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Olhar Espacial: o meteoritos mudaram a astronomia!
Olhar Digital
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07/06/2025
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00:00
E chegou a hora da participação dele, Marcelo Zurita, aqui no Olhar Digital News,
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que eu também já vi que está ali interagindo nos comentários do YouTube com a comunidade do Olhar Digital.
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E está chegando a coluna de hoje Olhar Espacial.
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E o Marcelo Zurita vai fazer uma viagem no tempo pelo estudo dos meteoritos.
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Vamos ver.
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Olá pessoal, saudações astronômicas.
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Imagine viver em um tempo em que acreditar que as pedras caíam do céu poderia lhe render uma camisa.
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Só que de força, literalmente.
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Para os cientistas de alguns séculos atrás, a ideia de que as rochas pudessem vir do espaço era tão absurda quanto uma chuva de gato.
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Mas estamos em junho, o mês do Asteroide Day.
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A data em que lembramos que sim, nosso planeta é atingido por rochas espaciais o tempo todo.
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E foi graças a duas mentes corajosas, Ernest Cicladni e Jean-Baptiste Biot,
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que essa verdade, que hoje nos parece óbvia, foi aceita há mais de dois séculos.
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Até o final do século XVIII, o pensamento dominante era que todas as rochas da Terra vinham da própria Terra.
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Claro, não existia ainda a geologia moderna, e muito menos a ciência planetária.
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As pedras que ocasionalmente caíam dos céus eram encaradas como lenas populares, exageros de camponeses,
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efeitos de relâmpagos petrificados, as chamadas pedras de raio, ou, no máximo, rochas expelidas de algum vulcão.
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A ideia de que esses corpos poderiam ter origem extraterrestre soava como alquimia ou misticismo.
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O iluminismo, embora tenha promovido avanços imensos, também trouxe consigo uma rigidez que afastava qualquer hipótese
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que parecesse supersticiosa.
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E poucas ideias pareciam mais folclóricas do que de pedras cósmicas despencando do firmamento.
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Mas essa percepção equivocada começa a mudar, graças a um personagem inusitado, um herói improvável dessa história.
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Se você fizer vibrar uma chapa metálica presa em seu ponto central,
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e essa chapa estiver coberta por uma fina camada de areia,
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os grãos irão saltar e se acumular em certos pontos,
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formando padrões que dependem da frequência da vibração e do ponto central onde ela foi aplicada.
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Esses padrões ficaram conhecidos como figuras de Kladni,
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em alusão ao músico alemão Ernst Kladni, que descobriu o fenômeno.
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Só que além de músico, Ernst Kladni também era físico,
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e ficou intrigado quando seu amigo George Lichtenberg lhe contou sobre um bólido
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que ele havia visto em 1791.
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Kladni resolveu investigar o caso e coletou inúmeros relatos do mesmo fenômeno,
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além de casos semelhantes de outros bólidos e quedas de rochas na Europa e na América do Norte naquele século.
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Em 1794, ele publicou um pequeno livro intitulado
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Sobre a origem das massas de ferro encontradas por Palas e outros semelhantes a ela
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e sobre alguns fenômenos naturais associados.
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Amém.
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Um título comprido e uma ideia ousada.
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Os meteoritos vinham do espaço.
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Numa época em que sequer sabíamos da existência de asteroides,
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Kladni propôs que os meteoritos eram fragmentos de corpos celestes
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que ou sobraram do processo de formação dos planetas
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ou eram detritos gerados por grandes impactos.
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Nada de relâmpagos petrificados ou lendas rurais.
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Kladni falava de pedras reais moldadas pelo cosmos e arremessadas contra a Terra.
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Fantástico.
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Mas, claro, ele foi ridicularizado.
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A maioria dos cientistas da época torceu o nariz para a ideia que parecia romper com tudo o que se sabia.
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Ou se achava que sabia.
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Mas Kladni não se intimidou.
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Com poucos dados, baseando-se em relatos e em fragmentos reais de meteoritos preservados em coleções,
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ele traçou um raciocínio lógico, visionário e, com o tempo, impossível de se ignorar.
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Mesmo sem grandes instrumentos, ele plantou a semente da meteorítica,
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a ciência dos meteoritos.
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Mas faltava algo que Kladni não poderia oferecer.
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Uma prova irrefutável, testemunhada por muitos e estudada por um cientista respeitado.
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E essa prova viria em 1803 na pequena cidade de Léglie, na França.
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Na tarde de 26 de abril, o céu estremeceu e uma chuva de pedras caiu sobre a região,
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espalhando mais de 3 mil fragmentos em quilômetros de solo.
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Era impossível ignorar.
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Tantas pessoas viram o fenômeno, ouviram os estrondos e recolheram os pedaços.
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O impacto, literalmente e figurativamente, foi tão grande que o próprio governo francês resolveu intervir.
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Chamaram, então, Jean-Baptiste Biot.
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Físico, químico, membro da prestigiosa Academia de Ciências de Paris e pupilo direto de Laplace.
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Biot era respeitado, metódico e, acima de tudo, um cético.
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Enviado oficialmente à cidade, ele não apenas recolheu fragmentos, como também entrevistou dezenas de testemunhas,
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mapeou os locais de queda e analisou as rochas em laboratório.
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O resultado foi um relatório detalhado, cuidadoso, que confirmou aquilo que Cláudio lhe havia proposto quase uma década antes.
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Aquelas pedras não eram terrenas, tinham origem no espaço, e se caíram ali, poderiam cair em qualquer lugar.
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Aquilo foi o início da mudança.
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O relatório de Biot não apenas deu credibilidade à ideia de Cláudio, ele praticamente fundou a ciência moderna dos meteoritos.
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Pela primeira vez, a comunidade científica não poderia mais negar.
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A Terra, afinal, não era um mundo isolado e imperturbável.
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Estávamos, e estamos, em meio a um sistema cósmico extremamente dinâmico, onde os encontros são inevitáveis.
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A partir daí, o estudo dos meteoritos ganhou um novo status.
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Eles deixaram de ser rochas curiosas, fontes de lendas e desconfianças, para se tornarem verdadeiros presentes dos céus.
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Pistas importantes na compreensão do passado do nosso planeta e de todo o sistema solar.
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Alguns meteoritos são mais antigos que a própria Terra,
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formados antes do nosso planeta existir.
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Eles revelam segredos sobre a formação dos planetas,
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a química primordial do cosmos e até mesmo a origem da água,
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e dos blocos fundamentais para a construção da vida.
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Hoje, graças às bases lançadas por Cláudio e Biô,
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temos missões como a Hayabusa, do Japão, ou a Osiris-Rex, da NASA,
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que não apenas estudam, mas trazem amostras de asteroides para serem analisadas aqui na Terra.
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Sabemos identificar a composição química de meteoritos com precisão,
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rastrear suas origens e até simular os impactos que eles causariam se atingissem o nosso planeta.
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O que começou com uma hipótese ridicularizada,
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se tornou uma das áreas mais fascinantes e reveladoras da ciência planetária.
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E é por isso que, neste mês do Asteroid Day,
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vale a pena voltarmos a olhar para esses dois nomes que não estão nas capas dos livros escolares,
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mas que abriram caminho para uma nova forma de aprender com essas rochas espaciais,
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e por vezes também temê-las.
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Ernest Kladny e Jean-Baptiste Biô ousaram acreditar no improvável,
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questionaram o senso comum da época,
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e nos mostraram que, de vez em quando, recebemos a visita de extraterrestres.
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Não aqueles de olhos grandes em naves espaciais abduzindo nossas vacas,
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mas extraterrestres de rocha e metal,
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que nos contam as histórias fascinantes de nossas origens cósmicas.
07:51
Bons céus a todos e até a próxima!
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