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O "tarifaço" de 50% de Donald Trump pode destruir milhares de empregos no setor têxtil brasileiro. Fernando Valente Pimentel, presidente emérito da ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), analisa os riscos, e destaca que empresários esperam negociação com os EUA para evitar o colapso do setor, ao mesmo tempo que buscam novos mercados.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/aTFxN7szjGU

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Transcrição
00:00É, e mesmo com a lista de exceções, o tarifato de Trump ainda tem potencial, então, de causar
00:06todos esses prejuízos, essas estimativas à economia brasileira e muito desemprego.
00:11Para a gente entender um pouco desses riscos, vamos conversar agora com o Fernando Valente Pimentel,
00:16que ele que é presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção,
00:21que vai dar mais detalhes para a gente sobre os impactos que podem ser gerados diante desse tarifato
00:27e de que forma também que o setor tem se preparado para essa possibilidade, então, de tarifas,
00:33visto que as negociações não avançam.
00:35Muito boa noite. E quais as estimativas, então, daqui para frente?
00:41Boa noite, David. Muito boa noite a todos que nos acompanham.
00:44Bom, as estimativas mantido no quadro atual serão muito negativas.
00:49Nós tínhamos uma expectativa de fechar esse ano com exportações para os Estados Unidos
00:54da ordem de 500 milhões de reais.
00:57É um número menor, por exemplo, do que apareceu aí do alumínio,
01:00mas isso é gerado fundamentalmente por empresas de pequeno e médio porte.
01:05Nós conseguimos atingir a nossa meta, crescemos aí em quase 14% as vendas dos Estados Unidos
01:11no primeiro semestre, mas mantida a taxa de 50%, nós vamos perder aí,
01:17na melhor das hipóteses, vamos perder 90% das nossas vendas para aquele mercado.
01:22Estou tirando somente 10%, 12% dos cordéis de sisal que ficaram isentos.
01:28Agora, nós não estamos jogando com a perspectiva de que isso vai permanecer.
01:32Evidentemente, o quadro é delicado, o momento é muito difícil,
01:36mas nós estamos aqui estabelecendo nossos canais de comunicação com as nossas empresas,
01:41claro, com os clientes das nossas empresas, com as associações congêneres nos Estados Unidos,
01:47e também procurando estabelecer canais com as autoridades norte-americanas,
01:51tudo isso em comum acordo com as autoridades brasileiras.
01:55Então, o quadro, se não mudar, é uma perda, olhando para 12 meses,
02:00de pelo menos 500 milhões de reais e potencialmente cerca de 5 a 6 mil postos formais de trabalho diretos.
02:09Agora, o que as empresas vão poder fazer diante desse cenário?
02:13Depende do grau de exposição que elas estão.
02:16Para vocês terem uma ideia, cerca de 40% da moda praia exportada pelo Brasil vai para os Estados Unidos.
02:24E tem empresas que têm dependência de 50%, 60% dos seus negócios neste mercado.
02:30Então, esse é um caso grave, duro.
02:33Tem outras empresas que exportam, mas uma parcela bem menor.
02:37Então, elas poderão se ajustar a um cenário de perda do mercado,
02:43que nós não acreditamos ao final que isso vai acontecer, mas a razão ainda não prevaleceu.
02:49E, nesses casos, as empresas podem direcionar para o mercado interno, para um outro mercado alternativo,
02:54sabendo que se for um produto sob encomenda, é mais difícil fazer isso,
02:58porque é feito sob as especificações do cliente.
03:00Se for um produto mais commodity, isso é um pouco mais fácil.
03:03Mas nada é fácil no mundo que, nesse momento, os países procuram reconquistar mercados,
03:09mercados perdidos, se reposicionar, porque está havendo aí uma grande mudança aí.
03:15As placas tectônicas estão em mudança e nós não sabemos ainda qual vai ser o nível de acomodação futuro.
03:21Se é hoje, amanhã, depois, ou se é no tempo infinito.
03:25Claro que eu estou sendo um pouco exagerado nesse tempo infinito,
03:29porque tudo acaba encontrando um novo ponto de equilíbrio.
03:31É, Fernando, mas é essa instabilidade que causa a preocupação, né?
03:34Porque, a partir do momento que também alguém produz um insumo para a indústria têxtil,
03:38ele deixa de vender porque, automaticamente, a pessoa não vai produzir diante da instabilidade
03:43de saber se ela não vai conseguir efetivar a venda lá.
03:46E tem outros mercados também que podem ser explorados.
03:49Eu não sei nem qual é o principal concorrente hoje do Brasil em relação ao setor têxtil.
03:54Olha, os principais concorrentes são os asiáticos, notadamente a China.
03:59O mercado norte-americano é o maior mercado do mundo e deverá continuar a ser por ainda algum tempo,
04:07mesmo tendo uma população menor do que a população chinesa.
04:10Esse mercado importou, no ano passado, mais de 100 bilhões de dólares.
04:15E desses mais de 100 bilhões de dólares em têxteis e confeccionados,
04:19cerca de 22 a 23 bilhões foram de produtos chineses, secundados por Vietnã, Bangladesh e outros mais.
04:26Então, esse é um mercado cobiçadíssimo, porque é o maior e depois que você se estabelece nele,
04:34você tem uma continuidade importante dos negócios.
04:37Então, as empresas do nosso setor, nós não atuamos no atendimento do mercado massivo.
04:42Nós atuamos mais em mercados de nicho.
04:45Temos também empresas brasileiras com fábricas lá,
04:48temos empresas norte-americanas com fábricas aqui.
04:50Tudo isso cria uma teia de relacionamentos bastante grande.
04:54Agora, olhando para o Brasil nesse momento,
04:58nós estamos numa situação complexa, pelo menos no lado da indústria teia de confecção.
05:02Por um lado, nós estamos, digamos assim, mantido status quo,
05:06perdendo um mercado de 500 milhões de reais ano.
05:09E, por outro lado, nós estamos sendo atacados violentamente
05:12pelas importações advindas da Ásia, notadamente das importações chinesas.
05:17Quando houve a imposição da tarifa ao país China, e nós ficamos com 10%,
05:22houve uma movimentação forte das empresas brasileiras de pegar alguns espaços desse mercado.
05:28Não imaginávamos pegar o mercado como um todo, nem estaríamos preparados para isso.
05:33Teria que ser uma construção de longo prazo.
05:35O México, por exemplo, desde 1994, tem estabelecido acordo com os Estados Unidos.
05:40Então, já construiu uma base muito relevante e é um dos grandes exportadores para lá.
05:45Mas não é o caso brasileiro, já que nós nunca tivemos um acordo com os Estados Unidos.
05:48Temos aqui com o Mercosul.
05:50Estamos aí na expectativa de começar a funcionar a União Europeia e a Mercosul,
05:54que é o principal acordo em negociação.
05:57Mas esse embrólio hoje, perder mercado de um lado e ser atacado do outro
06:02pelas importações advindas da Ásia,
06:06países esses que têm a exportação como leitmotivo do seu negócio
06:10e que, por perder espaço no mercado americano,
06:14de uma forma ou de outra, estão buscando colocar seus excedentes produtivos,
06:18é muito preocupante, porque você fica no meio de uma tormenta,
06:21você fica como o oriço entre o mar e o rochedo.
06:23Então, é um momento delicado e nós precisamos encontrar caminho, sim,
06:27não só para resolver esse embrólio com os Estados Unidos,
06:30para avançar em outros acordos internacionais,
06:33como temos expectativa com a União Europeia e Mercosul,
06:35o Mercosul EFTA e também fazer a nossa eleição de casa interna
06:40de redução do custo do Brasil,
06:41porque o Brasil é um país complexo, é um país caro
06:44e que acaba dificultando a nossa competitividade internacional.
06:48Então, é um conjunto de fatores que foi agora exacerbado
06:51pela crise que nós estamos vivendo,
06:54é uma tarifa punitiva, é a maior tarifa imposta até agora
06:58e o Brasil não tem nenhuma razão para sofrer esta punição
07:02olhando sobre a ótica econômica ou sobre qualquer ótica que se olhe,
07:05muito menos o setor texto,
07:06que também tem um déficit com o setor texto norte-americano,
07:10mas é um comércio saudável.
07:11Nossa visão antes dessa posição atual,
07:14estivemos em Washington há 60 dias atrás,
07:17era de avançar num bilateral setorial,
07:21desgravando e criando novas formas de cooperação
07:24para ocupar esses espaços que estavam sendo abertos
07:27pela taxação dos Estados Unidos, principalmente no mercado Ásia.
07:31Vamos seguir acompanhando.
07:32Fernando Valente Pimentel, presidente emérito, então,
07:36do setor da indústria texto,
07:37muito obrigado aqui pela participação no Jornal Jovem Pan.

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