Governo publica decreto que bloqueia R$ 31 bilhões do Orçamento de 2025; Dora e Vilela avaliam

Jovem Pan News

30/05/2025

O governo federal anunciou nesta sexta (30) que deve publicar um decreto que bloqueia R$ 31 bilhões do Orçamento de 2025 para cumprir a meta fiscal. A equipe econômica declarou que se o IOF não for aprovado, o bloqueio poderá ter um valor ainda maior. Dora Kramer e Cristiano Vilela avaliam.

Assista ao programa completo: https://www.youtube.com/watch?v=ubRWJ-Zo6vc

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00:00O governo deve publicar um decreto que bloqueia 31 bilhões de reais no orçamento de 2025.

00:06Assunto para a repórter Luciana Verdolim, chegando agora ao Jornal Jovem Pan, quais áreas que devem ser afetadas?

00:11Luciana, bem-vinda, bom trabalho.

00:15Boa noite, Tiago. Boa noite a todos.

00:18Olha, os números começaram a ser anunciados, né?

00:21Os maiores números começaram a ser anunciados na semana passada, durante aquela entrevista coletiva,

00:27em que foi anunciado também o aumento do IOF.

00:30Por isso, a questão do corte do orçamento acabou meio apagada nessa questão toda.

00:35Mas hoje o governo ainda vai publicar o decreto com o remanejamento dos recursos.

00:42Reclama que houve frustração de receita, aumento das despesas e, por isso, o detalhamento desses cortes deve e precisa sair ainda hoje.

00:52O presidente Lula deve assinar o decreto que será publicado no Diário Oficial da União.

00:58Serão congelados 31 bilhões de reais.

01:02Isso para compensar o aumento das despesas obrigatórias, como benefícios previdenciários e também frustração de receitas.

01:10Essa é a explicação lá do Ministério da Fazenda.

01:13Com isso, 7 bilhões e 800 milhões de reais em emendas de bancadas também devem ser contingenciadas agora nesse decreto.

01:2524 bilhões de reais serão cortados dos ministérios.

01:28Deve ter um corte linear de algo em torno de 25% no orçamento dos ministérios.

01:34A única exceção, segundo sinalizou o Ministério da Fazenda, deve ser o Ministério da Educação.

01:40Só para a gente ter uma ideia, 10 bilhões de reais foram bloqueados por conta do crescimento das despesas obrigatórias

01:48e 20 bilhões por conta da frustração de receitas.

01:52O Ministério da Fazenda até explica o seguinte, qual foi o problema?

01:55A falta de compensação da desoneração da folha de pagamentos dos setores e municípios.

02:00Teve também a greve dos auditores fiscais, que já tem mais de 170 dias, e a taxa de juros vigente no país.

02:08Deputados e senadores ameaçam barrar o aumento do IOF, do Imposto sobre Operações Financeiras.

02:16Aí o Ministério da Fazenda já avisou o seguinte, o valor que está sendo cogitado, está sendo esperado de arrecadação do IOF,

02:24corresponderia a mais ou menos um Minha Casa Minha Vida.

02:27Por isso, é um valor bastante substancial.

02:31E se barrar a questão do aumento do IOF, vai ter que se encontrar uma outra saída para o aumento da arrecadação.

02:39Pois é, os desafios das contas públicas.

02:42Luciana Verdolim com as últimas informações.

02:44Bom trabalho para você.

02:45Deixa eu chamar aqui a Dora Kramer e, claro, o Cristiano Vilado também.

02:47E, Dora, a parte que a Luciana fala sobre o contingenciamento das bancadas, dos recursos das bancadas,

02:56do orçamento que é distribuído pelo país, isso daí me chamou a atenção.

03:01E relacionar essa discussão do IOF com esses gastos do Congresso Nacional.

03:07Como é que é possível fazer esse jogo?

03:09Como é que o governo precisa manobrar isso?

03:11Olha, é muito difícil, porque a questão de fundo é essa que, na verdade,

03:17os presidentes da Câmara e do Senado falaram para o ministro Fernando Haddad

03:22naquela conversa dessa semana, quando o Haddad tentava convencer que precisava manter esse aumento do IOF,

03:29porque senão a máquina pública poderia ser prejudicada.

03:33E aí eles responderam o seguinte, olha, mas o governo também precisa cuidar das tais medidas estruturantes.

03:41que é revisão de isenções fiscais, vinculação de receitas, reformas, reforma da Previdência,

03:49ou outra reforma, evidentemente, que vai ser necessária, reforma administrativa,

03:53que o governo não quer fazer de jeito nenhum e o Congresso começa agora a dar andamento, enfim.

03:59Então o governo também não quer, só quer falar em gastar.

04:04E aí depois, na hora que a coisa aperta, vem com umas medidas de tapa-buraco.

04:09E aí o Congresso já avisou, já avisou lá atrás.

04:12Olha, não dá mais. Por aqui não passam mais medidas relativas à arrecadação.

04:18Se quiser, a gente colabora quando a conversa for para o corte de gastos.

04:22A conferir se o Congresso estaria mesmo disposto a colaborar, tá certo?

04:28Isso por enquanto está na oratória, está na palavra.

04:32Agora, é uma história que a gente vem dizendo, todo entrevistado da área econômica mesmo,

04:38que a gente tem aqui, as entrevistas, todo mundo diz isso.

04:41Quer dizer, se o governo não se convencer de que é preciso encarar com seriedade

04:47a questão da economia, no sentido de economizar, né?

04:53Essa coisa não vai ter jeito.

04:55É claro que não vai explodir só em 27, como estava previsto, né?

04:59Pelo que está dizendo o ministro Fernando Haddad, pode explodir agora mesmo, em 25.

05:05Daqui a pouco a gente vai falar mais sobre a economia, com o PIB e o rebaixamento da nota,

05:09uma decisão da agência Mudes.

05:11Agora, Vilela, de qualquer forma, fica esse embrole entre o Congresso e o governo.

05:17Daqui a pouco tem as festas juninas, o adiamento dos trabalhos do Congresso e nada se decide.

05:22Pois é, temas importantes, eles não são discutidos, acabam sendo deixados de lado.

05:29Agora, o governo, ele peca muito no seu negacionismo em matéria econômica.

05:35O governo, ele tem extrema dificuldade em assumir determinados cortes

05:39e não adianta jogar realmente a culpa no colo do parlamento.

05:43Não pode o governo querer fazer os anúncios bons, positivos, como sendo algo positivo do seu governo

05:51e os assuntos negativos querer socializar as perdas com o parlamento e com outros atores.

05:56O governo tem que encarar realmente a necessidade de se apertar o cinto.

06:00E por negar essa necessidade, por contrapor, por jogar, criar conflitos desnecessários ao longo do mandato,

06:08como, por exemplo, com o ex-presidente do Banco Central,

06:11é que o governo hoje padece de uma situação como essa

06:14e vai se tornando cada vez mais difícil, o que é pior politicamente,

06:18às vésperas do ano eleitoral.

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