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  • 30/05/2025
O governo federal publicou um decreto que bloqueia R$ 2,9 bilhões do Orçamento como medida para cumprir a meta fiscal. A equipe econômica já alertou que, caso o Congresso derrube o decreto do IOF, o bloqueio de verbas poderá ser ainda maior.

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Transcrição
00:00Além do IOF, o governo está mexendo também com o decreto que bloqueia 31 bilhões no orçamento de 2025.
00:07Luciana Verdolim, conta pra gente como é que está o andamento disso.
00:12Olha, o anúncio foi feito na semana passada, né, Cine?
00:15Mas acabou engolido por conta aí da repercussão negativa do aumento do IOF.
00:21Hoje saiu publicado no Diário Oficial o texto do governo confirmando o bloqueio de 31 bilhões de reais,
00:28bloqueio também de 7 bilhões e 800 milhões de reais em emendas parlamentares, aquelas emendas de bancada.
00:36Com isso, além de 24 bilhões de reais nos ministérios.
00:41Vai ser um corte linear no orçamento dos ministérios.
00:45Eles vão ter que economizar cerca de 25% à exceção do Ministério da Educação,
00:51que pelo menos por enquanto não vai sofrer esse corte.
00:54O governo explica o seguinte, 10 bilhões foram bloqueados por conta do crescimento das despesas obrigatórias
01:01e 20 bilhões por conta da frustração de receita.
01:06Aí o governo, o Ministério da Fazenda, explica quais são os problemas, né?
01:12O que levou a esse corte de 20 bilhões de reais?
01:16Desoneração, a falta de compensação da desoneração da folha de pagamentos dos setores e municípios,
01:22a greve dos servidores fiscais, que eles estão em greve desde o ano passado,
01:26e também a taxa de juros vigente no país.
01:30Vale ressaltar aí que os cortes já estavam previstos,
01:34os senadores e deputados estão ameaçando barrar o aumento do IOF,
01:40alegando que não seria a hora de aumentar impostos no país.
01:43Aí o que o Ministério da Fazenda está dizendo?
01:46Que sem os recursos previstos, com o aumento da arrecadação do imposto sobre operações financeiras,
01:52o governo perderia aí, supostamente, quase que um programa Minha Casa Minha Vida,
01:58que é algo em torno de 30 bilhões de reais.
02:00Em passe, teve uma reunião essa semana entre o Ministro da Fazenda e as lideranças da Câmara e Senado,
02:06os presidentes da Câmara e Senado.
02:08O Ministério da Fazenda publica o decreto e diz que está confiante de que vai aí achar um meio termo também nessa questão do IOF.
02:17Muito obrigado, viu, Luciana Verdolim.
02:19Um abraço para você.
02:21O Henrique Kriegner, o governo estava anunciando esse corte,
02:25quer dizer, esse congelamento aí no orçamento para equilibrar as contas,
02:29que ficou praticamente debaixo de um tapete depois que ele falou sobre o aumento do IOF.
02:34mais uma vez, uma medida que era para ser analisada como positiva,
02:38é completamente apagada por outra medida que gerou o maior rebuliço desde então.
02:44Como é que você avalia essa alternativa e, no teu ponto de vista,
02:48ela será capaz de fazer com que o ministro Haddad,
02:51que está obstinado a cumprir aquilo que ele prometeu,
02:55chegue a esse resultado?
02:56É, esse é o grande desafio.
02:58Se vamos chegar a esse resultado, que é realmente esse corte, né,
03:01o corte necessário e contingenciamento,
03:05ou talvez aí qualquer outro nome que a gente queira dar
03:08para poder dizer que o governo vai começar a olhar com um pouquinho mais de responsabilidade para as despesas.
03:15Será que o ministro Haddad, ele vai conseguir, de fato, colocar isso em prática,
03:20considerando que agora o Congresso Nacional está contrário a ele.
03:25Eles estão numa disputa de braço que é o pior nível ali, o pior lugar da negociação.
03:30Quando a negociação, ela deixa de ser em cima de propostas, em cima de ideias,
03:34ou em cima até de um planejamento e passa a ser em cima de uma posição,
03:39ou seja, eu quero porque eu quero e eu não quero porque eu não quero,
03:42é aí que você já perdeu a negociação.
03:45A negociação não vai para frente.
03:46Então, o Congresso está contrário.
03:48O governo federal, por sua vez, não tem dado o respaldo necessário
03:52para o ministro Haddad conseguir fazer as negociações que ele precisa,
03:56no sentido de dar ali a segurança quando ele precisa de maior autonomia
04:01e também no sentido de dar para ele o direcionamento
04:05e também a carta branca dentro do governo de negociar com as próprias pautas,
04:10com as próprias pastas do governo federal
04:12para fazer, então, chegar nesse contingenciamento, nesse corte de gastos.
04:16Essa está sendo a maior dificuldade do ministro Haddad.
04:19Você mencionou, Evandro, do exemplo do Lava Rápido, o Haddad está ali mesmo.
04:24Ele está ali desde o começo e ele está apanhando pelo fluxo da água.
04:27Agora, a ministra Marina Silva também, o ministro Paulo Teixeira também,
04:32na questão da reforma agrária.
04:33Vários outros ministros.
04:35São inúmeros casos que nós estamos vendo desses ministros que estão à deriva,
04:39sem respaldo do líder do time e com um congresso ávido por mais poder,
04:44mais emenda e muito mais dinheiro, tentando ali impedir alguma coisa que eles venham fazer.
04:49Então, não tem projeto e dificilmente o Haddad vai conseguir negociar esse contingenciamento até o fim.
04:55José, apenas os ministérios da saúde e da educação não vão ser impactados agora,
04:59até porque muito do que se movimenta ali está atrelado também já a um orçamento impositivo.
05:05O governo não tem como escapar.
05:08Inclusive, isso é algo de várias críticas aqui feitas por vocês,
05:12do quanto isso engessa a maneira como o governo vai lidar com esse orçamento em momentos críticos como este.
05:18Mas como é que se avalia também o congelamento em outros ministérios
05:21e o quanto isso vai fazer muito ministro bater a porta ali da fazenda?
05:27Pois é, o orçamento está engessado.
05:30Lá atrás, eu me lembro muito bem que José Serra, aqui no Congresso Nacional,
05:35ele era contra, sempre foi mais liberal, né?
05:40Um centro-esquerda mais liberal.
05:42Ele sempre foi contra exatamente este engessamento dos fundos constitucionais,
05:47que são vários, né?
05:49São transferências obrigatórias.
05:51E para os ministérios, para se ter uma ideia,
05:53mesmo as emendas parlamentares, metade delas são obrigatoriamente para o setor de saúde
06:00e o setor de educação, mas mais saúde,
06:03para ajudar o governo a cumprir exatamente esta exigência constitucional
06:08de investimento de parte do orçamento na saúde, né?
06:11Então, os parlamentares levam as emendas para o setor de saúde, né?
06:16E ali cumprem constitucionalmente, mas o parlamentar indica em que ponto da saúde ele quer investir.
06:23Ou numa tomografia, ou na instalação de uma nova UPA, e assim por diante.
06:29Então, existe essa exigência.
06:31O corte das emendas, o corte, o contingenciamento do orçamento,
06:35é a indicação de que está faltando dinheiro.
06:38Então, está aí o orçamento.
06:40O orçamento é uma espécie de mapa de onde serão investidos os recursos públicos.
06:46Não se pode gastar nada que não esteja no orçamento.
06:49Mas aí o orçamento é preso na arrecadação.
06:52Ou por frustração da arrecadação, que foi menor, e isso não aconteceu, né?
06:57Ou mesmo porque houve gastos maiores em outros setores,
07:02e aí o governo faz esse contingenciamento.
07:05Não significa corte, ele pode recuperar.
07:08O governo Bolsonaro foi um deus nos acudas quando ele contingenciou os setores da educação.
07:13E aí o governo dele dizia, não, é corte, é contingenciamento.
07:18A gente pode retomar, basta conferir a arrecadação e tal, e assim por diante.
07:23Então, agora é a mesma coisa.
07:25E o governo está errando, porque tem um setor em greve,
07:31ninguém está falando, e é o setor principal de um governo.
07:34É a arrecadação.
07:36Os auditores da Receita estão em greve, desde fevereiro,
07:40e a arrecadação vem caindo por conta disso.
07:43Portos e aeroportos com dificuldades, com liberação de importação, exportação,
07:49isso para pagar impostos, né?
07:51E tudo isso está travado.
07:53Então o governo está jogando mal.
07:55É preciso resolver esse problema aí com a área de arrecadação,
07:59ou seja, com a Receita Federal.
08:00Então esse contingenciamento aí está sendo usado,
08:03e é o que provoca o debate no Congresso,
08:06como arma política.
08:08Não se pode, como ameaça.
08:10Ah, se não aprovarem o IOF,
08:12eu vou contingenciar as emendas parlamentares.
08:16Aí é chamar para a briga o Congresso,
08:18e o governo precisa dele.
08:19Fala, Alangani.
08:22Olha só, né?
08:22Eu acho que é interessante a gente explicar para a audiência
08:25o que significa este contingenciamento.
08:28Então, há um bloqueio provisório na ordem de 31 bilhões de reais.
08:33Não é que o governo cortou gastos na ordem de 31 bilhões de reais.
08:39Na verdade, a gente tem 10 bilhões de reais
08:43onde o governo gastou mais do que o previsto.
08:48Então, para o próximo bimestre,
08:51se o governo conseguir reverter e gastar menos do que aquilo que foi estipulado,
08:56então esses 10 bilhões de reais, eles são liberados.
08:59E o mesmo vale para a arrecadação.
09:01E aí a gente tem um outro nome que é o contingenciamento.
09:04Então o governo congela 20 bilhões de reais.
09:07Por que ele congelou?
09:09Porque a arrecadação veio menor do que o esperado.
09:11Se no próximo bimestre, que tem aquela reunião bimestral
09:16e a apresentação do relatório bimestral das contas públicas,
09:21a arrecadação vier maior do que o esperado, Evandro,
09:24aí o que acontece?
09:25O governo pode liberar esses 20 bilhões de reais.
09:31Agora, de qualquer maneira, Evandro,
09:33são medidas paliativas.
09:35Porque a gente está falando simplesmente de bloqueios temporários.
09:39E o grande problema das contas públicas no Brasil
09:43são os gastos estruturais.
09:46Esses são crescentes.
09:47E veja, o gasto discricionário,
09:50onde o governo tem uma certa liberdade de escolher onde ele vai gastar,
09:55representa menos de 10% do total do orçamento.
10:00É muita coisa.
10:01Em outras palavras, explicando para a nossa audiência,
10:03sobra muito pouco para investimentos em educação,
10:08em saúde, em infraestrutura.
10:11E aí a gente está falando de investimentos que são cruciais
10:14para o ganho de produtividade no país.
10:17Principalmente quando a gente fala de educação
10:19e principalmente quando a gente fala de infraestrutura.
10:22Fala, Kriegner.
10:23É, eu acho que a gente volta para esse ponto de novo.
10:26Da onde vai sair o corte?
10:28De onde vão sair de fato?
10:30Quando a gente fala do contingenciamento,
10:32o Alan trouxe aqui o conceito de uma forma perfeita, muito clara.
10:37Mas no final do dia, para causar impacto de verdade,
10:40vai precisar chegar no ponto do corte.
10:42O corte de despesas.
10:43E a prova de que o governo está comprometido com o equilíbrio fiscal.
10:48Eu acho que esse que é o maior desafio que a gente tem hoje.
10:51A gente não tem nenhum tipo de evidência nesse sentido.
10:54A impressão que dá, às vezes, até, Ivandro,
10:55é que realmente a intenção do governo é simplesmente
10:58olha, vamos jogar para vocês,
10:59vamos deixar aí e a gente vai enrolando até a eleição
11:02e vendo o que dá.
11:04Se ganhar de novo, para um outro mandato do presidente Lula,
11:07então talvez a gente comece a fazer uma coisa um pouquinho mais responsável,
11:10faça uns pequenos cortes aqui, uns pequenos cortes ali
11:13e tente andar aí de uma maneira.
11:15E se não ganhar, deixa que o próximo pegue a bomba
11:18e aí que ele que pague, arque com custo político disso,
11:22porque nós não queremos arcar.
11:23Essa é a impressão que fica,
11:25porque no fim do dia não se chega a uma decisão final
11:28de responsabilidade fiscal.

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