O livro de Enoque, profético ou não parte I - VC2-E32-P

  • há 5 anos
O livro de Enoque, profético ou não?
Se questiona por que o livro de Enoque não é canônico. Ou seja não se encontra nos escritos considerados sagrados. Para essa resposta devemos analisar criteriosamente o livro de Enoque.
No primeiro verso do livro de Enoque versão etíope, temos que os anjos deram uma visão para Enoque, para compreender coisas de uma geração futura. Nisto podemos definir que não há nada de errado, na linearidade dos escritos sagrados.
Mas no segundo verso temos uma frase extremamente complicada, em que diz "dou início às minhas parábolas", o que são parábolas? Representam alegorias, ou seja parábola é uma pequena narrativa que usa alegorias para transmitir uma lição moral. Parábolas são normais em profetas e escritores após o período de Davi, mas não são comuns antes disso. Mas aqui define uma parábola para o período de Enoque. Ora supondo que a história de Enoque tenha passado por sistema oral aos descendentes, deveria ser natural o uso de tal ferramenta por Moisés, só que não acontece.
E ainda temos um agravante, o sistema profético ser uma parábola, definiria que o que se fala é apenas uma lição moral. O que fica complicado se o livro de Judas estiver falando de uma parábola como se fosse algo literal.
E vemos no verso 6 o famoso texto de conexão com o livro de Judas, tudo estaria muito bom, se no verso 2 não tivesse definido que é uma parábola.
Agora temos um problema o livro de Judas usou uma parábola como algo literal? Ou o livro de Enoque mentiu ao dizer que era uma parábola?
Se Judas usou uma parábola como algo literal, então está errada ao dizer que algo aconteceria quando não aconteceria. Mas se o livro de Enoque mentiu ao dizer que era uma parábola, então Judas usou um livro não confiável para definir a profecia. Aqui temos portanto uma caixa de pandora ou um calcanhar de Aquiles que define que não importa onde se vá, o livro de Judas corre o risco de ser um livro que não deveria estar nos livros canônicos.
Podemos dizer que Judas recebeu uma profecia sem ter contato com o livro de Enoque. O que seria um tanto parecido como uma tentativa de fugir da verdade. Tentar construir que Judas recebeu uma inspiração divina independente de Enoque, seria muito difícil de justificar.
De fato a aceitação do livro de Judas definiria também a aceitação do livro de Enoque, e por conseguinte diversos livros considerados apócrifos. O que não seria de muita utilidade. Se juntasse os livros apócrifos, eles gerariam tantas contradições com os textos canônicos, que no final geraria total descrença. O mais racional teria sido não considerar o livro de Judas como canônico. E de fato o livro de Judas teve muita dificuldade a ser aceito.
Mas atualmente os pastores e denominações tentam fugir destes assuntos, e muita das vezes vemos justificativas enroladas, e sem sentido. Tudo isso por que entrar no julgamento de que livro é canônico e que livro não é canônico, pode violar, ou até mesmo destruir certas religiões. Uma das grandes controvérsias

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