Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal, o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Alexandre Ramagem, afirmou que a instituição nunca questionou a veracidade das urnas eletrônicas nas eleições.
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00:00Quando o senhor foi questionado na Polícia Federal, quais teriam sido as pesquisas realizadas pelo investigado, senhor,
00:09que resultaram na identificação de fraude das urnas em 2018, com a vitória do então Presidente da República no primeiro turno?
00:18O senhor respondeu, costumava escrever textos de fontes abertas para a comunicação de fatos de possível interesse do então Presidente da República.
00:26E o senhor informou que isso não quer dizer que tenha transmitido ao Presidente a totalidade ou parte dos argumentos que foram redigidos.
00:36E na sequência foi indagado, qual seria a ação de inteligência para, entre aspas, enaltecer essa questão já consolidada subjetivamente, que consta nas suas anotações?
00:49E como eram realizadas as publicidades para a constante publicidade, entre aspas?
00:55Deve-se dar continuidade àqueles argumentos que devido e constante publicidade.
01:01E o senhor respondeu, novamente, que costumava escrever textos de fontes abertas para a comunicação de fatos para o Presidente.
01:09A Abin, sob a sua direção, realizou alguma operação de inteligência no sentido de tentar comprovar fraude às urnas eletrônicas e nas eleições de 2018?
01:19Não, como eu coloquei, toda essa questão é uma questão privada, vinculada exclusivamente à votação.
01:29Voltando à questão do bom dia, Presidente, é isso que eu quero explicar.
01:33No começo do governo Bolsonaro, eu apenas ia ao gabinete do Presidente quando chamado.
01:39Em determinado momento, ele falou para mim, foi quase uma chamada, mas vem aqui almoçar comigo.
01:45Então, eu frequentava o gabinete do Presidente uma vez a cada duas semanas, para o final da agenda da manhã, era ali 11 horas da manhã, a gente chegava.
01:54Ali, conversava com diversas pessoas, estava sempre ministros, ministros palacianos, parlamentares e convidados do Presidente.
02:01Então, essas questões todas são anotações privadas, minhas.
02:06Não quer dizer que eu, como eu coloquei aí, que eu transmiti totalidade, parcialidade ou alguma dessas, porque o documento é extenso, com várias anotações.
02:15Só foram pinceladas cinco de dois dessas questões.
02:20A BIM fez trabalhos, fez trabalhos verificando o que tinha conhecimento sobre as urnas, como qualquer jornal fez também.
02:34O que é a urna, de quando é a sua origem, quais os países que empregam a urna, qual a diferença de cada um, como é a urna atual, a antiga.
02:44Esses são os trabalhos de informação que a BIM realizou.
02:47Nós iríamos fazer um grupo de trabalho, mas acabamos não fazendo.
02:52As duas lives do Presidente, posso entrar nessa questão da live, senhor ministro?
02:57As duas lives do Presidente, que é pela denúncia, pelo recebimento da denúncia, é o que inaugura a execução.
03:05A primeira live, a base da live é o Presidente Bolsonaro trazendo as informações de um coronel do EB, do Exército Brasileiro, demonstrando, analisando resultados de votação.
03:22Era uma questão muito mais estatística do que da urna.
03:27Não houve qualquer trabalho da BIM.
03:29Nem para os meus alfarrados, mesmo pelos inscritos particulares, nem para a live.
03:36E os meus inscritos particulares não têm qualquer vinculação com esse trabalho estatístico que foi colocado.
03:42A segunda live já era diferente, era sobre uma apuração da Polícia Federal, do suposto invasão do sistema eleitoral,
03:53que também não tem qualquer vinculação ao que eu falei em documentos particulares ou no meu Twitter.
03:59E também não há nenhum trabalho da BIM quanto a isso.
04:03Dentre o que o Presidente coloca, desde a impressão deles, eu retorno à impressão deles sobre a urna e a auditoria que deve ser feita,
04:14eu retorno ao que o próprio PGR colocou, de que os ataques vêm desde antes, os argumentos, vou dizer assim,
04:22porque ataques é como está descrito na denúncia.
04:26Os argumentos vêm desde antes de 2018, do Presidente Bolsonaro, querendo esse aprimoramento do sistema eleitoral.
04:34O senhor tem conhecimento também do arquivo positivo.docx, nós referimos anteriormente,
04:43que possui informações na empresa Positivo Tecnologia e lista, e a Polícia Federal juntou,
04:53argumentos contra a segurança do pleito eleitoral, integridade e transparência dos resultados.
04:59E também se coloca aqui que os servidores Bormevete e Giancarlo tentaram associar a empresa aos ministros Luiz Fux e Luiz Roberto Barroso.
05:11E esse documento positivo.docx apresenta também como criador e usuário o senhor.
05:17O senhor se recorda disso?
05:19Eu tomei conhecimento pela investigação, porque são muitos documentos num computador.
05:26Mas voltando até a sua pergunta inicial, nós fizemos aquela análise sobre a interferência chinesa.
05:33E veio a mim, a época, o quadro societário da Positivo.
05:38Esse documento docx, é um documento de criação no mesmo dia da sua última edição,
05:45é apenas o quadro societário da empresa Positivo.
05:51Apenas isso que tem no meu computador, que muito provavelmente é fruto dessa análise.
05:59Agora, eu tomei conhecimento de diversos diálogos entre o Marcelo Bormevê, que é um agente de Polícia Federal,
06:10e Giancarlo, que é um militar que estava na BIM, lotado na BIM, até antes da minha chegada.
06:17Giancarlo eu não conheço.
06:20Se ele estiver presente aqui hoje, eu não sei quem é, não tenho contato.
06:22Acredito, eu como diretor geral, devo ter me reunido com todos, mas eu não tenho contato nenhum com ele, nunca tive.
06:31Marcelo Bormevê, vou dar um contexto de como o Marcelo Bormevê chegou na BIM, o trabalho dele,
06:38para mostrar o que eu descobri apenas com a investigação, na parte privada dele.
06:44A BIM, ela possui mais milhares de servidores, entre oficiais de inteligência, agentes e outros cedidos.
06:51Quando eu fui a diretor geral de BIM, eu levei cerca de dez policiais federais.
06:57Para ter a segurança de quem eu conheço, eu botei em alguns locais estratégicos.
07:01São policiais, que são a grande maioria classe especial, da carreira, com especialização.
07:07Marcelo Bormevê é um desses.
07:10Ele era da diretoria de inteligência policial por anos,
07:13era lotado em minas, mas trabalhava no Brasil inteiro com análise, inclusive de grandes operações.
07:19Marcelo Bormevê, ele foi ser coordenador geral de credenciamento e segurança corporativa.
07:34O trabalho principal ali deles é, em sistemas de convênio da CGU,
07:41alguns de convênio com a MJ, o InfoSeg, fazer um trabalho que é exigido pela Casa Civil.
07:46A Casa Civil tem um decreto presidencial que toda a contratação acima de um DS3, FP3 hoje,
07:56passa pela análise da ABIM e da CGU.
08:00Então, a coordenação geral do Bormevê, Marcelo Bormevê,
08:04que tem duas coordenações abaixo, trinta servidores,
08:08tem essa grande atribuição e servir a ABIM também.
08:11Eles faziam ali cerca de 11 mil análises no SINC do Executivo Federal durante o ano.
08:21E eu digo que ele trabalhava com excelência, ele fazia a função com excelência.
08:26Não é apenas uma questão opinativa minha.
08:28Eu digo, eu comprovo, demonstro para todos vocês.
08:31Quando eu saí da ABIM, eu deixei a ABIM em março de 2022.
08:37Eu deixei o alto escalão, deixei a administração pública
08:41e fui me dedicar ao pleito eleitoral em março de 2022.
08:46Quando eu saí, houve um acordo de todos os policiais que estavam ali trabalhando
08:50fossem começar a ser devolvidos.
08:53Alguns demoraram mais do que os outros, por causa da questão de transição.
08:56Marcelo Bormevê foi o único que se manteve na administração pública federal.
09:00Ele foi chamado pela Casa Civil para trabalhar, acredito que no mesmo DAS.
09:06É um DAS 4 alto, que dá auxílio-moradia, pela eficiência dele no trabalho rotineiro.
09:12E mais, acabou o governo Bolsonaro, quando há mudanças, várias mudanças de funções e nomeações.
09:21Marcelo Bormevê continuou na Casa Civil, no governo Lula.
09:25Ele só foi exonerado quando as investigações apareceram o nome dele um ano depois.
09:31Isso demonstra, praticamente, que ele é um trabalhador dentro da formalidade de atribuições dele.
09:38Agora, ministro, eu verifiquei pelos autos várias conversas dele por WhatsApp.
09:44E essa conversa dele por WhatsApp, eu não tenho como ter conhecimento ou controle do que ele faz
09:52numa conversa privada de WhatsApp com um colega, ou com um amigo, ou com quem quer que seja.
10:00Então, eu acredito que será a sua pergunta de adentrar.
10:03Esse diálogo deles com o Jean Carlos já demonstra tudo o que aconteceu sobre essa questão do positivo,
10:11que não tem vinculação a mim, ali com um documento que só tem quadro societário.
10:17É uma conversa que envolve o ministro Luiz Fux, um assessor do ministro Barroso.
10:22E na conversa está claro que não teve orientação, não teve coordenação, determinação de qualquer...
10:29Não, nem da direção geral, de qualquer setor da BIM para essa análise.
10:34E o resultado dessa análise, ele também não levou para a BIM, para os outros setores,
10:39para subir para alguma coisa de inteligência.
10:41Está aqui que ele assistiu a um youtuber, e com que ele assistiu a um youtuber,
10:49ele verificou uma vinculação com a Positivo, com o Banco Itaú.
10:53Isso eu descobri que é que está no relatório, as páginas 33 e 42.
10:58Falando com o Jean Carlos, Jean Carlos fala, eu li sobre isso em algum lugar.
11:02Quando eles concluíram a análise, eles decidiram encaminhar a um grupo,
11:07que eu acredito ser um grupo de WhatsApp, fora da BIM, de conhecimento deles.
11:11Ou seja, não foi pela BIM e não foi de fora da BIM.
11:17O documento positivo, e aí vai um grau especulativo pela primeira vez.
11:24Pode ser que, como viram que não ia sair, veracidade sobre Lenovo,
11:29e não se traduziu em forma de inteligência,
11:32eles resolveram fazer por conta própria alguma coisa que não tem vinculação a mim,
11:38não tem meu conhecimento, muito menos qualquer outro setor da BIM.