A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) por suspeita de espionagem ilegal, no que ficou conhecido como o caso "Abin Paralela".
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00:00A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro, o seu filho Carlos e o ex-diretor da Abin, que também é deputado, Alexandre Ramagem, por suspeita de espionagem ilegal contra adversários políticos.
00:11Vamos chamar a Janaína Camelo, ao vivo de Brasília, vai trazer os detalhes desse indiciamento. Bem-vinda, Janaína.
00:21Muito boa noite, Caniato, pra você, pra todos que estão nos assistindo.
00:25Pois é, olha só, esse esquema, segundo a investigação, teria começado bem ali já no início, ainda no início do governo Jair Bolsonaro, onde assessores dele no comando da Abin, na época o Alexandre Ramagem, era o diretor-geral da Amin, teria usado de forma ilegal a estrutura da agência pra espionar também ilegalmente desafetos do então presidente Jair Bolsonaro.
00:50Então, políticos, autoridades, jornalistas, incluindo também ali assessores e funcionários, servidores ali do Palácio do Planalto da Presidência da República, que haviam trabalhado em governos anteriores, enfim.
01:05Então, segundo a investigação da PF, Alexandre Ramagem é quem teria comandado esse esquema, porque ele era o diretor-geral na época.
01:11Carlos Bolsonaro, ele seria ali o chefe do chamado Gabinete do Ódio, ali, segundo essa investigação, que também seriam assessores ali, que teriam montado o esquema pra disseminar notícias falsas, ataques de ódio, antidemocráticos, autoridades e desafetos do então presidente.
01:28Carlos Bolsonaro utilizava aí desse serviço ilegal da Abin pra fazer esses ataques.
01:34E Jair Bolsonaro, segundo a investigação, ele tinha um conhecimento disso tudo e foi beneficiado.
01:40Então, foram mais de 30 indiciados, tem vários ex-assessores do Palácio do Planalto, como, por exemplo, alguns integrantes desse chamado Gabinete do Ódio, como Matheus Exposito, Tércio Arnaldo, vários policiais federais que trabalhavam na época na Abin.
01:56E também, Caniato, que trabalharam recentemente ali até na gestão do presidente Lula na Abin, incluindo ali um dos indiciados, é o atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Correia, né?
02:08Porque ele acabou tendo que prestar depoimento pra esclarecer por que ali de uma espionagem com relação ao Paraguai, negociações entre Brasil e Paraguai.
02:17Então, a acusação contra ele é de que ele teria tentado atrapalhar as investigações ali da Abin em paralela e continuado com esse esquema.
02:25Além de Luiz Fernando Correia, de quem trabalhou na Abin na gestão do presidente Lula, estão também que foram indiciados Fernando, José Fernando Chuva, ele é o atual corredor-geral da Abin,
02:37o ex-diretor adjunto da Abin, Alessandro Moretti e Paulo Maurício Fortunato, que era o secretário de Planejamento também da Abin.
02:45Lembrando que essa investigação começou lá no início da gestão de Lula, logo depois que vindou ali o mandato de Jair Bolsonaro e só agora ele foi concluído.
02:54Era um relatório ali, uma investigação muito esperada aqui pelo STF.
02:58Agora, o que dizem aí os indiciados? Jair Bolsonaro e Alexandre Ramagem não se pronunciaram, mas eles já haviam, em momentos recentes, aí negado qualquer participação ou existência dessa Abin em paralela.
03:10Carlos Bolsonaro, o vereador, ele falou, ele disse nas redes sociais o seguinte, que a investigação da Polícia Federal tem motivação política visando as eleições de 2026.
03:23Então, agora, esse relatório final está nas mãos do ministro Alexandre Moraes, que é o relator desse caso aqui no Supremo.
03:31Depois, esse relatório também, ele vai ser analisado pelo Procurador-Geral da República, Paulo Gonê, que vai então ali decidir se oferece denúncia contra esses indiciados aqui ao STF.
03:42Legal, Janaína Camelo trazendo os detalhes desse indiciamento.
03:47Bom trabalho para você, a gente volta a conversar na programação.
03:50Deixa eu passar para o Luiz Felipe Dávila rapidamente para ele trazer a sua avaliação acerca desse indiciamento
03:57e um momento que é delicado, principalmente para Jair Bolsonaro, e há muitas considerações a serem feitas sobre a necessidade de apurar exatamente se havia esse tipo de departamento paralelo,
04:13mas é preciso também considerar o indiciamento neste momento tão específico e pontual, né, Dávila?
04:21E qual é a sua consideração a respeito dessa notícia em um minuto e meio?
04:26Bom, primeiro, o indiciamento não é uma acusação formal, é a abertura de uma investigação e uma investigação necessária.
04:35Nenhum governo pode usar a máquina do Estado para criar notícias falsas, bisbilhotar e interferir na liberdade de demais cidadãos.
04:46Então, é muito importante esclarecer os fatos e o indiciamento é uma oportunidade para esclarecer os fatos
04:55e ver se houve ou não o uso da máquina pública de maneira imoral e ilegal.
