O presidente Lula (PT) afirmou que o Brasil pode crescer “acima da média global” após a divulgação do resultado do PIB do primeiro trimestre de 2025, que teve alta de 1,4%. O destaque ficou com o agronegócio, que impulsionou o desempenho da economia.
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00:00O presidente Lula declarou que o crescimento do Brasil no primeiro trimestre indica que o país pode surpreender o mundo e expandir acima da média do restante dos países das outras nações.
00:13Conta pra gente, Luciana Verdolim, de onde vem essa expectativa, esse otimismo todo?
00:17Olha, o Cine, segundo o presidente, levando em consideração a nossa balança comercial, levando em consideração as relações do Brasil com os demais países e o fato do Brasil estar se tornando mais importante, mais confiante, está sendo um país mais respeitado no mundo, a expectativa é de um crescimento maior.
00:41Ele comemorou o fato do, no terceiro trimestre, o crescimento ter sido de 1,4%, disse que a expectativa da equipe econômica é de que no final do ano o nosso crescimento chegue a 2,4%, por isso afirmou que, na verdade, vamos superar essa previsão.
01:02Lula, inclusive, disse que não entende muito como que isso é calculado com tanta antecedência, por isso, com muito trabalho, com o aumento das exportações, vai ser possível melhorar esses índices.
01:15A gente também tem um trecho do presidente Lula lá na França.
01:18Eu não acredito naqueles discursos que dizem no começo do ano, a economia brasileira vai crescer 0,8%, vai crescer 0,1%, vai crescer 0,5%, eu não acredito que tenha estatístico tão preciso que consiga avançar e distinguir o que vai acontecer o ano inteiro.
01:34O que faz as coisas acontecer é trabalho. Trabalho e trabalho.
01:41E o nosso crescimento nesse primeiro trimestre demonstra que a gente pode surpreender o mundo outra vez, crescendo acima da média dos países do mundo inteiro.
01:51O presidente tem defendido a necessidade dos BRICS, a necessidade de fechar o acordo de livre comércio do Mercosul com a União Europeia e ampliar o nosso foco de relacionamento.
02:09Lula lembrou que teve tempo que o Brasil não era respeitado nem pelos assessoristas do FMI, mas que isso, de uns tempos pra cá, mudou.
02:16Luciana Bertolini, um abraço pra você. Alangani tá até se ajeitando na cadeira.
02:23Alangani, você acha que o presidente da... Que foi, Piper?
02:26Você acha que o presidente da República tem razão em adotar essa fala mais otimista diante de algumas projeções não tão otimistas assim em relação ao crescimento do país,
02:37utilizando resultados até que fugiram um pouco da expectativa que o mercado já teve e já projetou?
02:43Olha só, Evandro, ele tá no papel dele, ele é presidente do Brasil, ele tem que vender o Brasil.
02:48Se ele não for otimista, quem é que vai ser?
02:51Então, é do jogo.
02:52E agora, de fato, eu acredito que possa, sim, no ano de 2025, surpreender as expectativas iniciais.
03:01Por que que eu digo isso, apesar da taxa Selic estar em patamar bastante elevado?
03:05Porque o governo tem jogado bastante pesado com políticas de crédito, com aumento do gasto público, com isenções tributárias, com crédito subsidiado via BNDES,
03:18aumento da faixa de renda pra conceder o benefício do Minha Casa Minha Vida, etc.
03:22Ou seja, tá anabolizando esse crescimento econômico.
03:25Agora, isso tem consequências.
03:28A gente já viu no passado essa política, aliás, essa mesma política ser adotada em governos do PT
03:35e vem um crescimento, não é um crescimento muito grande, ali próximo de 3%,
03:41mas vem toda uma consequência inflacionária e de piora fiscal.
03:45E se o cenário fiscal piorar bastante, isso pode, inclusive, contaminar o crescimento à frente.
03:52À medida que as expectativas pioram muito, o empresário tira o pé do acelerador, deixa de investir
03:59e aumenta muito o prêmio de risco pela questão fiscal.
04:03E aí vem uma crise econômica.
04:05Esse filme a gente já viu no passado.
04:07Fala, Fábio Piperno, o que te animou, te alegrou, te fez sorrir aqui no nosso 3 em 1?
04:12Não, porque eu estava rindo aqui com o Alangani e tal, enfim, do presidente Lula falando
04:16e eu juro, vou confessar para a nossa audiência, que eu não tenho nada a ver com isso que o presidente falou,
04:22muito pelo contrário, né?
04:23Eu nem tenho contato com os assessores dele, mas, de fato, é algo que a gente repete diariamente aqui, né?
04:30Quer dizer, essas previsões do Brasil são péssimas, péssimas.
04:34Eu não sei qual a escola essa turma cursou.
04:37Porque eles conseguem, eles continuam sem enxergar dados setoriais.
04:42Então vamos falar, por exemplo, sobre o que está acontecendo esse ano, saindo do grande noticiário.
04:49Por exemplo, será que a nossa audiência sabe que esse ano tem investimentos chineses,
04:56investimentos produtivos, por exemplo, em indústrias de linha branca, né?
05:00Grupo Mideia, lá em Pouso Alegre, em Minas Gerais, investimentos chineses na implantação de fábricas de automóveis,
05:11que anteontem houve um mega negócio envolvendo a compra de portos.
05:17É verdade, um grupo suíço pagou 4 bilhões e meio, compra lá no porto de Rio Grande, Salvador.
05:23Há grandes ferrovias, ferrovias, minha gente, em construção no nordeste do país.
05:28Tudo isso é investimento produtivo, né?
05:30Felizmente tem isso.
05:32Então, assim, ou esse conjunto de dados setoriais parece que raramente é avaliado de uma forma global.
05:40Por isso eles erram tanto.
05:42E estimando um crescimento em baixa, significa que também por tabela vão estimar a arrecadação do governo menor.
05:50Ah, porque vai desacelerar.
05:52Ora, isso piora as expectativas, piora tudo.
05:55Agora, eu no final de semana li uma ótima entrevista do economista-chefe do Bradesco.
06:01E ele falando sobre essa questão do potencial de crescimento da economia brasileira.
06:08E ele chama atenção para uma coisa.
06:10Ele também acha que está um pouco acima, mas ele acha que hoje esse potencial já é muito maior do que o mercado estima.
06:16E chama atenção para uma coisa.
06:18Esse é o quinto ano seguido de crescimento da economia brasileira.
06:22E todo ano estão dizendo que a economia brasileira...
06:24E nem começou com o Lula.
06:25Então, veja, está na hora da gente rever um pouco essas projeções.
06:30E nesse sentido o presidente tem razão.
06:31Você concorda, Gani?
06:32Não, eu concordo, mas eu acredito que o crescimento, Evandro, poderia ser muito maior.
06:38Eu concordo.
06:39Então, se a gente desafogasse o setor privado...
06:42Porque o setor privado, ele é afogado por duas razões.
06:46Primeiro, uma alta carga tributária.
06:48E o segundo, pela elevada taxa de juros.
06:53Então, custo de capital muito elevado para as empresas.
06:56E isso, no meu entendimento, Evandro, está ligado a uma razão única.
06:59O tamanho do Estado do Brasil.
07:01Para sustentar esse governo gigantesco, esse Frankenstein,
07:05você tem que cobrar elevados impostos para fechar a conta e se endividar muito.
07:10E ao se endividar muito, o que ocorre?
07:12Eleva a taxa de juros.
07:14Porque eleva o prêmio de risco.
07:16Opa, esse governo está muito endividado.
07:18Para eu emprestar dinheiro para o governo, eu preciso cobrar uma taxa de juros maior.
07:22Você não controla isso.
07:23O mercado está pedindo uma taxa de juros maior por conta do risco.
07:27Então, Evandro, veja só.
07:28Se a gente conseguisse diminuir esse tamanho do Estado, reduziria imposto, reduziria taxa
07:35de juros e sobraria mais dinheiro, inclusive, para o governo, para investir no que é necessário.
07:41Então, qualificação de mão de obra para aumentar produtividade, infraestrutura para
07:46aumentar esse PIB potencial do Brasil.
07:49E aí, sim, a gente poderia ter um crescimento muito maior, muito mais sustentável.
07:53Acredito que a rota do crescimento passa por aí.
07:55Fala, Sagré.
07:57Vou tomar o exemplo da regulamentação das redes sociais.
08:00Tem duas formas de você crescer em seguidores, que é uma maneira de mostrar que a tua conta
08:06na rede social está aumentando.
08:08Um é orgânico, você colocando coisas que são atrativas para o público que pode potencialmente
08:13te seguir e outra pagando.
08:15Você paga, turbina, patrocina e as pessoas começam a te seguir.
08:19Imagina a mesma realidade com um crescimento.
08:23Esse crescimento é anabolizado, não é um crescimento orgânico.
08:27E aí você vê que tem uma disputa muito grande entre a política fiscal e expansionista,
08:31que o governo insiste em fazer, e a política monetária restritiva, que é o que o Banco Central
08:36está tendo que fazer.
08:3775% das pessoas hoje do mercado financeiro estimam que, contrariando o que era pensado
08:44alguns dias atrás, de que a taxa Selic, na reunião do dia 18 de junho, ficaria estável,
08:50não.
08:50Agora já tem gente que pensa que vai ter que voltar a aumentar.
08:530,25, mesmo assim, é um valor muito alto.
08:57Concordo com o Alan.
08:58Quando você tem uma reunião em que o presidente de uma companhia junta toda a sua diretoria
09:03e o diretor de marketing dizem, fiquem tranquilos, vamos vender um estouro de produtos.
09:08Aí vem um dos departamentos financeiros e dizem, tá, e isso vai trazer lucro ou vamos
09:13vender somente?
09:14Porque aumentar a receita não necessariamente traz lucro para a empresa.
09:18Isso é o Brasil de hoje.
09:20Vender sem se preocupar com o gasto público, fazendo um paralelismo de vender com ter lucro,
09:26não vai dar resultado.
09:28Nós podemos ter um crescimento artificial, não orgânico, que pode trazer muitos problemas
09:34no futuro.
09:35O governo não consegue ver, talvez não entenda disso, mas me parece que está no DNA.
09:41A demonstração é, crescemos, crescemos e crescemos.
09:44E qual é o custo desse crescimento?
09:46Depois a gente vê.
09:48Concorda, Zé Maria Trindade?
09:51É, na verdade, há um descolamento aqui do Brasil com o mercado internacional.
09:56O mercado financeiro internacional e o crescimento de outros países.
10:02Eu tive que viver para ver momentos aqui atrás da inflação do Brasil ser menor do
10:08que a inflação dos Estados Unidos.
10:10Mas ali foi uma coisa de momento, não foi uma coisa definitiva.
10:15E o crescimento do Brasil, Lula está colocando, crescer acima da média nacional, não é porque
10:21o Brasil está maravilhoso, é porque a média nacional está caindo, a média está baixa.
10:27E eu fiquei surpreso quando me disseram aqui técnicos de que ainda estamos vivendo
10:33consequências da pandemia.
10:35A economia é muito complexa, a economia não é fácil e não tem uma regra permanente,
10:41ela anda às vezes de maneira que foge dos domínios dos governantes.
10:46O certo é o seguinte, o Brasil é um país propício para investimentos.
10:52Já foi muito mais, houve momentos em que o Brasil era muito mais propício, né?
10:57Mas é um propício, porque existem várias áreas vagas de indústria, de investimentos.
11:06Veja, por exemplo, ferrovias.
11:07O Brasil precisa demais de investimentos em ferrovia.
11:11E o Estado, a União, perdeu o poder de investimentos que sempre puxou o desenvolvimento do Brasil.
11:22Tradicionalmente no Brasil era o Estado que tinha dinheiro para investir.
11:26Quando jogava dinheiro na economia, a economia andava.
11:29Mas agora perdeu, porque o Estado está gastando com a sua existência.
11:34É como se no condomínio todo mundo decidisse, olha, eu vou ser funcionário do condomínio.
11:41Exatamente, Zé.
11:42Não, Zé tocou num ponto essencial.
11:45Não tem mais dinheiro para investimento.
11:47Por quê?
11:48Porque todo dinheiro é para custeio da máquina pública, Evandro.
11:51Hoje, se a gente pensar no gasto discricionário, ou seja, onde o governo tem liberdade para gastar,
11:57as contas apontam de 7% a 10% do orçamento.
12:02O resto já é gasto carimbado.
12:05E a gente precisa do quê?
12:06Do investimento.
12:07A gente precisa de ponte, a gente precisa de energia elétrica, a gente precisa de estrada, de portos, aeroportos.
12:12Ou seja, não teria massa de manobra ali.
12:14Exatamente.
12:15Então, a gente precisa enxugar aquele gasto de manutenção para sobrar mais dinheiro para o que é necessário.