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  • 19/06/2025
No Dia Dia Rural desta quarta-feira (18), o jornalista Otávio Céschi Junior entrevista na Feicorte 2025, o fundador e dir. Brazil Beef Quality. Marcelo Coutinho.

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Transcrição
00:00Bem, e é exatamente nesse tema que a gente vai continuar com o nosso entrevistado de agora,
00:06que é o Marcelo Coutinho, que é fundador e diretor da Brasil Beef Quality,
00:09para falar exatamente sobre isso e também, claro, como a inteligência artificial,
00:15a padronização de carcaça, a ultrassonografia, interferem e ajudam a produzir uma carne de melhor qualidade.
00:21Não é, Marcelo? Bom dia.
00:22Bom dia. Um prazer estar falando com você, Otávio.
00:24Ok. O prazer é todo nosso em recebê-lo aqui.
00:27Bom, nós vimos a reportagem aí e esse é o tema que circula em todos os cantos dessa feicorte.
00:34Precisamos produzir cada vez mais com qualidade e buscar mais o mercado externo que exige esse padrão de qualidade.
00:42Você trabalha exatamente com isso. O que faz a Brasil Beef Quality?
00:46A Brasil Beef Quality é uma empresa que nasceu dentro da USP, lá em Piracicaba, na Exalc.
00:51A gente contou com o apoio de São Paulo para desenvolver um sistema de classificação de carcaça.
00:55Então a gente criou uma metodologia, definiu critérios e usa a inteligência artificial para classificar a carcaça no frigorífico.
01:02E aí vocês trabalham dentro do frigorífico?
01:05Sim, dentro do frigorífico.
01:06Carcaça por carcaça?
01:07Carcaça por carcaça, por causa da variabilidade, né?
01:10São indivíduos de um mesmo lote, às vezes de um mesmo cruzamento genético,
01:14genético, mas é como nós, como qualquer ser vivo.
01:18O crescimento é diferente.
01:20A conversão do alimento, que é o capim, em carne aqui no caso, também é diferente de animal para animal.
01:27Perfeito. Da mesma forma que tem variabilidade no desempenho na fazenda,
01:31tem um animal que ganha mais peso, um ganha menos,
01:33isso acaba refletindo na qualidade da carcaça.
01:35Tem animais que tem mais árdua de um ambo, mais marmoreio,
01:38consequentemente produz uma carne mais macia do que outras, né?
01:41Um dos palestrantes internacionais falou exatamente sobre isso.
01:45E falou exatamente de como o produtor, o pecuarista americano,
01:50passou a ser melhor remunerado a partir de uma carcaça melhor.
01:55Isso já acontece no Brasil? Já tem frigorífico pagando por isso?
01:58Perfeito. Tem algumas iniciativas, né?
02:00E as marcas de carne que trabalham com a gente, as indústrias,
02:03eles têm usado o nosso relatório, o nosso reporte, como critério de bonificação.
02:08Então, a gente estimula a bonificação do produtor via essa análise de carcaça.
02:12Quando você faz essa análise de carcaça, você busca que elementos, que qualidades?
02:18A gente, o Brasil é um país muito heterogêneo, tem animais de todas as raças,
02:22de vários sistemas de produção, então a gente se baseia em 15 informações,
02:27que é peso de carcaça, acabamento, idade, marmoreio, pH da carne,
02:32até se a carne vai ser maturada ou não, para definir a qualidade da carne.
02:36E como é que os criadores, os pecuaristas, estão recebendo esse tipo de análise?
02:41E como é que é a bonificação do frigorífico, já que carcaça por carcaça é analisada
02:46e elas são diferentes? Tem que chegar a um denominador comum.
02:49Sim. A partir da análise dessas características, as carcaças são classificadas em
02:54desclassificado, classificado, classificado 4 estrelas, classificado 5 estrelas.
02:58Isso, qualidade. E tem a questão de rendimento também.
03:00Então, excelente rendimento de desossa, excelente intermediário e baixo rendimento.
03:04Em combinação disso, o produtor recebe um relatório gerado por nossa tecnologia,
03:09totalmente transparente, mostrando para ele quais foram os critérios
03:12e isso tem sido bem aceito pelos produtores que trabalham com essas indústrias que estão conosco.
03:18Ele acompanha essa avaliação? Pode acompanhar ou não? Ele recebe só o relatório de vocês?
03:22Ele acaba recebendo o relatório, mas com imagem, com fotos.
03:26As fotos comprovam e tem como auditar, que é aquela classificação,
03:30que aqueles valores são reais, são condizentes, não há fraude na avaliação.
03:33Tá. A gente está num processo de evolução e muito tem se falado aqui nessa feicorte
03:39da questão da produção do bezerro de qualidade.
03:44Tudo bem, você só tinha o cruzamento, você buscava um bom pai e uma boa mãe,
03:49fazia o cruzamento e você já achava que estava imprimindo certas características.
03:54Hoje isso já está indo bem além, né? Porque eu estava conversando com um amigo que é produtor,
03:59inclusive aqui no Mato Grosso, que é criador, e ele falou, eu entrego um bezerro com identidade,
04:05eu entrego um bezerro com qualidade e é um bezerro que ganha mais peso, mais rápido.
04:11Quando a transformação de carne, de capim em carne, é muito maior e muito mais rápida,
04:18ele é um bezerro que o frigorífico quer.
04:21Esse é um processo que está acontecendo e que todo mundo vai ter que acabar entrando nisso, né?
04:25Com certeza. Esse tipo de ganho, esse tipo de melhoria só é possível graças à informação.
04:29Tá.
04:29Sem informação, sem dado, você não consegue julgar e tomar, fazer o melhoramento,
04:34ajustar a nutrição, ajustar o manejo, né?
04:36Então, a nossa parte é fornecer informação para a cadeia da carne e essa informação tem que chegar
04:41até quem produz o bezerro, né? Para ajudar aquele animal que bezerro que estava aqui.
04:45Qual foi o mamorinho dele? Qual foi o pH? Qual foi a área de o ombro?
04:47Tá.
04:48Como foi a classificação?
04:49Então, a gente trabalha para essa informação chegar até o começo da cadeia.
04:52E com essa base de informação que vem antes, você pode mudar a alimentação, o regime de pasto,
05:00no sentido de obter o melhor que aquela genética pode fornecer. É isso?
05:04Exato. O produtor pode até fazer pequenas experiências, né? Alguns, poucos animais,
05:10e ver o resultado no final, como que foi, né? A qualidade da carne, como foi o desempenho do animal.
05:14Então, ele vai poder medir se aquela estratégia surtiu efeito com essas informações chegando para ele, né?
05:20Da classificação.
05:21Isso já é feito nos Estados Unidos e na Austrália, que são grandes produtores de carne também.
05:26Exato. Lá, o sistema americano de classificação de carcaças existe desde 1927, né?
05:31E na Austrália, desde 1999.
05:34Então, são sistemas referentes para a gente. Todo o nosso trabalho usou como referência a eles,
05:39mas, claro, adaptando para a realidade brasileira, para as particularidades da nossa produção.
05:44Há quanto tempo vocês já estão fazendo esse trabalho que surgiu lá na Exalc, em Piracicaba?
05:48Começou em 2017, nos três primeiros anos, só fazendo pesquisa,
05:53com apoio da FAPESP, que é uma fundação do Estado de São Paulo de apoio à pesquisa.
05:57E depois a gente conseguiu trazer alguns frigoríficos para participar desse programa,
06:02para ir aprendendo, a gente aprendendo também, e ajustando e aperfeiçoando,
06:05para que isso escale, né? E possa ser usado em grande escala.
06:08E, a partir dessa avaliação, aí entra o trabalho do pecuarista,
06:13que aí ele sabe como é que ele produziu aquela determinada carcaça,
06:18com aquele quesito de qualidade que vocês avaliam,
06:22e aí ele vai fazer a avaliação do método que ele usou de pastejo, de criação, etc.
06:28E o manejo, de modo geral.
06:30Exato.
06:32A gente tem depoimento de vários produtores, né, que mandam mensagem para a gente,
06:36achando legal, até com dúvidas sobre o relatório,
06:38perguntando, e assim, a gente tem um feedback muito positivo, né,
06:41de ter esse relatório, de ter essa transparência, de ter esses dados sendo compartilhados.
06:46Tem mais gente que faz isso no Brasil?
06:47Nós temos parceiros hoje em Roraima, temos parceiros em Alagoas, em Brasília,
06:54no estado de Goiás, em Goiânia, em Umas, aqui em São Paulo,
06:59Maturas do Sul, Paraná.
07:00Então, já estamos pulverizando essa tecnologia para o Brasil.
07:04O Brasil já é um gigante na exportação de carne bovina.
07:09Você acredita que com esse melhoramento de carcaça e de marmoreio,
07:12inclusive, que alguns produtores estão buscando,
07:15ontem mesmo eu estava ouvindo aí de um boliviano que estava conversando com o pessoal do CINDI,
07:21a gente estava ali no Brancos, e eles me chamaram para a conversa,
07:24aí o pessoal do CINDI está tentando fornecer genética para o Brancos da Bolívia,
07:28e aí vai ter um marmoreio do CINDI com um marmoreio do Branco,
07:31vai dar um negócio diferente, eu falei.
07:33Com certeza, né?
07:34Então, a gente tem essa condição no Brasil de ter várias raças,
07:38vários termos de produção, né, e entendendo, né,
07:41tem animais da mesma raça, tem animais capiceira,
07:43tem animais do meio e meio fundo.
07:45Então, você consegue selecionar e fazer essas combinações,
07:48com certeza, é um mercado que está para explorar.
07:50Tem vários nichos, né,
07:52a gente tem que aproveitar o nicho de vender animal vivo,
07:56vender carne de qualidade, vender commodity,
07:58eu acho que tem que explorar essas oportunidades.
08:01E aí podemos crescer mais ainda no fornecimento de carne para o exterior,
08:05sem prejudicar aqui, que foi como eu disse,
08:07em uma determinada hora.
08:08Muita gente acha que o preço da carne está alto no Brasil,
08:11porque a gente está exportando tudo, não é, gente.
08:12A gente só exporta no máximo 30%, não é?
08:15Exatamente.
08:16A boa parte do consumo da carne produzido no Brasil é interno.
08:20É aqui, é interno.
08:21Então, assim, tem essa importância da exportação, né,
08:23porque a gente tem, quando valoriza a rouba lá, é interessante,
08:27a gente tem esse ganho, né,
08:29mas é um grande consumo interno.
08:31E o brasileiro vem exigindo qualidade também, né.
08:34Legal.
08:35Parabéns aí pelo trabalho, obrigado por melhorar a nossa carne,
08:38por churrasco, que está cada dia melhor, né.
08:40Foi-se o tempo em que o pessoal falava, não, para comer uma carne boa tem que ser ligado ao argentino,
08:45tem que ser ligado ao...
08:45Para, para, para com isso, né.
08:47Para, para com isso.
08:48O Brasil importa muita carne ainda da Argentina, do Uruguai, da Austrália, né,
08:53mais de um bilhão por ano.
08:55Então a gente tem que diminuir esse volume e a gente produz carne de qualidade com certeza.
09:00Legal.
09:01Marcelo Coutinho, fundador e diretor do Brasil Beef Quality.
09:04Muito obrigado pela participação aqui com a gente.
09:06Deixa um endereço de internet para quem quiser mais informações.
09:09Tem o nosso site, é brasilcozê, tá, brasilbeefcoavit.com,
09:13o Instagram também a gente usa bastante, são nossos principais canais.
09:16Legal, Marcelo.
09:17Muito obrigado aí pela participação e pela entrevista,
09:19pelo tempo que você teve com a gente aqui.

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