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O presidente Donald Trump anunciou uma nova faixa de tarifas, entre 15% e 20%, para países que ainda não fecharam acordos comerciais com os Estados Unidos. Ainda não se sabe como a medida deve impactar o Brasil. Além disso, representantes americanos e chineses se reúnem para retomar as negociações.

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Transcrição
00:00Vamos lá agora falar, porque assim, o presidente Donald Trump também não é a pessoa mais assertiva quando o assunto é o que de fato vai acontecer na tarifação.
00:08Ele já falou em 50%, mas hoje ele deu uma palavrinha e mencionou que para os países que não negociaram com os Estados Unidos, as taxas ficariam entre 15% e 20%,
00:18porque também não daria para negociar com todo mundo, sentar com todo mundo à mesa.
00:22Agora, fica aquela pergunta, Eliseu, o Brasil não negociou, ele também faria parte dessa taxação de 15% a 20%,
00:30porque só de cair de 50% para 20% ou 15% já é um alívio gigantesco para quem está esperando uma taxação absurda em 1º de agosto.
00:40Conta aí, bem-vindo.
00:42Excelente pergunta, viu, Cine? Muito boa tarde para você, para os nossos amigos debatedores e para todo mundo que acompanha o 3 em 1.
00:49Essa é uma pergunta ainda sem resposta, pelo menos aqui nos Estados Unidos.
00:54Eu conversei ainda há pouco com algumas fontes lá na capital, em Washington, exatamente sobre isso.
00:59E eu perguntei, e aí, essa tarifa de 15% a 20%, se entrar em vigor para o Brasil, faz a de 50% cair?
01:06Ou vai se somar a de 50%, portanto chegando até 65%, 70% de taxa de tarifa para o Brasil?
01:15E ninguém soube me responder, Cine.
01:18O que eu ouvi lá de Washington foi o seguinte, se tratando de Donald Trump, tudo pode acontecer.
01:24Os termos ainda não estão claros nem para os próprios integrantes do governo.
01:30Uma ala acredita que o presidente quer, na verdade, somar esses 15% a 20% às tarifas já implementadas para esses países,
01:39que vão entrar em vigor a partir do próximo dia 1º de agosto.
01:42Outros acreditam que não, que ela simplesmente apagaria temporariamente, como por exemplo a do Brasil,
01:49que está em torno de 50%, que vai entrar em vigor a partir do próximo dia 1º de agosto,
01:55para 15% e 20%, dando um fôlego para essas nações, como você bem disse.
02:00E claro, tempo também para negociar.
02:02Ou seja, há muitas dúvidas ainda pairando sobre esse assunto, sobre como essa implementação vai de fato acontecer, Cine.
02:11Essa proposta, inclusive, foi revelada em entrevista na manhã de hoje ao lado de assessores econômicos.
02:17E segundo o Trump, vai ser um ponto de partida para forçar novos acordos mais favoráveis aos interesses americanos.
02:26E aí já tem gente da imprensa dizendo que ele quis dizer o seguinte, olha, quem foi tarifado já foi.
02:32E aí inclui-se o Brasil com essa de 50%.
02:35Quem não foi, vai receber ali um presente de 15% a 20% a partir do próximo dia 1º de agosto,
02:41só por manter relações com os Estados Unidos.
02:44E aí estamos todos nós aqui, apreensivos por uma fala ou do presidente Trump,
02:49ou de alguém da Casa Branca, que possa nos explicar melhor como essa situação vai de fato acontecer,
02:55como essa medida vai impactar eu e você, Cine.
02:57Exatamente. Agora, Eliseu, tem também a China nessa história.
03:01E eu sei que há uma possibilidade de agenda entre China e governo também dos Estados Unidos,
03:07em Estocolmo, para tratar da tarifação por lá, o que esperar dessa conversa, hein?
03:13Pois é, tem conversa entre emissários dos Estados Unidos e da China em Estocolmo,
03:19mas também, Cine, aí a informação aqui em primeira mão, viu?
03:22Nessa conversa que eu tive mais cedo com as minhas fontes lá na capital americana,
03:26me disseram que Donald Trump está pavimentando um caminho para se encontrar com seu homólogo Xi Jinping,
03:33ou seja, o encontro entre as duas maiores lideranças de China e Estados Unidos
03:38pode sim, de fato, acontecer, e digo mais, já nos próximos dias, viu?
03:43Os Estados Unidos retomaram hoje, lá em Estocolmo, um novo ciclo de negociações
03:48para tentar conter aí o avanço das tensões comerciais entre os dois países.
03:53Essa informação já está sendo confirmada por diversas agências de notícias, autoridades também,
03:59contando, inclusive, que essas reuniões, esses encontros,
04:03vão ter a presença de representantes dos ministérios de comércio e de tesouro dos dois países.
04:10O objetivo, Cine, seria, portanto, reestabelecer aquilo que eles chamam de base mínima de confiança
04:17após meses de acusações mútuas, tarifas provisórias e, claro, muita retaliação comercial.
04:25O foco principal, de acordo com as informações por aqui, é uma possível extensão da trégua.
04:31Exatamente isso. Enquanto Donald Trump e Xi Jinping não se encontram pessoalmente ali
04:35para resolver no tete-a-tete, uma extensão da trégua tarifária entraria em vigor
04:41por um prazo aí de mais de 90 dias, ou seja, a China não entraria no tarifácio
04:47junto com o Brasil agora, a partir do próximo dia 1º de agosto.
04:50Eles teriam mais aí três meses, pelo menos, para tentar negociar.
04:55Caso não consigam, obviamente, vai ter essa possibilidade de conversa
05:00entre os líderes das duas nações.
05:03Agora, é importante para ambos os países, porque tem instanções aí, Cine,
05:08envolvendo, olha, semicondutores, baterias, produtos agrícolas,
05:13itens que são muito importantes para a economia americana e, claro,
05:16para a economia chinesa também.
05:18E nessa agenda de Donald Trump também tem encontro com o representante do Reino Unido, né, Eliseu?
05:23Só para a gente arrematar.
05:26Exatamente, Cine, o presidente Donald Trump já se encontrou com Katie Stammer,
05:30agora há pouco, de acordo com informações confirmadas pela Agência Internacional de Notícias, Reuters, viu?
05:36Eles se encontraram em Turnberry, na Escócia, onde discutiram temas como
05:41o comércio bilateral, crise humanitária em Gaza e até a guerra na Ucrânia.
05:46Eu separei alguns pontos importantes, alguns pontos-chave.
05:50Por exemplo, comércio. O Stammer pressionou o Trump, ou teria pressionado o Trump,
05:55por exclusões e até reduções das tarifas de aço e alumínio,
05:58que atualmente impactam os exportadores britânicos.
06:01Trump, por sua vez, manteve a postura e disse que quer tarifa de pelo menos 10%,
06:07aliás, já acordados ali no trade deal com o Reino Unido,
06:10e também discutiu ali o acordo de tarifa de 15% com a União Europeia,
06:15que pode afetar indiretamente o Reino Unido.
06:17Com relação a Gaza, na reunião, o Stammer cobrou uma postura mais firme dos Estados Unidos
06:21em relação à crise humanitária, solicitando ajuda urgente e mais pressão por cessar fogo.
06:28Donald Trump disse que o país ajudou com 60 milhões de dólares em ajuda para Gaza
06:33e não escutou uma contrarresposta com relação ao Reino Unido.
06:37Mas disse o seguinte, que havia concordado sobre a necessidade de cessar fogo
06:41e apontou que crianças em Gaza pareciam muito famintas para ele
06:45nas fotos e vídeos que eles estão vendo.
06:48Com relação à Ucrânia, sim, e pressão sobre a Rússia,
06:52o que a gente tem de informação é que ambos os líderes falaram sobre isso
06:55com a intenção de pressionar tanto Vladimir Putin
06:58quanto o homólogo dele na Ucrânia.
07:02Inclusive, Trump deu esse prazo máximo aí para Putin negociar
07:07o possível acordo de cessar fogo com a Ucrânia,
07:09que era de 50 dias, lembra?
07:11Era, porque agora há pouco ele reduziu para 12 dias.
07:14Ou seja, a Ucrânia só tem 12 dias para decidir se vai ou não vai assinar
07:18um acordo de cessar fogo com a Ucrânia, perdão, a Rússia.
07:22Se a Rússia não assinar esse acordo, Cine,
07:25ela vai voltar aquelas sanções financeiras e econômicas
07:28que tinham um tempo atrás.
07:29E aí, meu amigo, tudo pode acontecer.
07:33É, tudo pode acontecer em todos os temas que a gente acabou de conversar aqui,
07:36Eliseu Caetano, infelizmente.
07:37Não há qualquer definição, né?
07:39Obrigado pelas informações, um ótimo trabalho para você aí nos Estados Unidos.
07:42Se tiver novidade, chama a gente aqui, meu amigo.
07:44Ô, Fábio Piperno, vamos começar sobre essa situação envolvendo o Brasil
07:48e a possibilidade das taxas menores também serem direcionadas ao nosso país
07:52diante da fala de Donald Trump de que elas seriam aplicadas
07:55àqueles que não entraram ainda em negociação.
07:58O Brasil está lá.
07:59Mas será que o fato dele dizer que para o Brasil os 50% começam a valer
08:04em 1º de agosto ou excluiria dessa lista, dos 15% a 20%,
08:09qual é a tua avaliação?
08:10Veja, é muito importante a gente estabelecer o seguinte.
08:13O governo americano tem a intenção de aplicar essas tarifas,
08:18em relação ao Brasil, mas ele ainda procura argumentos
08:23para uma justificação legal.
08:26Por quê?
08:27Porque quando o governo americano aplica tarifas, por exemplo,
08:30contra o Reino Unido, China, Japão, etc.,
08:33ele está tarifando, então, países com quem,
08:37e blocos, no caso, da União Europeia,
08:41com quem os Estados Unidos são deficitários no comércio exterior.
08:46Muito bem.
08:48Em relação ao Brasil, não.
08:50Então, qual é o argumento jurídico para se tarifar um país
08:53em relação a quem você tem superávit?
08:56Então, o governo Trump, inclusive, publicou na semana passada,
09:01enfim, semana retrasada, aquele outro documento em que falava lá de,
09:05até da questão do desmatamento do Brasil.
09:07Isso, segundo diplomatas experientes, foi preparado já visando uma justificativa legal,
09:16porque sabe que as tarifas ao Brasil serão contestadas lá nos Estados Unidos
09:23por grupos empresariais que vão ser prejudicados.
09:26Exemplo.
09:27Aliás, a gente entrevistou na semana passada aqui um executivo da Secafé.
09:31Muito bem.
09:32Os Estados Unidos compram o café em grão e processam esse café
09:36e depois isso é exportado para várias partes do mundo.
09:42E segundo a informação que ele nos prestou aqui,
09:45para cada dólar de café importado, os Estados Unidos faturam 43.
09:50Muito bem.
09:51É óbvio que esse setor que importa o café do Brasil, ele vai sentir prejudicado.
09:57Então, a contestação partiria dele.
10:00Até porque não faz sentido nenhum os Estados Unidos, nessa atual gestão,
10:03colocar entraves ambientais para uma relação com o Brasil, né?
10:07Mas aí tem uma...
10:08Porque, se fosse o governo anterior, até fazia parte da pauta daquele governo.
10:13Mas deste, ainda mais com os Estados Unidos deixando de assinar vários dos acordos
10:16dos quais ele fazia parte ao longo das décadas.
10:18Há uma sutileza suspeita que também é apontada por muitos diplomatas e pessoas ligadas a essa área.
10:24Quando se contesta a questão do desmatamento aqui no Brasil,
10:30se abre mais um capítulo na discussão da internacionalização da Amazônia.
10:37Ou seja, está abrindo a porta para amanhã, depois, contestar as políticas ambientais do Brasil
10:43e falar, opa, o Brasil não tem condição de manter a Amazônia.
10:47E qual é, assim, o grande interesse nisso?
10:51Terras raras.
10:53Que é algo do qual se fala muito agora.
10:55Daqui a pouco a gente vai trazer mais informações e um debate mais profundo
10:59sobre esse lance das terras raras.
11:00O próprio presidente da República fez uma menção a isso,
11:03de que o Brasil ainda não tem um mapeamento completo das terras raras
11:07pertencentes ao nosso país.
11:09Mas antes, eu quero continuar aqui no nosso debate.
11:11Zé Maria Trindade, como é que você avalia o que está sendo aplicado agora
11:15e o quanto as relações com os outros países, porque há negociações com China.
11:19China disse também que poderia...
11:20Tem que chamar a hora, né?
11:21É isso?
11:22Tem que chamar a hora?
11:23É?
11:254h28, o pessoal da rádio vai para um rápido intervalo.
11:27Daqui a pouco espero vocês.
11:28Nas outras plataformas seguimos.
11:30O pessoal tinha me avisado aqui, eu esqueci.
11:32Aí eu escuto o ponto abrir, eu falo, opa, é a hora.
11:34Até já, pessoal.
11:35Continuamos aqui.
11:36E Zé Maria Trindade, o quanto esses outros debates,
11:39eles podem, de alguma forma,
11:41influenciar ou não aquilo que também nós esperamos a partir de 1º de agosto?
11:49Olha, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
11:52ele falou muito bem, fez uma comparação.
11:55O Brasil está sendo tratado de igual maneira de adversários históricos
12:01e até inimigos ou países que os Estados Unidos estão em guerra.
12:04nós estamos com a tarifa superior ao dobro da média mundial
12:12adotada pelos Estados Unidos.
12:14Quer dizer, tem alguma coisa fora do lugar nessa história,
12:17por isso que está todo mundo perdido.
12:18A gente já achava que não estava negociando,
12:21mas o próprio ministro revelou que existiam negociações sigilosas, né?
12:26Para que o mercado não fosse afetado e tal,
12:28ou sei lá o quê, que faz uma negociação assim ser sigilosa, né?
12:33Então, é preciso entender e aí as pessoas ficam buscando,
12:39como, por exemplo, falou o Piperno aí,
12:41ah, pode ser a internacionalização da Amazônia, pode ser...
12:45Enfim, não há um critério, não tem uma definição.
12:49E tratar o Brasil igual ou pior do que a Rússia,
12:53veja as relações tradicionais dos Estados Unidos e Rússia.
12:58Tratar o Brasil em situação pior do que a China,
13:02veja como a China encheu os Estados Unidos de produtos
13:08e a tarifa chinesa era maior do que a do Brasil.
13:11Então, não tem lógica.
13:13Está, neste momento, todo mundo procurando uma lógica nessa proposta.
13:17Eu entendo que o processo de negociação do Donald Trump é esse.
13:22Joga lá em cima, né?
13:24Hoje é 10, joga lá em 50,
13:27se ficar 20 ou 15, nós...
13:29Ah, graças a Deus.
13:31E, na verdade, ele dobrou a tarifa e nós estamos agradecendo.
13:35Quer dizer, uma técnica de negociação própria dele.
13:38É verdade, Zé.
13:39E o Zé Maria Trindade trouxe um aspecto muito interessante,
13:41Bruno Musa, que é essa comparação com China e Rússia.
13:44Ou seja, como é possível tratar o Brasil,
13:47que é um parceiro histórico dos Estados Unidos,
13:49entre aspas, pior do que China e Rússia nessas negociações?
13:54Concordo 100% com o que o Zé falou.
13:55Até porque a gente começa a ver que tem efeitos adicionais
13:59o que tem acontecido com o Brasil, né?
14:03O Zé Maria citou sobre...
14:05Ah, ele joga lá pra cima pra negociar pra baixo.
14:08Ele fala isso textualmente naquele livro dele,
14:11The Art of Deal, né?
14:12Que foi escrito bem antes dele ser presidente.
14:14Mas se nós olharmos em volta,
14:16isso tem acontecido com os outros países.
14:19Ele joga isso e tem conseguido trazer, inclusive, os inimigos,
14:22como a China, pra mesa de negociação.
14:24E chegando em tarifas.
14:25O meu ponto aqui, eu acho que a gente precisa entender,
14:29gostemos ou não,
14:30e nós já nos posicionamos aqui
14:31contra o efeito econômico da tarifa.
14:34A minha escola econômica é radicalmente contra qualquer imposição
14:37que dificulte o comércio livre, o comércio aberto.
14:40Mas a gente precisa entender que essa é uma realidade.
14:42As novas tarifas vieram pra ficar.
14:45Seja ela de 10, 15 ou 20%, vieram pra ficar.
14:48Teremos tarifas mais altas nos próximos anos.
14:52Não sabemos quanto tempo isso vai durar,
14:54mas ela veio pra ficar.
14:56Por que, Mousa, que ela veio pra ficar?
14:57Porque o Trump precisa,
14:59e se está escrito no programa dele,
15:01concordar ou não,
15:03fazer os ajustes de déficit comercial
15:05e déficit em conta corrente
15:06que os Estados Unidos tem com o mundo como um todo.
15:08Eu falei aqui na semana passada esse dado
15:10que ele é bastante chamativo.
15:1390% do PIB,
15:15ou seja, por volta de 26 trilhões de dólares,
15:18é o quanto os Estados Unidos são deficitários
15:20no setor externo com o mundo.
15:23Ou seja, a relação dos Estados Unidos
15:25com o restante do mundo
15:26é deficitária em 26 trilhões
15:27entre o que os outros investem nos Estados Unidos
15:30e o que ele investe lá fora.
15:31Todos os tipos de relação com o mundo exterior.
15:34É muito negativo isso.
15:36E falamos na semana passada,
15:37quando ele importa muito mais,
15:39esse dinheiro vai pros outros países.
15:41Os outros países pegam esses dólares
15:43e compram títulos públicos americanos
15:45porque é a dívida mais segura do mundo.
15:47Então o dinheiro volta pros Estados Unidos,
15:49que tem um estímulo pra endividamento,
15:51e isso acaba favorecendo
15:53esse nível de dívida que os Estados Unidos estão,
15:55o nível de déficit de 6% do PIB,
15:57que precisa ser ajustado sim ou sim.
16:00Então eu acho que a gente precisa encarar a realidade.
16:02Ela veio pra ficar, concorda ou não.
16:04Então, como conseguimos driblar essas adversidades?
16:07Tá aí o grande ponto.
16:08O resto, pra mim, é a gente bater no molhado
16:11e perder tempo com determinadas discussões
16:13porque elas vieram pra ficar.
16:14Interessante, Bruno Musa.
16:15E nesse caso, Alangani,
16:16você entende então que as estratégias
16:18precisam ser colocadas à mesa a longo prazo
16:21e não só pensando nesse momento
16:23em que, digamos, o diálogo
16:25tá um pouco mais truncado do que o comum?
16:28Exatamente.
16:28Esse diagnóstico que o Bruno Musa trouxe aqui
16:31é absolutamente verdadeiro,
16:33das novas tarifas inaugurando uma nova ordem mundial.
16:37Pra falar a verdade, isso,
16:39o Trump já tinha dado uma sinalização em 2016, Evandro.
16:42Ele não tinha poder suficiente.
16:44Mas ele inicia uma guerra tarifária em 2016,
16:47mas ele não consegue colocar em prática.
16:50E agora, com muito mais poder, né,
16:52do jeito que ele foi eleito,
16:54no tudo ou nada,
16:55ele inaugura, sim,
16:56uma nova ordem mundial,
16:59pelo menos do ponto de vista econômico.
17:02O próprio Estados Unidos acabou criando a ordem, né,
17:05liberal ou neoliberal, como chamam, né,
17:08que é exatamente a fomentação do livre comércio
17:11entre as nações,
17:12fomentar a abertura comercial
17:14e fomentar a utilização do dólar,
17:16inclusive, para que os outros países
17:19financiem os Estados Unidos.
17:21Isso trouxe uma grande vantagem para os Estados Unidos.
17:23Estados Unidos, com isso, conseguiu financiar
17:26seu déficit,
17:27financiar subsídios para empresas,
17:31conseguiu financiar seguridade social,
17:32conseguiu financiar o orçamento militar,
17:35financiamento imobiliário para as pessoas,
17:38a taxas de juros muito baixas,
17:40sem a necessidade do americano médio poupar
17:42e nem do governo dos Estados Unidos poupar.
17:45Ou seja, o mundo poupou pelos Estados Unidos.
17:49E agora, nessa nova ordem que se coloca,
17:52é uma ordem que você tem tarifas protecionistas
17:56e o mundo vai ter que aprender a lidar com isso.
17:58Eu não acho que isso reduz o déficit dos Estados Unidos.
18:02Por quê?
18:03Porque o déficit norte-americano
18:05está ligado ao gasto elevado do governo dos Estados Unidos.
18:10Evandro, é a mesma coisa.
18:11Eu gosto dessa comparação.
18:13Você estourar o seu cartão de crédito
18:15e culpar a loja
18:17porque você estourou o seu cartão de crédito.
18:19Então, você vai lá, você consome que nem um louco
18:21e aí você culpa a loja.
18:23Não, é que a loja tem uma série de produtos aqui
18:25e você resolve a culpa a loja.
18:27Não existe teoria econômica
18:29e nem evidência empírica
18:31que mostre uma relação entre diminuição de déficit
18:34e tarifa protecionista.
18:36Rapidamente, do ponto de vista econômico,
18:39o déficit em transações correntes
18:41só significa o seguinte,
18:43que o país gasta mais do que arrecada.
18:46Isso é uma identidade econômica básica.
18:50Ou, de outra maneira,
18:52o país investe mais do que ele poupa.
18:55Não existe nenhuma relação
18:57entre protecionismo e diminuição do déficit.
19:00Nem teórica, nem empírica.
19:02Interessante, Alangani. Muito bom.
19:04Fábio Piperno, e aí eu quero arrematar contigo
19:05a questão relacionada à China também.
19:07Eliseu Caetano mencionou que hoje em Estocolmo
19:09haverá uma reunião, um encontro
19:11entre governo chinês e norte-americano.
19:14E você entende que tratativas importantes
19:17possam ser colocadas à mesa, como...
19:19Estados Unidos e...
19:20Opa, entrou alguém falando aí, mas...
19:23Mandarim, quer dizer.
19:24Estados Unidos, a gente não...
19:26Daqui a pouco, a gente só está falando deles, inclusive.
19:28Mas, assim, há possibilidade de, inclusive,
19:31exportação de tecnologia e outras questões
19:33que os Estados Unidos seguravam mais em relação à China
19:36e que as novas relações possam transformar
19:39ou mudar nesse momento?
19:41Bom, primeiro eu quero concordar com todo esse desfecho aí
19:46feito por Alangani, essa conclusão da...
19:48Enfim, do pensamento dele, porque, inclusive,
19:51é verdade, deve-se em contas correntes.
19:54Ele sinaliza que o país gasta mais do que arrecada.
19:58É fato, e isso acontece com o Brasil, porém,
20:01é muito interessante isso, porque é um problema comum
20:07hoje, a maior parte dos países, porém,
20:11quando acontece em um país como o nosso...
20:14Ah, mas é porque o governo é de esquerda e a esquerda é gastona.
20:17Bom, lá não é um governo de esquerda, aliás, como muitos outros,
20:21e o problema é muito parecido.
20:23De qualquer forma, em relação à China,
20:27isso tudo mergulha, realmente, essa relação numa zona cinzenta.
20:32Por quê?
20:33Porque é óbvio que essa questão das tarifas,
20:38ela joga o Brasil ainda mais próximo à esfera chinesa.
20:43E vejam só, não é à toa que hoje já tem nota aí do BRICS China
20:49dizendo que, ah, então, diante de tudo isso que está acontecendo,
20:53dos nossos problemas comuns, vai ser necessário...
20:56Poderemos aumentar a cooperação China-Brasil.
21:00Outra coisa, que vamos voltar a relembrar aqui,
21:05no final do ano, quando Xi Jinping veio aqui,
21:08havia a expectativa de que houvesse adesão do Brasil
21:12à nova rota da seda, né?
21:15Que é a ação chinesa, enfim, a iniciativa chinesa
21:18de expansão comercial pelo mundo,
21:21inclusive envolvendo muito investimento em infraestrutura.
21:25O Brasil, naquele momento, não quis formalizar adesão a isso,
21:29o que foi, aliás, elogiado por muitos observadores mais isentos.
21:34Mas e agora?
21:35Será que, diante de tudo isso,
21:38o governo Lula vai resistir à tentação de aumentar esse abraço à China?
21:43Eu tenho dúvida.

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