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  • 04/06/2025
Motta recebe Marcio Atalla, consultor de saúde, educador físico e especialista em nutrição, para esclarecer como é possível garantir o bem-estar físico e mental através de um estilo de vida equilibrado.

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Transcrição
00:00Conexão Mota
00:06Vivemos em um mundo complexo e em constante mudança.
00:12No Conexão Mota eu recebo convidados especiais para falar de temas que afetam sua vida e seu futuro,
00:19sempre em linguagem clara e buscando a verdade.
00:23Hoje, nosso assunto é saúde e longevidade.
00:26Como podemos ter uma vida saudável e garantir o bem-estar físico e mental em meio à rotina do dia a dia?
00:36Para responder a essa e outras perguntas, eu tenho o prazer de receber Márcio Atala,
00:42educador físico e consultor de saúde.
00:45Márcio, seja muito bem-vindo.
00:47Obrigado, Mota. É um prazer estar aqui.
00:49A gente conversar um pouquinho sobre saúde e estilo de vida, que é um grande desafio para essa geração.
00:55Eu quero começar te perguntando, comparado com outros povos, outros países, o brasileiro é um povo mais ou menos saudável?
01:06Se eu for colocar num ranking, a gente está ali, eu acredito que posicionado mais para o não saudável do que para o saudável.
01:16A gente hoje bate 68% da população acima do peso.
01:2068%?
01:2231% é obeso.
01:24Então, a quantidade de obeso é muito grande.
01:27Você tem praticamente 15 milhões de diabéticos.
01:30Isso que é constatado.
01:34Imagina, não vai esporte como o nosso, quantas pessoas não são diagnosticadas.
01:39O mais dramático é que a cada 10 pessoas que têm diabetes, 9 delas não controlam a doença.
01:48Então, olha só.
01:49E a população hipertensa é muito grande, enfim.
01:53O Brasil é o quinto maior, o quinto país mais sedentário do mundo.
01:58Imagina.
01:59Menos de 30% da população cumpre aqueles 150 minutos de atividades semanais prescritos
02:06ou recomendados pela Organização Mundial da Saúde.
02:09Então, hoje a gente vive, sim, um problema grande de estilo de vida no Brasil que reflete em saúde, sem dúvida nenhuma.
02:16Mas por que tanta obesidade assim?
02:18Isso é um problema mais de dieta ou de falta de atividade física?
02:23Cara, essa é uma pergunta, tipo, fla-flu, sabe?
02:27As pessoas ficam tentando puxar e a gente tem que entender que esse é um problema complexo.
02:33Se você pegar 1989 até hoje, o brasileiro que dava em média 10 mil passos por dia, hoje ele dá 3 mil.
02:45Então, matematicamente, a gente deixou de gastar 400 a 450 calorias todos os dias.
02:51Então, se eu pegar essa população que está acima do peso e falar o seguinte para todos eles,
02:56vamos gastar todo dia 400 calorias a mais.
03:00Você vai ver que essa porcentagem, 68%, vai cair muito.
03:05Em relação à alimentação, o que acontece?
03:08Obviamente, a gente aumentou um pouco o consumo de calorias.
03:12Isso por quê?
03:13Hoje você tem uma oferta muito maior.
03:16Se você chega na década de 80, sei que é do Rio de Janeiro, queria sair para comer uma pizza,
03:21era difícil.
03:21Hoje você tem na palma da sua mão.
03:24Talvez você tivesse que ir na pizzaria Guanabá, ia ter uma ou outra.
03:28Hoje é uma oferta imensa.
03:30Qualquer farmácia tem muita oferta de comida.
03:34Então, em qualquer lugar que você vá, você se depara com a alimentação.
03:39E qual é o problema?
03:40O problema é como o nosso corpo foi projetado ao longo de centenas de milhares de anos na evolução da espécie.
03:47Ele foi projetado para fazer movimento, mas só por necessidade.
03:51E hoje o ambiente é tão confortável, eu diria perigosamente confortável,
03:57que a gente não dá o mínimo de movimento que ele precisa para ser saudável.
04:02Porque quem não fez movimento, não sobreviveu.
04:05Então, se você for do pediatra ao geriatra, passando por todas as especialidades,
04:11eles vão falar que você tem que fazer atividade física.
04:13A atividade física vai ser fundamental para o seu corpo realizar todas as funções com mais eficiência.
04:19Em relação à alimentação, a gente sempre teve que comer mais do que a nossa fome.
04:25Porque não sabia quando era a próxima refeição.
04:28Então, nós temos uma capacidade muito grande de estocar esse excesso em forma de gordura.
04:34Quer dizer, é programado no corpo humano você comer demais e guardar aquilo como gordura.
04:39O ser humano é poupador. Quem não foi poupador, não sobreviveu.
04:43E aí é que é a grande dificuldade.
04:45Porque não falta informação, não faltam ferramentas para a gente melhorar o nosso estilo de vida.
04:52O problema é no meio ambiente.
04:54O nosso meio ambiente hoje, pela primeira vez na história da humanidade,
04:58ele oferece coisas que vão contra o que a gente foi programado geneticamente.
05:03que é um excesso de conforto, então muito pouco movimento,
05:06um excesso de alimento, uma oferta de alimento muito grande
05:09para um corpo que está programado para comer o máximo possível e estocar.
05:15A gente foi programado para dormir sete horas, sete horas e meia.
05:20Então, você tem os sistemas que regulam o nosso sono,
05:23que eles são abalados pelo nosso meio ambiente,
05:25porque você tem um excesso de luz, um excesso de informação
05:28que vai inibindo o seu sono.
05:31Então, hoje, 72% dos brasileiros relatam dormir menos.
05:35E como você tem uma quantidade de informação absurda,
05:40o nosso cérebro não consegue mais reter e lidar com esse excesso de informação.
05:45Então, você tem muita ansiedade, muita depressão, você tem o burnout.
05:50Então, hoje, o nosso meio ambiente é uma tempestade perfeita
05:53para colapsar o nosso corpo.
05:56Como que a gente sobrevive a isso?
05:57Você tem que fazer escolhas.
06:00Você tem que entender que não é o que você gosta,
06:04mas é o que você precisa.
06:06Claro que você vai fazer muita coisa que você gosta,
06:08mas tudo tem um limite.
06:09Se você ficar indo só atrás do prazer,
06:12nesse mundo que não está de acordo com a nossa genética,
06:17a gente está tendo um problema que não é exclusivo do Brasil.
06:21Você pega números dos Estados Unidos, México, vários países,
06:24você tem esses números.
06:25Então, você vai buscar o quê?
06:28Eu fiz um documentário, que até passou aqui na Jovem Pan alguns trechos,
06:33que eu viajei vários países do mundo,
06:36aqueles que conseguiram lidar com essa situação.
06:39Então, eu visitei, por exemplo, Copenhague, fui para a Finlândia,
06:44fui para a Coreia do Sul, fui para a Seul especificamente,
06:47estive nos Estados Unidos conversando em Harvard com alguns especialistas em Nova York,
06:52mas quem realmente conseguiu lidar com isso são aqueles países que fizeram uma política de saúde pública,
07:01onde você muda o meio ambiente, onde você induz a pessoa a se movimentar mais
07:06e você, de alguma maneira, tenta controlar e melhorar a alimentação dessas pessoas.
07:11Eu conheço realmente algumas pessoas que têm problema de diabetes
07:16e que têm dificuldade de controlar, principalmente por causa da dieta.
07:20Não conseguem resistir à pizza, ao pão.
07:24Então, deixa eu te perguntar.
07:25Na dieta do brasileiro, na dieta do brasileiro comum,
07:29da pessoa que...
07:30Porque tem pessoas que são fanáticas, acompanham muito essa questão de dieta,
07:34está toda hora mudando de dieta,
07:35mas tem o trabalhador comum, a pessoa comum, que come o seu arroz, feijão, bife, batata frita.
07:43O que nessa dieta normal do brasileiro, tradicional, o que é errado e o que é certo?
07:49Tá.
07:50Vamos lá.
07:51Tem uma frase de um médico que eu gosto muito, um oncologista, o Dr. Paulo Hoff,
07:56que ele fala o seguinte,
07:57onde você tem muita teoria, você não tem uma verdade.
08:01E a alimentação é um terreno fértil para dezenas e dezenas de linhas alimentares,
08:09pregando que essa é a verdade.
08:12Que, na verdade, você vai ver...
08:14Dieta vegetariana, dieta da carne, dieta cetogênica.
08:17Você vai ter pessoas saudáveis em todas elas e você vai ter pessoas não saudáveis em todas elas.
08:22Ponta.
08:23A questão é estilo de vida.
08:24Quando você fala da alimentação do brasileiro,
08:26se a gente pegasse a alimentação de alguns anos atrás,
08:30que tinha arroz, feijão, salada, uma proteína,
08:34isso é um prato quase que perfeito.
08:36Porque você tem fibra, você tem proteína,
08:40você tem carboidrato de boa qualidade
08:41e você não tem um excesso de gordura.
08:45Então, se olhando esse prato, vai bem.
08:48Só que isso acabou mudando.
08:50Então, hoje o brasileiro, ele raramente come uma salada.
08:54Então, você tem menos de 10% da população brasileira
08:56que consome a quantidade de fibras.
08:58O consumo de arroz e feijão caiu quase que pela metade nos últimos 30 anos.
09:04É mesmo, não sabia.
09:05E é muito rico, é muito rica essa combinação do arroz com feijão,
09:10porque os dois juntos, eles têm uma proteína muito boa,
09:14de alta, que a gente chama, absorção pelo corpo.
09:19Então, você tem ali um prato muito equilibrado.
09:20Mas hoje, você tem um alto consumo dessas bebidas como refrigerante.
09:30Então, se eu for falar do brasileiro hoje, da população média,
09:33quando você pega os estudos do Vigitel, que é a que monitora isso,
09:37você tem alto consumo de refrigerante, alto consumo de doces.
09:42Aumentou muito o consumo, que eles chamam de ultraprocessados.
09:47Eu não gosto desse nome, a gente pode debater isso depois.
09:50Mas desses alimentos nutricionalmente calóricos e pouco nutritivos,
09:56então, bolachinhas, salgadinho, essas coisas.
09:59Então, você percebe uma mudança.
10:01Que são alimentos baratos, que matam a fome.
10:05Rico em calorias.
10:06Outro dia, eu vi uma família na praia, tinha a mãe, várias crianças,
10:10e as crianças deviam estar com fome.
10:12A mãe pegou um pacote desses, era uma bolachinha com doce no meio.
10:17Foi o almoço das crianças, né?
10:19Todas tinham sobrepeso.
10:20Então, porque, pensa, é mais barato para ela comprar um pacote desse,
10:26que é super rico em calorias e vai dar que ali sossega a leão na fome das crianças,
10:32porque talvez, se ela fosse comprar coisas mais saudáveis,
10:37o orçamento dela não daria.
10:39Então, esse tipo...
10:39E daria mais trabalho também.
10:41A coisa mais saudável dá mais trabalho preparado.
10:43Você ficou num ponto muito bom.
10:44Hoje, a alimentação vai mudando muito por conta da praticidade.
10:50E, claro, que esses alimentos que são industrializados, feitos em escala,
10:55ele acaba tendo um preço menor.
10:58Então, você tem esses dois problemas.
10:59Um, teve o presidente do iFood que falou o seguinte,
11:03daqui a uns anos, pessoa que mora sozinha ou poucas pessoas,
11:08esse cara não vai nunca mais cozinhar.
11:11Porque vai ser muito mais barato ele pedir.
11:15Porque você não tem desperdício, chega ali a porção no tamanho certo.
11:18Mas tem que levar em consideração os custos médicos também.
11:21É, o ponto é, o que você pede,
11:24no iFood, que raramente o cara chega lá e vai para entrar e vai falar,
11:29pô, eu vou pedir um arroz, feijão, uma salada.
11:32Até porque não viaja bem um prato como esse, né?
11:34É diferente de uma pizza, de um hambúrguer que vem, né?
11:37Agora, eu te interrompi, mas você está falando uma coisa interessante,
11:40porque eu vi que você é advogado de defesa do arroz.
11:46Tem muita gente que fala mal do arroz,
11:47que o arroz é a caloria vazia, que não se deve comer.
11:50Corra sobre o arroz!
11:55Ah, e tem uma história engraçada demais.
11:57Eu fiz uma intervenção em Jaguariúna.
11:59Foi a primeira intervenção no mundo, assim,
12:01que tentou mudar o estilo de vida de uma cidade inteira.
12:04Então, eu passei um ano lá dentro.
12:06A gente publicou três artigos científicos em cima disso,
12:08em revistas de primeira linha mundial de saúde.
12:12E a gente conseguiu mudar 40% da população.
12:15Foi muito exitoso.
12:16Caramba!
12:17E o que aconteceu?
12:19A gente tinha N coisas que a gente fazia na cidade,
12:22mas, uma vez por mês, a gente, num parque,
12:27fazia uma intervenção muito grande.
12:29E essa intervenção daquele mês era uma oficina de nutrição,
12:34onde você tinha seis estações cheias de nutricionistas.
12:38Em cada estação, você abordava alguma coisa em relação à nutrição.
12:43Seja o comportamento, a parte nutricional, enfim, beleza.
12:48Bom, esteve lá.
12:49Eu fui almoçar num hotel onde eu ficava hospedado.
12:52E tinha um buffet sábado.
12:55Fijoadinha.
12:55Gosto muito, como todo sábado.
12:57Comecei a me servir.
12:59Fiz meu prato de salada.
13:00Comi, voltei.
13:01Coloquei um arrozinho branco.
13:02Quando eu coloquei o arroz branco,
13:04uma senhora veio perto de mim e falou,
13:05não acredito.
13:07Você é uma farsa.
13:08Aí eu falei, olha, já que a senhora descobriu,
13:12não conta pra ninguém.
13:13Ela falou, eu não estou brincando.
13:15Eu falei, mas por que eu sou uma farsa?
13:17Porque você come arroz branco.
13:19Aí eu falei, qual o problema de comer arroz branco?
13:21Ela falou, da barriga, da diabetes, engorda,
13:24faz você morrer mais cedo.
13:26Eu falei, sério?
13:27Aí eu vi que não adiantava discutir.
13:29Ela falou, o arroz integral tem muitas vitaminas e minerais.
13:32Bom, vamos lá.
13:34Se sua alimentação depende dos nutrientes de fibras e minerais do arroz,
13:41você está morto.
13:42Sua alimentação num todo está ruim.
13:44Porque tem muito pouca vitamina e mineral no arroz integral.
13:47Então é muito importante que você não abra mão de frutas, legumes, verduras
13:50na sua alimentação para complementar fibra.
13:54E aí eu subi, eu gosto muito de número.
13:57Subi para o meu quarto e fui ver quantos quilos um brasileiro,
14:00em média, consumia em 2016 de arroz.
14:03Por ano, um brasileiro consumia 42 quilos.
14:07Falei, beleza.
14:08O Brasil, naquela época, tinha 58, 59% da população acima do peso.
14:12E naquela época, a expectativa de vida era de 72 anos.
14:16Aí, enculguei lá.
14:19Qual o país que mais consome arroz?
14:22Era a Coreia do Sul.
14:24Quanto?
14:25142 quilos por ano, por pessoa.
14:28Falei, opa, deixa eu ver a obesidade lá, 4%.
14:32Deixa eu ver a expectativa de vida 11 anos acima da do Brasil.
14:38Aí é que surgiu a ideia de fazer o documentário e viajar esses países que tinham.
14:44Quando eu cheguei lá, eu conversei com o ministro,
14:46conversei com gente que desenvolveu o programa de saúde pública.
14:51Culturalmente, eles têm arroz no café da manhã, no almoço e no jantar.
14:55Agora, é uma porção pequena, mas com muita regularidade.
14:59Como que é esse prato?
15:01Sempre tem proteína.
15:04Sempre tem legumes fermentados.
15:06E aí eu lembro que eu entrei num embate com uma pessoa lá do governo,
15:10que ela falou o seguinte,
15:11você sabe qual que é o problema do brasileiro?
15:14Porque tudo que vocês plantam, vocês conseguem colher.
15:17Aqui não.
15:18A gente come legumes fermentados,
15:19porque durante a guerra, a gente tinha que guardar isso em casa para comer no inverno.
15:24Isso virou cultural.
15:26Aqui a gente não desperdiça, as porções são pequenas.
15:29Eu já fui para o Brasil, o desperdício lá é gigante.
15:33Então, eu falo que você nunca vai ter um alimento que ele é vilão
15:38e nunca um alimento que ele é um super alimento.
15:41Você vai depender da sua alimentação no dia como um todo.
15:44Que é uma simplificação que muita gente faz hoje.
15:49Claro.
15:50E deixa as pessoas malucas.
15:51Porque você entra na internet, tem um milhão de dietas lá.
15:56Tem o cara dando testemunho que ele só come carne há 10 anos
15:59e que olha como eu sou saudável.
16:01Aí tem outro que diz, não, eu só como legumes há 10 anos.
16:05Olha como eu sou saudável.
16:06É, vai muito além da alimentação.
16:09Você tem que olhar o estilo de vida como um todo.
16:12Agora, tem coisas que você não pode fugir.
16:14Você vai, em excepcionais cardiologistas, eles vão falar que o excesso de gordura saturada,
16:22essa palavra é muito importante, excesso.
16:25O excesso de gordura saturada é fator de risco para doenças cardiovasculares.
16:29Aí o cara fala, ah, mas eu como carne vermelha.
16:31Beleza, deve comer carne vermelha, que é um alimento nutricionalmente muito rico.
16:34Agora, o excesso não é bom.
16:37Ah, eu consumo açúcar.
16:38Está tudo bem.
16:39O excesso vai fazer mal.
16:41Então, a gente tem isso que você falou, que é uma simplificação.
16:45Quer dizer, eu vou dar um guia muito simples para você resolver isso via alimentação.
16:49Só que a vida é muito mais do que a alimentação.
16:51Vai depender muito da atividade física.
16:55Então, hoje a gente sabe, por exemplo, que não sou eu que estou falando.
16:58Eu lembro quando eu falava isso, você está divulgando em causa própria.
17:01Eu falei, não estou.
17:01Você não vai ter um neurocientista que não vai falar que a atividade física é a principal ferramenta,
17:09o principal adubo para o seu cérebro.
17:12Então, hoje a gente sabe que você fazer atividade física, primeiro você vai encontrar um balanço calórico melhor,
17:18você vai melhorar a resistência à insulina.
17:21Então, às vezes você tem uma alimentação muito boa, mas um estilo de vida tão ruim,
17:25você é tão sedentário e faz parte do processo de envelhecimento de você perder massa muscular,
17:32que aí você começa a perder tanta massa muscular que você começa a ter resistência à insulina.
17:36Ah, mas eu como bem.
17:37Mas você não tem músculo.
17:39Então, é sempre um equilíbrio.
17:41Não dá para simplificar nessa área.
17:43A gente tem que pensar como o nosso corpo foi projetado
17:46e tentar dar para ele aquilo que ele precisa para viver bem.
17:50Eu li há um tempo atrás um livro muito interessante,
17:53não sei se você já leu, chamado A História do Corpo Humano.
17:56Sim.
17:56E ele conta isso, o processo de evolução do corpo,
18:00diz que nós fomos feitos para fazer muita atividade física,
18:03porque é assim que a gente achava comida.
18:05Exato.
18:06Quando a gente achava o pouco que a gente achava,
18:08a gente tinha que comer tudo de uma vez.
18:09Exato.
18:10O que explica muito do nosso...
18:13na nossa condição física hoje,
18:15fala que depois da revolução da agricultura,
18:18quando a comida passou a ser abundante,
18:20começaram vários problemas de saúde que não existiam antes.
18:22E aí quero te perguntar uma coisa.
18:24Eu estava lendo outro dia sobre...
18:26Quando eu era criança, existia uma pirâmide alimentar,
18:30que mostravam para a gente que era o que a gente devia comer.
18:33E na base da pirâmide estava pão, bolo, massa, cereal.
18:39Se eu não me engano, recomendavam que a gente comesse
18:41de 7 a 11 porções por dia.
18:44Me parece que hoje isso já não é mais o conselho correto.
18:49Estou certo?
18:50Está certo.
18:52Hoje se substituiu muito por um...
18:55o MyPlate.
18:57Você tem duas coisas.
18:59O MyPlate é um prato proposto por Harvard,
19:01que foi adotado por muitos países,
19:03onde você tem 50% do seu prato
19:06de fontes de fibras, frutas, legumes e verduras.
19:11Uma proteína, um carboidrato.
19:12Então, eles tentam equilibrar dessa maneira.
19:15Claro que quando você tem fibras,
19:17você também tem ali carboidrato.
19:18Diferente daquela pirâmide,
19:21onde eles colocavam todos os carboidratos...
19:24Refinados, né?
19:25De uma maneira igual.
19:26E não é.
19:27Não é.
19:28Definitivamente não é.
19:29Você pode ter o consumo de um carboidrato
19:32sem nenhum nutriente,
19:35muito pouco nutriente,
19:36e um outro cheio de vitaminas e minerais.
19:39É bem diferente.
19:40Então, hoje, a pirâmide...
19:44É engraçado você falar isso,
19:45porque a base da pirâmide hoje...
19:47Eu sou até contra isso,
19:49mas ela é a atividade física,
19:50proposta por OMS,
19:54por todos esses órgãos, American College...
19:55Não sabia, não sabia disso.
19:57A base é a atividade física.
19:58Eu falo, não, esquece a atividade física,
20:00porque isso não é alimentação.
20:02Então, quando a gente pensa numa alimentação,
20:03eu gosto muito que você tenha um bom consumo de fibras,
20:07porque quando você tem fibras,
20:09pessoas que consomem,
20:11o recomendado pela Organização Mundial da Saúde,
20:13que são 35 gramas homens, 28 mulheres,
20:16comparado com aquelas pessoas que consomem
20:18menos de 10 gramas de fibra,
20:20quem consome mais fibras vive 6 anos ou mais.
20:23Ontem mesmo saiu um estudo de oncologia
20:26dizendo que aquelas pessoas que consomem mais fibras
20:29conseguem eliminar alimentos que são mais cancerígenos.
20:33Fibra é em frutas, legumes...
20:36Verduras e cereais integrais.
20:37Você tem que consumir ali uma quantidade de proteína
20:41condizente com o seu peso.
20:43Não é igual para todo mundo.
20:44Então, hoje você tem uma conta bem estabelecida
20:46de 1,5 a 2 gramas de proteína por quilo de peso.
20:50Mas ajuda a gente, porque eu não sei fazer essa conta.
20:54Então, por exemplo, uma pessoa de 80 quilos...
20:56Sou eu.
20:57Tá.
20:57O que eu como?
20:59Um bife?
21:00Um bife de 100 gramas tem 40 gramas de proteína só.
21:03E imaginando que você vai ter que consumir 160 gramas,
21:07150 ao longo do dia,
21:09você vai ter que ter muito mais do que esse bife.
21:11Você vai ter que ter um ovo, você vai ter que ter um leite,
21:13você pode ter uma combinação de arroz e feijão.
21:15E se você não atingir isso,
21:16hoje você tem aqueles iogurts...
21:19Um suplemento.
21:19Um suplemento.
21:22O meu filho e a minha mulher tomam whey.
21:25A minha filha também, whey.
21:28É bom isso?
21:28Isso ajuda?
21:29O que é o whey protein?
21:30A história do whey é muito engraçada.
21:32O cara tinha uma criação de porcos
21:34e ele também produzia queijo na fazenda.
21:38E ele pegava aquele sorinho do queijo,
21:41aquela aguinha do queijo,
21:42e dava para os porcos.
21:43E ele começou a ver que esses porquinhos
21:46estavam ficando mais fortezinhos,
21:49mais pesados.
21:50Pô, deixa eu estudar isso.
21:52Então, o soro do leite é o whey protein.
21:55Só que você não vai comprar um queijo Minas,
21:58pegar aquele soro e beber.
21:59Então, a indústria,
22:01através de alguns processos,
22:03consegue fazer aquilo de uma maneira palatável.
22:06Então, é uma ótima maneira
22:08para quem não consegue via alimentação
22:11essa quantidade de proteína,
22:12você complementar.
22:14O que tem acontecido hoje, Mota,
22:16é que as pessoas consomem proteína
22:18como se fosse quanto mais melhor.
22:21E não é.
22:22Então, você já tem estudos mostrando
22:24que quem consome uma quantidade
22:25bem maior de proteína,
22:28no futuro, tem uma tendência
22:29a ter mais problemas, por exemplo,
22:31de doenças da mente.
22:36Quem consome em excesso.
22:38Você vai sobrecarregar o seu corpo,
22:40porque o excesso de proteína,
22:42você elimina e estoca.
22:44Se você está consumindo mais calorias
22:46do que você está gastando,
22:46não importa se é gordura,
22:47carboidrato, proteína,
22:49você vai estocar.
22:50E você também elimina uma parte.
22:53Então, você vai sobrecarregando,
22:54principalmente, rim.
22:55Por isso, quando uma pessoa consome
22:56muita, muita proteína,
22:58vai fazer seu exame de sangue,
22:59tem lá alguns marcadores de creatinina,
23:03ácido úrico, tudo elevado.
23:05Sinal que seu rim está trabalhando em excesso.
23:07Então, não é quanto mais melhor.
23:09Então, numa boa alimentação,
23:10você vai consumir fibra,
23:11você vai ter uma quantidade boa de proteína,
23:13e você vai consumir o carboidrato,
23:15que é energético.
23:16E a gente fala aí,
23:18aí vai depender da quantidade
23:19de atividade física,
23:21entre 3 gramas e 7 gramas por quilo de peso.
23:24Então, uma pessoa que é mais sedentariazinha,
23:26vai consumir ali 3 gramas.
23:29Uma pessoa que é fisicamente muito ativa,
23:31são 7 gramas por quilo de peso.
23:33Lembrando que fruta, legumes e verduras
23:36tem carboidrato.
23:38Não é só o carboidrato ali do arroz,
23:41do famigerado arroz.
23:42Agora, deixa eu te falar,
23:43perguntar em relação a carboidrato.
23:45Tem gente, especialistas de dieta na internet,
23:49que dizem que carboidrato é dispensável na dieta,
23:54que você pode obter toda a energia
23:57que você precisa a partir de gorduras.
23:59Gorduras e proteína.
24:02Então, não coma carboidrato,
24:04não precisa comer pão, macarrão, bolacha,
24:06nada disso.
24:07Coma carnes gordurosas e peixe,
24:12e daí você tira...
24:14Isso faz sentido?
24:16Você tem um alimento que é essencial
24:19e o alimento que é não essencial.
24:21Que é o carboidrato.
24:22O carboidrato é não essencial
24:24porque seu corpo produz.
24:26Só que de tão importante que ele é,
24:28que a gente não vive sem ele,
24:30o seu corpo produz.
24:32Por isso que é muito fácil,
24:34numa alimentação,
24:35você pregar o seguinte,
24:36não coma carboidrato
24:37porque seu corpo vai produzir.
24:39Só que como que ele produz essa história?
24:42Só pela gordura?
24:44Não.
24:45Não é.
24:45Quando você vai transformar a gordura em energia,
24:49você tem todo um processo,
24:50o que a gente estudou lá na escola,
24:52o ciclo de Krebs,
24:53que ele tem um fator limitante,
24:56que é a quantidade de carboidrato.
24:57Então, o seu corpo,
24:58para transformar gordura em energia,
25:01precisa produzir carboidrato.
25:02Como que ele vai produzir carboidrato?
25:05Degradando proteína.
25:07Então, você vai perdendo massa muscular
25:09para produzir carboidrato,
25:10para fazer isso rodar.
25:12Então, a teoria dessas dietas é,
25:15eu vou, tudo bem,
25:16porque eu vou comer muita proteína,
25:17como gordura e beleza.
25:19Só que isso é um custo muito alto
25:21para o seu corpo.
25:22Tem pessoas que são saudáveis assim?
25:24Qual o ponto dessa alimentação
25:27e do jejum intermitente?
25:28São os dois tipos de alimentação
25:30que tem menos retenção no longo prazo.
25:34Que as pessoas têm mais dificuldade em manter.
25:37Então, quando eu falo de alimentação,
25:39escolha aquela que você consegue manter
25:41no longo prazo.
25:42Isso é um ponto interessante,
25:43porque, por exemplo,
25:44o jejum intermitente que eu já fiz,
25:46ele te dá uma resposta rápida.
25:48Você, no dia seguinte,
25:50você já está fazendo jejum intermitente.
25:52Você nota...
25:53Você vai notando a diferença mais rapidamente.
25:55Mais rapidamente.
25:56Mas, realmente,
25:56para você levar para a vida inteira...
25:58É mais difícil.
25:59Então, a gente fala assim,
26:01em vez de pensar o que você tem que tirar,
26:04eu gosto sempre do seguinte.
26:06Pensa primeiro no que você tem que colocar.
26:08Então, fibra, eu tenho que colocar.
26:11Quantidade mínima de proteína,
26:13eu tenho que colocar.
26:14E aí, escolhe aquela alimentação
26:16que faz sentido para você.
26:17Eu gosto daquela alimentação
26:20onde você come de tudo um pouco.
26:23Ah, o açúcar faz mal?
26:26Cara, com certeza, em excesso,
26:29o açúcar não faz bem.
26:31Agora, guardar rancor também não faz bem.
26:34Ser uma pessoa colérica não faz bem.
26:36Tem tanta coisa que não faz bem
26:37que se você for procurar fazer só o que é certo,
26:40você vai ficar maluco.
26:42Então, pô, Márcio,
26:43as pessoas olham para mim
26:44e idealizam o cara que tem alimentação perfeita,
26:47que faz atividade física.
26:49Cara, todo dia, depois do almoço,
26:50eu tenho meu chocolate.
26:52Ah, mas é muito?
26:52Não, é um pouquinho.
26:5420 gramas, 25 gramas.
26:56Ah, mas você não sabe que o açúcar...
26:58Cara, é um pouco.
27:01É muito menos do que os 5%
27:03recomendado pelo OMS.
27:05Que se você tiver 5% de açúcar
27:07na sua alimentação,
27:09do total de calorias,
27:11não vai te trazer prejuízo.
27:12Então, eu escolho aquela fonte
27:15que me dá um certo prazer
27:17e que eu consigo levar essa alimentação
27:19em qualquer lugar que eu vá.
27:22Ovo.
27:23Você falou de ovo.
27:24Ovo teve uma época que era demonizado.
27:26Não pode comer ovo.
27:28Se comer ovo, vai ter colesterol alto,
27:30vai ter doença cardíaca.
27:32Ovo está totalmente reabilitado agora.
27:34Tá.
27:35É engraçado, quando vem essas modas,
27:36eu lembro que há uns 7, 10 anos,
27:40quando eu estava palestrando,
27:43eu colocava um slide que era assim.
27:45O glúten falando com o ovo.
27:48E o ovo falando com o glúten.
27:49Calma que isso passa.
27:51Então, você tem essas épocas
27:55onde você começa a vilanizar.
27:57O ovo, ele foi muito vilanizado.
27:59Hoje, a gente sabe que
28:0080% do colesterol,
28:0375, 80% do colesterol,
28:04ele é produzido pelo nosso filho.
28:06Que é uma informação
28:08que a maioria das pessoas ainda não sabe.
28:11Ainda não sabe.
28:13E ali na alimentação,
28:16às vezes você,
28:17comendo muito pouca gordura,
28:19você não consegue manter o colesterol
28:21justamente porque,
28:23às vezes, você tem esse histórico familiar,
28:25genético,
28:26que você acaba produzindo mais.
28:28O que você tem que tentar ali
28:30é entender que tudo em excesso
28:33vai ter seu preço.
28:34Então, hoje, tem gente que consome
28:3630, 40 ovos por dia, né?
28:40É uma proteína barata
28:42de todas elas.
28:43Você pegar o custo do leite,
28:45você pegar o custo da carne,
28:47o ovo, ele é mais barato.
28:50Um ovo tem, em média,
28:514, 5 gramas de proteína.
28:53Então, a pessoa consome muito o ovo
28:55porque é barato,
28:56porque, enfim,
28:57é uma proteína de alta qualidade,
28:59a albumina que tem no ovo.
29:00só que também tem um pouco de colesterol.
29:04Então, se você come 1, 2, 3 ovos por dia,
29:07não vai fazer diferença.
29:08Agora, se você comer 40 ovos por dia,
29:10não é possível que não faça diferença.
29:13Que alimento
29:14ou alimentos
29:17nós devemos evitar a qualquer custo?
29:19Tem que ter vilão nessa história
29:20ou não tem?
29:22Álcool.
29:22O álcool não vai te trazer
29:23nenhum benefício adicional de saúde.
29:26Ponto.
29:27Mas, eventualmente,
29:29eu bebo um vinho com meus amigos,
29:31tomo uma cervejinha na praia,
29:33ele não vai te trazer prejuízo
29:35nessa quantidade.
29:36Mas não vai te trazer benefício adicional.
29:38Porque teve uma época que falava
29:39uma tacinha, duas de vinho por dia,
29:42você vai viver mais.
29:43Isso caiu, assim,
29:45caiu muito.
29:46Então, a gente tem
29:49o álcool.
29:51Você falou de alimentação,
29:52senão eu ia falar do cigarro também,
29:54que é inegociável.
29:54Não, mas pode falar, por favor.
29:57A gente está falando de longevidade.
29:58A gente está falando de longevidade.
30:00Então, a gente tem que pensar
30:01duas coisas, Mota.
30:02Isso é muito legal que você tocou.
30:05As pessoas que chegam aos 100 anos
30:06fizeram uma pesquisa
30:08para saber, pô,
30:09geneticamente,
30:10tem alguma coisa nessas pessoas?
30:13E sim,
30:14todo mundo que chega aos 100 anos
30:16fizeram essa pesquisa no sul da Itália,
30:18tinham dois genes.
30:19Um gene
30:20que cuidava da saúde das mitocôndrias.
30:23Ponto.
30:23Vamos ficar com essa informação.
30:25Mitocôndrias,
30:25que são as usinas de energia
30:26que estão dentro de cada célula.
30:27Isso, perfeito.
30:29Segundo gene,
30:30o nosso DNA tem um paviozinho,
30:32que chama telômero.
30:33Telômero.
30:34Beleza.
30:35Então, você tem o telômero
30:36e você tem as mitocôndrias.
30:37Beleza.
30:38Aí, eles começaram a estudar
30:40o que eu posso fazer
30:41para ter uma saúde melhor das mitocôndrias
30:44e o que eu posso fazer
30:46para esse pavio
30:46ir diminuindo mais lentamente.
30:49Meu telômero
30:50conseguir viver mais.
30:52Que é começar a medir
30:53na cidade biológica.
30:55Então, vamos lá.
30:56Você falou de alimentação.
30:58O que envelhece na alimentação?
31:00Excesso de caloria.
31:02Então, a primeira coisa
31:03é excesso de caloria.
31:05Então, come menos.
31:06Come menos.
31:06Você tem um conselho
31:08universal para as pessoas.
31:09Come menos.
31:10Bota metade do que você bota no...
31:11Pelo menos,
31:12começa com 10% a menos.
31:14Comer menos.
31:15Porque tudo que você consome,
31:17você vai ter que passar
31:18pelas mitocôndrias
31:19para transformar em energia.
31:20Seja para ser estocada,
31:22seja para ser eliminada
31:23nas suas atividades do dia a dia.
31:25Então, se você quer
31:26que a sua mitocôndria
31:27seja mais saudável,
31:29coma menos.
31:30Segunda coisa,
31:31faça atividade física.
31:33Se você quer ter mitocôndrias maiores
31:34e mais mitocôndrias,
31:35só atividade física.
31:37Outra coisa,
31:38falando de alimentação,
31:40e aí eu fico triste de falar,
31:41mas eu tenho que falar,
31:42o açúcar envelhece muito,
31:46acelera a velocidade de desgaste
31:49do seu telômero.
31:51O açúcar,
31:51ele também faz com que
31:53as suas mitocôndrias
31:53trabalhem em excesso.
31:55Então,
31:56o excesso de açúcar
31:57ou consumir açúcar
31:58consuma pontualmente,
32:01não fique adicionando açúcar em tudo.
32:03Então,
32:04vilão ali para mim.
32:05excesso de comida,
32:09excesso de açúcar,
32:10álcool sem dúvida nenhuma,
32:12esse é um vilão.
32:13E aí a gente tem que falar do mocinho.
32:15O mocinho são as fibras,
32:17que são as vitaminas e minerais.
32:19Essas vitaminas e minerais
32:21são pequenas chavinhas
32:22que em todas as reações
32:24que o seu corpo produz,
32:25elas se encaixam
32:26para que isso aconteça
32:27com mais facilidade.
32:28Então,
32:29você consumir fibras
32:30faz com que essa velocidade,
32:32na alimentação,
32:33faz com que essa velocidade
32:35seja diminuída.
32:36Então,
32:37você tem essa combinação
32:38dos vilõezinhos ali
32:40e do mocinho.
32:43Agora,
32:43quando eu escuto você falar
32:45e descrever isso tudo,
32:49o que eu estou vendo é o seguinte,
32:50a conveniência
32:52é inimiga da saúde
32:55quando se trata de alimentação.
32:56Quanto mais conveniente
32:58for a comida que você está comendo,
33:00quanto mais ela já vier pronta,
33:02fofinha, limpinha, embalada,
33:05a tendência é que ela seja
33:07menos saudável.
33:08Porque é para você conseguir
33:09essa variedade,
33:10essa qualidade.
33:11Para você conseguir fibra
33:12em alimentos embalados,
33:13é muito mais difícil.
33:15Não tem como escapar
33:16de fazer a feira,
33:17não tem como escapar
33:18de ir ao mercado,
33:19escolher as coisas.
33:21Porque para você comer fruto,
33:22enviador e legumes,
33:23você tem que comprar coisas frescas.
33:24Você não pode...
33:24Você vai no restaurante porquilo
33:26e vai ter que fazer aquela decisão
33:27que poucas pessoas fazem,
33:29né?
33:29Que é colocar fruto,
33:30legumes e verduras.
33:31Normalmente o cara vai...
33:32A batata frita maravilhosa,
33:34eles já montam de um jeito
33:36que é com a confeição.
33:37Pastel de queijo,
33:38como é que você vai resistir
33:39ao pastelzinho?
33:39É isso.
33:39Eu, nesse documentário,
33:41eu...
33:42não vou dizer que foi a pessoa
33:45que eu mais gostei
33:46de entrevistar assim,
33:47mas...
33:48Porque seria até chato
33:50com as outras pessoas,
33:51mas...
33:51Wendy Suzuki
33:52é uma neurocientista,
33:54chefe do departamento
33:55de neurociência
33:56da Universidade de Nova York.
33:59Por que eu fui atrás
34:00da Wendy Suzuki?
34:01Porque eu já tinha visto
34:02alguns artigos dela
34:04e ela tinha uma frase
34:06que me impactava muito.
34:07Ela falava assim,
34:08se você tivesse que escolher
34:09no corpo humano,
34:11só um órgão
34:12como mais beneficiado
34:13com o movimento,
34:14sem dúvida nenhuma
34:15era o cérebro.
34:16Falei, pô,
34:17quero entrevistar essa mulher,
34:18quero entender isso daí.
34:20Enfim, ela falou várias
34:21coisas legais,
34:22mas uma frase dela,
34:24que ela falou o seguinte,
34:26você sabe qual é o grande desafio
34:28dessa nossa geração?
34:30Aí eu falei, não.
34:32Como a gente sobreviveu
34:33poupando energia
34:35e o órgão que mais gasta energia
34:38é o cérebro,
34:39a gente teve que desenvolver
34:41a capacidade
34:42de automatizar as coisas.
34:45Então, 80%
34:46de tudo que a gente faz
34:47ao longo do dia
34:48já está automatizado
34:50e a gente não pensa.
34:51A gente não pensa para dirigir,
34:52a gente não pensa para andar,
34:53a gente já sai da cama no mesmo...
34:54Você tem os seus rituais,
34:55o seu hábito.
34:56Então, 80%
34:58do que você faz
34:59é automatizado.
35:0020% você decide.
35:02E o cérebro não gosta disso.
35:04Então, se você tiver que decidir
35:05entre pegar uma caneca ou outra,
35:07você não gosta de decidir.
35:09Por quê?
35:10Porque gasta a caloria.
35:11Então, ponto.
35:12Nosso cérebro,
35:13nosso cérebro,
35:14o nosso corpo humano,
35:1580% de tudo que a gente faz
35:17é automatizado.
35:18Beleza?
35:18Beleza.
35:20No automático,
35:21pela primeira vez
35:22na história da humanidade,
35:24o nosso meio ambiente
35:25faz com que,
35:26no automático,
35:27as nossas escolhas
35:28não sejam boas para a gente.
35:30Então, por exemplo,
35:31quando você vai subir
35:32uma escada rolante,
35:33ela está quebrada.
35:34Qual é a reação imediata do cérebro?
35:35É elevador.
35:37Elevador.
35:38Se eu vou subir
35:38uma escada rolante,
35:39ela está quebrada,
35:40a reação imediata
35:40é tristeza absoluta,
35:42profunda.
35:43Você não pensa assim,
35:44pô, que legal,
35:45vou queimar 8 calorias.
35:47Quando você está...
35:48Bom, quando você vai
35:49no shopping
35:49e estacionar o carro,
35:50você é sempre otimista
35:51achando que vai ter
35:52uma vaga próxima.
35:53Se não tem,
35:55quando você estaciona o carro,
35:56inconscientemente,
35:58a primeira decisão do cérebro
35:59é procurar a entrada
36:00mais próxima.
36:01Então, se eu tenho
36:03uma entrada aqui
36:03a 10 metros
36:04e uma a 2 metros,
36:05eu vou nessa.
36:07E hoje o meio ambiente
36:08ele te oferece
36:09muito conforto,
36:10muito alimento.
36:11Então, ela fala
36:12que é a primeira geração
36:13que vai ter que colocar
36:15essas decisões
36:17de estilo de vida
36:18nos 20%
36:19de tomar a decisão.
36:20Por isso que é tão difícil.
36:22Porque na hora
36:22que você comer,
36:24você não vai poder reagir
36:25pelo prazer
36:26e comer mais ali.
36:28Você vai ter que tomar
36:28uma decisão,
36:29que é uma coisa
36:29muito difícil
36:30porque você está reagindo
36:31contra a programação
36:32de milhões de anos
36:33no CDNA.
36:35Por isso que é difícil.
36:36Eu achei engraçado
36:36isso que você falou
36:37porque me lembra
36:38uma coisa que o Nassim Taleb
36:40fala em um dos livros dele.
36:42Ele diz o seguinte,
36:43o sujeito vai para a academia
36:44fazer exercício,
36:47mas ele chega
36:48no prédio da academia
36:48e ele pega o elevador
36:49para ir para a academia.
36:50Total.
36:51Você sabe que depois
36:52que eu li isso,
36:53eu passei a subir.
36:53Eu não ando mais de elevador
36:55em casa.
36:55Juro para você.
36:56Para ter coerência.
36:56Eu subo de escada.
36:58Eu subo e desço de escada.
36:59Eu subo e desço de escada
37:00no meu prédio toda vez que eu sou.
37:01O elevador,
37:02ele foi uma das melhores
37:03e uma das piores
37:05invenções para a humanidade.
37:06Melhor porque ninguém merece
37:07subir 30, 20 andares, né?
37:10E uma das piores
37:12porque tornou as pessoas
37:13muito sedentárias, né?
37:14Então, você tem um estudo
37:15no Reino Unido
37:16só com pessoas
37:18que tinham
37:19propensão genética
37:20a problemas do coração.
37:22Aquelas pessoas,
37:24e estudo com mais
37:25de 20 mil pessoas.
37:26Aquelas,
37:27e acompanhada
37:28por 40 anos,
37:29aquelas pessoas
37:30que subiam em média
37:31só 5 andares por dia
37:33tinham 20%
37:35menos chance
37:36de desenvolver.
37:37Sou eu.
37:38Sou eu.
37:38Eu subo 5 andares.
37:39Eu subo,
37:40eu moro no 5º andar.
37:41Eu subo e desço
37:42umas 6 vezes por dia.
37:43E assim,
37:44isso vai fazer com que
37:45a sua perna seja forte.
37:47Isso,
37:48perna forte,
37:49diminui a chance,
37:50por exemplo,
37:51de desenvolver demência.
37:52porque você melhora
37:54o retorno do sangue venoso
37:55para a parte superior
37:56do seu corpo.
37:57Dois terços
37:58da massa muscular
37:59do nosso corpo
38:00é de membro inferior
38:01e quando você sobe escada
38:02você fortalece
38:03suas pernas.
38:04Então, você tem
38:05muitos benefícios
38:06quando você sobe escada.
38:09Caramba!
38:09Mas esse é um desafio,
38:11Mota.
38:11Eu estive na Dinamarca
38:13e conversei
38:14com um ex-prefeito
38:15lá de Copenhague.
38:18E você fica impressionado.
38:19Você fala,
38:19me explica por que
38:2080% das pessoas
38:22se locomovem a pé
38:23ou de bicicleta?
38:25Ele falou,
38:25bom,
38:25primeiro porque
38:26essa história
38:27começou em 1905,
38:28não é de hoje.
38:29Depois,
38:30que é o seguinte,
38:31é mais fácil
38:32você pegar a bicicleta.
38:34Falei,
38:34como que é mais fácil?
38:35Ele falou,
38:36você vai sair daqui
38:36e você vai para onde?
38:37Falei,
38:37vou para o meu hotel.
38:38Você vai de quê?
38:39De carro?
38:40Coloca no aplicativo.
38:4145 minutos.
38:42De bicicleta
38:42você demora 18.
38:44E é de graça.
38:46Você tirar uma carteira
38:47de motorista aqui
38:48é caro.
38:48Então,
38:49lá,
38:49metade da rua
38:50é feita para você
38:51andar a pé de bicicleta
38:52e metade de carro.
38:54Então,
38:54se você for de carro,
38:55além de ser caro,
38:56ter pedágio,
38:57ter trânsito,
38:58de bicicleta é rapidinho,
39:00mais barato,
39:00tudo plano.
39:01Então,
39:01foi uma cidade
39:02que eles pensaram nisso
39:04e aí é que é o grande desafio.
39:06Você não tem uma fórmula única.
39:08Porque você vai fazer isso
39:09em São Paulo?
39:10Difícil, né?
39:11Você pega perdizes,
39:12você vai fazer isso
39:13em Belo Horizonte.
39:14Savasse,
39:15Lúcia.
39:16Então,
39:16assim,
39:16cada cidade vai ter que encontrar
39:18um jeito de estimular
39:19esse movimento na população.
39:22E o mais difícil
39:23é uma política de saúde pública
39:27que tente melhorar
39:28a alimentação das pessoas.
39:30E aí eu falo muito
39:31para a baixa renda.
39:32Eu fiz uma intervenção
39:33de dois anos em Itaquera,
39:35região mais vulnerável
39:36de São Paulo.
39:37Eu ia nas unidades básicas
39:38de saúde,
39:39todo o café já vinha adoçado.
39:41Quer dizer,
39:41o cara está indo lá
39:42cuidar de um diabetes,
39:43de uma hipertensão,
39:44o café já vem adoçado.
39:46Muito adoçado,
39:47geralmente, né?
39:48Muito.
39:49Você vai numa padaria,
39:50você não encontra,
39:51por exemplo,
39:52refrigerante sem açúcar.
39:53É tudo...
39:54Então,
39:54outro dia eu estava conversando
39:56com um jardineiro,
39:57ele falou,
39:57mas eu como tão bem.
40:00É pão, ovo.
40:01Meus, o cafezinho com leite.
40:04E aí, no almoço?
40:05Não.
40:05Entre o...
40:06Minha profissão é muito braçal.
40:08Eu falei,
40:09pô, ia pra caramba.
40:10Ele falou,
40:11entre o café da manhã
40:12e o almoço,
40:13eu como duas coxinhas.
40:15Entendeu?
40:16Aí ele pôs
40:16mil,
40:18mil e quinhentas calorias.
40:19Então,
40:20é difícil, né?
40:21Você melhorar
40:22para a população mais simples,
40:24passa por isso
40:25que você falou.
40:25É, eu acho que...
40:27O que eu observo
40:29é que a informação
40:31apresentada de forma correta
40:33faz muita diferença.
40:35Faz.
40:35Por exemplo,
40:35eu até ler esse livro,
40:37A História do Corpo Humano,
40:39nunca tinham me dado
40:40uma explicação
40:41que eu conseguisse entender.
40:43Razoável.
40:44Sem gulice.
40:44Falar,
40:45bom,
40:45isso faz sentido para mim.
40:46Porque você chegar e dizer
40:47para a pessoa,
40:47você não pode comer isso
40:49porque faz mal.
40:51Mas por que faz mal?
40:52E faz mal se na década de 80,
40:54a gente deve regular de idade,
40:56quando você entrava
40:58na cozinha da sua casa,
40:59você não tinha uns potes de açúcar?
41:01Ah.
41:02Né?
41:03O não existia nada diet light?
41:05Não, de jeito nenhum.
41:06E por que a quantidade de diabéticos
41:08era muito menor?
41:09Mas muito menor.
41:11Por que o Brasil só tinha...
41:11Porque eu vivia na rua
41:12de bicicleta.
41:14É isso.
41:14Quando eu era criança,
41:15eu vivia na rua de bicicleta.
41:16O Brasil tinha 13%
41:18da população acima do peso.
41:19Quer dizer, você tem...
41:20Dieta é só um complemento.
41:21É um componente dessa história.
41:23É um componente dessa parte.
41:24E aí a gente quer simplificar.
41:26Eu quero dar um superpoder.
41:28Eu já...
41:28Pô.
41:29O bom da gente ter mais passado
41:32do que futuro
41:32é que a gente já ouviu
41:34muita história, né?
41:35Então chegou uma época
41:36que bastava você comer chia
41:37no café da manhã
41:38e amaranto
41:39que estava resolvido.
41:40Márcio,
41:41quando eu era criança,
41:42não existia protetor solar.
41:44Existia óleo de bronzeado.
41:46Eu lembro disso.
41:47Você não passava o troço
41:48para proteger.
41:49Você passava para queimar mais.
41:50e estava tudo bem.
41:53De repente,
41:54criaram um troço
41:55que sol faz mal.
41:56Eu vejo pessoas
41:57que vão para a praia,
41:58no Rio,
41:59de chapéu,
42:00com camisa de manga comprida
42:02e bermuda
42:03até lá embaixo.
42:04Eu vejo isso.
42:04Você vem para a praia
42:05para quê?
42:06Vem fazer o quê?
42:07Eu vou para a praia,
42:07eu adoro sol.
42:09Agora, deixa eu te fazer
42:10uma pergunta
42:10que é muito importante.
42:13Mais uma vez,
42:14a questão da simplificação.
42:16Eu vejo pessoas que dizem
42:18esquece a atividade aeróbica.
42:20O importante é musculação.
42:23E tem outras que dizem
42:24não,
42:25você gosta de musculação,
42:26o importante é a atividade aeróbica.
42:29Onde é que está?
42:30No meio do caminho sempre, né?
42:32São atividades que propõem
42:34ganhos completamente diferentes.
42:37Então,
42:37hoje,
42:37tem verdades absolutas
42:39em relação à longevidade.
42:41Verdades absolutas.
42:42Primeiro,
42:42Ah, não preciso fazer
42:44atividade aeróbica.
42:45Não?
42:46Então, peraí.
42:46Vamos ver o que acontece
42:47com o VO2 máximo,
42:49que é a capacidade
42:50cardiorrespiratória,
42:51capacidade que eu tenho
42:52de captar oxigênio no ar
42:53e transformar em energia.
42:55Se eu pego,
42:56acima de 65 anos,
42:57os 2,5%
42:59do topo da pirâmide,
43:01que tem o melhor VO2,
43:02comparado com os 25%
43:04que tem o pior VO2,
43:06eu tenho 10 vezes
43:08mais chances
43:09de morrer
43:10nos próximos 10 anos
43:11com o pior VO2.
43:12VO2 hoje,
43:13para qualquer geriatra,
43:15médico do estilo de vida,
43:16ele é preditor de longevidade.
43:19Então,
43:19fazer atividade aeróbica
43:21é a melhor maneira
43:22que você tem
43:22de melhorar
43:23a sua condição
43:24cardiorrespiratória,
43:26melhorar a capacidade
43:28de você
43:28obter energia.
43:31E a gente precisa
43:31de energia o tempo inteiro.
43:32Então,
43:33a atividade aeróbica
43:33tem o seu papel
43:34e você pode melhorar
43:36o seu VO2,
43:36inclusive com caminhada.
43:39Musculação
43:40não é a única maneira
43:42de você ganhar massa muscular.
43:44Músculo é importante,
43:46mas você ganha músculo,
43:47por exemplo,
43:48fazendo uma ginástica funcional,
43:50aquele cara que pedala
43:51e sobe a mesa
43:52lá no rio,
43:54vai e sobe o Cristo,
43:55você viu o tamanho da perna?
43:56A turma do pedal.
43:57Por quê?
43:58Porque você tem resistência
43:59ao movimento.
44:01Então,
44:02a musculação,
44:03o ter músculo,
44:04ele é fundamental
44:05para a gente viver
44:07com mais autonomia
44:09e qualidade.
44:10A gente não pode pensar
44:11só em viver mais.
44:14Eu quero viver
44:14esses 80,
44:1590,
44:1695 anos
44:17com a melhor qualidade
44:18que eu preciso.
44:19E aí,
44:20a musculatura,
44:20ela é fundamental
44:21porque é um órgão endócrino.
44:23Toda vez que você produz
44:25energia,
44:26que você estimula,
44:28você melhora a captação
44:29de glicose,
44:31então você diminui
44:32o problema com a insulina,
44:34a resistência à insulina,
44:35você produz
44:36uma substância
44:37que se chama miocina
44:38que vai fazer
44:40com que no cérebro
44:41seja produzida
44:42uma substância
44:43que se chama BDNF,
44:45que é o adubo
44:46do nosso cérebro.
44:47É o que vai entrar
44:48aqui no hipocampo,
44:49aumentar a quantidade dele,
44:51produzir novos neurônios,
44:52melhorar a memória,
44:53melhorar a aprendizagem.
44:56Então,
44:56ter músculo
44:57e trabalhar esses músculos
44:58também vão fazer
44:59com que seus ossos
45:00sejam mais fortes.
45:02Porque a pressão
45:03do músculo no osso
45:04estimula o ganho
45:05de massa óssea.
45:06E aí,
45:06você falou do sol,
45:07do sol importantíssimo,
45:09para a produção
45:09de vitamina D,
45:11para deixar esse osso forte.
45:13Acima dos 65 anos,
45:15um terço das quedas,
45:17um ano depois
45:17levaram ao óbito.
45:19Então,
45:20ter musculatura
45:20é importante,
45:22fazer um pouco
45:22de atividade aeróbica
45:25é importante
45:25para melhorar o VO2
45:26e você tem que viver
45:27no equilíbrio.
45:28Você não precisa ser
45:29enorme de força,
45:31você tem que ter
45:32uma força proporcional
45:33ao seu corpo.
45:35O que é isso?
45:35a minha força de perna
45:40ela é suficiente
45:41para eu fazer
45:42todas as atividades
45:43do dia a dia,
45:44me locomover
45:45com qualidade.
45:46Abaixar e pegar
45:46uma coisa no chão.
45:48Eu não preciso
45:49ter uma perna
45:49desse tamanho,
45:50porque ter uma perna
45:51desse tamanho também
45:52vai fazer com que eu tenha
45:53que produzir
45:54muito e muita energia
45:55para sustentar
45:57aquela musculatura.
45:58Então,
45:58é você ter uma musculatura
45:59que te dê autonomia,
46:01que te dê qualidade
46:03para realizar as tarefas
46:04do dia a dia.
46:05Mas as duas atividades
46:06são importantes.
46:08Deixa eu te perguntar
46:08uma coisa.
46:09Tem uma divisão
46:11de gerações
46:13até um certo tempo
46:16na história,
46:18eu acho que no mundo,
46:19mas no Brasil
46:19eu acompanhei,
46:20por exemplo,
46:20a geração dos meus pais
46:22não aprenderam nada
46:24disso que você está falando.
46:26Alguma coisa
46:27de alimentação,
46:28mas nada
46:28sobre atividade física.
46:30Eram pessoas
46:30que quando chegavam
46:31na faixa dos 30 e poucos,
46:34já adotavam
46:35um estilo de vida sedentário
46:36e depois acabavam
46:38pagando,
46:38pagaram um preço
46:39muito alto por isso.
46:40Porque quando chegavam
46:41já na faixa dos 60 e 70
46:43tinham problema
46:45de mobilidade,
46:46eu vejo isso
46:47na geração dos meus pais,
46:49as pessoas perdem
46:50toda a autonomia,
46:51toda a mobilidade.
46:52Você acha que
46:53as gerações atuais
46:55elas já se livraram
46:57desse problema?
46:59Elas vão ter
47:00uma velhice mais
47:01autônoma,
47:02mais saudável?
47:03como é que você,
47:04pelo que você está vendo
47:05hoje,
47:06com todos esses erros,
47:08exageros,
47:09você acha que a gente
47:10virou uma página?
47:12Pô, Mota,
47:13as pessoas vão me considerar
47:16um cara aqui
47:17muito pessimista agora.
47:19Eu acho que
47:19pequena parcela
47:21da população
47:21que consegue
47:23colocar em prática
47:24essas informações
47:25vai conseguir viver
47:27com muita qualidade.
47:29E aí é que eu acho
47:29que é o grande lance
47:30da longevidade.
47:31a gente, comparado
47:32com o século passado,
47:33não está vivendo mais
47:35na idade máxima.
47:37A idade máxima
47:38do século passado
47:39foi 122 anos,
47:40a desse século
47:40até agora
47:41é 114,
47:42115 anos.
47:43Mas muito mais
47:45pessoas chegam
47:45aos 70, 80,
47:4690 anos.
47:47Por isso que
47:47a expectativa aumentou.
47:50As pessoas
47:50que vão conseguir
47:51colocar isso em prática
47:53vão conseguir
47:53ter muita qualidade
47:55de vida e autonomia
47:56até 80,
47:5685 anos.
47:58A curva vai ser assim
47:59e não mais assim
48:00como você falou.
48:02Então você vai ter
48:02um espaço
48:04que você ganhou
48:04aqui de qualidade de vida.
48:06Mas o que os números
48:07me mostram?
48:09Que a grande maior,
48:10a grande parte
48:11da população,
48:12a maioria da população,
48:14apesar de ter informação,
48:15não coloque-se em prática.
48:16A maior parte
48:17da população
48:18está acima muito
48:19do peso
48:20e é sedentária.
48:22Então,
48:22me leva a crer,
48:24olhando os números
48:25e sendo bem realista,
48:26que uma pequena parcela
48:28vai viver maravilhosamente bem
48:30e uma grande parcela
48:32vai viver pior até
48:32do que seus pais,
48:33do que meus pais.
48:34Por causa
48:35da fartura
48:36de alimentos
48:37que não existia antes.
48:40Tem nenhuma dúvida disso.
48:41Caramba,
48:41eu nunca tinha pensado
48:42sobre esse ponto de vista.
48:44Nenhuma dúvida.
48:44Porque na época
48:45dos meus pais
48:46era falta de informação.
48:48É.
48:48Hoje é excesso
48:50de comida.
48:51Hoje você não consegue
48:52colocar em prática
48:53essa informação.
48:53Para a maior parte
48:54das pessoas,
48:55eu vejo mais pessoas
48:56na academia.
48:57Vamos lá,
48:5875% dos brasileiros
49:00não atinge
49:01o mínimo de movimento.
49:03Tem 68%
49:04da população
49:04acima do que eles.
49:05Isso vai pagar um preço.
49:07Não tem como.
49:07Isso é uma informação
49:09desconhecida
49:11para a maioria das pessoas.
49:12Porque as pessoas
49:12acham que o maior problema
49:13do Brasil é fome,
49:14que tem muita gente
49:15morrendo de fome.
49:15Na verdade,
49:16é de diabetes.
49:17Ontem mesmo,
49:18eu estava conversando
49:19com um oncologista
49:20e ele fala,
49:21a gente está
49:21num momento difícil
49:22porque você não pode
49:23falar contra ninguém,
49:26está acima do peso.
49:27Mas é o seguinte,
49:29circunferência abdominal
49:30aumentada
49:32é fator de risco
49:33por 13 principais
49:35cânceres
49:35que afetam a população.
49:37E quando você tem
49:38uma população
49:39de 68%
49:40que está acima do peso,
49:42não à toa,
49:43são recordes
49:45recorrentes
49:46de incidência
49:47de câncer
49:47até 50 anos.
49:48Ah, mas hoje você
49:50a cada 10 casos
49:51você consegue curar
49:52ou manter o tratamento
49:54em 7 meses.
49:55Mas olha o sofrimento
49:55e o custo, né?
49:57Pronto, você falou tudo.
49:58Sofrimento e custo
49:59num país
49:59extremamente pobre
50:01como o Brasil,
50:03quem que vai pagar
50:03essa conta?
50:04A gente pode ter um dia
50:05um programa aqui
50:06só para falar
50:06de previdência.
50:09Tem outros problemas
50:09hoje na previdência.
50:10Mas assim,
50:12o custo disso
50:13ele é impagável.
50:14Não, é a previdência
50:16do modelo que está
50:17impagável.
50:18Se você vai depender
50:19de tratamento médico
50:20dispendioso,
50:22você está
50:22na situação complicada.
50:23Aí estão falando
50:24agora vai ter
50:25esse tratamento
50:26para obesidade,
50:27as famosas canetinhas,
50:28daqui a pouco vão chegar
50:29no sistema único
50:30de saúde.
50:31Cara, que fortuna
50:32é essa?
50:33E ó,
50:34estudo do próprio
50:36fabricante publicado
50:37essa semana
50:38anunciado no Congresso
50:39Europeu de Obesidade.
50:42O remédio mais
50:43eficiente que tem,
50:44né?
50:46mais eficiente deles.
50:47O que aconteceu
50:48com o grupo?
50:49Você está falando
50:50das canetinhas
50:50de emagrecimento,
50:51só para ficar claro.
50:52Isso.
50:53Eu até prometi
50:53para a minha mulher
50:54que eu ia te perguntar
50:55sobre isso.
50:55Eu tinha esquecido.
50:56Você tem,
50:57hoje eles mostram
50:58que o nome comercial,
51:00o Monjaro,
51:01ele tem uma eficiência
51:02muito grande,
51:03você perde em média
51:0322,5% do peso.
51:06Mas o estudo
51:07do próprio laboratório,
51:09nove meses depois
51:10que você para de tomar,
51:11100% renunham o peso.
51:13Caralho.
51:14Então você vai ter
51:15um custo e perguntas...
51:16Você não pode parar
51:16de tomar nunca, então.
51:18E aí vem as perguntas,
51:19Mota.
51:19Qual a dose de manutenção?
51:21E quais são os efeitos
51:23no longo prazo, né?
51:24Exato.
51:25A gente não tem
51:26essas respostas.
51:27O fato é
51:28que vai custar caríquia...
51:29O que você acha
51:29para uma pessoa
51:31que não consegue...
51:33Pô, Márcio,
51:34eu já tentei de tudo,
51:35eu não consigo fazer
51:36atividade física,
51:38eu não consigo mexer
51:39na minha dieta,
51:40eu tenho uma vida
51:41estressada,
51:42é melhor eu ficar
51:44com o meu sobrepeso
51:46ou é melhor eu tentar essa?
51:48Você vai buscar um médico
51:49que vai usar
51:50essa ferramenta
51:51que é muito eficiente,
51:53que são esses medicamentos,
51:55para ajudar,
51:56porque realmente
51:57muitas pessoas
51:58estão numa situação
51:59de obesidade
52:00onde ela se movimentar dói,
52:03onde fazer qualquer coisa
52:04é difícil
52:05e esse medicamento hoje,
52:08essa classe de medicamento,
52:09ela é fantástica.
52:11Esse medicamento
52:12trabalha tirando
52:13a sua vontade de comer.
52:14Tirando a sua fome
52:15e aumentando a sua saciedade
52:16e o que é importante?
52:19Entender que o medicamento
52:21não é um salvo conduto
52:23para você não mudar
52:24o seu estilo de vida.
52:26O medicamento,
52:27ele vai ajudar você
52:29a incorporar bons hábitos,
52:31porque se você não incorporar
52:32esses hábitos,
52:33parou, ganhou tudo.
52:35Agora,
52:35para a gente terminar,
52:38o que que dá certo?
52:40Pega o meu caso,
52:41eu não tinha barriga
52:43até que veio a pandemia.
52:44Ganhei uma barriga,
52:45eu não consigo me livrar
52:46dessa barriga.
52:47Tenho as mesmas dificuldades
52:49que todo mundo tem
52:50de encaixar.
52:51Eu nado,
52:51quando consigo,
52:52nado no mar,
52:53ando na praia,
52:54mas ainda não estou
52:56onde eu gostaria de estar,
52:57em termos de alimentação também.
52:59Deve ter muita gente aí
53:00igual a mim.
53:02Dá umas,
53:03na sua experiência,
53:04quais são as estratégias,
53:05quais são as coisas
53:06mais simples
53:07e que funcionam,
53:09que a gente pode
53:10adotar para
53:11entrar nessa caminhada aí
53:15que você está...
53:16A primeira coisa é a seguinte,
53:17entender que sem déficit calórico
53:19não existe emagrecimento.
53:21Isso significa que
53:21eu tenho que sentir fome?
53:23Você tem que gastar
53:23um pouquinho mais
53:24do que você está consumindo.
53:26Significa que eu tenho
53:27que sentir uma fominha?
53:28Não, você não precisa
53:28sentir fome,
53:29você vai sentir vontade.
53:31Vontade de comer?
53:31Vontade de comer.
53:32E aí eu vou dizer
53:33para mim mesmo,
53:34não está na hora,
53:35eu já comi bastante.
53:35Você falou da pandemia,
53:36eu lembro que na pandemia
53:37eu queria perder
53:38três, quatro quilos.
53:39Para mim foi uma mão na roda,
53:40pandemia,
53:41desculpa falar,
53:42mas assim,
53:43por estar num condomínio
53:44ali do meu pai
53:45que eu tinha muita opção
53:47de andar de bicicleta,
53:48não sei o que,
53:48fazer atividade física.
53:51E falei,
53:52vou controlar a alimentação.
53:53Então o que eu fiz?
53:54Eu falei,
53:55eu vou fazer um déficit calórico
53:56de 200 calorias por dia.
53:59Pô, em três meses
54:00eu tinha perdido
54:00três, quatro quilos.
54:01Pô, 200 calorias por dia
54:03é tranquilo.
54:03Como que eu faço isso?
54:06Primeiro eu tento
54:06incorporar algum tipo
54:07de movimento com regularidade
54:09que vai ajudar a subir
54:10a quantidade de calorias gasta.
54:12Ponto.
54:13Segunda coisa,
54:14na alimentação.
54:15O que tem mais volume
54:17e menos caloria?
54:20Frutas, legumes, verduras.
54:21São as fibras.
54:22As fibras,
54:23elas vão te dar
54:23muito mais saciedade.
54:25Você vai sentir
54:25muito menos fome
54:27entre uma refeição
54:29e outra.
54:30Então começar
54:30a sua refeição
54:31sempre com um bom
54:32prato de salada.
54:34Seu jantar
54:35com um bom prato de salada,
54:36ter alguns legumes,
54:37isso faz com que
54:39você coma menos carboidrato,
54:41menos gordura,
54:42menos proteína.
54:43coma proteína ali
54:44na quantidade ideal,
54:45mas você ter fibra
54:47em todas as refeições,
54:48para mim,
54:49é o passo fundamental
54:50para você manter
54:52a quantidade de alimento
54:53e diminuir
54:54a quantidade de calorias.
54:55em termos de atividade física,
54:58só para a gente encerrar,
54:59me dá uma dica,
55:01uma...
55:02Eu sempre falo o seguinte,
55:03aquela que você faz
55:04com regularidade
55:05vai ser a melhor delas.
55:06Agora,
55:07quais atividades
55:07que gastam
55:08mais calorias?
55:10Pula corda,
55:11subir escada,
55:13que são atividades
55:13de alta intensidade
55:14e curta duração.
55:16Você vai...
55:17tem gente que não vai conseguir,
55:18mas a corrida intervalada
55:20é extremamente eficiente,
55:21vou correr um minuto
55:21e vou andar dois,
55:22vou correr um minuto
55:23e andar dois.
55:24Então,
55:24você tem uma resposta
55:26muito boa
55:26da gordura visceral
55:27nesse tipo de exercício,
55:29porque quando você tem
55:29alternância
55:30de frequência cardíaca,
55:32você libera mais adrenalina
55:34e essa gordura aqui
55:35é sensível à adrenalina.
55:37Então,
55:37os treinos intervalados
55:38são muito eficientes
55:39para quem quer perder
55:40a gordurinha visceral.
55:42eu vou seguir essa dica,
55:44porque eu ando muito
55:46na praia,
55:47teve uma época
55:48que eu corria na praia,
55:49depois eu resolvi
55:50andar na praia,
55:51então agora eu vou intervalar.
55:52E a ideia é
55:53o estímulo de corrida
55:56um
55:56e o estímulo de
55:58mais fraco dois.
55:59Então,
55:59se você correr
56:0040 segundos,
56:02vai um minuto e 20 devagar.
56:04Se você correr um minuto,
56:05vai dois devagar.
56:06E o devagar
56:06é bem devagar mesmo,
56:08porque qual que é a ideia?
56:09Que a frequência cardíaca
56:10baixe tanto
56:11para que na hora
56:12que você der o estímulo
56:13mais rápido,
56:14você tenha uma liberação
56:15maior de adrenalina.
56:17E natação é um esporte
56:18bom para...
56:18É maravilhoso,
56:19só não é bom
56:20para quem tem osteoporose,
56:21porque como você não tem
56:23impacto,
56:24você não estimula o ganho
56:25de massa óssea.
56:26Mas a natação
56:26é espetacular.
56:27E o que é legal
56:28da natação?
56:29Hoje,
56:30você tem tantos equipamentos
56:31dentro de uma aula
56:32de natação,
56:33você pode usar um pé de pato,
56:34um flutuador,
56:34um palmar,
56:35que vai ajudar
56:36a ganhar massa muscular.
56:37Você coloca um palmar,
56:38você aumentou a resistência
56:40ao movimento.
56:40você está ganhando
56:41massa muscular.
56:42Você coloca o pé de pato,
56:43pô,
56:44você faz 50,
56:45100 metros ali rápido.
56:47O treino intervalado
56:49na piscina
56:49é espetacular
56:50para emagrecer
56:51e você consegue
56:52ganhar massa muscular.
56:53Maravilha.
56:54Marcio,
56:55muito obrigado
56:55pela sua presença aqui.
56:58Vou colocar em prática
56:59esses ensinamentos.
57:00Fechado.
57:01E no nosso próximo encontro
57:02eu vou te dizer...
57:03E o próximo encontro nosso
57:05vai ser você
57:06no meu programa.
57:07Perfeito.
57:08Maravilha.
57:08Vai ser um prazer.
57:09Obrigado, Marcio.
57:09Muito obrigado, Marcio.
57:11O Conexão Mota
57:12fica por aqui.
57:14E para você
57:15que gosta do jeito
57:16Jovem Pan de notícias,
57:18não deixe de fazer
57:18a sua assinatura
57:19no site
57:20jp.com.br.
57:23Lá você acompanha
57:25conteúdos exclusivos,
57:26análises, comentários
57:27e tem acesso limitado
57:29ao Panflix,
57:30o aplicativo
57:31da Jovem Pan.
57:32Obrigado pela sua companhia
57:34e até a próxima semana.
57:41Conexão Mota
57:42A opinião
57:46dos nossos comentaristas
57:47não reflete necessariamente
57:49a opinião
57:50do Grupo Jovem Pan
57:51de Comunicação.
57:56Realização Jovem Pan News.
57:57Jovem Pan News.

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