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  • 20/06/2025
O professor de direito internacional Alexandre Silveira participou do Jornal da Manhã e analisou se os recentes ataques entre Israel e Irã configuram violações ao direito internacional, além de comentar as possíveis consequências jurídicas para os envolvidos.
Apresentadores: Paula Nobre e Roberto Nonato
Entrevistado: Alexandre Silveira

Assista ao Jornal da Manhã completo: https://youtube.com/live/z_P3ABpoTqM

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Transcrição
00:00Nós vamos seguir no assunto porque vamos conversar com o professor de Direito Internacional da Escola Superior de Defesa,
00:06o professor Alexandre Teixeira, que gentilmente atende aqui o Jornal da Manhã da Jovem Pan.
00:11Professor, bom dia e bem-vindo, hein?
00:14Bom dia, Roberto. Bom dia, Paulo. É uma satisfação.
00:17Professor, a gente tem acompanhado, por exemplo, o Irã atacando um hospital, isso foi verificado ontem.
00:23Há uma denúncia de Israel de que o Irã teria usado bombas de fragmentação nesse conflito,
00:28algo que precisa ser confirmado ainda.
00:31Por outro lado, na Faixa de Gaza, nós vimos mortes de pessoas em busca de comida.
00:36Soldados israelenses se sentiram ameaçados por aquela multidão, atiraram a esmos
00:40e muitas dezenas de pessoas acabaram morrendo também,
00:44assim como Israel também atacou hospitais na Faixa de Gaza,
00:48sob a alegação de que integrantes do Hamas estavam escondidos ali também.
00:52Onde é que está o direito internacional nesses conflitos todos
00:56que a gente está citando por aqui, professor Alexandre?
01:00Ele acaba se perdendo nesse momento em que o Luca diz que os atores agem mais com o fígado,
01:07com a raiva, do que com o direito internacional?
01:10É uma pergunta interessante, Roberto.
01:15O direito internacional, a gente tem que lembrar que num conflito armado,
01:19a primeira vítima é sempre verdade.
01:23O Beraldo colocou anteriormente em relação a esse ataque dos hospitais,
01:28atacar o hospital é crime de guerra no direito internacional.
01:32Da mesma forma que você usar a fome como arma de combate,
01:37também é crime de guerra.
01:39O que ocorre é que nessa guerra, especificamente no Oriente Médio,
01:46existe essa luta de narrativas.
01:50Já é difícil da imprensa, dos órgãos de controle,
01:56do Comitê Internacional da Cruz Vermelha,
01:58conseguir ter acesso a áreas de combate gerais,
02:02como, por exemplo, Ucrânia, Rússia, e no Oriente Médio isso é mais difícil ainda.
02:08Então nós ficamos sempre por conta das narrativas, das acusações mútuas.
02:13Mas, como você falou, atacar o hospital é uma instalação protegida
02:18pelo direito internacional humanitário.
02:21Então isso é um crime de guerra,
02:24e o Estado que autoriza uma ação dessa,
02:26deve ser depois responsabilizado, não apenas na Corte Internacional de Justiça,
02:32mas principalmente no Tribunal Penal Internacional,
02:36que é, digamos assim, a jurisdição que tem a responsabilidade
02:40de promover a responsabilização penal internacional individual.
02:45Agora, professor, em relação às sanções internacionais,
02:49a crime de guerra,
02:50quais são as sanções que são aplicadas em caso de crimes de guerra,
02:53em caso de atuações mais graves, que violam o direito internacional humanitário?
03:01Bom, sanção internacional pode ser aplicada contra o Estado,
03:07por meio da ação do Conselho de Segurança das Nações Unidas,
03:12que nós vemos que tem um papel muito esvaziado nesse conflito do Oriente Médio,
03:18parece que não quer se envolver,
03:21parece que não está querendo realmente fazer o que a gente espera que faça,
03:26mas, na verdade, a maior sanção que se tem
03:29é a responsabilização individual dos líderes políticos e militares,
03:35porque depois eles são...
03:38entram num processo jurídico,
03:41que é aberto lá pela Corte de Aia,
03:42pelo Tribunal Penal Internacional,
03:44e vamos responder,
03:46porque isso é um tipo jurídico penal
03:48que está previsto lá no Estatuto da Corte.
03:52O crime de guerra,
03:53ele está previsto,
03:55e ele depois,
03:56provavelmente,
03:57os políticos,
03:59os líderes militares,
04:01que dão vazão ao cometimento desses crimes,
04:03serão chamados.
04:04Agora, a gente tem que deixar
04:05uma coisa bem clara para a audiência.
04:08Nós estamos falando de Israel.
04:09Nós estamos falando de Israel,
04:11de um lado,
04:12e Irã do outro.
04:14Da mesma forma,
04:15podemos fazer um paralelo com Rússia e Ucrânia.
04:18Dificilmente alguns líderes da sociedade internacional
04:24serão chamados ou são chamados
04:27para responder sobre essas atrocidades
04:30que, pelas suas canetas,
04:32são autorizadas nos conflitos armados no mundo.
04:35Pois é,
04:36até porque a gente tem já a condenação do Putin,
04:40do próprio Netanyahu,
04:41em tribunais internacionais,
04:43e eles continuam absolutamente atuando em seus países.
04:47Muitas vezes não viajam para uma nação ou outra
04:49exatamente por ter um mandado problemático para eles.
04:53Agora, professor,
04:54só para a gente fechar aqui a nossa conversa.
04:56A gente tem, no momento,
04:57um cenário de muito personalismo
05:00dos personagens
05:01e até de um pouco de protecionismo
05:04em alguns estados,
05:06estados, países.
05:07Essa questão também implica
05:11numa violação maior do direito internacional
05:13à medida em que a gente
05:14acaba deixando de lado o multilateralismo
05:17e, consequentemente,
05:18esses organismos
05:20que deveriam zelar
05:21pelo direito internacional como um todo ou não?
05:25Sim, com certeza, Roberto.
05:29O multilateralismo,
05:30ele existe exatamente
05:32para dar essa força
05:33para a sociedade internacional.
05:35Existem alguns crimes
05:37que a sociedade internacional
05:39resolveu, então,
05:41por conta de diversos conflitos armados
05:44que nós já tivemos
05:45na história da humanidade.
05:48A sociedade resolveu tutelar,
05:50que é o genocídio,
05:51o crime de guerra,
05:52o crime de agressão
05:53e o crime contra a humanidade.
05:56Isso tem força
05:57quando os estados, então,
05:59ratificam o poder
06:01e o papel
06:02dessas cortes internacionais
06:04que são estabelecidas
06:06por meio de tratados internacionais
06:08que são assinados pelos estados.
06:11E isso fortalece, então,
06:14pela questão
06:14da existência do multilateralismo,
06:18que dá esse empoderamento
06:19para a sociedade internacional.
06:21Agora, principalmente,
06:22nessa conjuntura estranha
06:24que nós vivemos,
06:25nós vemos isso.
06:26Nós vemos os estados,
06:27como, por exemplo,
06:28Donald Trump tentando resolver
06:31todas as questões do mundo.
06:33E aí chama o Vladimir Putin
06:35para ser negociador.
06:36Imagina só que cenário absurdo.
06:39Putin acabou de perpetrar
06:41uma agressão contra a Ucrânia
06:43e vai sentar na mesa
06:44para negociar.
06:45Então, é uma coisa um pouco absurda
06:47por conta da estrutura de poder
06:49que existe no mundo.
06:50Essa divisão de poder,
06:51ela não é equânime.
06:53Os estados,
06:54apesar de existir a questão
06:55do princípio da igualdade soberana,
06:57eles não são iguais
06:58perante a sociedade internacional.
06:59Tem forças diferentes.
07:02Pois é.
07:02Para quem está do outro lado,
07:03fica muito difícil de entender.
07:05Parece um paradoxo.
07:07Professor de Direito Internacional
07:08da Escola Superior de Defesa,
07:10Alexandre Teixeira,
07:11conversando com o ouvinte
07:12do Jornal da Manhã.
07:13Muito obrigado pela gentileza.
07:14Um bom dia ao senhor.
07:16Bom dia,
07:17uma sempre satisfação para mim.
07:18Obrigado.
07:19Obrigado.
07:20Obrigado.
07:21Obrigado.

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