00:00Você que até agora só viu a gente falando sobre insegurança,
00:05você sabe que é uma realidade que infelizmente acontece também dentro dos coletivos, né?
00:10Isso tem incapacitado aí as pessoas, inclusive, de trabalharem de forma correta.
00:17E impactado também negativamente na nossa rotina, né? A insegurança.
00:22Tornando cada vez mais assustados a gente pra sair da rua e fazer o que for.
00:25Aí, nessa semana, o motorista de ônibus, né? Semana passada, na verdade, o motorista de ônibus
00:30abandonou um coletivo depois que vários jovens invadiram o ônibus lá, o veículo.
00:36Você lembra dessa história, né? Inclusive, foi circulado pelas redes sociais, né?
00:40O pessoal dizia, não, ele abandonou, deixou a gente aqui só.
00:42Mas não sabia o que tinha acontecido. Invadiram o ônibus, ele saiu correndo com medo.
00:46E tá errado, né? Vai ficar pra ver o que vai acontecer.
00:49Não foi anunciado assalto, nem mesmo apontado alguma arma.
00:51Mas, mesmo assim, ele estava lá. O medo.
00:55E isso tem explicação dos profissionais de psicologia, viu?
00:58Nós preparamos uma reportagem pra falar sobre isso.
01:01E eu quero que você acompanhe com a gente.
01:03Usar o transporte público não tem sido uma tarefa fácil.
01:08Para os passageiros, o medo virou companheiro de viagem.
01:11Já passei por situações, assim, de entrar em ônibus e você vê pessoas, principalmente, que pulam catraca e você se sente obrigado a guardar seus pertences, a ficar sempre em alerta também, né?
01:25Totalmente, todos os dias isso acontece, infelizmente.
01:28Pessoal, Deus, misericórdia.
01:30E que não chegue perto de mim, só isso.
01:33E não é pra menos.
01:35Foram mais de 700 assaltos este ano no Recife, região metropolitana.
01:40São cenas como esta.
01:42As imagens deste vídeo mostram que seis adolescentes armados com facas fizeram um arrastão dentro de um ônibus.
01:50E agindo com violência, eles assaltaram os passageiros.
01:54O grupo é investigado pela polícia.
01:57Imagine, então, a sensação de medo dos motoristas que saem todos os dias para trabalhar dentro de um ônibus.
02:06Um caso recente chamou a atenção.
02:09Um motorista abandonou o ônibus depois que percebeu a presença de 14 vândalos que queriam entrar.
02:17O ônibus foi abandonado na Rua do Sol, área central do Recife, pelo motorista Leonardo de Melo, que está há 10 anos na profissão.
02:27Atualmente, ele trabalha na linha Teixambá-Cabugá.
02:31Leonardo já viveu muitas experiências ruins, motivadas por criminosos.
02:36Esta é mais uma que ficará na memória.
02:39Me sentindo intimidado para resguardar a minha própria segurança, deixei o carro parado no local e vim até a Avenida Guararapes, andando próximo ao Correio,
02:51em busca de alguma viatura, algum policial, para ir lá, para ver o que resolveu essa situação.
02:56Para essa psicóloga, o motorista teve uma atitude extrema, devido aos muitos traumas que já carrega por causa do perigo que enfrenta na profissão.
03:07Nesses momentos de estresse, a nossa sensação é muito difusa, sabe, Rubens?
03:12A gente não consegue, às vezes, identificar o que a gente está sentindo, o porquê que a gente está sentindo.
03:17Então, nesse momento, é importante esse tempo justamente para acalmar, acomodar tudo, para que daí a gente consiga dar mais um passo.
03:24O sindicato dos rodoviários acredita que, enquanto não houver uma ação mais ostensiva dentro dos ônibus, a sensação de insegurança não vai diminuir.
03:36O presidente do sindicato da categoria disse que muitos rodoviários ficam traumatizados e acabam abandonando a profissão antes do tempo.
03:46Muitas vezes ele não quer voltar porque ele desenvolve o síndrome do pânico, né, que é a pior parte.
03:54Esse suporte de acompanhamento psicológico não acontece.
03:59O que acontece é depois que vai para a delegacia, vai para casa, como se fosse um dia normal, e no outro dia a empresa quer que o indivíduo esteja lá operando.
04:07Retornar à rotina do transporte público, seja para o motorista ou para o passageiro, não é fácil, mas pode ter a ajuda psicológica e outras prevenções.
04:19Do tratamento mesmo terapêutico, que é de extrema relevância para que a pessoa trate isso, entenda quais são os gatilhos também que essa pessoa pode ter.
04:27Em situações, o medicamento também se faz necessário.
04:30É importante que tenha esse cuidado aí para que ele tenha esse acompanhamento, esse olhar cuidadoso.
04:35Só mesmo o apoio psicológico e a fé para que eles sigam trabalhando.
04:41Eu busco forças em Deus e na família e a empresa Caxangá, ela tem psicóloga, ela está me dando apoio psicológico.
04:52Tenho também direito ao Sérgio Senato, que ele tem psicologia, para já tentar buscar uma melhora mental do profissional.
