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Ismaelino Pinto entrevista Ronaldo Silva e Junior Soares do Arraial do Pavulagem.

Edição: Karla Pinheiro (Supervisão Tarso Sarraf)

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Notícias
Transcrição
00:00Olá, está no ar o Manguerosamente.
00:08A gente conversa com duas pessoas que escrevem a história da música popular paraense
00:14nesse país, nesse nosso belo e bonito estado do Pará.
00:20Na verdade, eles não começaram agora, eles estão um pé na estrada há muito tempo,
00:24mas que ganharam fama de um período para cá, mas já são famosos, já fazem um trabalho
00:30muito, muito fundamental e importante dentro da música paraense.
00:35A gente fala com o Ronaldo Silva e com o Júnior Soares, que não precisa mais apresentar.
00:40Eles estão aí com a camiseta do Arraial do Pavulagem.
00:43Essa coisa do Arraial do Pavulagem já misturou tudo, vocês já são o próprio Pavulagem.
00:48Pavulagem já anda com a gente do lado.
00:51Inclusive, ele anda até de um, vai compartilhar, inclusive.
00:53Só temos um Pavulazinho para tu cuidar dele aí.
00:56Me diz uma coisa, bom, vocês têm muito tempo de estrada, o Júnior tem quanto tempo?
01:01Bom, eu lembro de vocês, nós já estávamos juntos também, eu nesse jornalismo cultural
01:05há muito tempo, já temos anos aqui, já estamos de cabelo branco e tudo mais,
01:09ganhamos alguns quilos, mas enfim, estamos nos vendo aí, a gente nessa caminhada.
01:14Quanto tempo tu tem de estrada, Júnior?
01:16Rapaz, eu tenho 61 anos de idade, sem vergonha nenhuma de dizer isso.
01:20E de música, 40 e poucos, 45 anos de música, né?
01:26Ronaldo?
01:27É, o mesmo que eu estou com 68, aí tem 38 anos de Arraial, é esses 40 e pouco aí.
01:34Quantos anos fez esse ano o Arraial?
01:3738.
01:3738.
01:3838.
01:3838 desse formato.
01:40Do Arraial do Arraial.
01:41Que o Arraial é.
01:42É, esse período.
01:44Uma coisa muito interessante que a gente percebe, por exemplo, hoje em dia, além de, claro,
01:49um evento musical e cultural, uma manifestação cultural, vocês criaram uma história, né?
01:57Vocês criaram uma tradição, né?
01:59Não existe mais a possibilidade de chegar Júnior, chegar Junino, né?
02:04Chegar esse mês e não ter o Arraial na rua, né?
02:07Vocês têm a noção dessa grandiosidade que vocês criaram?
02:11Como é que surgiu essa história?
02:13O começo de toda brincadeira, né?
02:15Eu acredito que toda ideia, ela tende a ser individual.
02:20Mas é muito bom que essa ideia individual, ela consiga ir para o coletivo, né?
02:25Porque é uma brincadeira que envolve muitas questões, né?
02:31Questão da rua que não é fácil, principalmente naquela época.
02:35E na época também da tradição, né?
02:37Entender esse brinquedo, entender essa iniciativa na rua, é ver o quanto que a cidade e que
02:43os músicos daquele contexto inicial precisavam e estávamos tomando algumas iniciativas com
02:49com os festivais, com a clima, me lembro bem dessa época de luta mesmo, do Nilson vindo,
02:56passou muito tempo no Rio vindo com o movimento que trouxe o Zeca Tocantins, trouxe o movimento
03:01açaí, me lembro muito bem disso.
03:03E esse movimento trouxe figuras que eu nunca imaginei que eu ia encontrar.
03:07Uma dessas figuras era o Júnior, né?
03:09Que depois a gente se reencontrou na SEMEC, já para conversar coisas mais objetivas,
03:14no caso ainda, nessa época do Porto de Casa, mas já tinha as coisas dos festivais.
03:21Eu acho que, de alguma maneira, o festival aproximou a gente do Rui, né?
03:25A gente aprendeu a ver no palco o Paulo André Rubarata, Salomão Habib e o Pai Loureiro,
03:34Alfredo Reis, enfim, o Mizinho Gabriel, o Tony Soares.
03:39Então, eu acho que nós somos, a gente vem daí desses movimentos, né?
03:44E paramos na rua por conta que era também uma bandeira que a gente conseguisse formar
03:51a plateia, que a gente pudesse ir para a rua para divulgar o nosso trabalho.
03:56Na porta de um teatro que não abria aos domingos de manhã, nós conseguimos abrir com o tempo
04:01aquele teatro e foi a melhor coisa do mundo para nós, um teatro muito sagrado para todos nós.
04:06E hoje, resumindo, a gente sai do Teatro da Paz, outro teatro também, né?
04:12Que não está, assim, tão disponível.
04:14Emblemático, na verdade, porque o boi agora fica em cima, né?
04:17O pavulagem...
04:18É uma casa, né?
04:19Uma casa acolhedora da história, né?
04:23Dessa cidade que já foi capital cultural do país na época da borracha.
04:27E eu acho que é muito bom que essa conquista do brinquedo que é de rua,
04:32e ele não vai para dentro do teatro, porque o lugar dele é na rua, né?
04:36E aí eu acho que essa...
04:38Tem que explicar um pouquinho para a galera que nós não somos um boito adicional, né?
04:43Nós somos uma ressignificação desse momento de 38 anos para cá,
04:47entendendo que o brinquedo, dentro da tradição, ele tem o lugar que merece ter,
04:54que merece ter o respeito, cuidado com essas matrizes.
04:58Mas que eu acho que o brinquedo de rua, ele precisava, eu acho que,
05:02dessa experiência da gente para reconhecer o trabalho das mulheres, né?
05:06Com muito mais força, as pessoas que bordam, né?
05:10E começar a entender o brinquedo como parte, assim, de...
05:15Que orienta, de alguma maneira, né?
05:17Um ícone que orienta essa cadeia produtiva.
05:20Pois é, vocês cresceram, né?
05:22Quer dizer, junto com...
05:23Junto, claro, com aquela manifestação que é domingo, né?
05:27Sempre nesse período agora, que acabou agora recentemente, né?
05:31É, é um derradeiro...
05:32Mas vocês criaram toda uma cadeia dentro daquilo, né?
05:36Porque tem os ensaios, tem o músico, tem o próprio estudo.
05:40Eu acho que eu posso dar uma...
05:42Dar um passo um pouquinho atrás, né?
05:44No que o Ronaldo está falando, assim,
05:45para a gente entender o princípio das coisas, assim, né?
05:48Olha só, é...
05:50Claro que eu acho que houve uma configuração interplanetária
05:53para essas pessoas que iniciaram essa coisa que é o Raio do Pau Volagem hoje
05:58terem se encontrado naquele momento lá atrás, né?
06:00Porque nós encontramos muita gente lá atrás,
06:02mas poucas pessoas permaneceram nesse barco que foi...
06:06Mas vocês já pensaram nessa coisa, nesse formato ou não?
06:09O Raio do Pau Volagem não é um projeto.
06:10Ele nasceu de um projeto.
06:11Nós não escrevemos um projeto juntos,
06:13vamos iniciar o Raio do Pau Volagem, não.
06:14Ele foi o filtro do dia a dia, do ano a ano,
06:17de uma coisa, uma construção que foi se dando tijolo a tijolo
06:20ao longo desse tempo todo, né?
06:21Nós somos músicos, compositores.
06:23O Ronaldo muito mais estrada do que eu como composição antes,
06:27mesmo de eu surgir nessa cena.
06:29Então, a expectativa de ter público para nós,
06:32naquele momento inicial,
06:34eu acho que foi o que não motivou até essa brincadeira.
06:36Porque nós vínhamos de um grupo,
06:38o Ronaldo tinha lançado um disco,
06:40e nós também, com porta de casa,
06:43ou seja, acostumados a fazer show para ninguém, praticamente.
06:45A gente chegava no teatro, nem a família aguentava mais.
06:48Então, acho que trazer uma brincadeira,
06:51que é muito típica da Amazônia,
06:53dizer, olha o boi, vamos atrás do boi.
06:54Então, mexer com isso das pessoas,
06:56de dar uma volta na praça,
06:57para atrair as pessoas para dentro do Teatro Vandamã Henrique,
07:00para eles assistirem o nosso trabalho autoral, musical, na época.
07:03Nem tão autoral naquela época ainda,
07:05porque a gente já estava indo muito de pesquisa.
07:07Foi a partir daí que começou um trabalho mais autoral
07:08com relação a esses ritmos populares daqui na nossa região.
07:12Então, acho que isso de criar este momento,
07:16de levar esse povo para assistir a gente,
07:19foi muito emblemático.
07:22Acho que a partir daí que se consolidou esta ideia,
07:26esse monte de coisa que a gente,
07:27de signos, de símbolos, de formatos,
07:30de períodos, de datas,
07:32que foram a partir daí sendo criados a cada ano,
07:36foi realmente esse enxerto,
07:38digamos assim,
07:39esse enximento dessa manifestação que hoje é,
07:42com todos esses símbolos, né?
07:44Você tem chapéu, você tem...
07:45Mas você tem ideia dessa grandiosidade que vocês fazem hoje?
07:48Por exemplo, a gente vê hoje cenas de imagens aéreas do Fabulário,
07:52já é uma coisa impressionante.
07:54Quer dizer, qualquer dia o Arraial vai estar enchendo ali o Boulevard,
07:58vai estar enchendo a Presidente Vargas,
08:00é um sírio praticamente, né?
08:02Um sírio musical, né?
08:04Então, essa é a construção que vocês fizeram, né?
08:07Vocês têm ideia dessa grande necessidade?
08:09Eu acho que o choque grande foi no pós-pandemia.
08:13Ou seja, porque até antes da pandemia a gente tinha uma projeção,
08:16é claro, a gente tinha aí 15 mil pessoas, né?
08:20Nos nossos cortejos, porque a gente já veio muito tempo.
08:23No pós-pandemia isso pulou para 40, 50, logo no...
08:27Qual é a estimativa?
08:30Quantas pessoas vocês acham, por exemplo, na última, agora?
08:33Eu acho arriscado a gente afirmar isso,
08:37porque a sensação que eu tive,
08:38eu nunca vi um cortejo com tanta gente do que depois da pandemia,
08:43e nunca ouvi falar nem para trás, nem agora,
08:45que acabou a comida no Verupês, acabou a comida no ponte,
08:48não tinha onde comer, ambulante ninguém tinha.
08:52O que é que aconteceu ali?
08:53Eu acho que tinha mais de 100 mil pessoas na rua.
08:56Falo isso sem problema nenhum.
08:57Pela quantidade também de ambulantes, né?
09:01De pessoas que nesse período, que nem no Sírio, né?
09:04Que vêm...
09:04Isso é muito bacana, aliás, né?
09:06Família, essa necessidade...
09:08A complexidade desse tipo de coisa.
09:10Para nós, nessa coisa da pandemia,
09:12foi muito emocionante,
09:14porque eu acho que com essa dedicação da gente,
09:18as pessoas precisam entender que
09:21o combustível da gente sempre foi a fé no Brasil,
09:25a fé na nossa cultura, a fé na ciência, por exemplo.
09:30O resultado, esse resultado de muita gente organizada na rua,
09:33graças a Deus,
09:34vem de um processo pedagógico que a gente,
09:37de alguma maneira, somos cria do Curro Velho.
09:40É daí que a gente vem,
09:41a gente vem também aproveitando da melhor maneira que a gente pôde...
09:44Daquele Curro Velho lá de trás, de Dino Oliveira, né?
09:47Lá de trás, com Dino Oliveira,
09:48também na época da Ana Júlia, de todas as pessoas.
09:51Esse é um brinquedo fantástico,
09:53porque a gente não construiu isso sozinho, né?
09:56É um trabalho realmente historicamente feito a muitas mãos,
10:00com o cuidado que a gente se coloca na condição de guardião da brincadeira, né?
10:06E eu acho que esse instituto, ele trouxe, né?
10:09E concretamente, hoje, a gente vive um período super tranquilo em relação aos projetos.
10:13Depois o Júnior pode detalhar um pouquinho mais o que ele puder adiantar para vocês.
10:17Mas eu acho que é o reconhecimento do governo federal, do governo estadual,
10:26do governo municipal, de algumas empresas, nossos parceiros.
10:30Nós somos gratos a todo aquele que deu um pouquinho, aquele que deu um poucão.
10:34A gente agradece, porque eu acho que a nossa missão a gente tem cumprido, né?
10:39Que tivemos paciência de ir ressignificando a brincadeira,
10:44de entendendo melhor esse processo da inclusão,
10:47entendendo melhor esse processo religioso,
10:50que é extremamente delicado na rua,
10:53entendendo a coisa das lutas de hoje, né?
10:56Essas conquistas de hoje.
10:57Como é que isso paira dentro do arraial?
11:00Como é que a gente administra isso?
11:02Como é que a gente fala sobre isso?
11:04Se todos nós somos, de alguma maneira, ainda uns menos, outros mais ainda,
11:10o preconceito.
11:12Então, eu acho que é um exercício,
11:16é uma vivência extremamente importante por vários aspectos.
11:20Primeiro, o arraial é um lugar onde realmente o cara pode vir com a mulher dele,
11:26com a criança.
11:28E a nossa luta, ao mesmo tempo,
11:29é que a gente consiga realmente fazer um acolhimento à altura
11:34que esse esforço de todos nós merece ter
11:37para parar o roubo de celular.
11:39Nos ensaios, nós já temos assaltos.
11:43Que as praças sejam inauguradas
11:45e que a gente tenha realmente a ordem pública,
11:48funcione, que a gente organize os espaços.
11:50Pois é, como é que é essa organização?
11:52Ter uma coisa na rua com essa grandiosidade
11:55de uma estimativa de 100 mil pessoas.
11:58Como é que é feito isso?
12:00Ter toda uma logística, claro, né?
12:03Bom, é uma atividade feita a muitas mãos, como eu estou dizendo.
12:08Nós temos a nossa parte, nós temos projetos captados para isso,
12:11nós contratamos muita gente, né?
12:14Nós temos um batalhão da Estrela que conduz o BOE,
12:17mas temos também um batalhão de pessoas que cuidam desse batalhão na rua.
12:21Comunicação.
12:22As pessoas, por exemplo, que estão de chapéu lá,
12:24elas são filiadas ou elas são inscritas?
12:27Não, basta você ter o chapéu que identifica muito...
12:31Não basta ter o chapéu.
12:32Na realidade, o brincante do batalhão da Estrela...
12:35É o brincante do...
12:36Ele tem uma indumentária que é típica da roda para a rolagem.
12:39Uma calça, o saia...
12:40Mas isso passa por vocês.
12:42Passa por nós.
12:42Eles se inscrevem, nós temos anualmente...
12:46Se inscreve, confirma a inscrição.
12:48Confirma a inscrição, idade, condição social...
12:50Nós temos um perfil de todas as pessoas que estão conosco, né?
12:55Nós brincamos...
12:56Eu sempre faço esse paralelo da nossa escola de samba, né?
12:58E tu tens ali os brincantes do Rádio da Pabulagem.
13:02Mas também tu tens ali milhares de pessoas ao lado desses brincantes.
13:06Então, claro, no momento que nós estamos ali com o nosso batalhão, nós interditamos
13:12ruas, nós temos uma tecnologia para isso, nós contratamos equipamentos para fazer isso.
13:19Nós temos, claro, também a parceria da prefeitura que nos ajuda com isso, com os órgãos
13:25de trânsito, com os órgãos de segurança, cuidar das praças.
13:30Então, cada um faz uma parte, né?
13:32Nós temos parceria, por exemplo, nós contratamos pessoas para cuidar do nosso lixo que produzimos.
13:38Então, quando passa o arrastão, aquilo fica ali para a cidade.
13:41O que acontece depois do tempo do nosso...
13:44Porque ela começa às nove da manhã e vai até às duas da tarde.
13:47O que acontece depois das quatorze horas da tarde passa a ser, não competência nossa,
13:52mas da própria cidade e das pessoas.
13:54Mas nesse período...
13:55Quantas pessoas hoje, mais ou menos, têm inscrito para sair, para fazer parte do...
13:59O desistimento do Cândido?
14:01No último, agora, mil e duzentas pessoas.
14:04Mil e duzentas.
14:04O que é um número enorme para conduzir um público na rua.
14:08É uma escola de samba, como você falou.
14:10É uma escola de samba.
14:10É muito trabalho, muito trabalho.
14:11Só que é uma escola de samba que vai no meio do povo, ela não vai protegida.
14:15Então, aí, a condução...
14:16Ainda tem os que vão se juntando, né?
14:20O público vai ao lado.
14:20O público vai ao lado.
14:22A participação é espontânea, a pessoa vai.
14:23O boi está vindo, ela espera, já acompanha.
14:26Mas a coisa também foi...
14:28Vocês foram agregando, por exemplo, até a questão do sírio na chegada lá, não é?
14:32No dia da tragação.
14:35Sim, aí já é outro brinquedo.
14:35É a sessão fluvial.
14:36Aí agora é a canoa, né?
14:38Tem uma canoa que a gente põe no sírio.
14:40Deixa eu te explicar uma coisa.
14:41Tá.
14:41Cronologicamente, o que que acontece?
14:44A gente...
14:45No início de...
14:47No final de abril, nós abrimos as inscrições para as pessoas que querem participar do Batalhão
14:52da Estrela, né?
14:53Escrevemos.
14:54Uma parte para iniciantes, oficinas para iniciar as pessoas, e uma parte para os iniciados,
15:00pessoas mais antigas.
15:01Já faz...
15:02Imagina, a gente tem há 20 anos de formação de pessoas, então temos milhares de pessoas.
15:06As pessoas querem, em algum momento, tocar, fazer parte do Batalhão da Estrela, que
15:10é o grupo de brincantes.
15:12Então, a gente escreve as pessoas, né?
15:14Então, esse ano foram 400 novos e 800 veterinários.
15:18Essa é oficina de quê?
15:19De dança, percussão, de todos os brincantes que fazem parte do Arrachão.
15:24Aí nós temos um corpo que conduz a música, que é a percussão e metal.
15:29Nós temos o corpo da dança e temos o corpo dos pernaltas, que são os pernas de pau
15:33que ajudam na visualidade, blá, blá, blá, blá.
15:36Cavalhinhos, camisúdos.
15:36Isso sempre...
15:37E temos uma área que cuida da criança, né?
15:40Que é o que nós chamamos de campina.
15:43Que é onde vão as crianças com seus cavalinhos, com suas coisas, né?
15:46Onde vão as pessoas com deficiência.
15:48Onde vão os idosos.
15:50Onde tem um território seguro para os atípicos.
15:53Para as pessoas estarem ali, tem um território dentro, aquele negócio ali.
15:56No meio daquela multidão, tem segurança para todo mundo, né?
15:59Passaram esse período, escreveu todo mundo.
16:02Tem 30 dias, onde vai ter metade de oficinas e metade de ensaios.
16:07Então, durante 30 dias, esse batalhão é formado, né?
16:10Depois que ele é formado, sim, estamos prontos para ir para a rua.
16:13Aí começam os arrastões.
16:15Os quatro arrastões de junho.
16:16São quatro arrastões durante o mês de junho.
16:19Esse que acontece nesse período.
16:21Os três últimos de junho e o primeiro de julho.
16:25Independente de que tiver, sempre serão os três últimos domingos de junho e o primeiro de julho.
16:30Acabou agora, por exemplo.
16:32Nesse momento, encerrou a nossa quadra junina.
16:36Já estamos no interior, tocando no lugar, porque nós somos músicos, temos uma banda.
16:40Então, a gente funciona o ano inteiro, independente dos arrastões.
16:44Arrastões é a nossa manifestação cultural.
16:46Então, independente da manifestação, nós temos um trabalho autoral musical.
16:50E tem uma coisa bacana também, que é uma incorporação de tradições nossas com o mastro.
16:55Isso é uma coisa que, na cidade, não se via muito.
16:59Não se via mais, na verdade, que antigamente acontecia nos bairros.
17:02Mas acontece muito no interior.
17:04A sugestividade.
17:05Vocês desgastaram isso.
17:06É porque, na verdade, a gente, desde que começou esse trabalho,
17:10que a gente ficava olhando para esse futuro que já chegou,
17:14de a gente conseguir fazer que nós demos esse nome.
17:17O primeiro nome que foi dado para o brinquedo era
17:20Boa e Pavulais do Teu Coração.
17:22Parece um TCC, né?
17:24Aí, claro que naquela época, a compreensão sobre o brinquedo
17:28estava chegando ainda, né?
17:30Talvez, da turma todinha, eu que experimentei, graças a Deus,
17:34uma experiência com Antônio Carlos Maranhão, que era um compositor antigo.
17:37Grande Antônio Carlos.
17:38Te lembro dele, Eduardo Parque.
17:41E o Mizinho Gabriel, o secretário de Cultura da SEMEC,
17:46que era o Par Loureiro, o prefeito Homem Gabriel.
17:49E fomos fazer uma memória dos bursos de Belém, Mosqueiro, Coraci e Oteiro.
17:54Então, aquilo foi um presente para mim.
17:56Eu estava recém-formado e, logo em seguida, o Rui faz a proposta,
17:59primeiro para botar um carimbó na rua, depois um boi.
18:01Quando ele falou o boi, eu gostei.
18:03Ele queria saber o que é que eles estavam pensando em fazer.
18:06Mas até em ir para a rua já foi uma coisa que demorou um bocadinho.
18:10É porque também tem essa história, porque eu lembro, claro.
18:14Criança?
18:15Eu lembro dos bois, né?
18:17Que eu nas festas, né?
18:18Eu lembro daquele boi tradicional.
18:20Tem uma coisa meio de boi bombar, bomba meu boi.
18:22A gente conhece o boi lá do...
18:24Maranhão é bomba meu boi.
18:25Do Maranhão.
18:26Tem o tal do boi do Parintins.
18:28Boi do Parintins.
18:29Tem o boi de máscara.
18:30Enfim, tem vários tipos, né?
18:32E vocês ressignificaram isso tudo, né?
18:34E transformaram...
18:35O que acabou acontecendo aí é que eu queria chegar, né?
18:38Então, é dizer, para um trabalho desse, feito a muitas mãos,
18:42um trabalho coletivo, que tem uma força dessa,
18:45é dizer, eu acho que o mérito de hoje o Arraial ter essa estrutura,
18:51eu acho que foi ter pensado na direção de realmente ter paciência
18:56para conquistar e a gente construir esse Arraial do Futuro,
19:00que é o Arraial do Pabular, que a gente ainda não tem esse espaço, né?
19:04Para fazer o Arraial do Futuro, a gente precisa...
19:06Já tem algumas iniciativas com relação à acessibilidade,
19:10tem um espaço que a gente conseguiu com o Cotoreal,
19:12que é magnífico, né?
19:13Que hoje vocês usam a Palmeira do Henrique.
19:16Usam aquela praça lá.
19:17Mas, na verdade, se a gente for pensar direitinho,
19:20já está tardio, né?
19:23Essa quantidade de pessoas na rua,
19:25com essa cena de visibilidade fantástica que tem,
19:29a brincadeira na rua,
19:31já está passando o tempo da gente ter, em alguns trechos,
19:35arquibancado para os mais idosos, né?
19:37Para que você consiga diminuir a quantidade de ambulantes na rua.
19:41Sempre com um cortejo naquela área.
19:43Atropelo de brincante, né?
19:44Tem um monte de problema na rua.
19:46Para a gente poder, não apenas fazer o Arraial do Pabular,
19:49do jeito que a gente faz,
19:51mas fazer ele organizadamente,
19:52que tenha pipoca lá atrás, não sei como é que chama,
19:55depois libera para todo mundo vir.
19:56Mas a gente fazer como a gente tem tentado fazer,
19:59que é nesses cortejos a gente ter,
20:02não apenas compositores novos, né?
20:04Os antigos também, que são ícones daqui,
20:06como a Gabi, como a Galéia.
20:08Sempre é uma festa.
20:09O público do Arraial é maravilhoso.
20:11Sempre tem um acolhimento legal.
20:13Mas também a gente poder ser um canal
20:16de difusão, de valorização,
20:19desses brinquedos, como é o caso do Boitins,
20:22do Boi do Piticaia lá de Cachoeira.
20:24E esse ano também teve alguns grupos, né?
20:26De Boi, esses que estavam por lá,
20:28esses mais tradicionais.
20:29Isso é muito importante, né?
20:31E resgata até esse pessoal.
20:32Foi que aconteceu um trabalho feito
20:35de uma maneira também bem diferente,
20:37mas teve um resgato com o pessoal dos pássaros, né?
20:40Tu viste que cresceu,
20:41teve gente que voltou, né?
20:43É, voltou a colocar de novo o pássaro.
20:45Você tem uma ideia,
20:47e agora eu estava conversando com o Júnior,
20:49como está barrotado de coisa, né?
20:51No espaço que a gente tem lá,
20:52que é um espaço,
20:55na verdade, uma base mínima, do mínimo.
20:58Ela está explodindo de material da gente dos cortejos.
21:01Que é lá no golevar.
21:02Que é da Santa Casa, né?
21:04São anos que a gente luta.
21:07Aquela casa,
21:08cada ano, não é de vocês.
21:09Ela é um comodato, né?
21:10É um comodato que o prédio...
21:12Tem tudo.
21:13Tem só um problema jurídico lá.
21:15Tem dois moradores,
21:16que eu não vou me alongar muito nesse detalhe aí,
21:18que precisam ser orientados
21:21a receber um lugar novo para morar.
21:24Eu não acho legal que despeje as pessoas de lá.
21:26Mas que a gente possa mandar fazer a reforma
21:28que já precisa.
21:29A gente tem lá o do bombeiro, né, Júnior?
21:31E tem o perigo mesmo de incêndio,
21:33de infiltração, né?
21:34A casa está há muito tempo realmente abandonada.
21:38E a gente precisa cuidar disso aí.
21:39Esse é um ponto.
21:40O outro, para voltar um pouquinho
21:41para a história do cortejo,
21:42o Arraial funciona para a gente
21:44de uma forma mais didática.
21:46Um grande ímã, né?
21:47Por exemplo, a sonoridade
21:49que se produz hoje no Arraial,
21:51ela teve um início lá atrás.
21:53Um dos grandes problemas
21:54é que, na tradição,
21:56o Boi de Belém,
21:56ele não tem orquestra.
21:59Entende?
22:00Então, isso já é uma influência
22:01que a gente tem no Maranhão,
22:02porque o Rui era maraniense também.
22:03Então, na verdade,
22:05eu me acalmei bastante
22:07quando eu soube que o Grão-Pará
22:09era São Léu,
22:11era tudo isso.
22:12Maranhão e Grão-Pará
22:13era o nome da palavra.
22:14É tudo isso.
22:14E que, na verdade,
22:16eu acho que não tem um boi
22:18igual o outro também, né?
22:19Isso é da natureza humana
22:21ressignificar.
22:23Mas eu vejo
22:23que, se a gente quisesse
22:25só botar o boi na rua,
22:28já seria difícil.
22:29Mas fazer esse Arraial
22:30ficou mais difícil,
22:31mas eu acho
22:31que a gente tem mais chance agora
22:33de realmente
22:34ter uma...
22:37ter a chance, né?
22:38De montar esse Arraial
22:39com tudo aquilo
22:40que a gente acha
22:41que a quadra junina
22:42da nossa cidade merece.
22:43e essa quadra junina...
22:45Uma originalidade, né?
22:46Exatamente.
22:46Isso eu acho que é bacana.
22:47Realmente a influência
22:48da música nordestina.
22:49Aquilo ali,
22:50a gente percebe,
22:50o Arrastão,
22:53o Cortejo e tudo mais,
22:54é uma coisa muito particular.
22:55É nossa aqui.
22:56A gente tem outros tipos
22:58de boi em outros lugares,
22:59mas...
22:59E, na verdade,
23:00se eu pegar,
23:01o boi bombar
23:02nesse período,
23:02trazendo,
23:04como a gente dizia assim,
23:05trazendo a baila
23:06toda uma...
23:07uma diversidade
23:09de ritmos, né?
23:10que tem...
23:11E eu acho que
23:12nós somos um grupo também
23:13que, além de fazer as toadas,
23:16nós também...
23:17O tronco lá da Marujá de Bragança,
23:20de onde o Júnior vem,
23:21a família dele e tudo,
23:22é mais instrumental, né?
23:23O que tem cantado
23:24é na Ladainha,
23:25que é uma outra história.
23:27Mas nós começamos
23:28a pegar os ritmos
23:29e a entender a Marujá, né?
23:31O Júnior conhece bastante,
23:33conhecemos o Dário.
23:35E aí o conhecimento também,
23:36esse conhecimento científico
23:38e esse saber popular,
23:39eu acho que é que vai modelando
23:41esses formatos do futuro,
23:43entende?
23:43Porque a gente tem hoje,
23:45por exemplo,
23:46mais estruturado um pouco
23:47o projeto Oralidades,
23:50que vem um cara da academia,
23:51vem uma pessoa
23:52da cultura popular
23:53e a dificuldade,
23:54que é um entender
23:55o que o outro está dizendo
23:56e a gente vai superando isso,
23:58principalmente quando a gente
23:59entende a importância
24:00de um brinquedo como esse
24:01ser um lugar
24:02de acolhimento
24:04desses instrumentos todos.
24:05Nós temos caixas
24:07de Santarém Novo, né?
24:08Que é ela que puxa o carimbó,
24:11não é pandeiro,
24:12não é outra coisa,
24:13é a caixinha
24:14que toca com o baqueiro.
24:15Temos esse instrumento lá,
24:18temos alfaia,
24:19que não é um instrumento
24:20característico,
24:21é mais característico,
24:24por exemplo,
24:24está mais ligado
24:25ao maracatu,
24:27que foi,
24:27nós compomos,
24:28não foi nem lá,
24:29no Paraná,
24:30no Paraná.
24:32e porque a gente precisava
24:34da pulsação do grave
24:35para o comando do sopro,
24:37para não atrasar o cortejo
24:38na rua,
24:39é difícil fazer isso.
24:40Então,
24:40as alfaias chegaram,
24:42tivemos a sorte
24:43de ter os manaris,
24:44o Nazaco,
24:45o Grande,
24:47o Márcio e o Paturi,
24:51que deram uma formatada
24:53para a gente entender
24:54o que são os instrumentos agudos,
24:56graves, médios,
24:57como é que casa isso.
24:58nunca imaginei que ia dar
25:00para tocar o carimbó
25:02com esses instrumentos.
25:04E dá,
25:05porque aí chega
25:06essa intuição popular
25:08e chega também
25:09esse conhecimento científico,
25:10que os caras escreveram
25:11na partitura
25:12para o pessoal entender melhor.
25:14Então, na verdade,
25:15é necessário
25:16esse viés pedagógico,
25:18porque ele realmente
25:20aplica esse compartilhamento.
25:22Então,
25:22essas coisas vão sendo agregadas
25:24a outros fazeres,
25:26por exemplo,
25:26como é a viagem do Sã,
25:28que podia falar mais
25:29do Sã,
25:30da Roda Cantada,
25:31por exemplo.
25:32São pessoas que saíram
25:33do batalhão
25:34e aí, por um tempo,
25:36a gente não teve
25:37como cuidar direito,
25:38mas agora a gente está cuidando
25:39do jeito que era
25:40para fazer mesmo, entendeu?
25:41Tudo tem seu tempo.
25:42Então,
25:43houve um acréscimo de músico,
25:45um conceito
25:46como uma pessoa
25:47com o conhecimento de causa
25:48para fazer os arranjos,
25:49que é o Manassés.
25:50Então,
25:51na medida do possível,
25:52a gente vai profissionalizando.
25:53Grande Manassés.
25:54A gente está trabalhando
25:54de craque aqui, né?
25:56É.
25:56Agora,
25:57olha só,
25:57vocês também têm uma coisa,
26:00hoje em dia,
26:00aquele refrão,
26:01aquela batida
26:02do
26:03do
26:04do
26:04do
26:04do
26:04do
26:04do
26:05do
26:05do
26:06do
26:06do
26:07do
26:07do
26:08do
26:08do
26:08do
26:10do
26:11do
26:12do
26:13do
26:13do
26:14do
26:14do
26:14do
26:15do
26:15coisa, eu acho que quando
26:16até em vinetas, eu já vi em vinetas
26:19quando começa a tocar a gente já sabe
26:21já nos leva a
26:23cantar música. Isso é uma condição
26:25de direção musical, ou seja, então nós criamos
26:27introduções
26:29interlúdios, meios da música
26:31finais de música que parecem
26:33que são parte da música
26:35não é uma introdução descolada do nada
26:37então as introduções são tão
26:39significativas quanto as próprias músicas
26:41você faz isso e a pessoa já sabe
26:45que a gente sabe BP, muito antes de vir
26:47a letra, então já sabe que é isso
26:49já sabem que as introduções
26:53elas são muito fortes
26:55elas fazem parte da música
26:57isso é
26:58me diz uma coisa
26:59a partir do momento
27:01tem aquele momento da partida
27:04a saída
27:05e aí durante esse
27:07trajeto são várias músicas
27:09várias músicas tocadas
27:11com toda essa
27:12fusão
27:14músicas que são
27:14ensaiadas pra isso
27:16músicas
27:17que estão no
27:19consciente coletivo
27:20por exemplo, se tocar
27:21daça na manhã
27:22quem comanda isso?
27:23quem organiza
27:24está tudo ensaiado
27:26toda a ala
27:27todo o segmento
27:28tem
27:28a galera que comanda
27:30mas tudo passa por nós
27:32pois é, isso é que eu queria dizer
27:34com vocês no meio disso tudo
27:35como é que vocês ficam?
27:36os Júnior
27:37não sei como ele consegue
27:39ele vai
27:39do começo ao fim
27:40eu já gazeto agora
27:42eu já gazeto
27:43eu te vi sentado no show
27:45e disse, olha
27:45cansou, né?
27:47porque quando ali
27:48já é o final
27:48o negócio ali
27:49com essa temperatura
27:50com essa
27:51com essa
27:52eu me preservo mais um pouco
27:54pra dar conta do show
27:55é, né?
27:55porque só acaba no show
27:56no final
27:57só acaba no show
27:58pois é, mas o show
27:58foi uma coisa que já
28:00mais recente, não é?
28:01não, o show
28:02sempre existiu
28:02o show foi o primeiro de tudo
28:04ah, o show foi o primeiro de tudo
28:06nós criamos uma manifestação
28:07pra levar público pro show
28:08ah, eu achei que na verdade
28:11arrastou
28:12já pôs uma outra
28:13nós arrastamos as pessoas
28:14pra assistir o show
28:15do Arraial
28:15falar uma coisa
28:16que a gente às vezes
28:17esquece de dizer um pouco, né?
28:19na verdade
28:20uma brincadeira dessa
28:21ela traz
28:22ela conta uma história
28:24muito bonita
28:25assim, de dedicação
28:26né?
28:26de muitas pessoas
28:28que contribuíram no Arraial
28:29até hoje
28:29e graças a Deus
28:30tendo fé em Deus
28:31que muita gente vai chegar
28:32pra dar um auxílio
28:33cada vez maior
28:34pra essa brincadeira
28:35mas assim
28:36às vezes eu conversando
28:37com o Júnior
28:38eu digo, Júnior
28:38pô, a gente conseguiu
28:40além de outras coisas
28:42a gente conseguiu fazer
28:43uma memória sonora
28:44as músicas
28:46elas têm uma riqueza
28:48porque elas são
28:50como é que a gente fala assim
28:52são cantigas mensageiras
28:56eu digo assim
28:56elas contam uma história
28:58se tu pegar
28:59todas essas histórias
29:01elas têm um motivo
29:02pra elas estarem aí
29:03entendeu?
29:04a outra coisa fantástica
29:05é que essa coisa
29:07da gente
29:07ensinar as músicas
29:10na rua
29:10é muito difícil
29:12porque
29:12assim como foi difícil
29:14descruzar o braço
29:15pra dançar o carimbó
29:16pra dançar o boi
29:17pra, né Júnior?
29:19pra dançar nossos ritmos
29:20no mundo
29:20fazer a onda
29:21sem vergonha
29:22é uma coisa de paciência
29:23trabalho de formiguinha
29:24e essas músicas
29:26por exemplo
29:26quando eles
29:27acreditaram
29:28que era possível cantar
29:30a gente tem talvez
29:32o momento mais sublime
29:34e mais poderoso
29:35que é a voz humana
29:37e quando na frente
29:38de um teatro
29:39que é majestoso
29:40que conta a história
29:41de toda
29:43muito significativa
29:44eu quando vi
29:47quando vejo
29:48eu quando vejo
29:50ali o boi
29:50dançando ali
29:51na sacada
29:52eu acho aquilo
29:53uma imagem
29:54fantástica
29:56transcede
29:56tudo isso
29:57como as coisas
29:58se misturam
29:59e aquilo foi quase
30:00sem querer
30:00aliás
30:02acho que não é que
30:02sem querer
30:03porque tudo
30:04antes de colocar
30:05a gente pensa
30:05vamos fazer tal coisa
30:06vamos experimentar
30:07você pediu que a gente
30:07experimentamos muito
30:09muita coisa a gente descartou
30:10outras coisas a gente seguiu em frente
30:11melhorou
30:11que sempre saiu
30:13daquele local ali
30:14não
30:14isso aconteceu
30:17de vários formatos
30:18inicialmente
30:19era dentro da praça da república
30:20que a gente dava a volta
30:21e entrava no volta
30:22da mãe Henrique
30:22depois quando ficou
30:24muito grande
30:25a volta
30:26porque já tinha
30:27o artesanato
30:29a gente atrapalhava
30:30de certa forma
30:30o artesanato
30:31fazendo evolução
30:31no meio
30:32desde que
30:32você transitar na praça
30:34com 100 pessoas
30:35é uma coisa
30:36com 5 mil pessoas
30:37é outra
30:37então
30:39por coincidência
30:41de novo
30:42vou dizer
30:42que foram
30:43o astral superior
30:46ele acabou
30:47alinhando as coisas
30:48quando a gente resolveu
30:49dar um salto
30:50na direção
30:51da formação
30:52das pessoas
30:53pra poder atingir
30:54outras
30:55sonoridades
30:56o pessoal do brinquedo
30:57fomos pra rua
30:58
30:59a gente começou
31:00a sair da escadinha
31:01vai vir realmente
31:02pra rua
31:03só que tinha que finalizar
31:04na praça da república
31:05de contrário
31:05sair da escadinha
31:06e ir em direção
31:07a praça
31:07passou muito tempo
31:08sendo assim
31:08e por coincidência
31:10naquele momento
31:10a professora
31:11agora
31:11que a puta
31:12tinha um projeto
31:12de música na praça
31:14chamada música na praça
31:15música na praça
31:16que era no anfiteatro
31:17naquela região dali
31:17então nós
31:18fizemos uma associação
31:19com ela
31:20nesses domingos
31:22que ela fazia
31:22o ano inteiro
31:23parece
31:23então nesses domingos
31:24de junho
31:24eram nós
31:25que fazíamos lá
31:26então a gente
31:27passou a sair de lá
31:28e finalizar
31:28no anfiteatro
31:29naquele negócio
31:29da professora
31:30agora
31:31que a puta
31:31depois não coube mais
31:34naquele formato
31:35então começou a se
31:35a praça da república
31:37ficou muito pequena
31:38naquele momento
31:39pra gente fazer
31:39com esse público geral
31:40e o que que acontece
31:41o entorno da praça
31:43ele cresceu muito
31:44enquanto residência
31:46imagina
31:4638 anos atrás
31:47tinha todos aqueles prédios
31:48ali ao redor
31:49então ali era um lugar
31:50mais de casas
31:51e de seta
31:52ao longo desse tempo
31:53muitos espiguns
31:54foram criados
31:55então o som
31:57e o barulho
31:58que nós
31:58abre-se de novo
32:00uma nova
32:01outro parêntese
32:02a nossa preocupação
32:04com o meio ambiente
32:05e com as pessoas
32:06ela é legítima
32:07e tudo que nós fazemos
32:08a gente sempre tem
32:09essa percepção
32:09de o menor dano possível
32:11à sociedade
32:12então o ato
32:14de sair da praça
32:14é porque nós achávamos
32:15naquele momento
32:16que aqui já estava
32:17muita gente demais
32:18o lixo era muito grande
32:19naquela praça
32:20a praça naturalmente
32:21já tinha um fluxo
32:23de gente muito grande
32:23então começou a dar problema
32:25então a gente dizia
32:26vamos fazer o que?
32:27então vamos inverter
32:28eu estou falando rapidamente
32:30mas isso é o longo
32:30de 38 anos
32:31que isso aconteceu
32:32então vamos inverter
32:33vamos levar o cortejo
32:35para um lugar
32:35onde não tem esse impacto
32:37tanto das pessoas
32:37e realmente
32:39primeiro fomos para o Boulevard
32:40o que não era a Boulevard
32:41era a Praça Estivadores
32:42que era um lugar pequeno também
32:44mas aqui também tem pouca residência
32:46passamos ali um tempinho
32:48depois não coube mais
32:49então depois da
32:50quando nós voltamos
32:51da pandemia
32:52praticamente
32:52foi que nós fomos
32:54para a Praça do Ademais Henrique
32:54porque
32:56não cabia de jeito nenhum
32:5840, 50, 60 mil pessoas
33:00naquele espaço
33:00naquela roupa
33:01porque as pessoas
33:01vão acompanhando
33:02grande parte
33:03vai embora
33:04mas a maioria
33:05fica para assistir os shows
33:06então invertemos a ordem
33:09já começamos a sair
33:09da Praça da República
33:11e finalizando
33:12lá na Campina
33:13e assim
33:15quando a gente fez isso
33:17tivemos alguns desafios
33:19a ser superados
33:20primeiro o Mastro
33:21o Mastro
33:22a gente ficava
33:22no primeiro domingo
33:23na Praça da República
33:26a gente carregava o Mastro
33:28na Presidente Bargastona
33:29até a Praça da República
33:31e lá fincava o Mastro
33:32quando invertemos isso
33:34perdeu o sentido um pouco
33:35porque
33:36como é que o Mastro
33:37ia ser fincado
33:38antes da manifestação
33:40se ela ia surgir de manhã
33:41como é que a gente ia ficar nisso
33:42então tivemos que ficar
33:44o Mastro
33:44na Praça Mademais Henrique
33:45então que símbolo
33:47como é que a gente faz
33:47de onde surge esse boi
33:48porque
33:49o Mastro e os bois
33:51eles vinham
33:52junto com a embarcação
33:53porque nós também temos
33:54uma
33:54uma
33:55uma
33:55uma
33:55uma
33:55forte de fluvial
33:56que chega junto
33:57com o nosso símbolo
33:58isso é no Sírio
33:59
33:59não
33:59no Júlio
34:00chega com o nosso símbolo
34:02chega os Mastros
34:03chega os Mastros
34:03de Barcos
34:04é porque também
34:05ao longo do tempo
34:05vocês foram agregando coisas
34:07nesse encher
34:09da manifestação
34:09ela foi se dando
34:10ao longo do tempo
34:11várias experiências
34:12que tivemos
34:13com vários lugares
34:13fomos enxertando
34:14essa coisa
34:14com esses símbolos
34:16significados
34:16então
34:17para o boi surgir
34:19do nada
34:19não tinha condições
34:20então o boi surgiu
34:21de onde esse boi?
34:22de cima do Teatro da Paz
34:23a gente estava
34:24concentrado ali
34:24então foi
34:26para o Teatro da Paz
34:26sem querer
34:27mais ou menos
34:28mas como
34:29uma necessidade
34:31do boi surgiu
34:32na verdade
34:32a gente teve
34:32na época lá
34:34do
34:35do Waldemar Henrique
34:36a gente bolou
34:37uma coisa
34:37que era super mimosa
34:39o boi saia
34:40lá de dentro
34:41do teatro
34:41com uma luz azul
34:42
34:43o trepa
34:44debaixo do boi
34:45e ele estava
34:46em movimento
34:47e dali
34:47evoluía e tal
34:49a gente saía
34:49então é como
34:51se você saísse assim
34:52de um
34:53espaço
34:54mágico
34:55para ir
34:56para a realidade
34:57assim
34:57com o sol quente
34:58na tua cara
34:58é uma onda
34:59também
35:00eu acho que isso
35:01inspirou um pouco
35:01a onda lá do teatro
35:02também
35:03no Teatro da Paz
35:03eu achei essa imagem
35:05muito potente
35:06quando eu vi o boi
35:07ali eu falei
35:07bom isso é
35:08isso é
35:09todos os anos
35:10nós temos desafios
35:11todos os anos
35:12a gente tem que superar
35:13os desafios
35:14eu acho que
35:14no sentido conceitual
35:16
35:17eu acho que eles foram
35:18surgindo naturalmente
35:19interessante
35:20quais são os maiores
35:21desafios que vocês
35:23tem por exemplo
35:23já que vocês acabaram
35:24de sair de um
35:25cortejo de 100 mil
35:27pessoas né
35:28quais são os desafios
35:29assim
35:30o que vocês conseguem
35:31eu digo assim
35:32desse amontoado
35:33humano
35:34entendeu
35:34de conter aquilo ali
35:36porque
35:36até hoje a gente sabe
35:38aquilo ali é bem
35:39harmonioso né
35:41as pessoas estão ali
35:43para cantar
35:43para brincar né
35:44eu percebo assim
35:45eu sou morador
35:46do reduto né
35:47eu vejo um movimento
35:48que não
35:49que só vejo no sírio
35:50ali para mais ou menos
35:52ou o trânsito em garrafa
35:54eu moro na Benjamim
35:55mas eu vejo que as pessoas
35:56se dirigem ao pavulado
35:57primeiro que a gente
35:58já reconhece
35:59em todos os bairros
36:00é
36:00primeiro que a gente
36:01já reconhece pelo chapéu
36:02elas já começam a descer
36:03ali pela
36:03ela já desce
36:05antes ali do transporte
36:06ali na
36:07governadora Zé Mauché
36:08quando eu já vejo
36:09eu digo assim
36:10bom a gente só vê isso
36:11no sírio né
36:12que as pessoas
36:12se encaminhando
36:13para esse caminho
36:14do sírio né
36:15eu acho
36:16que o
36:17o grande desafio
36:18não é só
36:19do arraial né
36:22talvez nós
36:23estejamos assim
36:24já funcionando
36:25num limite
36:26
36:27vendo o limite
36:28da carga
36:29que a gente pode
36:29abastecer o cortejo
36:31esse número
36:33de 1.200 pessoas
36:34eu acho que
36:35mais do que isso
36:36fica difícil
36:37tá no limite aí
36:38vocês falam do cortejo
36:40do cortejo
36:40problemas internos e externos
36:42e que eu quero falar
36:43do problema externo
36:44para receber atenção
36:44se eu fosse
36:46uma autoridade pública
36:47seja de qualquer instância
36:48a melhor forma
36:51de auxiliar
36:51o aperfeiçoamento
36:53de uma experiência
36:54dessa na rua
36:54é conhecer realmente
36:55o brinquedo
36:56entende
36:57depois disso
36:58eu acho que
36:59é compreender
37:00e cuidar
37:01para que
37:02por exemplo
37:03é um lugar
37:03que as famílias vão
37:06isso aí negável
37:07é gente que vai
37:08com filho
37:08o periquito
37:09papagaio
37:09ele vai para lá
37:10então eu acho
37:11que essa segurança
37:12
37:13a segurança
37:15a que a gente
37:16consiga realmente
37:17as arquibancadas
37:19para fazer uma coisa
37:20bem mais organizada
37:21bem mais acolhedora
37:23e a gente poder
37:24olhar para esse ambulante
37:26que está na rua
37:27
37:27e discutir uma coisa
37:29aqui que eu não vou perder
37:29essa oportunidade
37:30olha só
37:31o Arraial
37:32e nenhum patrocinador
37:34nosso
37:34vende cerveja
37:35em qualquer evento
37:37que tu faças
37:38tu tem que pagar
37:40banheiro químico
37:41mas por que
37:43por que tem que ter
37:43banheiro químico
37:44porque tem pena
37:45de cerveja na rua
37:46banheiro químico
37:47na rua
37:48significa dizer
37:49vocês que
37:50não
37:50nós não vendemos
37:51cerveja
37:52mas
37:52eu acho uma sangria
37:54a estrutura
37:54vocês tem que dar
37:55não
37:56pois é
37:56eu acho uma sangria
37:57tanto do governo
37:59seja lá de quem for
38:00não acho justo
38:01que uma empresa
38:02que é totalmente
38:04ou a maioria
38:05automatizada
38:06que não gera emprego
38:07nem assina a carteira
38:09de quem vende
38:09o produto dele
38:10e o governo
38:11e a gente
38:12ainda tem que pagar
38:12esse banheiro químico
38:13eu acho que é uma coisa
38:14que a gente precisa
38:15se mancar
38:16
38:17e também a gente
38:18não precisa ter
38:19não é só por causa
38:21da COP
38:22
38:22muitas famílias
38:25sobrevivem
38:26vendendo produtos
38:27que talvez
38:28a gente possa
38:28criticar
38:29dizer que não
38:29tem um aspecto
38:31positivo isso
38:32mas eles só estão
38:33vendendo coisas
38:33que não são
38:34e não é só
38:34produto que é
38:35que tem
38:36qualidade duvidosa
38:37é a garrafa
38:38que é muito
38:39perigosa na rua
38:40é o padrão
38:42eu acho que
38:42de apresentação
38:43desse ambulante
38:44dentro de uma festa
38:45bonita
38:45eu acho que é isso
38:47
38:47o perigo
38:48às vezes
38:48também falta
38:49e que a gente
38:51consiga ter
38:51organizar
38:52é só organizar
38:54tem criança no meio
38:55não pode circular
38:56bebida
38:56é perigoso
38:57circular bebida
38:59no cortejo
39:00então
39:00ver quais são
39:01os espaços
39:02destinos
39:02os espaços
39:04que eles se organizem
39:05que tenham
39:05pra se apresentar
39:07legal
39:07que a gente
39:08diminua
39:09não tira oportunidade
39:10de comida contaminada
39:12a cidade da gastronomia
39:13vendendo churrasco
39:15com fumaça
39:16no olho de criança
39:17quer dizer
39:18é o caos
39:19é o caos
39:20só que tem a ordem pública
39:22tem a prefeitura
39:23que tem que cuidar disso
39:24
39:25é muito bom
39:26tirar foto
39:26é muito bom
39:27divulgar isso aí
39:28com nossos parceiros
39:28mas é
39:29eu tô falando
39:30disso pra Equatorial
39:31tô falando
39:31disso pro governo
39:32do estado
39:32pra prefeitura
39:33que precisa
39:34conhecer o brinquedo
39:35precisa que a gente
39:36compreenda a importância
39:38de um acolhimento
39:38bacana
39:39pra que a gente
39:40não
39:41não tenha esses assaltos
39:42que a gente não tem
39:43nem segurança
39:44que ainda é muito presente
39:45como eu falei
39:46é harmonioso
39:47na verdade
39:48é como a gente fala
39:49no sírio
39:49que são 2 milhões
39:50de pessoas
39:51e tudo mais
39:52mas a gente não
39:53o que acontece
39:55desse lado
39:56perigoso
39:57desse lado
39:57que não é bacana
39:59a gente não
40:00não repercute
40:01
40:01a gente
40:02claro que a gente
40:02sabe que tudo acontece
40:03ali acontece assalto
40:05várias coisas
40:06mas isso não
40:07não
40:07não macula
40:08não macula a festa
40:10exatamente essa palavra
40:11isso na verdade
40:12acho que talvez
40:13aconteça com o pavulagem
40:15porque é muita gente
40:16
40:16a gente sempre
40:17eu vejo as imagens
40:19eu digo ali
40:19tá um sírio
40:20
40:20o planejamento
40:21da gente
40:22envolve
40:22todo o sistema
40:24de segurança
40:25do estado
40:25do município
40:26envolve tudo isso
40:26nós temos uma presença
40:27muito forte
40:28é claro que o descuidista
40:29sempre vão estar
40:30no meio do povo
40:30
40:31o fuso de celular
40:32você tá
40:32você tá no meio
40:33daquela maravilha
40:35que é aquilo ali
40:37totalmente entregue
40:39a cena né
40:40e acaba se descuidando
40:41e o cara tá lá
40:42uma pessoa
40:43tá lá pra
40:44extrair aquilo
40:45esse ano
40:45nós tivemos
40:48cada vez mais
40:49próximo
40:49você recebe
40:50denúncia
40:51você recebe
40:52notificação
40:53diretamente não
40:54é mais rede social
40:56diz
40:56ah foi roubei
40:57nossa
40:57mas tem
40:57uma estrutura
40:59que fizeram
41:00que fica bem
41:00no meio
41:01perto
41:01a rede social
41:02até repercute
41:03que não existe
41:03eu queria dizer
41:05o seguinte
41:06olha
41:06quem organiza
41:09quem dá o tom
41:09da festa
41:10é o dono da casa
41:11entendeu
41:12eu acho
41:13que se a gente
41:14acaba duas horas
41:15e se quando der
41:17cinco horas da tarde
41:18desobstrui tudo
41:20parou a venda
41:21pra limpar tudo
41:23porque logo depois
41:24deve ter um período
41:25que vem o pessoal
41:26de noite
41:26com a quadra junina
41:28inclusive da prefeitura
41:29que aquilo tem que
41:30tá limpo lá
41:31entendeu
41:32não é que a gente
41:33lave as mãos
41:34com isso
41:34eu acho que tem
41:35uma bagaça
41:36que fica
41:37o pessoal
41:37tá aí
41:37vai me criticar
41:38mas eu acho que
41:39aquilo que não tem
41:40hora pra acabar
41:40sempre dá merda
41:41entendeu
41:42então eu acho que
41:43não custa nada
41:44não precisa ter truculência
41:45
41:46eu acho que é um limite
41:47de cinco horas da tarde
41:48pra dispersar
41:49limpar aquela história toda
41:51recolher o lixo
41:52pra galera que vai chegar
41:53de noite pra ver
41:53a quadra junina
41:55da prefeitura
41:55poder encontrar
41:56o arraial municipal
41:57funciona ali
41:58coincide com duas semanas
42:00do dono
42:01as nossas quatro semanas
42:03duas semanas
42:04coincide com o arraial
42:05de Belém
42:05eu digo também assim
42:07eu acho que ao longo do tempo
42:08a gente
42:09não é que a gente
42:10vai aprender a se proteger
42:11mas eu acho que a gente
42:12sempre deu o tom
42:13pras pessoas
42:13dessa responsabilidade
42:14que a gente tem
42:15com as pessoas
42:16não bate em você
42:17dessa responsabilidade
42:18que vocês carregam isso?
42:19total
42:20total né
42:21total
42:21a tensão
42:22não para nunca
42:24porque
42:24às vezes chega a ser tenso
42:27isso
42:27quando acaba
42:29a gente fica brincando
42:30quando acaba
42:31o último
42:31a gente não consegue
42:32nem se olhar mais
42:32passa mais uns dias
42:34meu Deus
42:34é depois que a gente
42:36faz a avaliação
42:37porque na verdade
42:38isso acontece
42:39nesse período
42:40mas vocês estão
42:41em atividade
42:42o ano todo
42:43é que não para isso
42:45e esse ano
42:45a gente
42:45vamos armar agora
42:47que daqui a pouco
42:47vai acontecer
42:48a coisa bonita
42:49que aconteceu
42:50a gente vem conversando
42:51já há um tempo
42:52nessa história de cop
42:54e a gente resolveu
42:55retomar um brinquedo
42:56que estava parado
42:57já há vários anos
42:58que é o cordão
42:58do peixe boi
42:59só que dessa vez
43:00a gente quer pensar
43:01na molecada
43:02nesse futuro do arraial
43:03entendeu?
43:03o que é o cordão
43:06do peixe boi?
43:06o peixe boi
43:08ele evolui
43:09há mais de 400 milhões
43:10de anos
43:10é um animal dócil
43:11e que tem
43:12uma carnificina
43:14é um animal
43:16que
43:17não se fala muito
43:18na verdade
43:18mas dentro
43:19é a extinção
43:19acho que é um símbolo
43:21ambiental
43:22acho que é um símbolo
43:23ambiental
43:23e uma bandeira
43:24para refletir
43:26ciência
43:28cultura
43:28natureza
43:29acho que
43:29o ser humano
43:31do futuro
43:32se o instituto
43:33conseguir ser
43:34esse canal
43:34de trazer
43:36a ciência
43:37o conhecimento
43:38científico
43:39esse saber
43:40popular
43:40esse saber
43:42do povo
43:42que eu não gosto
43:43nem mais de dizer
43:44que é cultura popular
43:45a gente conversa muito
43:47quando a gente diz
43:48nós somos
43:49da cultura popular
43:50é porque
43:50nós não somos
43:51de uma cultura
43:52que é erudita
43:53que é
43:54já é um preconceito
43:56que é escritural
43:57entendeu?
43:58então eu acho assim
43:58eu digo que nós
44:00o nosso trabalho
44:02é de fomento
44:02valorização
44:03e difusão
44:05da cultura brasileira
44:06praticada aqui
44:07a gente ajeita
44:09a fala
44:09a gente falou
44:10a gente falou
44:11de cópia
44:12tem alguma coisa
44:13já pensando
44:14nós
44:15acabamos de sair
44:16do arção de junho
44:17nosso calendário
44:18agora temos
44:19algumas
44:19vocês voltam
44:21no sírio
44:21temos agora
44:22o resto
44:24do mês de julho
44:25que é o do
44:27dia da
44:27da véspera
44:28da România Fluvial
44:29vocês vão ter
44:31um cortejo
44:32é porque a santa
44:33chega lá
44:33encosta na escadinha
44:35no dia da
44:36produção fluvial
44:37é
44:38da România Fluvial
44:39aí tem uns anos
44:41pra cá
44:41que a santa
44:42pára abençoa
44:43e a gente diz
44:44assim que na hora
44:45que ela abençoa
44:45ela transforma
44:46tudo em miritia
44:47o nosso cortejo
44:47entendeu?
44:48aí é bem legal
44:49esse momento
44:50pra gente
44:50assim
44:50bem legal mesmo
44:52fico muito feliz
44:53eu tô dizendo
44:55nós acabamos de sair
44:56do ciclo
44:56sim
44:57temos um restante
44:58voltando a cópia
44:59temos um
45:00um período agora
45:01de julho
45:01pra poder fazer
45:02atividades no interior
45:03início de agosto
45:05a gente inicia
45:06o ciclo sírio
45:07
45:08ou seja
45:09o que é o ciclo sírio
45:10mesma coisa
45:11a gente faz em junho
45:12inscrições
45:13pra participantes
45:14pra formar o batalhão
45:15pois aproveita e dá
45:16esse serviço
45:16como é que faz
45:17a inscrição?
45:18vai lá
45:18eu só digo
45:19com as pessoas
45:19acompanharem
45:20nossas redes sociais
45:20
45:21porque lá
45:21a gente tem
45:22muito atuante
45:23nossa rede
45:23temos uma equipe
45:24de jornalistas
45:25que trabalham
45:25muito sério
45:26com a gente
45:26uma equipe
45:27maravilhosa
45:27que ajudou
45:28também a gente
45:29a se projetar
45:29um pouquinho
45:30aliás
45:30uma coisa
45:31realmente
45:31vamos
45:32vamos
45:33vamos aplaudir
45:34o trabalho
45:34de divulgação
45:35de vocês
45:36sensacional
45:36você vê a imprensa
45:37de vocês
45:38é muito boa
45:39e as pessoas
45:39que estão ali
45:41estão vestindo a camisa
45:42na verdade
45:43
45:43então o que acontece
45:45nós vamos iniciar
45:46o processo
45:46de novo
45:46
45:47esse processo
45:47agora
45:48ele vai se dar
45:48para formar
45:49o batalhão
45:50que eu falei
45:50que são os brincantes
45:51do arrastão do sírio
45:53e do peixe boi
45:55que é esse cortejo
45:56que nós estamos projetando
45:57que é esse novato
45:58agora
45:58esse que começa
45:59a partir
46:00esse que começa agora
46:01esse ciclo agora
46:01vamos formar esse batalhão
46:02para esses dois momentos
46:03do sírio
46:05e da cop
46:05que é o cordão do peixe boi
46:07então os brincantes
46:08os peccionistas
46:09dançarinos
46:10pernautas
46:10então eles vão ser
46:11constituídos agora
46:12a pessoa
46:13a gente
46:14dispara lá
46:15um link de inscrição
46:16e as pessoas
46:17tentam
46:18se inscrever
46:19porque eu digo
46:19tento se inscrever
46:20porque tu imagina
46:21ao longo desse período todo
46:22nós temos mais de 10 mil
46:23pessoas formadas
46:24nós temos
46:25centenas
46:26milhares de pessoas
46:27que querem participar
46:28pela primeira vez
46:29e nós oferecemos
46:30400
46:31no total
46:33de 1.200 vagas
46:34que é o nosso limite
46:34imagina o desespero
46:36que é para essas pessoas
46:36se inscreverem
46:37então os links
46:39são liberados
46:39e em menos de minutos
46:40se encerram as inscrições
46:41então
46:42então para esse ano
46:45temos
46:45durante
46:46temos agora em agosto
46:47a abertura de inscrição
46:48novamente
46:48não vai ter oficina
46:50não vai ter oficina para novato
46:51vai ser apenas
46:52para ensaio
46:52da galera
46:53antiga
46:53a gente vai formar
46:55um batalhão
46:55tanto possível
46:56que acontece no sábado
46:57após a profissão
46:59do viado
46:59nós temos
47:00o nosso 23º
47:02arrastão do sírio
47:02esse ano vai acontecer
47:03só 23 anos
47:05a gente está no sírio
47:05também
47:06fazendo cortejo
47:07saindo de lá
47:08do Bolivar
47:09e indo para o São Paulo
47:09pelo segundo
47:10é outro
47:11é outro
47:12é outro trajeto
47:12que deve coincidir
47:14também se tiver
47:15na cópia
47:16com o Peixe Boa
47:17deve ser mais ou menos
47:18por ali também
47:19por esse lado
47:20então a gente vai fazer
47:21e quando finaliza isso
47:23já lá para novembro
47:24depois da cópia
47:25nós já mergulhamos
47:26em um outro projeto
47:27que é o nosso quarto do ano
47:29que acontece
47:30a Cachoeira do Arari
47:31que é o Cordão do Galo
47:32que é o
47:33Cordão do Galo
47:34Cordão do Galo
47:34Cordão do Galo
47:35que está na sua 17ª versão
47:3718 anos
47:3818 anos
47:39vai fazer agora
47:39esse ano
47:40ano que vem do cara
47:41que é feita em Cachoeira
47:43São Sebastião
47:44São Sebastião
47:4510 a 20 de janeiro
47:4610 a 20 de janeiro
47:48é janeiro
47:49fecha linda
47:50por sinal
47:51a gente sai sempre
47:52no domingo
47:54que antecede
47:54o dia 20
47:55normalmente é isso
47:56dentro da festividade
47:59no domingo anterior
48:00de repente se prepara
48:01só que o nosso público
48:03
48:03nosso público
48:05é
48:0590%
48:07100%
48:08crianças
48:09criança
48:09na verdade
48:10entender
48:11que a criança
48:11e que resultados
48:13maravilhosos
48:14que a gente fez
48:15para você conhecer mais
48:16quero tudo
48:17quero tudo
48:17quero tudo
48:18olha
48:18foi um prazer
48:19conversar com você
48:21e saber dessas coisas
48:22e tem novidade aí
48:23que é o
48:24o pessoal do peixe boi
48:25que é também
48:26muito significativo
48:28porque a gente fala
48:29realmente do peixe boi
48:30o pessoal é mais ou menos
48:31o primo pobre
48:31dessa coisa
48:32eu nunca ouvi falar
48:34muito do peixe boi
48:35da preservação
48:37de outras espécies
48:38e tudo mais
48:39mas já que a gente
48:40vocês trouxeram
48:41eu sei que vocês
48:41trouxeram
48:42do estimento
48:42a gente vai pedir
48:43o refrão da lua
48:45vamos lá
48:46Silva
48:46eu venho da fortaleza
49:10olhando flor no balaio
49:13vou enfeitar o rosário
49:16pra quando for
49:18mês de maio
49:20deixa bonito
49:25meu boi
49:27odeio por esse ano
49:30com linha fina de prata
49:33a estrela d'alvo e a lua
49:36pro astro rei
49:39luz divina
49:40fiz um ponteio dourado
49:46fiz um ponteio dourado
49:52e é douro, prata e brilhante
49:57as iniciais bebê
50:03as iniciais bebê
50:03foi pra fulagem
50:05de rubis e diamante
50:08estrelinhas tão cintilantes
50:13que é pra todo mundo ver
50:16e é douro, prata e brilhante
50:20as iniciais bebê
50:25foi pra fulagem
50:27de rubis e diamante
50:31estrelinhas tão cintilantes
50:35que é pra todo mundo ver
50:38eu aqui todo pavulagem
50:48com o pavulagem que eu ganhei aqui
50:50do Ronaldo Silva
50:50olha só
50:51acompanhado
50:52este é o manganosamente
50:54que você assiste no
50:55dbplay
50:56dentro do
50:57liberal.com

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