40de políticos,
24:41que se comportam
24:43como torcida
24:44ou que respondem
24:45ao chamamento
24:48da torcida,
24:49que está do lado
24:50de fora,
24:51ou se comportam
24:51como parte
24:52de uma seita
24:52ou de uma religião.
24:54Então,
24:54vale a pena
24:55ter uns 20 minutos
24:56ali,
24:56porque eu não quero
24:57ser amado,
24:59porque eu não estou
24:59na política
25:00para ser amado.
25:01Eu estou ali
25:01para tentar consertar,
25:03ajudar o Brasil
25:03a resolver grandes problemas.
25:05em certos momentos,
25:07eu vou ter que tomar
25:08decisões difíceis
25:10e duras
25:10com responsabilidade
25:12dentro de certos valores.
25:14Outros,
25:14eu tenho que sentir
25:16se as vontades públicas
25:18estão mudando.
25:20Então,
25:20grandes temas,
25:21ah,
25:21o brasileiro está cansado
25:23de um Estado grande,
25:24é minha obrigação
25:25medir e entender isso
25:27e estar representando
25:28essa sensação.
25:30O brasileiro está cansado
25:32ou intolerante
25:32à corrupção,
25:33ótimo,
25:34eu tenho que ler isso.
25:35Agora,
25:36o brasileiro olhou
25:37e foi seduzido
25:38pelo discurso
25:39mais populista
25:40do momento
25:40e vamos rasgar
25:41princípios
25:42científicos,
25:45princípios testados
25:46na história,
25:47rasgar valores
25:49como democracia,
25:50como ética,
25:52aí não dá,
25:53aí eu não posso fazer isso.
25:54Então,
25:54isso é um pouco,
25:55eu acho que,
25:55da métrica
25:56ou do critério,
25:57como que a gente
25:58analisa
25:59esse comportamento?
26:00Em que momento
26:01eu estou representando
26:03e eu tenho que responder
26:04ao meu eleitor
26:06e vocês na imprensa
26:08também têm isso,
26:09a opinião pública,
26:10a opinião pública
26:11está pedindo
26:12para vocês investigarem
26:13alguma coisa,
26:14para vocês irem a fundo
26:15num assunto,
26:15vocês precisam ouvir,
26:17mas em que momento
26:18você se torna apenas
26:19um palhaço,
26:22alguém que está ali
26:23num palco
26:24querendo ser aplaudido
26:26e aclamado
26:28pelos outros
26:29e não tem nenhum senso
26:30de responsabilidade
26:31com nada.
26:32Acho que esse
26:32é a distinção.
26:34é a distinção.
26:36É a distinção.
26:37É a distinção.
26:38É a distinção.
26:39É a distinção.
26:40É a distinção.
26:41É a distinção.
26:42É a distinção.
26:43É a distinção.
26:44É a distinção.
26:45É a distinção.
26:46É a distinção.
26:47É a distinção.
26:48É a distinção.
26:49É a distinção.
26:50É a distinção.
26:51É a distinção.
26:52É a distinção.
26:53Obrigado.
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