Walter Braga Netto: “Jamais ordenei ou coordenei ataques contra ninguém”

Name: Walter Braga Netto: “Jamais ordenei ou coordenei ataques contra ninguém”
Uploaded: 2025-06-10T22:02:13+00:00
Duration: 11 min 35 s
Channel: Jovem Pan News

Jovem Pan News

10/06/2025

Walter Braga Netto, ex-ministro de Jair Bolsonaro e candidato a vice-presidente em 2022, declarou em seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) que nunca ordenou ataques a militares após resultado das eleições de 2022.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/u_ynSHkAe_k

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00:00General, uma outra questão que acho que merece ouvi-lo no exercício, como eu tenho dito aqui desde o início,

00:09que é um importante exercício da autodefesa, o interrogatório.

00:15A partir do momento em que, segundo o consul na denúncia, principalmente o comandante Freire Gomes

00:25não teria dado seu apoio ao golpe, a tentativa de romper o Estado Democrático de Direito,

00:34ele passou a ser atacado pelas redes sociais de maneira a pressioná-lo.

00:39E há apreensão de mensagens, onde uma mensagem do senhor, a mensagem é muito clara,

00:46diz para sentar o pau nele, preservar o homilante Garnier,

00:53mas também criticar o brigadeiro Batista Júnior.

00:59O senhor se recorda dessa mensagem?

01:02Ministro, eu me recordo dessas mensagens que eu vi no inquérito,

01:10mas essas mensagens no inquérito estão fora de contexto, estão descontextualizadas.

01:15Eu não me lembro de ter enviado essa mensagem,

01:17eu não me lembro de ter feito essa mensagem,

01:22e por isso uma coisa eu posso confirmar para o senhor com certeza,

01:29eu jamais ordenei ou coordenei ataques a nenhum dos chefes militares.

01:36Pelo contato que eu tinha com eles, se eu tivesse que falar alguma coisa,

01:39eu falaria pessoalmente com eles, e eu não tinha contato com eles.

01:42Eu não coordenei isso aí.

01:44O senhor recebeu mensagens no dia 7 do 12,

01:54que foi exatamente no dia da reunião que o presidente,

01:59então o presidente Bolsonaro,

02:01teve com o então ministro da Defesa,

02:04general Paulo Sérgio, o comandante Freire Gomes,

02:08e o almidante Garnier.

02:10O senhor recebeu mensagens que constam também nos autos

02:16do capitão Sérgio Rocha Cordeiro,

02:21e trocou, na verdade trocou mensagens com ele,

02:25então seria uma conversa, eu vou ler aqui,

02:29Força Cordeiro,

02:31porra, parece que tem uma reunião importante aí no Alvorada agora,

02:35mostra esse vídeo para o comandante, mostra, bota essa,

02:39para todo mundo ver.

02:40Cara, a história, a minha história é marcada por momentos

02:43como esse que a gente está vivendo.

02:48E uma mensagem dele enviada para o senhor,

02:51Força General, o general está havendo uma reunião importante,

02:53eu acredito, e acredito que o senhor esteja presente.

02:56Ele também mandando para o senhor.

02:59O senhor, o Mário Fernandes mandando para o Cordeiro,

03:05Sérgio Rocha Cordeiro, a primeira mensagem,

03:07e o Mário Fernandes mandando para o senhor essa segunda mensagem,

03:11no mesmo dia em que estaria ocorrendo a reunião.

03:15O senhor se recorda de ter recebido essa segunda mensagem?

03:19Eu repito, Força General.

03:20General, está havendo uma reunião importante agora no Alvorada,

03:23eu acredito, e acredito que o senhor esteja presente.

03:26Se recorda ou não?

03:27Eu não me recordo de ter visto, de ter lido a mensagem,

03:32de ter visto a mensagem ou ouvido.

03:34Era vídeo? Era áudio, presidente?

03:36Não, era mensagem de WhatsApp.

03:40De WhatsApp.

03:42O que eu me lembro, eu não respondi a essa mensagem dele.

03:44Eu dei uma olhada assim e não me lembro.

03:46Eu tenho certeza que eu não respondi.

03:48Nem tomei conhecimento.

03:51Certo.

03:51Há um vídeo também que circulou nas redes sociais,

04:01no final do ano, o senhor compareceu ao acampamento,

04:06não, não era acampamento, o senhor estaria saindo do palácio,

04:11no cercadinho, conhecido então como cercadinho,

04:14e teria dado declarações quando os populares chegaram até o senhor,

04:22teria dado declarações, não, não acabou, calma, fiquem tranquilos.

04:26O senhor gostaria de esclarecer esse vídeo que acabou viralizando nas redes sociais?

04:31Eu conto isso aí, até bom, presidente, para ficar bem claro isso aí.

04:35Eu não costumava parar ali na frente do palácio, porque normalmente tinha muita gente,

04:38o próprio presidente tinha falado para mim para tomar cuidado para não parar ali.

04:42Naquele dia tinha pouca gente, tinha uma senhora na chuva com uma criança, chorando,

04:48fazendo sinal para mim, pediram para parar, para tirar uma foto comigo.

04:53Quando a mulher, eu parei ao lado da senhora, ela começou a chorar, né,

04:57eu até abraço a senhora, eu estava até com uma bala na boca, eu lembro desse vídeo,

05:01estava com a bala na boca, ela chorando, eu falei, minha senhora,

05:04eu falo, vamos ter fé para ela, normal, né, e eu falo assim,

05:10não, tem alguma coisa aí, só não posso falar o que é,

05:13é porque eu sabia que o PL ia entrar com aquele documento no Tribunal Superior Eleitoral,

05:20e eu achei que aquilo poderia render alguma coisa.

05:23Eu não me lembro exatamente se eram três ou dois, e eu não podia dizer para ela,

05:27não, fica tranquila, porque o PL vai entrar, porque vai que o PL resolve não entrar com o documento.

05:33Então, foi exatamente por causa disso que eu disse para ela,

05:35vamos ter fé que venha alguma coisa aí, vamos ver o que é que dá.

05:41Umas datas, o senhor vai ver que foi logo depois que entrou com o documento.

05:45Pois não.

05:46Há ainda uma outra troca de mensagens, no dia 14 do 12, é o dia da segunda reunião,

05:56aqui tratada entre o comandante, entre o ministro da defesa e aí os três comandantes,

06:02uma mensagem enviada por Ailton Barros, para o senhor,

06:08que encaminhou outra mensagem que teria recebido, na verdade é o encaminhamento de uma mensagem

06:15que ele faz ao senhor, que o senhor teria recebido de um força especiais,

06:20e é, nos autos, a captura da tela do celular do senhor.

06:26Ele remete uma mensagem, ele encaminha uma mensagem que ele recebeu,

06:33cada vez mais a nação brasileira precisa de você e exige o seu posicionamento,

06:41que de preto é apoiado o governo, visto que são instituições de Estado,

06:45é exatamente o enfoque, precisamos salvar o nosso Estado democrático de direito.

06:49Qual é a dúvida, qual é o receio, ou você toma uma atitude de patriota,

06:53urgentemente, ou todos nós, militares, amargaremos pelo resto de nossas vidas

06:58a marca da desonra, da covardia e de ser, aqui está, seremos,

07:03mas seria sermos considerados traidores da pátria,

07:06mesmo honrando o glorioso exército de Caxias ao longo de toda a nossa história.

07:10Então, aqui é essa mensagem, Ailton Barros reencaminha para o senhor,

07:16daquelas mensagens que são reencaminhadas.

07:20E o senhor, na tela consta, o senhor responde,

07:26meu amigo, infelizmente tenho que dizer que a culpa pelo que está acontecendo e acontecerá

07:32é do general Freire Gomes.

07:34Omissão e indecisão não cabem a um combatente.

07:38Ao que ele responde, então vamos continuar na pressão,

07:41e se isso se confirmar, vamos oferecer a cabeça dele aos leões.

07:46E vem a sua resposta, oferece a cabeça dele, cagão.

07:50O senhor se recorda dessa...

07:51Presidente, eu não me recordo especificamente das mensagens

07:55e eu lembro de alguns dos prints, mas como eu disse ao senhor,

07:59os prints eles estão desconexos, né, porque ele não traz a sequência toda da conversa.

08:03Porque eu volto a afirmar o senhor o seguinte,

08:06eu nunca determinei nem coordenei nenhum tipo de ataque contra o Freire Gomes,

08:11nem contra o Batista Júnior, nem contra o Garnier, nem contra ninguém.

08:14Também estaria fora dessa sequência do senhor o que a Procuradoria indica

08:24que o senhor tentou também pressionar o então comandante do Sudeste,

08:30na verdade pedindo que pressionasse o então comandante do Sudeste,

08:35hoje comandante do Exército, o general Tomás,

08:39também numa mensagem que estava no seu celular.

08:44dizendo, o Tomás foi no VB, o ex-comandante de Vilas Boas, ontem.

08:51E aí, acredite, ele deu uma mijada no VB e na Cida.

08:55Terminou dizendo que os dois serão prejudicados com as intervenções

08:58sem noção que estão fazendo.

09:00Na saída ele resolveu abrir o jogo e falar mal de todo AC.

09:06Principalmente do Teófilo, do Marata, parece até que ele é PT desde pequenininho.

09:10E aí continua. O senhor se recorda dessa mensagem também?

09:14Eu disse para o senhor, essas mensagens, como elas são prints, estão desconexas.

09:19Eu digo para o senhor o seguinte, eu não escrevi essa mensagem.

09:23Eu nunca escrevi essa mensagem.

09:24Primeiro que eu conheço o Teófilo, o Teófilo Tomás.

09:28Eu sei que o Tomás, na realidade, ele tem uma ligação muito forte com o presidente Fernando Henrique.

09:32Não tem nada de PT, não tem nada disso.

09:36As mensagens estão desconexas e não tem a conversação para saber se aquilo que eu encaminhei...

09:43Eu tinha mania, às vezes, da pessoa me perguntar alguma coisa e eu copiar uma mensagem

09:47e mandar a mensagem que eu tinha recebido.

09:50Entendeu?

09:51Para me livrar daquilo ali.

09:56Certo, general.

10:00Para encerrar aqui a minha indagação, para encerrar, o senhor entrou em contato,

10:08o senhor até na confusão de patentes, falou no general Siddick,

10:14que, na verdade, é o general Lorena Siddick, que foi comandante, inclusive, do Sudeste.

10:20O senhor chegou a entrar em contato com o general Lorena Siddick

10:26para conversar sobre a colaboração premiada que tinha sido realizada pelo filho dele,

10:33o réu colaborador, tenente-coronel Siddick?

10:36Eu agradeço ao senhor e digo para o senhor, eu nunca entrei, telefonei para o Siddick.

10:42Quando o Siddick estava aqui em Brasília, ainda antes, lá no início,

10:46que o pai dele, o general, veio a Brasília, eu, inclusive, fui pessoalmente,

10:51eu e minha esposa, na casa dele, no início, lá atrás, 23,

10:56foi quando eu visitei o Siddick e eu perguntei como é que ele estava

11:00para dar um apoio moral a ele.

11:02Essa mensagem que dizem que eu falei com o Siddick, o pai do Siddick é que me ligou

11:07e o que ele me queria, ele me pediu, foi ele que me pediu,

11:11ele queria apoio político para o filho dele, ele reclamava que as pessoas

11:16só falavam do 8 de janeiro e ninguém falava do filho dele.

11:21Foi isso que aconteceu.

11:23Quem me liga é o pai do Siddick, eu nunca entrei em contato com ele

11:27e nem nunca perguntei nada sobre a relação premiada do Siddick.

11:32Agradeço, general, passo a palavra ao ministro Luiz Fux.

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