- 20/06/2025
ASSINE O ANTAGONISTA+ COM DESCONTO: https://urless.in/6M3jH
--
Felipe Moura Brasil bate um Papo com Mário Sabino
--
Cadastre-se para receber nossa newsletter:
https://bit.ly/2Gl9AdL
Confira mais notícias em nosso site:
https://www.oantagonista.com
Acompanhe nossas redes sociais:
https://www.fb.com/oantagonista
https://www.twitter.com/o_antagonista
https://www.instagram.com/o_antagonista
--
Felipe Moura Brasil bate um Papo com Mário Sabino
--
Cadastre-se para receber nossa newsletter:
https://bit.ly/2Gl9AdL
Confira mais notícias em nosso site:
https://www.oantagonista.com
Acompanhe nossas redes sociais:
https://www.fb.com/oantagonista
https://www.twitter.com/o_antagonista
https://www.instagram.com/o_antagonista
Categoria
🗞
NotíciasTranscrição
00:00Eu recebo ele, Mário Sabino, sócio fundador de O Antagonista, né Mário? Conta aí.
00:06Boa noite, Filipe. Muito obrigado pelo convite. Boa noite a todos.
00:10Estou aqui, nessa estreia bacana com o Filipe, é sempre um prazer estar do lado dele.
00:15E nós estamos todos muito animados e muito orgulhosos de contar com ele agora nessa nova frente que a gente está abrindo aqui.
00:23É isso aí. Quero deixar bem claro que tem uma grande parede de acrílico aqui entre a gente.
00:30Nós estamos tomando todos os cuidados aí nesse período de pandemia.
00:35Mário, aliás, antes da gente falar sobre o cenário político atual como um todo,
00:41uma notícia que saiu pouco antes de eu entrar aqui no estúdio foi que o Gilmar Mendes deu aquela aliviada para o José Serra.
00:48Ele estendeu uma decisão que o Dias Toffoli já tinha tomado durante o recesso do Poder Judiciário.
00:55Eu sempre lembro que o Gilmar Mendes foi nomeado ministro do STF pelo Fernando Henrique Cardoso,
01:00portanto, governo do PSDB, e o José Serra é tucano, é do PSDB.
01:05Como é que fica, Mário?
01:07Como é que você tem visto essa atuação desses ministros que são mais críticos de operações como a Lava Jato?
01:14E lembrando que a denúncia contra o José Serra por lavagem de dinheiro é fruto da delação da Odebrecht,
01:22que só existiu graças ao trabalho da Força-Tarefa da Lava Jato em Curitiba,
01:26e também das prisões decretadas pelo Sérgio Moro e do próprio Marcelo Odebrecht.
01:31Até no filme, Polícia Federal lê para todos, tem aquele momento em que o doleiro Alberto Youssef
01:36fica pasmo quando chega o Marcelo Odebrecht preso na cadeia,
01:39porque ele não esperava que a operação fosse chegar tão longe.
01:43E agora o Gilmar alivia a barra.
01:46Olha, Felipe, eu vejo a situação hoje de um ponto de vista mais geral,
01:53que envolve os três poderes.
01:56Os três poderes estão outra vez em harmonia,
02:00mas naquela harmonia conhecida dos brasileiros,
02:04que é a harmonia do acordão,
02:07a harmonia, como você falou, da ajeitada com a mão.
02:11O Bolsonaro passou a ser um bicho conhecido em Brasília, outra vez,
02:17deixou de afrontar os poderes constituídos como vinha fazendo,
02:22então ele voltou a sua alma mater, que é o centrão,
02:26e isso acomodou muito as coisas.
02:28Então você tem hoje em curso no judiciário
02:31o golpe final na Lava Jato,
02:38isso está muito claro.
02:39Ontem, por exemplo, em um julgamento da segunda turma,
02:43as colaborações premiadas foram outra vez golpeadas.
02:47Depois você teve a anulação da sentença do doleiro,
02:50no caso Banistado,
02:51justamente que ele alegava a suspeição do Moro.
02:55Então já tudo se encaminhou para que, ainda mais,
03:00para que o Moro seja considerado suspeito,
03:05também no caso do triplex,
03:06que é uma fatura que, pelo menos, parece liquidada.
03:10Você tem, ainda, no legislativo,
03:15você tem ali o Rodrigo Maia e o Davi Alcolumbre,
03:18já se articulando com o judiciário e com o executivo,
03:21para rasgarem a lei e se reelegerem outra vez
03:25presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente.
03:29Você tem, do lado executivo,
03:32já fez o trabalho,
03:33no caso do pacote que enfraqueceu a Lava Jato completamente,
03:38que você também abordou.
03:40O anticrime.
03:40O anticrime.
03:42Então, todos esses movimentos,
03:44é preciso entender que estão articulados.
03:45E isto está se encaminhando,
03:49do ponto de vista mais doloroso, digamos assim,
03:53não apenas no aspecto do combate à corrupção,
03:56mas também no aspecto fiscal.
03:58Estão todos imbuídos da tarefa de furar o teto de gastos.
04:03Na verdade, nem de furar o teto de gastos,
04:05de arrancar mesmo o teto dos gastos,
04:07para que todos usufruam de benefícios,
04:12sejam eleitorais, sejam corporativos.
04:14Hoje, por exemplo, a criação do TRF-6 de Minas Gerais,
04:22que vai ser o primeiro tribunal estadual federal.
04:25Quer dizer, o paraquialismo vai imperar nesse negócio.
04:28Esse TRF-6 é uma história escandalosa,
04:31porque em 2013, o André Vargas, petista,
04:35conseguiu passar esse troço
04:37de criar vários tribunais regionais federais.
04:41O tribunal, o TRF-6, inclusive,
04:42a jurisdição era Paraná, o CHUM.
04:44O TRF-7 seria Minas Gerais.
04:47Muito bem, o Joaquim Barbosa
04:49entrou com uma liminada,
04:50ele aceitou uma liminada e suspendeu tudo.
04:53No entanto, e essa liminar continua valendo,
04:56continua valendo.
04:57No entanto, a Câmara ignorou a liminada do STF,
05:01como se não existisse,
05:03e criou um único tribunal regional federal,
05:06que é o TRF-6,
05:08que passou a ser o de Minas Gerais,
05:10para atender, obviamente,
05:11interesses corporativos no mínimo.
05:14E querem passar a ideia
05:16de que não haverá custo adicional
05:18com a criação de mais um tribunal regional federal,
05:21o que é absolutamente patético.
05:23Então, assim, é um movimento geral, você entende?
05:28O inimigo ali continua sendo,
05:30quer dizer, é o Sérgio Moro.
05:32A questão eleitoral é a que predomina também
05:35em parte desses movimentos.
05:38É preciso que o Moro seja considerado suspeito,
05:43é preciso esvaziá-lo completamente
05:44de qualquer função que lhe dê algum tipo de vitrine,
05:47para que a próxima eleição em 2022 presidencial
05:54se polarize outra vez
05:56entre Bolsonaro e Lula,
05:58que interessa a ambos isso.
05:59Exato.
06:00Interessa a ambos.
06:01Exato.
06:02Esse tribunal é o que está sendo chamado de Noronhão,
06:04porque é a proposta do João Otávio Noronha,
06:07que, para quem não sabe,
06:09é aquele que mandou o Fabrício Queiroz
06:11e a Márcia Guiar, esposa dele,
06:13para a prisão domiciliar,
06:15contrariando uma outra decisão
06:16quando, quer dizer,
06:18depois o Félix Fischer contrariou
06:19e aí o Gilmar voltou para a decisão
06:21do João Otávio de Noronha.
06:23Ele está, o Fabrício Queiroz estava preso
06:26preventivamente já,
06:28a Márcia Guiar estava foragida
06:30e ele concedeu a prisão domiciliar
06:32para uma foragida,
06:33quer dizer, uma fuga premiada,
06:35para que ela cuidasse do marido
06:36que está doente.
06:37Um episódio aberrante também.
06:39É, existe também nesse quadro
06:42a corrida pela vaga no STF
06:44no final do ano.
06:45Aliás, eram duas vagas.
06:46Disputa acirrada de quem
06:47puxa mais saco do presidente,
06:49quem passa mais cor.
06:50Então você tem essa vaga aí
06:51do Celso de Mello,
06:52que vai vagar no final do ano
06:53e depois você vai ter a do Marco Aurélio.
06:57A disputa é acirrada,
06:59então todo mundo tentando agradar
07:03aos que podem influir
07:05nesta escolha,
07:07e que pode fazer também,
07:08que é o presidente da República.
07:10O Celso de Mello que deu uma decisão
07:11extraordinária
07:12no caso de dois processos
07:15contra o Deltan Dallagnol
07:17no Conselho Nacional do Ministério Público,
07:19defendendo as atribuições
07:21do Ministério Público,
07:22resgatando ali a Lava Jato.
07:24No entanto, está ali com problemas de saúde
07:27e está prestes a sair também
07:29do Supremo Tribunal Federal.
07:31E há também recurso contra essa decisão
07:34que o Celso de Mello tomou,
07:36que teria caído com o Gilmar,
07:37se não me engano.
07:38Então, essas operações de combate à corrupção
07:41estão sempre em risco,
07:44e a gente tem visto acontecer no Brasil
07:46em boa parte algo muito parecido
07:48com o que aconteceu na Itália,
07:50uma operação Mãos Limpas,
07:51que foi uma inspiração para a Lava Jato,
07:53sempre citada pelo Sérgio Moro,
07:55e agora a gente vê acontecer de fato.
07:57É, o script se repete,
07:58você tem razão, é isso aí.
07:59É o establishment político,
08:01o establishment, como eles falam,
08:04operando para colocar tudo
08:06por água abaixo.
08:08O fato é que a pandemia
08:10ajudou bastante nesse sentido.
08:13Como disse o Salles
08:15naquela famosa reunião ministerial,
08:17eles estão passando a boiada
08:19também no judiciário,
08:22tentando justamente para reverter
08:25decisões da Lava Jato,
08:26para matar a operação,
08:28para deixar os caras encostados
08:31na parede.
08:31Então, se houvesse a possibilidade
08:36de ter gente na rua,
08:39muito provavelmente,
08:41talvez não fosse tão fácil assim.
08:43Está muito fácil.
08:44Está muito fácil.
08:45Estão passando a boiada.
08:47Exatamente.
08:47Quer dizer, você tem ali também
08:49uma parte do eleitorado,
08:50que é a parte mais ligada à esquerda,
08:53muitos que são petistas,
08:55outros que procuram uma alternativa
08:56dentro do campo da esquerda.
08:58Agora, pensando aqui com a cabeça
08:59para 2022,
09:01você tem os bolsonaristas raiz
09:02e aqueles que até votariam
09:06no Bolsonaro contra um candidato
09:08mais à esquerda,
09:09mais petista,
09:10e você tem toda uma parte
09:12do eleitorado
09:13que vê a sujeira de ambos os lados,
09:16com as devidas proporções, etc.,
09:18sem uma liderança política
09:20na qual acreditar.
09:22Eu vejo hoje o quadro,
09:25evidentemente que isso é cambiável,
09:27pode mudar,
09:28o que você tem hoje
09:29é um grande eleitorado
09:31de pessoas mais pobres
09:33migrando para o lado do Bolsonaro,
09:35principalmente no Nordeste,
09:36em função do Renda Brasil,
09:39aliás, do Corona Voucher,
09:40que já foi dado
09:41e que agora será estendido
09:43como Renda Brasil.
09:45Você tem um eleitorado
09:47que é bolsonarista raiz,
09:49como você fala,
09:50e você tem lá na frente
09:52um eleitorado que talvez se divida,
09:54que é o eleitorado.
09:57Tem o eleitorado da esquerda,
09:59é claro, cativo,
10:00mas você tem o eleitorado
10:01que pode escolher um Bolsonaro
10:04se a coisa se polarizar
10:06entre Bolsonaro e PT,
10:07ou um poste do Lula,
10:08não importa,
10:10e que vai votar no Bolsonaro.
10:12E você tem hoje
10:14um eleitorado
10:15que eu chamo
10:16de o eleitorado
10:17udenista,
10:18que é em referência
10:20antiga ao DN,
10:21que pregava valores morais
10:24e éticos
10:26um pouco mais draconianos.
10:28Esse eleitorado
10:30ficará,
10:32independentemente
10:32de qualquer quadro,
10:34com um candidato
10:35que pode ser o Moro,
10:37o Sérgio Moro,
10:39com um candidato
10:40que defenda, de fato,
10:41essas bandeiras.
10:41Então, assim,
10:43não sei
10:44se este eleitorado
10:46que eu chamo
10:46de udenista
10:47terá a influência
10:49que teve
10:50na última eleição,
10:53que foi o que eu chamo.
10:54A bandeira da corrupção
10:55não será mais uma bandeira,
10:56infelizmente,
10:58na próxima eleição.
11:00A questão econômica
11:01vai preponderar.
11:03E, em segundo lugar,
11:04a questão ideológica.
11:06E os caras em Brasília
11:07já estão se movimentando
11:08nesse sentido,
11:09obviamente.
11:10Veja,
11:11eu sempre digo
11:12que qualquer análise política
11:13é uma análise de momento.
11:15Eu não faço aqui futurologia,
11:16eu faço a projeção possível
11:18a partir do quadro
11:19que você tem hoje.
11:20Claro.
11:22E o que acontece
11:23é que o temor
11:24que pudesse haver
11:25na classe política
11:26em relação ao Bolsonaro,
11:28em razão do discurso
11:29beligerante
11:30de campanha
11:31contra o Velho Stavis,
11:32contra o Tomaladacá,
11:34a favor da Lava Jato,
11:35do combate à corrupção,
11:36ele se esvaiu.
11:37Ele sumiu
11:39porque veio à tona
11:40a sujeira bolsonarista,
11:41o Bolsonaro
11:42precisava de apoio também
11:43contra eventual processo
11:44de impeachment,
11:45ele ficou em determinado momento
11:46ali com medo
11:47de isso avançar
11:49em alguma das frentes,
11:50porque houve vários problemas
11:51em relação à família dele,
11:53em relação
11:53à militância dele.
11:56Então, isso acabou,
11:59o medo do Bolsonaro.
12:01E o Lula, eles também sabem
12:02como é o PT no poder,
12:03eles também sabem como é,
12:05eles são perfeitamente adaptáveis
12:06já a esses dois grupos.
12:08O que muita gente
12:10dessa velha política teme
12:11é uma novidade,
12:13é alguém que tenha
12:15o discurso do Bolsonaro,
12:16mas também as atitudes
12:16correspondentes.
12:17É exato.
12:18O que você tem hoje
12:19é a tal da teoria
12:21da ferradura,
12:22da ferradura ideológica,
12:23que os extremos
12:24se aproximam,
12:26na verdade,
12:27que é uma constatação
12:27que a gente faz
12:28em qualquer país.
12:29Aqui,
12:30como eu disse hoje
12:31no Antagonista,
12:33quem está calçando
12:34a ferradura ideológica
12:35sem perceber
12:35que os seus extremos
12:38têm a mesma postura
12:40diante da fisiologia
12:41e tudo mais,
12:42são as cavalgaduras
12:43de esquerda e direita.
12:44Porque quem vê a coisa
12:46com o mínimo
12:46de lucidez percebe
12:49que, neste momento,
12:50o Bolsonaro segue
12:51a mesma trilha do Lula.
12:53Mesmíssima trilha
12:54no assistencialismo,
12:56no compadrio,
12:57no apoio do Centrão,
13:01dos setores mais fisiológicos.
13:04Enfim, cara,
13:05não tem o que eu vou dizer.
13:06E na falta,
13:07muitas vezes,
13:08que também foi constante
13:09em boa parte
13:11dos primeiros governos
13:12do PT,
13:12porque depois no final
13:13surgiu mais
13:14a oposição política.
13:16Mas na falta
13:16de uma oposição política
13:17moral.
13:19A gente não vê muito isso.
13:20Tem uma briguinha aqui
13:21e ali e tal,
13:22mas estão todos
13:24unidos.
13:25Eu brinquei
13:25que é o bolso
13:26bolsonarismo,
13:27o bolso petim,
13:27parte dois,
13:28o inimigo agora é outro.
13:29Agora é o Moura,
13:30a Lava Jato,
13:31o combate à corrupção.
13:32É.
13:33A verdade
13:34é que
13:35o discurso
13:36moralista,
13:38moralista,
13:39assim,
13:39no bom sentido,
13:40da moral republicana,
13:42ele foi,
13:43o Bolsonaro se apropriou
13:45dele,
13:45foi apropriado,
13:46sofreu uma apropriação
13:48indébita,
13:49como a gente percebe
13:50hoje,
13:50do Bolsonaro.
13:52E também,
13:52vamos deixar muito claro,
13:55não havia
13:55muita opção.
13:57Isso,
13:57é uma safra muito ruim.
13:59Não havia muita opção
14:00em 2018.
14:01Você olha ali
14:02e você vê,
14:03bom,
14:04quem é que tem chance
14:04aqui?
14:05Esse aqui,
14:06um era ladrão
14:08condenado
14:08e o outro
14:09não era ladrão
14:10condenado,
14:10embora tivesse
14:12um histórico
14:12problemático
14:14do ponto de vista
14:14do comportamento.
14:16E no campo da esquerda,
14:18só um complemento,
14:18tinha muita gente
14:19que passava pano
14:21para a sujeira
14:22petista.
14:23O Ciro Gomes
14:24era contra a prisão
14:25do Lula,
14:25no caso do Triplex,
14:26a Marina,
14:27ela não dizia
14:28na mesma frase
14:29que o Lula
14:29era corrupto,
14:30lavador de dinheiro,
14:31criminoso,
14:31ela tinha muita dificuldade,
14:33ela apontava,
14:33assim,
14:33uma corrupção e tal.
14:36O João Moedo,
14:36no campo da direita,
14:37não tinha apelo nacional,
14:39não tinha popularidade,
14:41não tinha ali o lastro
14:42na arena política
14:44que o Bolsonaro tinha
14:45como um deputado federal
14:46com sete mandatos.
14:49O Geraldo Alckmin
14:50num PSDB
14:51muito desgastado,
14:52até porque perdeu
14:52quatro vezes
14:53a eleição
14:54para o PT
14:55e também tinha
14:56os seus vínculos
14:57com o Odebrecht
14:58e tal,
14:58que a gente apontava,
14:59outro discurso
15:00do qual o Bolsonaro
15:01se apropriou.
15:03Então,
15:04o Bolsonaro
15:04foi favorecido
15:05por uma confluência
15:06de fatores,
15:07inclusive pela internet,
15:08o desenvolvimento
15:09das redes sociais
15:10que permitiram
15:10às pessoas
15:11refutar muitas vezes
15:13certas narrativas
15:14de viés esquerdista
15:16e ele surfou
15:17nessa onda.
15:18Exato,
15:18completamente.
15:19Então,
15:20hoje você tem
15:20esse resultado.
15:22Eu,
15:23assim,
15:23havia uma certa expectativa
15:25de que talvez
15:25ele não fosse tão
15:26Bolsonaro,
15:28que ele pudesse dar uma...
15:30No entanto,
15:31ele foi Bolsonaro demais
15:32e não só isso,
15:36o aspecto policial
15:38passou a assombrar
15:40também esse governo,
15:41o que é
15:42uma maldição brasileira.
15:46Eu começo a acreditar
15:48em maldição,
15:48porque não é possível
15:49que nós tenhamos,
15:52desde o advento
15:52da democracia,
15:54da redemocratização
15:55do país,
15:56a gente passou
15:57por presidentes
16:00envolvidos
16:01com questões policiais,
16:02a começar do Collor,
16:04depois você teve
16:05o Lula
16:06no episódio do Mensalão,
16:07conseguiu ser reeleito.
16:09No entanto,
16:10vem a Dilma,
16:11o Petrolão estoura,
16:13as pedaladas fiscais,
16:14aí vem o Bolsonaro,
16:15a história dos filhos.
16:17Quer dizer,
16:17nós ficamos muito
16:18com o enredo
16:20policial,
16:22o enredo político
16:23está atrelado
16:24a esse enredo policial,
16:25é um subtexto
16:26desse enredo policial.
16:28Isso faz um mal tremendo,
16:31mas tremendo ao Brasil,
16:32porque a gente deixa
16:33de discutir o que interessa.
16:34Como muita gente diz,
16:38no Brasil,
16:38a gente nunca pode
16:39ter estratégia,
16:40a gente tem que estar
16:41sempre fazendo tática,
16:42pensamento tático,
16:43não pensamento estratégico,
16:45ou seja,
16:45sempre pensando no miúdo,
16:47na circunstância
16:47e não pensando
16:48no contexto geral
16:49e no futuro.
16:51Exatamente.
16:51Agora,
16:52é uma lição também
16:53para que as pessoas
16:53não se deslumbrem
16:54com políticos.
16:55A gente viu,
16:56por exemplo,
16:56o caso agora
16:57da deputada Flor de Lis,
16:58que está acusada
17:00de ser mandante
17:00de assassinato
17:01e protegida
17:02pelo foro privilegiado,
17:03sem poder ser presa
17:05nesse momento,
17:06que é um absurdo também.
17:07O Rodrigo Maia sentou
17:08lá na questão
17:08do fim do foro privilegiado,
17:10agora alguns políticos
17:11estão fazendo
17:12uma pressão
17:12para que isso seja
17:13votado.
17:15Então,
17:16é bom que as pessoas
17:17não se deslumbrem
17:18demais com os políticos
17:20e analisem a realidade
17:21como ela é.
17:21Enquanto você está aí
17:23brigando
17:23ou nos xingando
17:25ou xingando
17:26com quem você
17:28não concorda
17:29e tudo mais,
17:30os políticos
17:31não têm inimigos,
17:32não existe inimizade
17:33em política.
17:35Inimizade
17:35em política
17:36eles deixam
17:37justamente
17:38para os eleitores,
17:40entendeu?
17:40Que se pegarem.
17:41Eles,
17:42de alguma maneira,
17:43estão sempre
17:44se acertando.
17:45Vocês podem estar
17:45certos disso.
17:47Não estou fazendo aqui
17:48um elogio
17:49da inimizade
17:50em política,
17:51mas eu acho
17:51de uma maneira
17:52muito,
17:53eu vejo de uma maneira
17:54muito cética
17:56essa briga
17:59que acontece
18:00diariamente
18:01nas redes sociais,
18:03no rádio,
18:04nas ruas até
18:05em alguns momentos,
18:07não aqui bancando
18:09o tal do isentão,
18:10não se trata disso,
18:11acho que você tem
18:11que ter opiniões,
18:12mas não existem
18:14inimigos em política.
18:16Isso é importante
18:17que as pessoas percebam,
18:18que as pessoas entendam.
18:20se você está brigando
18:21dentro da sua família,
18:23com seus amigos
18:24e tal,
18:24por causa de política,
18:25você está fazendo
18:25uma tremenda besteira.
18:26Discutir,
18:27discutir,
18:28vale.
18:29Agora,
18:29brigar,
18:30não vale.
18:31Não vale,
18:31porque eles não estão brigando,
18:32eles estão sempre
18:33entrando em acordo.
18:50e aí,
18:50não vale.
18:51E aí,
18:51não vale.
18:52E aí,
18:52não vale.
18:52Obrigado.
Recomendado
1:24:05
|
A Seguir
39:20
16:19
10:54
1:01:38
10:27