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  • 18/05/2025

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Transcrição
00:00Uma decolagem mal sucedida em Buenos Aires deixa investigadores perplexos.
00:08Para mim isso foi sem precedentes.
00:10Saia disso! Saia disso!
00:12Um erro chocante.
00:14Estamos presos nisso!
00:16Está por trás da queda fatal do voo 587 da American Airlines.
00:23E quando o voo 3407 da Continental Connection entra em estall,
00:27a reação da tripulação é desconcertante.
00:31Pilotos comerciais passam por centenas de horas de treinamento e testes.
00:36Ainda assim, pilotos experientes cometem erros básicos.
00:41Erros básicos não ocorrem necessariamente apenas com pilotos novatos.
00:45Eles podem acontecer com os pilotos mais experientes.
00:57Especial de May Day Desastres Aéreos.
01:06Esta é uma história real baseada em relatórios oficiais e relatos de testemunhas.
01:11Queda de avião após 11 de setembro.
01:14São 8h30 da noite no aeroporto Jorge Newberry em Buenos Aires, Argentina.
01:20Vento 020 em 5, altímetro de 30, decimal 10.
01:26A tripulação do Boeing 737 se prepara para a decolagem.
01:32O avião é operado pela Companhia Aérea Lapa da Argentina.
01:42O comandante do voo 3142 da Lapa é Gustavo Weigel.
01:47Ele é um piloto experiente que voa há mais de 20 anos.
01:56Só esperando o combustível.
01:59O copiloto Luiz Etcheverry tem mais de 500 horas no 737.
02:05O combustível exigido era de 8.500 quilos transferidos para as aves.
02:10O voo desta noite é de um pouco mais de uma hora.
02:14O destino, a cidade de Córdoba, a 640 quilômetros a oeste de Buenos Aires.
02:26Juntos com os pilotos, 3 comissários de voo e 95 passageiros estão a bordo.
02:32Iniciar a lista de verificação.
02:35A tripulação está fazendo os últimos preparativos para a decolagem.
02:40Preparativos da cabine.
02:42Concluídos.
02:43A relação entre a tripulação parecia ser muito próxima.
02:47Era como se fossem amigos.
02:52Vocês deveriam ir jantar em Córdoba.
02:55Uma boa ideia. E o que eu levo?
02:57Podem levar sorvete.
02:58Só faltam alguns segundos. É melhor sentar e pôr o cinto.
03:01Tudo bem, gente. Foi um prazer. Até mais.
03:08Liberado para a decolagem Lapa 3142.
03:13Decolando.
03:15O voo 3142 acelera na pista.
03:18Quando o avião decola, logo fica aparente que alguma coisa está errada.
03:23O avião começou a decolar e imediatamente ele começou a tremer como se fosse se despedaçar.
03:31Todos viram que tinha alguma coisa errada.
03:37Avançando a quase 300 quilômetros por hora.
03:39O 737 desce violentamente de volta ao chão.
03:46E agora está indo direto para uma estrada movimentada e para uma fábrica de gás industrial.
03:53Para! Para! Para! Para!
03:56Foi muito rápido. Eu olhei para os meus amigos.
04:00E eu me lembrei de uma coisa.
04:03O que eu tinha feito?
04:05Foi muito rápido. Eu olhei para os meus amigos.
04:09E então coloquei a cabeça entre as pernas.
04:13Não! Não! Não! Não!
04:14O avião atravessou uma estrada movimentada do nada.
04:19Matou pessoas que estavam trafegando com ele.
04:29O Boeing se choca contra a fábrica de gás.
04:34Ah! Dava para sentir o calor intenso. Era sufocante.
04:41E eu precisava sair mas não conseguia abrir o cinto de segurança.
04:49Equipes de resgate correm para o local.
04:52Mas os sobreviventes a bordo não tem muito tempo.
04:55O fogo ameaça consumir o avião inteiro.
04:58E na hora que eu senti, disse, saia.
05:05Apesar de gravemente ferida, Marisa Beiro tem sorte de sobreviver.
05:10O acidente matou 60 passageiros.
05:13Três tripulantes, incluindo os dois pilotos e duas pessoas em terra.
05:18É um desastre diferente de tudo que Buenos Aires já tinha visto antes.
05:23Foi uma calamidade enorme.
05:24Atingiu automóveis, atingiu uma fábrica de gás natural.
05:30Tem muita fumaça. Está difícil de ver alguma coisa.
05:34Horácio La Rosa é um investigador sênior da Unidade de Investigação de Acidentes da Argentina.
05:41Você tenta se concentrar no trabalho e procurar por detalhes que mais tarde podem ser mais difíceis de encontrar.
05:49Depois que as equipes de resgate terminam o trabalho.
05:54Nenhum piloto sobreviveu.
05:56Entendi.
06:00Qualquer esperança de descobrir o que deu errado está nos destroços.
06:07Como o 737 é um avião americano, a Agência Nacional de Segurança dos Transportes dos Estados Unidos se junta à investigação.
06:15Iremos ajudar no que vocês precisarem.
06:16Existia uma enorme tensão pública e muito apoio para tentar resolver isso de forma rápida e definitiva.
06:25Uma das grandes questões era como aquele avião foi sair da pista, ainda mais na decolagem.
06:37Olha aqui.
06:40As asas do avião revelam a primeira pista do avião.
06:44As asas do avião revelam a primeira pista para os investigadores.
06:49Eu pude observar com alguns dos meus colegas que verdadeiramente os flaps do avião não pareciam estar estendidos.
07:01Vamos tirar esse pedaço de asa daqui.
07:03Na decolagem os pilotos devem sempre deixar os flaps das asas estendidos.
07:08Os flaps aumentam a área da asa e consequentemente a sustentação do avião.
07:11Sem eles um 737 totalmente carregado não consegue sair do chão.
07:19Os flaps estavam recolhidos durante o acidente ou não foram sequer acionados.
07:25Quando você vê alguma coisa que está fora do lugar começa a se perguntar o que aconteceu.
07:32Alguém acionou os flaps ou alguma intervenção eletrônica ou hidráulica que fez com que os flaps se acionassem.
07:39Precisamos estudar todo o sistema.
07:43Enquanto isso...
07:46Pode levar.
07:48A equipe no local recupera as caixas pretas do avião.
07:52Os gravadores de voo na investigação de acidentes são de extrema importância.
07:57Mas elas estão muito danificadas e são imediatamente enviadas para Washington para serem consertadas.
08:02Houve muita pressão para recuperar o gravador de voz da cabine e as informações do gravador de voz.
08:08Bem rápido.
08:13Em um hangar próximo os investigadores examinam com cuidado cada fio, engrenagem e parafuso dos flaps.
08:21Os atuadores parecem bons.
08:24Eles se concentram em uma parte que controla o movimento dos flaps.
08:28O jack screw que funciona como um macaco usado para levantar um carro.
08:33Ao girar ele move uma porca que estende ou recolhe os flaps.
08:39Essa porca viaja ao longo do eixo.
08:43Ela para em vários lugares para indicar vários graus de extensão dos flaps.
08:51Nós descobrimos que as porcas do parafuso estavam na posição recolhida.
08:57A alavanca dos flaps na cabine de comando confirma a descoberta.
09:01A alavanca está bem avariada mas com certeza parece estar na posição de flaps para cima.
09:06Ficou uma marca com a alavanca na posição para cima.
09:13Aí então não havia chance alguma de ter se movido durante o acidente.
09:20A surpreendente descoberta revela que os flaps não foram estendidos.
09:26A configuração do voo 3142 para a decolagem estava toda errada.
09:32Investigadores perplexos discutem uma questão difícil.
09:37Como uma decolagem poderia ser feita com os flaps naquela posição?
09:48Os investigadores querem saber como a tripulação experiente a bordo do voo 3142 decolou sem ter seus flaps estendidos.
10:01A pergunta é por que esse procedimento não aconteceu sendo que ele é indispensável para o voo?
10:15Podemos ter os dados do FDR na tela?
10:18Os dados cruciais da caixa preta finalmente chegam de Washington.
10:23Os investigadores esperam que isso ajude a explicar o que aconteceu.
10:27Ótimo, vamos para as posições dos flaps e desempenho do motor.
10:32O gravador de dados de voo confirma suspeitas.
10:36Sem flaps, teve o stall, eles levaram o avião até aqui.
10:41A 50 metros do final da pista não tinha como eles pararem a tempo.
10:46Fica claro que os flaps não foram estendidos, mas não o motivo.
10:51Os investigadores recorrem ao gravador de voz da cabine em busca de pistas.
10:56Então a resposta só poderia estar no gravador de voz.
11:01Está tudo bem?
11:03Sim, está tudo bem.
11:05Os investigadores começam ouvindo o que estava acontecendo logo antes da decolagem.
11:10Só esperando o combustível.
11:12Então além dele...
11:13Está interessado em mais alguém?
11:15Estou, mas você não o conhece.
11:17Faz tempo que não o vejo.
11:19O que eles ouvem da tripulação é surpreendente.
11:22A coisa toda está ficando complicada.
11:24Você está partindo meu coração.
11:26Não é apenas inesperado, mas totalmente não profissional.
11:30O que aconteceu?
11:32É preciso ter uma cabine estéreo.
11:34Depois dos motores ligados, a até 10 mil pés, você fala apenas sobre procedimentos operacionais.
11:40Isso é para evitar distrações.
11:43Vocês deveriam ir jantar em Córdoba.
11:45Hum, é uma boa ideia. E o que eu levo?
11:48Podem levar sorvete.
11:50Tá bom.
11:52Iniciar lista de verificação.
11:54Conversar sobre planos para um jantar juntos.
11:57Conversar sobre suas vidas românticas.
11:59E isso junto com a lista de verificação.
12:02Sabe que eu estou com você nos momentos bons e ruins, né?
12:05Ainda bem que eu não sou que nem você.
12:07Conversa fiada.
12:09Você só fica comigo nos bons momentos.
12:12Preparativos da cabine.
12:14Concluídos.
12:16As verificações foram interrompidas e realizadas de forma incorreta.
12:19Os flaps fazem parte da lista de verificação antes da decolagem.
12:22Eles fizeram isso?
12:24Antigelo.
12:26Desligado.
12:28Acionadores de ignição?
12:30Parados.
12:32Pronto para taxiar, 3142.
12:353142 pronto para taxiar, Charles 5 para pista 13.
12:40Charles 5 para 13.
12:43Até uma tragada pode fazer mal à saúde.
12:49Obrigada.
12:51Eles estão fumando na cabine.
12:54Estavam dividindo um cigarro, sendo que fumar é proibido pela empresa.
12:57Não deveriam estar fumando na cabine.
12:59Não mencionaram os flaps.
13:01Estão começando a taxiar.
13:03É melhor se sentar e pôr o cinto.
13:05Tudo bem.
13:07O motivo pelo qual a tripulação não estendeu os flaps fica claro agora.
13:11Vamos lá, não demore.
13:13Eles estavam distraídos por seu comportamento displicente.
13:16Liberado para decolagem, Lapa 3142.
13:17Mas o que os investigadores ouvem a seguir é ainda mais chocante.
13:23Aí está.
13:25É um alarme avisando a tripulação do erro.
13:28O som do alarme foi alto.
13:32Dava para ouvir perfeitamente no gravador de voz muitas vezes.
13:37Eu não sei por que o alarme está tocando.
13:40Parece que está tudo bem.
13:42Certo, pause.
13:44Como puderam ignorar isso?
13:45Como uma tripulação poderia esquecer de executar um dos procedimentos mais básicos de decolagem
13:51e ainda ignorar o alerta alto e persistente projetado para avisá-los sobre um grave erro?
13:59Eu acredito que eles não entenderam a importância desse alarme
14:04que era absolutamente crítico para a decolagem.
14:0965 pessoas perderam a vida,
14:11porque a tripulação não estava prestando atenção no que fazia.
14:17Se o alarme disparou avisando que os flaps não estavam configurados corretamente,
14:24por que eles não fizeram alguma coisa?
14:28No relatório final, os investigadores enfatizam a necessidade
14:32de os pilotos sempre obedecerem a regra da cabine estéreo.
14:36Isso restringe a conversa da tripulação
14:38e ajuda a minimizar distrações durante partes importantes do voo.
14:44Mas às vezes, seguir uma disciplina operacional rígida ainda pode levar a catástrofe.
14:50Mesmo quando os pilotos estão seguindo os procedimentos corretamente,
14:54ainda podem cometer um erro básico.
14:57Saia disso! Saia disso!
15:08Apenas nove semanas depois dos ataques de 11 de setembro,
15:12o aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, está cheio de novo.
15:16O voo 587 da American Airlines está com 251 passageiros com destino ao Caribe.
15:26Sua vez, verifique o leme.
15:28A tripulação está preparando o avião para a decolagem.
15:31Leme certo. Lista de verificação completa.
15:35Tudo bem.
15:38O comandante Ed States é um ex-piloto militar
15:41que entrou para a American Airlines 16 anos atrás.
15:46O copiloto Stan Mullen acumulou mais de 4 mil horas de voo
15:50e ele é quem pilotará hoje.
15:53Vento certo.
16:00American 587, siga o Boeing 747 da Japan Air à frente.
16:05Segui a Japan Air, American 587.
16:08A rota do voo 587 passa sobre Jamaica Bay, em Nova York,
16:12antes de seguir para o sul, para a República Dominicana.
16:17O avião é seu.
16:19O comandante indicou que o copiloto seria o piloto nessa etapa do voo.
16:24O comandante o designou para pilotar o avião.
16:27Isso é rotina. É escolha do capitão.
16:30American 587, Torrey Kennedy. Cuidado.
16:33Espere a turbulência na pista 3 ou esquerda.
16:36Taxiamento em posição e aguardando.
16:39Essa distância está boa?
16:41Vai ficar tudo bem depois da decolagem.
16:43Ficaremos a uns 8 quilômetros da turbulência quando estivermos no ar.
16:46A ideia é essa.
16:48Então tudo bem.
16:50Acionando.
16:53Obrigado, senhor.
16:56V1.
16:58Girar.
17:00O voo 587 decola às 9h14 da manhã.
17:08American 587 Heavy.
17:11Suba e mantenha 13 mil.
17:16Os residentes de Queens, Nova York, ouvem o som familiar das turbinas dos aviões.
17:23Sabe, aviões decolam e aterrizam. É uma coisa normal.
17:26Bem acima, um trecho de turbulência balança o voo 587.
17:31Nossa!
17:34Potência máxima.
17:37Você está bem?
17:39Sim, estou bem.
17:41Segure, segure.
17:44Mais potência, por favor.
17:47700 metros acima do solo, o desastre acontece.
17:53Oh, meu Deus.
17:54Oh, meu Deus.
17:57O avião está perdendo altitude e caindo.
18:02Mas o que é isso?
18:05O avião está com quase 31 mil quilos de combustível inflamável a bordo.
18:11Oh, meu Deus!
18:14O voo 587 cai em direção ao Queens, em Nova York.
18:19Estamos presos nisso!
18:21Saia disso! Saia disso!
18:22Só tremer com muita força, sabe? Aconteceu tudo muito rápido.
18:36No impacto, o combustível vira uma enorme bola de fogo, atingindo várias casas.
18:42O avião caiu no quintal e na rua e explodiu.
18:48Oh, meu Deus! É um avião!
18:50Parece uma zona de guerra.
18:54Todas as 260 pessoas a bordo morrem e também cinco pessoas no solo.
19:01Muitos se perguntam, foi um acidente mesmo?
19:06Ainda estamos muito envolvidos na investigação do 11 de setembro.
19:11E imediatamente fiquei preocupado com o fato de poder ter sido outro ataque terrorista.
19:17Isso significa que o FBI, a NTSB, investigarão este acidente aéreo juntos.
19:24Esse acidente ocorreu tão perto da tragédia de 11 de setembro
19:29que naturalmente tiramos conclusões apressadas.
19:32E depois nós tivemos que recuar e estudar as evidências com cuidado.
19:37Caíram de forma rápida e íngreme.
19:39Espero que não seja o que pensamos.
19:42A missão é responder a uma pergunta crucial.
19:47Foi terrorismo ou acidente?
19:52Qualquer evidência de uma bomba estaria nos escombros.
19:55O resto fica tudo aqui.
19:58Especialistas ficaram examinando todas as peças do avião
20:03para ver se tinha algum amassado que indicasse que a explosão
20:07havia ocorrido de dentro e empurrado tudo para fora.
20:11Mas o local do acidente e testes de resíduos de explosivos
20:15não revelam nenhuma evidência de que havia uma bomba a bordo.
20:20Logo descobrimos que na verdade não havia sido um ataque terrorista.
20:27Então uma descoberta a 1.200 metros do acidente
20:31dá aos investigadores uma pista enorme.
20:35Encontramos um estabilizador vertical
20:37bem distante dali.
20:39O estabilizador vertical é encontrado na Jamaica Bay
20:43entre o aeroporto e o local do acidente.
20:47O local diz aos investigadores que ele se partiu
20:50enquanto o avião ainda estava no ar.
20:55Esse foi um bom primeiro passo para nós.
20:58O estabilizador vertical faz parte da cauda.
21:01Juntamente com o estabilizador horizontal
21:04é crucial para um voo estável.
21:05Não é possível voar sem isso, não tem como.
21:09O avião cai e não há nada que se possa fazer.
21:13Os investigadores do NTSB estão sob pressão
21:16para descobrir o que aconteceu com o A-300,
21:19uma das aeronaves mais populares do mundo.
21:25Como o estabilizador vertical cai assim?
21:28Eu era encarregado da investigação da NTSB naquela época
21:32há mais ou menos um ano.
21:33E eu nunca tinha visto nada parecido.
21:38Os investigadores recorrem ao gravador de voz da cabine
21:42esperando descobrir o que deu errado com o estabilizador.
21:49American 587, Torrey Kennedy.
21:52Cuidado, esteira de turbulência na pista 3, 1 esquerda.
21:55Taxiamento em posição e aguardando.
21:57Depois que a controladora de voo o avisa
22:00sobre a esteira de turbulência,
22:01o copiloto...
22:03Tá boa.
22:05Ah, vai ficar tudo bem depois da decolagem.
22:08Ficaremos a uns 8 quilômetros da turbulência
22:10quando estivermos no ar.
22:12A esteira de turbulência é causada pelo movimento do ar
22:15sobre e debaixo das asas.
22:17Quando as duas correntes de ar se encontram
22:20nas pontas das asas, elas se misturam
22:22e criam um poderoso vórtice que fica atrás do avião.
22:28Potência máxima.
22:29Você está bem?
22:31Oh, meu Deus!
22:33Os pilotos chegaram muito perto do avião
22:35que estava à frente deles.
22:37Oh, meu Deus!
22:39Os investigadores ouvem o copiloto Moulin
22:41pedir mais velocidade para ajudá-los
22:43a superar a turbulência.
22:45Segure. Segure. Segure.
22:48Momentos depois, a catástrofe acontece.
22:5215-58, já o estabilizador saindo.
22:55O avião foi abalado com a turbulência
22:57do avião que estava à frente.
23:00Soubemos, é claro,
23:02quando ouvimos as gravações de controle de tráfego aéreo
23:05que o avião havia decolado um minuto e meio
23:08ou dois minutos depois
23:10de um avião da companhia aérea japonesa,
23:12um Boeing 747.
23:15Dados de radar mostram que o voo 587
23:18estava a uma distância segura.
23:20A turbulência estava fraca demais
23:22para oferecer perigo.
23:24Nem perto do que seria necessário.
23:25para arrancar o estabilizador de um Airbus.
23:31Mas outro dado fornece uma pista vital.
23:35Movimentos frenéticos do leme.
23:4111 graus à esquerda.
23:4511 graus à direita.
23:47Vimos o leme de um lado para o outro
23:49na deflexão máxima.
23:51Várias vezes.
23:53Muito, mas muito rapidamente.
23:56Será que dá para arrancar o estabilizador do próprio avião?
24:07Os investigadores do NTSB se perguntam
24:10se os movimentos extremos do leme no voo 587
24:13criaram uma força aerodinâmica tão forte
24:16a ponto de arrancar o estabilizador vertical.
24:20Precisamos determinar se esse movimento
24:22em particular
24:24seria violento o suficiente
24:26a ponto de arrancar o estabilizador vertical.
24:30Normalmente, os pilotos movem o leme
24:33em apenas alguns graus para virar o avião.
24:38Mas o copiloto Stan Mullen
24:40estava movendo o leme de seu avião
24:42muito mais do que isso.
24:45Está pronto?
24:48Para descobrir mais,
24:50eles criam uma simulacrão.
24:52Uma simulação de computador de um A300
24:55e voam do mesmo modo que o copiloto Mullen
24:58movendo o leme 11 graus de um lado para o outro
25:01três vezes.
25:04Com cada deflexão do leme,
25:06as cargas aerodinâmicas na cauda aumentam.
25:13Falha de componente.
25:15Pronto.
25:17Isso já daria.
25:19E foram essas cargas crescentes
25:20que causaram isso.
25:28Foi ele mesmo que fez isso.
25:32A descoberta finalmente explica
25:34o que aconteceu com o voo 587 da American Airlines.
25:38Mas não explica o motivo.
25:41Então, eliminamos vários itens
25:43e começamos a observar
25:45as ações da tripulação de voo com cuidado.
25:48Por que um piloto experiente
25:50moveria seu leme tão violentamente
25:52para sair da turbulência?
25:57Quando os investigadores conversam com pilotos
25:59que voaram com Mullen,
26:01eles fazem uma descoberta surpreendente.
26:03Sente-se.
26:06Começamos a suspeitar
26:08que o copiloto tinha exagerado.
26:10O que aconteceu?
26:12Ele tinha um histórico de agir
26:14de forma bem agressiva nas esteiras de toros.
26:16Dois a sete anos.
26:18Ele movia o pedal do leme
26:20rapidamente para frente e para trás.
26:22O comandante disse que ficou chocado com isso.
26:24Ele sobrecarregou o leme.
26:26Ele disse, por que você fez isso?
26:28Por que você agiu desse jeito?
26:30Na declaração do copiloto, ele disse,
26:32eles nos ensinaram a agir desse jeito
26:34no treinamento.
26:36Quando os investigadores voltam sua atenção
26:38para o treinamento da American Airlines,
26:40ficam chocados com o que descobrem.
26:42Ensinam aos pilotos
26:44que uma pequena esteira de turbulência
26:45pode induzir a uma súbita inclinação.
26:48Determinamos que eles estavam
26:50fornecendo sem querer
26:52um treinamento errado aos pilotos.
26:54Isso nos levou à conclusão
26:56de que ele tinha exagerado.
26:59O copiloto Mullen foi treinado
27:01para acreditar que uma forte esteira de turbulência
27:04poderia causar um abalo catastrófico.
27:07Potência máxima.
27:09Você está bem?
27:11O comandante pergunta para ele,
27:13você está bem?
27:15Fica claro que o comandante
27:17não coloca potência máxima.
27:19Na opinião do comandante,
27:21a potência máxima não era apropriada
27:23naquela situação.
27:25O copiloto começou a manobrar
27:27com o manche para trás e para frente
27:29junto com o leme
27:31de um lado para o outro.
27:33Segure. Segure.
27:38O copiloto reagiu exageradamente com o leme.
27:41Ele não deixou o avião se estabilizar
27:42em uma posição ou outra.
27:48Parava um pouco e acionava.
27:50O leme ficou de um lado ao outro
27:52e criou cargas enormes na parte vertical da cauda.
27:55As ações do copiloto
27:57forçam o estabilizador vertical
27:59até que ele se parte com a pressão.
28:04Mas o que é isso?
28:08Saia disso!
28:10Saia disso!
28:12Saia disso!
28:17Saia disso!
28:28Depois do acidente,
28:30a American Airlines
28:32altera seus procedimentos de treinamento
28:34para a esteira de turbulência.
28:36Depois que ficou claro
28:38que estavam dando treinamentos errados,
28:40a American Airlines acabou
28:42reformulando o programa
28:44para evitar esse tipo de acontecimento.
28:48A American Airlines
28:50modifica seu simulador de treinamento
28:52para ele ficar mais realista.
28:54Agora, eles ensinam os pilotos
28:56a não usarem o leme em alta velocidade.
28:58Uma nova luz de aviso
29:00também é instalada na cabine
29:02para ajudar a evitar que os pilotos
29:04exagerem no leme.
29:06Eu acho que o voo 587
29:08foi um alerta
29:10para a indústria da aviação.
29:12Pilotos que acionam o leme
29:14em flexão total
29:16podem causar efeitos desastrosos.
29:22Mas apesar das lições aprendidas
29:24com o acidente no voo 587
29:26da American Airlines,
29:28um erro básico
29:30causa um desastre sete anos depois.
29:32Trem de pouso.
29:33Trem de pouso.
29:35Acionado.
29:37Trem de pouso.
29:42Jesus!
29:49Foi uma das cenas mais horripilantes
29:51que eu já vi na minha vida.
29:54O voo 3407
29:56da Continental Connection
29:58operada pela Colgan Air
30:00vai de Newark, Nova Jersey
30:01para Buffalo, estado de Nova York.
30:06Tem sido um voo agitado
30:08para o comandante Marvin Ranslow.
30:10Ele está fornecendo orientação
30:12para uma nova copiloto.
30:16Rebecca Shaw, de 24 anos,
30:18está na companhia aérea
30:20há pouco mais de um ano
30:22e agora ela deve decidir
30:24se quer se tornar uma comandante.
30:26Eu não sei o que fazer com a promoção.
30:28Se você ficar aqui no Q400
30:29não vai chegar a comandante.
30:31Certo.
30:33Se chegar, terá uma qualidade de vida melhor
30:35em relação a comprar uma casa
30:37e dá para se programar.
30:39Shaw treinou no avião
30:41que eles estão voando agora.
30:43Um Bombardier Q400 feito no Canadá.
30:4645 passageiros estão a bordo.
30:50O voo 3407
30:52segue em direção a Noroeste
30:54por sobre o estado de Nova York.
30:56A viagem dura apenas 53 minutos.
30:58A visibilidade é fraca
31:00e há a previsão de neve
31:02e ventos moderados em Buffalo.
31:07Senhores passageiros,
31:09aqui é a copiloto da cabine.
31:11Neste momento estamos a cerca
31:13de 15 minutos de Buffalo
31:15que está com bastante neblina,
31:17nevando um pouco.
31:19Peço a todos que permaneçam em seus assentos
31:21para que as comissárias possam fazer
31:23os preparativos para a aterrissagem.
31:25Conforme vão chegando na aproximação
31:27em 15 minutos.
31:29Trem de pouso.
31:31Acionado.
31:33Trem de pouso.
31:35Ok, flaps em 15.
31:37Estender os flaps proporciona
31:39mais sustentação ao avião
31:41permitindo que ele diminua a velocidade
31:43para a aproximação final.
31:49Jesus!
31:51De repente, o Q400 sai do controle.
31:54O comandante Renslow
31:55aponta para controlar o avião.
32:06Mas parece que o avião tem vontade própria.
32:16Nossa!
32:19Aciona o trem de pouso.
32:21Aciona!
32:23É tarde demais.
32:25O comandante Renslow não consegue
32:27recuperar o controle.
32:29Vamos cair!
32:44O avião cai em uma casa
32:46em Clarence Center,
32:48uma cidade a 8 quilômetros
32:50do aeroporto de Buffalo.
32:52Todos os 49 passageiros e tripulantes
32:53morrem no impacto.
32:56Uma pessoa em terra também morre.
33:01A casa devastada e o avião
33:03viram um inferno em chamas.
33:06A altura das chamas
33:08era inacreditável.
33:10Obviamente, por causa
33:12do combustível do avião
33:14e a área de detritos
33:16era muito grande.
33:18Era uma visão horrível.
33:23Os bombeiros trabalham
33:25incansavelmente durante a noite.
33:29A cena da manhã
33:31é de total devastação.
33:35Clint Cruikshanks da NTSB.
33:37Posso começar a olhar?
33:39Sim.
33:41Clint Cruikshanks é um dos primeiros
33:43investigadores do caso.
33:45Quando chegamos ao local,
33:47havia fogo.
33:49Era da tubulação de gás
33:51que vinha de dentro da casa.
33:53Há três minutos.
33:55Os investigadores
33:57esperam que as caixas pretas do voo
33:59forneçam respostas.
34:01Nós conseguimos.
34:03Quando pegamos os gravadores do avião,
34:05nós os pusemos num jato
34:07e eles foram levados para Washington
34:09para nossa sede.
34:11Nos laboratórios do NTSB
34:13em Washington,
34:15o investigador de sistemas Scott Warren
34:17analisa o gravador de voz da cabine
34:19ou CVR
34:21para determinar se existe
34:23ou não gelo no avião.
34:25Tem gelo no parabrisas?
34:27Ele descobre que seis minutos
34:29antes do acidente,
34:31a tripulação do voo 3407
34:33percebe um acúmulo de gelo no avião.
34:37Eu tenho do meu lado.
34:39Não tem do seu?
34:41Ah, tem.
34:43Tem muito gelo.
34:45O gelo pode ser uma ameaça mortal
34:47para qualquer avião.
34:49Se um avião tiver gelo,
34:51ele terá mais arrasto,
34:53mais potência
34:55para manter uma certa velocidade no ar.
34:57Quando o gelo se acumula na asa,
34:59isso aciona peso ao avião,
35:01mas o mais importante
35:03é que ele muda a forma da asa
35:05e é a forma curva da asa
35:07que cria a sustentação.
35:09Então, se características de sustentação
35:11do avião mudarem,
35:13fica mais difícil de voar.
35:15O CVR revela que apenas alguns minutos
35:17depois de a tripulação detectar gelo,
35:19um dispositivo chamado
35:21vibrador de manche é acionado.
35:24É um aviso para os pilotos
35:26de que o avião está perdendo velocidade no ar.
35:28Se não acelerarem,
35:30o avião vai entrar em stall e cair.
35:35Scott Warren sabe que o Q400
35:37possui um sofisticado sistema de degelo.
35:41Para evitar o acúmulo de gelo,
35:43o avião tem membranas de borracha
35:45ao longo da parte frontal das asas,
35:47chamadas bolsas pneumáticas.
35:49Uma série de válvulas
35:51usa ar dos motores
35:53para inflar as bolsas
35:55e quebrar o gelo das asas.
35:58Estudar o gravador de dados,
36:00ou FDR,
36:02revelará se o sistema de degelo
36:04foi ligado.
36:06Sabemos pelos dados do FDR
36:08que o sistema de degelo
36:10foi acionado pela tripulação
36:12e que ficou ligado
36:14durante a maior parte do voo.
36:16Os pilotos haviam ligado
36:18os mecanismos de degelo,
36:20mas eles estavam funcionando corretamente?
36:22Para responder a essa pergunta,
36:24os investigadores vasculham
36:26as pilhas de destroços carbonizados
36:28até encontrarem o motivo.
36:32Se o gelo não derrubou
36:34o voo 3407,
36:36o que mais fez o avião
36:38entrar em stall,
36:40cair e matar 50 pessoas?
36:44Os investigadores sabem
36:46que as condições de congelamento
36:48não foram tão ruins,
36:49como o que fez o avião
36:51parar o voo 3407
36:53da Continental Connection.
36:55Alguma outra coisa deve ter causado
36:57a perda repentina de velocidade.
37:02O investigador do NTSB,
37:04Scott Warren,
37:06sabe que o avião estava voando
37:08a 131 nós
37:10quando o vibrador de manche
37:12foi acionado.
37:14Velocidade mais que suficiente
37:16para permanecer no ar.
37:18Quando o vibrador do manche
37:20foi acionado?
37:22Jesus!
37:24Não necessariamente estavam prestes
37:26a entrarem em stall.
37:28Ainda faltavam uns 20 nós
37:30para o stall.
37:32Essa nova revelação
37:34aprofunda o mistério do voo 3407.
37:37O aviso de stall
37:39foi acionado quando o avião
37:41não estava em perigo de desacelerar
37:43para uma velocidade de stall.
37:45Os investigadores trabalham
37:47com o avião
37:49para saber mais sobre a aeronave.
37:52Eles descobrem que o Bombardier Q400
37:54tem um recurso de segurança exclusivo
37:56conhecido como
37:58interruptor de velocidade de referência.
38:01O interruptor altera a velocidade
38:03no qual o aviso de stall
38:05do avião é ativado.
38:07É uma variável de velocidade?
38:10O comandante Renslow
38:12deveria ter ativado o interruptor
38:14antes de voar pelo tempo gelado.
38:17Quando você está em condições de congelamento
38:19e o gelo se acumula na asa
38:21isso pode fazer com que
38:23a velocidade de stall seja maior.
38:25Então o interruptor de velocidade
38:27faz com que o aviso aconteça mais cedo
38:29ou em uma velocidade maior.
38:31O comandante Renslow
38:33teria sido alertado mais cedo
38:35do que o normal para acelerar
38:37e evitar uma situação de stall.
38:42Os investigadores encontram
38:44o painel do interruptor de velocidade de referência
38:46enterrado em camadas de detritos de colisão.
38:49Encontrei.
38:51E está na posição ativada.
38:57Acho que vamos pegar um pouco de gelo.
39:00Se Renslow e Shaw se lembraram
39:02de configurar o avião apropriadamente
39:04ligando o interruptor de velocidade de referência
39:06por que não perceberam
39:08que a velocidade era muito lenta
39:10para as condições de gelo?
39:12Se você ficar aqui no Q400
39:13não vai chegar a comandante.
39:15Certo.
39:17O CVR revela uma resposta de arrepiar.
39:19A tripulação conversou durante o voo todo
39:22continuando durante a abordagem de aterrissagem.
39:26Uma violação da regra de cabine estéreo.
39:29É, e isso é outra coisa.
39:31E ele diz, é, você será promovido em seis meses.
39:33E blá, blá, blá.
39:36Quando o vibrador de mancha é acionado
39:38a tripulação distraída é pega de surpresa.
39:41Os dias anteriores
39:43quando o vibrador do mancha foi acionado
39:46eles poderiam ter desligado o interruptor
39:49ou poderiam ter colocado o nariz para baixo
39:51e aumentado a velocidade.
39:53Veja o que acontece logo depois
39:55que o vibrador de mancha é acionado.
39:57Ela ilustra que logo depois
39:59que o vibrador de mancha foi acionado
40:01o avião subiu abruptamente.
40:03Essa ação diminuiu drasticamente a velocidade
40:05e neste momento o avião entrou em stall.
40:08Essencialmente o avião
40:10entrou em stall aerodinâmico
40:11no qual não se recuperou.
40:13Ele se inclinou e atingiu o chão.
40:15Os investigadores ficam chocados.
40:17Os dois pilotos
40:19deveriam saber como responder
40:21a uma das tarefas mais básicas de voo.
40:25Cada ação da tripulação
40:27durante os segundos críticos
40:29depois do aviso de stall.
40:31Agora exige um exame minucioso.
40:33Queremos ver se o modo
40:35como eles pilotaram o avião
40:37foi o modo como foram treinados.
40:39Os investigadores vão mais a fundo
40:41nos dados do FDR
40:43para examinar como o piloto
40:45manobrou o avião
40:47depois que o vibrador de mancha foi acionado.
40:49E o que Scott Warren descobre
40:51é impressionante.
40:53Em resposta ao vibrador de mancha
40:55o comandante Ranslow
40:57deveria ter empurrado o mancha
40:59para frente para baixar o nariz
41:01e ganhar velocidade.
41:03Mas o comandante distraído
41:05fez exatamente o oposto.
41:07Descobrimos que a tripulação
41:09em vez de empurrar o mancha
41:11que é a resposta normal para o vibrador acionado
41:13a tripulação estava puxando o mancha
41:15ao invés de empurrá-lo.
41:17Isso colocou o nariz para cima
41:19diminuiu a velocidade
41:21e fez o avião entrar em stall.
41:27O comandante Ranslow
41:29errou em uma das manobras
41:31de pilotagem mais elementares
41:33como se recuperar de um stall.
41:36Se a copiloto tivesse falado
41:38você está em stall
41:40aumente a potência, abaixe o nariz
41:42o avião poderia ter sido recuperado.
41:44Do ponto de vista humano
41:46é triste reconhecer que esse tipo de coisa
41:48aconteceu e a tragédia que isso causou.
41:53Concluiu-se que a falha do comandante Ranslow
41:56em responder adequadamente ao aviso de stall
41:58foi a principal causa do acidente do voo 3407.
42:03Ele reagiu do pior modo possível
42:05e selou o destino do avião.
42:08Você recebe um aviso de stall
42:10e tem que tomar uma ação corretiva
42:12e sabe que a altitude amanhã...
42:14Não, não, não, não, não!
42:16Em alguns dos piores acidentes aéreos
42:18encontram-se erros de incrível simplicidade.
42:22Mas o que é isso?
42:25Erros básicos não ocorrem
42:27necessariamente apenas com os pilotos novatos
42:29eles podem acontecer com os pilotos mais experientes.
42:34O que é isso?

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