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  • 30/05/2025
No Direto ao Ponto, o ex-secretário-geral da CBF, Walter Feldman, analisa o momento da Seleção Brasileira e discute os fatores que contribuíram para a perda de prestígio da equipe. Ele comenta os problemas estruturais dentro da CBF, a falta de planejamento, a influência política e os desafios para resgatar o protagonismo mundial do futebol nacional.

Assista na íntegra: https://youtube.com/live/UYOYKocjXr8

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Transcrição
00:00E Feldman, falando em mudança, a gente tem a Michele Ramalho agora, primeira mulher vice-presidente na história da CBF.
00:06Como é que você avalia também a chegada dessa figura que ganhou todas as manchetes de ontem pra hoje?
00:13Conheça o perfil, conheça a história, quem é Michele Ramalho, por quê?
00:19E qual a relevância da entrada de uma mulher na história da CBF?
00:23Bom, a Michele, ela é advogada do mundo do futebol lá da Paraíba, ela se qualificou por um jeito, ela é muito vibrante, muito imperativa,
00:38ela tem uma capacidade argumentativa forte por ser advogada e por ter um estilo de mulher forte,
00:46de ocupar seu espaço depois que teve uma presença no sistema de justiça desportiva do Rio.
00:55Ela ganhou maior capacidade, maior expressão e por uma luta política, por desvios que houve em gestões anteriores,
01:05ela se qualificou e se transformou na presidente da Federação Paraibana.
01:10E uma presidente relativamente popular, ela rapidamente conseguiu se desmistificar dessa ideia de ser mulher no comando do futebol,
01:21ela ia aos estádios, ela se relacionava com a torcida em campo, ela entrava em campo,
01:27ela passou a ser uma pessoa muito conhecida da mídia, da torcida e dos clubes paraibanos.
01:34E começou a ter uma forte presença nas reuniões da CBF, ela vinha muito.
01:41E ela teve apoio da direção, lembra que o Marco Polo a estimulava muito,
01:46então ela teve um papel na justiça desportiva, presidente da federação,
01:51e agora com o advento da Copa do Mundo feminina, ela ganhou a possibilidade de se transformar numa vice-presidente.
02:00Então, ela vai ter um papel interessante, ela é uma mulher falante, falante, expressiva,
02:07e tem formação jurídica e experiência no futebol que permite que ela tenha um protagonismo
02:13que, na minha avaliação hoje, é importante.
02:17Bom, chegamos aí aos últimos 14 minutos, dá tempo de mais uma rodada, vai lá, Flávio Prado.
02:21O que seria uma liga de clubes, digamos, em dois anos?
02:29Nós teremos alguma coisa?
02:30Há uma capacidade dos clubes em um ano, dois, você falou o Chaudo e vamos falar em quatro.
02:36Há uma capacidade dos clubes, você sente que os clubes têm capacidade de fazer uma liga funcional?
02:41Teremos um campeonato decente sem a CBF?
02:44Na minha avaliação, sim, eu acho que é necessário, eu acho que há uma mudança estrutural no funcionamento do futebol brasileiro,
02:52de empoderamento dos clubes, mas eles têm que ter um modelo diferente da CBF.
02:58Ou seja, o modelo que eles devem ter é uma gestão, gestão moderna, profissionalizada, com gente competente.
03:06Se for essa escolha de um dos presidentes dos clubes formadores da liga, dificilmente...
03:14Tem que ser alguém de fora.
03:15Tem que ser alguém de fora, com qualificação para ocupar esse papel e dar à liga a característica que tem as ligas europeias.
03:25Ritor Guedes.
03:26Jardim, na nossa apresentação inicial, você começou vereador em 83, né?
03:30Em 82, eu tinha cinco anos, a primeira lembrança de vida é Brasil perder para a Itália.
03:34Eu lembro da família inteira chorando, eu lembro do lugar que eu estava sentado, na Vila Santa Catarina, vendo o jogo.
03:40E eu não conhecia uma pessoa nessa época que não torcia para a seleção brasileira.
03:44Conheci até alguns que não gostavam de futebol, mas era uma unanimidade.
03:48E nesse tempo aí, 40 e poucos anos, o principal refrigerante continua até hoje, a principal marca de cerveja continua até hoje,
03:55essa emissora que era gigante continua até hoje, até maior, agora é uma televisão.
03:59E a seleção brasileira me ligou, assim, é uma marca que, hoje a gente está falando de seleção brasileira,
04:05porque tem uma convocação, mas eu vou na padaria, vou na feira, as pessoas que me reconhecem perguntam,
04:10e o Corinthians, e o Palmeiras, e poucas vezes, até do Real Madrid, e o Vinícius Júnior.
04:16Então, assim, eu nunca vi uma marca perder tanta importância.
04:19Isso é uma constatação.
04:20É possível, nesse cenário, reconstruir uma marca e voltar até a importância que ela já teve?
04:28Assim, eu não lembro, em 40 anos, uma marca que tenha caído tanto, assim, de importância na sociedade,
04:35não falando nem de valor material, valor afetivo, sentimental, que também acaba repercutindo em dinheiro.
04:40Você acha que isso é...
04:40Eu não sei se você concorda com essa minha análise, né?
04:42E se você concorda, se você acha que é irreversível.
04:45E a impressão que dá é que a derrota para a Argentina fez, realmente, o corpo bater no fundo do poço, né?
04:49Muito.
04:50O que, às vezes, é bom.
04:51É bom ter uma crise violentíssima para mudar a realidade.
04:56E, diante disso, é possível fazer essa reconstrução?
04:58Eu acho que é o seguinte, nós temos uma carência enorme de símbolos, né?
05:03De sentimento nacional.
05:05O que é o sentimento nacional hoje em relação ao que é a Amazônia?
05:10É o real?
05:13É difícil, né?
05:14A gente vai ter que ficar pesquisando aqui o que simboliza o Brasil.
05:17Com a mesma fixação que se tinha pela Seleção Brasileira.
05:20Não, exatamente.
05:22Mas nós somos carentes de símbolos.
05:24Porque mesmo esses símbolos que você citou têm aderência, mas parcial.
05:29Parcial.
05:29Que é diferente do que ele mencionou sobre a Seleção.
05:31Então, eu acho o seguinte, por conta disso, que eu acho que o futebol é insubstituível nesse sentimento nacional,
05:40acho que nós temos todas as condições de retomar.
05:43Contanto que a gente volte minimamente a ser o que éramos.
05:48Vai depender o quê?
05:48De vitórias.
05:49Vai depender de vitórias, vai depender muito de comando, né?
05:53Eu acho que a primeira coisa é isso.
05:55O Ancelotti significa uma mudança.
06:00Sempre na esperança de uma transformação desse sistema de funcionamento do futebol brasileiro.
06:06Que sem isso é muito difícil essa profunda realidade acontecer.
06:10Mas eu acho que o brasileiro ainda tem esperança, lá no fundo, no recôndito,
06:17de que a Seleção Brasileira volte a ser o que já foi um dia.
06:21E eu acho que se ela voltar a ter a qualidade que nós assistimos na nossa geração,
06:28voltar a ter títulos, vitórias e uma postura mais elegante, né?
06:35Quando você vê os jogadores aí sem nenhum compromisso com o Brasil,
06:38isso também passa. Passa um distanciamento muito negativo.
06:42Mas eu acredito sim, eu sou muito otimista de que a Seleção volte a ser um dia,
06:47pelo menos, parcialmente aquilo que já foi,
06:50e volte a impressionar, impactar o sentimento nacional.
06:55A sua última, Morelli.
06:57Walter, por tudo que você falou,
07:00por esse sentimento, essas informações que você tem de uma mudança,
07:03a CBF mais atrapalha ou mais ajuda o futebol brasileiro?
07:10Atrapalha, sem dúvida.
07:12Não, sem dúvida.
07:14Você não ouvi?
07:15Atrapalha muito.
07:17Não, porque...
07:18Está longe, né? Está na ponta, não conseguiu entender.
07:20Você sabe o que é? Eu vivi muito a questão política também, ou seja,
07:24é incrível quando tem um sentimento popular de apreço, de respeito, de consideração pelo seu governo.
07:33É um sentimento que o governo está se esforçando.
07:37Eu vivi o Mário Covas, eu vivi o Montoro,
07:39eu vivi figuras incríveis que mudaram a realidade.
07:44Mesmo o Fernando Henrique, na implantação do Plano Real,
07:47mudanças que mudaram o Brasil, mas hoje a CBF não significa isso, né?
07:55A CBF não significa a seleção brasileira, não significa a organização do futebol.
08:01Tem muito mais essa imagem profundamente negativa que não foi reconstruída com essa nova eleição.
08:08Ela não impacta na esperança.
08:11É claro que mesmo o Schaude, sem nenhuma história,
08:16sendo de um Estado que praticamente não tem o futebol relevante,
08:20possa vir a ser alguém que faça mudanças, né?
08:23A gente tem que ir, mesmo sendo construído num sistema que não é exatamente o que a gente sonha.
08:29Mas eu sou um otimista incansável.
08:34E Perno?
08:35Perno, infelizmente eu não posso...
08:37Eu não concordo muito com o teu otimismo,
08:40porque embora a gente tenha na seleção brasileira um símbolo nacional
08:45que pode ou não ser recuperado,
08:48eu acho que a gente tem pela frente uma outra ameaça
08:52que ainda é pior do que a CBF e a decadência da seleção.
08:56Que é o fato de que esses meninos de 18 anos estão indo muito cedo para a Europa
09:02e daqui a pouco os europeus vão pressionar a FIFA
09:05para mudar a regra dos 5 anos para poder jogar para outro país.
09:09No dia que isso baixar para dois,
09:12o garoto que foi para a Espanha, Inglaterra, para Paris, Alemanha,
09:15ele vai receber propostas para jogar pela seleção local.
09:19E aí o nosso problema vai ser ainda pior,
09:21porque, enfim, o garoto, o pai do menino, a mãe do menino,
09:24vai falar, pô, mas muito mais bacana meu filho continuar jogando aqui
09:27do que voltar ao Brasil para jogar eliminatório.
09:29Como é que nós vamos fazer para não perder corações e mentes
09:38dessa molecada, dos seus pais, enfim, das pessoas que estão próximas a eles?
09:42Não, primeiro o seguinte, nós temos que lutar para que essa mudança não aconteça.
09:46Nós temos que voltar a ter protagonismo internacional.
09:49Olha, eu convivi muito com o Infantino.
09:56O respeito pelo Brasil é um negócio surpreendente.
10:02Surpreendente.
10:03Pela nossa história.
10:05Nós perdemos isso nos últimos seis anos.
10:09Muito.
10:10Eu vi o Infantino tratar o Brasil como um país mágico
10:17que merecia respeito do mundo inteiro acima de qualquer outro
10:22e vi isso daí decair até a gente não ter representação hoje.
10:27Então, a primeira coisa é não deixar mexer nessa estrutura.
10:32Segundo, é uma questão econômica.
10:34Nós só vamos manter os nossos jogadores aqui
10:36na medida que nós tivermos perspectivas econômicas
10:42que desenvolvem um novo modelo de funcionamento do futebol.
10:46É possível?
10:47Tem que haver gestão.
10:49Tem que haver compreensão da nossa realidade, da nossa capacidade.
10:54Tem que haver investimento, informação
10:56para manter o máximo possível os jogadores aqui.
11:01Eu sei que é difícil, porque euro é uma coisa,
11:04dólar é outra coisa e real é outra coisa.
11:08É a famosa economia estúpida de novo.
11:11Então, eu tenho que manter o meu otimismo,
11:15embora sabendo que a realidade é contrária a essa possibilidade.

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